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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Os VANT vão substituir as aeronaves tripuladas? Confira

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Elon Musk, o gênio por trás de empresas revolucionárias como Space X e a Tesla, não é estranho às polêmicas. A última delas, pelo menos no que se refere a tecnologias militares, foi em um discurso realizado em 28 de fevereiro de 2020, no Air Force Academy Air Warfare Symposium, em Orlando, Florida.

Elon Musk falando no AFAAW Symposium

Naquela ocasião, ele afirmou, categoricamente, que “a era dos caças a jato tripulados chegou ao fim”. Como era de se esperar, tal afirmação gerou polêmicas, com especialistas dizendo tanto que ele está certo, como que ele está errado, ou no mínimo precipitado ou sendo exagerado.

Até que ponto a afirmação de Musk se sustenta no mundo real? Neste artigo vamos analisar, brevemente, vários aspectos referentes aos VANT (em inglês UAV / RPA e em português ARP, aeronaves remotamente pilotadas, drones) e UCAV (“drones armados de combate”), e mostrar porque, na nossa opinião, a afirmação de Musk, embora precipitada e exagerada, tem sim fundamentos sólidos na realidade, mas não é tão abrangente como ele parece aceditar.


UAV E UCAV NO CAMPO DE BATALHA

General Atomics MQ-9 Reaper, um dos UCAV mais avançados em serviço, e a provável aeronave que disparou os mísseis (provavelmente do tipo AGM-114 Hellfire, como os da foto, ao lado das GBU-12 Paveway) que mataram o general iraniano Qassem Soleimani em 03/Jan/2020

Embora possa parecer surpreendente, os drones são usados no campo de batalha há mais tempo do que as aeronaves mais pesadas que o ar, conforme explicado em outro artigo deste articulista: Drones e mísseis de cruzeiro – equilibrando o jogo. Apesar disso, foi apenas com os avanços na eletrônica e em outros campos do conhecimento, que permitiram que os drones fossem realmente importantes em combate a partir da Guerra do Vietnã, onde os EUA usaram centenas de drones, principalmente em funções ISRT (inteligência, vigilância, reconhecimento e aquisição de alvos).

Drones foram largamente empregados no Vietnâ
Ao longo dos anos, os drones evoluíram, assumindo outras funções além de IRST. No começo do Século XXI, com a combinação MQ-1 Predator/Hellfire, os UCAV passaram a ser usados com grande frequência, a tal ponto que o Presidente Obama autorizou mais de 500 ataques com drones.

Além dos EUA, Reino Unido, Israel, Paquistão e Turquia já usaram UCAV em ações reais, e vários países adquiriram UCAV destes países ou buscam desenvolver seus próprios UCAV; pelo menos 95 países já fazem uso de drones militares, armados ou não.


VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS DRONES

Missões IRST ainda são a função principal dos drones, por quatro razões principais:

  • Drones tem grande persistência, ou seja, podem permanecer em voo por longas horas sem perder eficiência, ao contrário das aeronaves tripuladas por humanos
  • Drones podem ser enviados para missões em ambientes arriscados demais para humanos
  • Via de regra, os drones apresentam custos menores de aquisição e/ou operação do que aeronaves tripuladas
  • A combinação destes fatores significa que, em muitos casos, pode-se enviar drones para missões em quantidades maiores do que aeronaves tripuladas


Os UCAV aumentam ainda mais o leque de opções, principalmente para lidar com ‘alvos de oportunidade’, ou seja, aqueles que aparecem inesperadamente durante uma missão e que podem não dar oportunidade de um ataque posterior.

Entretanto, apesar dos incríveis avanços dos últimos tempos, os drones ainda enfrentam limitações importantes para seu uso em substituição ás aeronaves tripuladas, ou até mesmo como “caças descartáveis”, apesar do interesse de muitos países nestas capacidades. Listaremos aqui algumas destas áreas e limitações, e os possíveis contrapontos a cada uma. Mais adiante, falaremos de alguns projetos que já estão em fase de desenvolvimento.


TÉCNICAS AVANÇADAS DE PROJETO E CONSTRUÇÃO

O Northrop Grumman RQ-4 Global Hawk é um dos drones mais avançados do mundo, mas também um dos mais caros, cerca de US$ 120 milhões, tão ou mais caro que aeronaves como o F-35 e o F-15EX

É inegável que as tecnologias de engenharia para projetar e construir aeronaves evoluíram consideravelmente, mas ainda é preciso evoluir bastante, especialmente no sentido de se produzir um UCAV que seja realmente descartável, especialmente se forem “stealth” (VLO, muito pouco observáveis), cujas exigências de produção e operação são, notoriamente, muito maiores do que as de aeronaves “convencionais”.

Tecnologias avançadas, como a “impressão 3D” (manufatura aditiva) também podem ajudar bastante a reduzir os custos e os prazos de projeto e construção.


AUTONOMIA TOTAL

O Northrop Grumman X-47B, apesar de avançado o bastante para conduzir automaticamente operações como reabastecimento em voo, ainda depende de operadores humanos para várias funções

Na fala de Musk, seu enfoque maior foi neste ponto - ele acredita que os drones estão muito próximos de serem autônomos, ou seja, operarem mesmo sem interferência humana. Mas a realidade ainda é bem diferente e distante disso.

Ainda hoje, os drones são altamente dependentes de operadores humanos, o que pode ser um grande problema, especialmente em ambientes onde os operadores já estão sobrecarregados (como os pilotos em aeronaves monoposto), ou em que as comunicações forem insuficientes ou falharem, seja por questões técnicas ou por ações inimigas. Tal dependência deve durar ainda vários anos.

Novas tecnologias surgem a todo tempo para lidar com problemas como a largura de banda. Mas outras tecnologias ainda precisam avançar mais para que os drones possam operar com autonomia em situações inesperadas e/ou quando não for possível a intervenção direta de operadores humanos, e os computadores quânticos podem ser essenciais nesta “corrida” pela “Força Aérea Autônoma”.


MOTORES A JATO MAIS BARATOS

O "Okhotnik" é propulsado pelo "caro" Saturn AL-31F que impulsiona os Su-35
Os motores a jato são provavelmente o componente individual mais caro de uma aeronave, chegando em alguns casos a representar 25% do custo total da aeronave.

Para complicar mais ainda, poucos países no mundo são capazes de desenvolver e produzir motores avançados: EUA, Inglaterra e França são os países com as capacidades mais avançadas nesta área. Dificuldades com motores avançados tem atrasado projetos até mesmo de potências como Rússia e China.

Na prática, isto significa que é impossível pensar em drones baratos sem antes pensar em motores baratos, e muitas das técnicas avançadas usadas para a construção das aeronaves em si, também podem ser usadas na produção de motores. Mas, apesar da busca por motores a jato de baixo custo terem pelo menos meio século, e progressos feitos nesta jornada, ainda há muito trabalho até que motores realmente “descartáveis” estejam disponíveis.


SISTEMAS DE MISSÃO MAIS BARATOS

Um dos motivos para os elevados custos do Global Hawk são seus avançados sensores, como os SLAR (radares de varredura lateral), cujos painéis planos são visíveis entre as asas e trem de pouso dianteiro na foto acima

Embora o motor seja o componente individual mais caro da aeronave, o conjunto mais caro é, via de regra, o de sistemas, principalmente os aviônicos. O treinador KAI T-50, por exemplo custa em torno de 20 milhões de dólares, enquanto que sua versão mais avançada FA-50, cuja diferença principal está na suíte de aviônicos, custa em torno de 50% a mais, ou seja, em torno de,30 milhões de dólares! Um radar avançado como o AN/APG-83 SABR pode custar mais de 3 milhões de dólares por unidade, sem contar outros aviônicos e sensores como o pod Sniper ATP custando mais de 1 milhão.

Uma forma de reduzir os custos destes sistemas é a utilização de redes em que vários veículos compartilham informações entre si, como o CEC (Capacidade de Engajamento Cooperativo) da US Navy. Avanços recentes incluem, por exemplo, a possibilidade de artilharia do US Army atacar alvos detectados por um F-35 da USAF, e fazer com que tais avanços possam ser empregados em drones é crucial para reduzir seus custos.


SISTEMA AVANÇADO DE RECUPERAÇÃO DE DRONES
  
Embora alguns drones sejam, por design, descartáveis, outros não são, e a recuperação de tais drones pode ser um problema sério em zonas de conflito. Sistemas que permitem a recuperação de drones por veículos em movimento, compensação de fatores ambientais no uso de paraquedas de recuperação ou até mesmo por aeronaves em voo, são essenciais para reduzir ao máximo os custos de drones.



AVANÇOS NA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (AI)

O ‘cenário Exterminador do Futuro’ é algo que assombra a AI

Embora a AI (inteligência artificial) seja, evidentemente, importante na questão da autonomia dos drones, conforme especificado anteriormente, cuidados estão sendo tomados para evitar que a AI acabe por se tornar um problema, com ‘armas inteligentes’ decidindo tomar ações que possam ser prejudiciais a raça humana.


MENOR CAPACIDADE DE ARMAS
  
Esta talvez seja a principal desvantagem dos drones atuais, e não parece que vai desaparecer tão cedo. Enquanto caças como o F-15 possam levar bombas enormes como as GBU-28 de 5 mil libras (cerca de 2.270 kg), não há informações sobre drones carregando armas mais pesadas que as derivadas da Mk.82 de 500 libras (cerca de 227 kg).

Entretanto, a combinação de maior persistência e menor custo dos drones significa que, em muitos cenários, é possível substituir um caça por vários drones, além de possuir um custo muito menor em caso de perdas, significando a ausência de perda humana ou da necessidade de uma arriscada operação C-SAR.


ALTERNATIVAS A UMA FORÇA AÉREA NÃO TRIPULADA

Embora uma força aérea “100% não tripulada” não seja viável num futuro próximo, conforme apontado anteriormente, outras alternativas são mais viáveis, e inclusive já estão em andamento.

Concepção artística da Boeing mostrando o seu conceito de UCAV Airpower Teaming System, apelidado ‘Loyal Wingman’, voando lado a lado com uma aeronave tripulada Boeing F/A-18 Super Hornet

Uma delas está na forma de programas como o “Skyborg” da USAF, que quer colocar drones com elevado grau de autonomia voando em formação com caças tripulados já em 2023, e o “Gremlin”, que pretende usar aeronaves como o C-130 Hercules como “porta aviões voadores”, lançando drones baratos o suficiente para serem descartáveis, mas autônomos o suficiente para serem recuperados em pleno voo pela “nave mãe” caso sobrevivam à missão.

Uma coisa é quase certa, a próxima geração de caças, a chamada 6ª geração, deve contar com caças “opcionalmente tripulados”, ou seja, capaz de fazer boa parte das missões sem a necessidade de um piloto a bordo, mas também de operar com piloto em situações que o exijam. Junto com programas como o Skyborg, que deve ajudar a USAF a resolver a crônica falta de pilotos, e orçamentos militares que tendem a diminuir, ainda que a vida útil do F-35 ultrapasse o ano 2070.

Aliás, a longa vida útil de sistemas militares é um dos maiores motivos pelos quais as forças armadas atuais não estão com tanta pressa em “aposentar” suas aeronaves atuais, como o venerável B-52, por exemplo, que deve continuar em operação quase 100 anos após entrar em serviço.


UCAV Kratos XQ-58A Valkyrie, programa Skyborg da USAF

CONCLUSÃO
  
Visionário como é, Musk pensou muitos anos à frente, como de costume. A realidade, entretanto, é que os caças tripulados continuarão conosco por muito tempo ainda, mesmo que acompanhados por drones, com estes podendo operar como alas de aeronaves tripuladas.

Além disso, a nova geração de caças já estava em desenvolvimento quando a tecnologia permitiu programas como o Skyborg, o que significa que, talvez, a “7ª geração” seja aquela que, de fato, vá concretizar a visão de futuro apresentada por Musk, mas provavelmente nem estará vivo para testemunhar isso, já que é pouco provável que a 7ª geração voe antes de 2050 ou 2060!



Por Renato Marçal

Revisão do Texto: Angelo Nicolaci


REFERÊNCIAS

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domingo, 14 de junho de 2020

O primeiro esquadrão operacional de F-35B pousa no HMS "Queen Elizabeth"

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No último dia 9 de junho, o convoo do HMS Queen Elizabeth foi tomado pelo rugido dos caças F-35B Lightning II do famoso esquadrão Dambusters, que pousaram pela primeira vez no navio-aeródromo (NAe) britânico pela primeira vez.

O Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) composto por pilotos, engenheiros e equipe de apoio à missão do 617 Squadron, o esquadrão de ataque operacional do Reino Unido, embarcaram durante uma parada rápida em Portsmouth, onde também recebeu suprimentos antes que as aeronaves aterrissassem a bordo do NAe na tarde daquela terça-feira (9).

O pouso dos F-35B, marca a primeira vez que o 617 Squadron, o famoso Dambusters, se junta ao DAE do HMS “Queen Elizabeth”, enquanto o Reino Unido se prepara para implantar o esquadrão dotado com a próxima geração de aeronaves de combate a operar a partir do mar.


Os F-35B que pousaram a bordo do HMS “Queen Elizabeth”, serão as mesmas aeronaves que irão compor o DAE no próximo ano quando o navio atuará pela primeira como parte do Global Carrier Strike Group 21.

O comte Mark Sparrow, comandante do 617 Squadron, disse: “Estamos empolgados por estar a bordo do navio-aeródromo e temos treinado duro para estar aqui.

É a primeira vez que o esquadrão operacional do navio embarca e trabalha em conjunto.

O F-35 traz capacidade de próxima geração para a Defesa do Reino Unido por sua capacidade de encontrar, destruir ou evitar as defesas aéreas e as aeronaves inimigas enquanto coleta dados de inteligência".

O comandante Ed Phillips, comandante de operações aéreas a bordo do HMS Queen Elizabeth, equivalente ao que denominamos CHEAVI na Marinha do Brasil. Conhecido como 'wings', o Comte Phillips é responsável pelas operações de voo no NAe britânico.

Ele disse: “Hoje é um dia significativo para o HMS Queen Elizabeth no caminho para atuar como componente de uma Task Force na Marinha Real.

Estamos no centro de uma capacidade mundial ímpar para o Reino Unido e em breve teremos em nossos decks dois esquadrões de F-35 do Reino Unido e dos EUA, além da proteção de um grupo de ataque composto por destroieres, fragatas e navios de apoio."

O HMS Queen Elizabeth agora entrará em um período intenso de voo, tendo completado com sucesso quatro semanas de treinamento básico no mar.

O objetivo é demonstrar que as aeronaves são capazes de defender com sucesso o porta-aviões, realizando patrulhas aéreas de combate, lançando-se do navio para realizar missões de ataque contra um alvo e estando prontos para decolar em pouco tempo.

Após o período inicial de qualificação, o 617 Squadron testará sua capacidade de trabalhar em conjunto com os helicópteros Merlin que compõe também o DAE do HMS Queen Elizabeth, os quais são parte do 820 Naval Air Squadron, realizando várias missões de treinamento complexas.

Tudo isso está sendo preparado para o segundo embarque no final do ano, quando se juntará ao Nae e seu grupo tarefa (GT) para um grande exercício de treinamento multinacional com parceiros europeus, EUA e outros membros da OTAN.

A Royal Navy está se transformando em uma força centrada na capacidade de ataques e interdições aéreas, apoiando os navios enquanto eles realizam missões de ataque, reforçam zonas de exclusão aérea, empregam o Royal Marine Commandos, fornecem ajuda humanitária e estabelecem parcerias internacionais com seus aliados.

Após essa primeira fase de testes e qualificações, o HMS Queen Elizabeth tem previsto o retorno à Portsmouth no final deste mês, encerrando mais uma fase que antecede sua implantação operacional.



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com Royal Navy
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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Portugal enviou seu último Linx para modernização

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A Marinha Portuguesa informou no dia 4 de Junho, que o quinto e último helicóptero Lynx Mk.95 (n/c 19203) da sua Esquadrilha seguiu para passar pelo programa de modernização, juntando-se assim aos quatro exemplares restantes, que se encontram em diferentes fases do processo de modernização, serviço que vem sendo realizado nas instalações da Leonardo em Yeovil, Reino Unido.

O primeiro Lynx Mk.95 a ser submetido aos trabalhos de modernização (n/c 19204) sendo elevado ao padrão Mk.95A realizou já o primeiro voo em 14 de Fevereiro deste ano, estando sua entrega à Marinha prevista até ao final deste semestre.

Último Linx português seguindo para as instalações da Leonardo em Yeovil

O programa de modernização visa a atualização destas aeronaves, de forma a manter uma capacidade que confira um maior espectro operacional à Marinha, cumprindo ao mesmo tempo os requisitos de desempenho e interoperabilidade no “Céu Único Europeu”. Além de receber uma nova aviônica
, sistemas de comunicações e de navegaçãoos trabalhos de modernização incluem substituição dos motores, adotando uma nova motorização com duas turbinas LHTEC CTS800-4N, sistema de amortecimento de vibrações do rotor principal e um novo guincho de salvamento.



Esta reportagem é fruto da parceria entre o GBN Defense e o site luzitano Pássaro de Ferro, uma contribuição de nosso grande amigo, fotojornalista Paulo Mata, que baseado na Europa, acompanha de perto tudo que acontece no velho continente.

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Comandantes da Royal Navy e da RAF se impressionam com F-35B

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O Comandante da Marinha Real visitou a Lightning Force pela primeira vez desde a nomeação de um novo comandante para o esquadrão de F-35B.
A primeira visita do almirante Tony Radakin ao Centro de Treinamento Integrado, ocorreu após o comandante Mark Sparrow se tornar o primeiro oficial da Marinha Real a comandar o histórico 617 Squadron, o primeiro dos dois esquadrões que irão operar com F-35B.
O almirante Radakin se juntou ao chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Mike Wigston, enquanto visitava a base de Norfolk e conheceu o pessoal da Royal Navy (RN) e da Royal Air Force (RAF) que compõem a Lightning Force.
Os dois Comandantes em Chefe visitaram o Centro de Treinamento Integrado para conhecer onde os pilotos estão sendo treinados para pilotar os modernos F-35B Lightning II, uma estrutura que conta com Simuladores de Missão completos e também são preparados os técnicos que serão responsáveis pela manutenção da aeronave.
Depois disso, eles se visitaram o 207 Squadron, onde é dada continuidade no treinamento, com os pilotos pilotando pela primeira vez a aeronave. Eles também foram informados sobre como 207 Squadron têm apoiado o 617 Squadron na preparação para sua implantação no HMS Queen Elizabeth.
O almirante Radakin disse: “Foi um prazer e um privilégio ser convidado a ingressar no CAS durante o dia na RAF Marham. Lightning é uma aeronave de quinta geração verdadeiramente inovadora que transformará nossas habilidades no ar. 
Antes de completar o estágio de preparo operacional em 2021, os dois navios aeródromos da classe Queen Elizabeth (HMS Queen Elizabeth  e HMS  Prince of Wales), os F-35 e suas unidades de apoio serão rigorosamente testados em cenários realistas de combate.
“O mais importante é a maneira como a RN e a RAF têm trabalhado em conjunto, juntamente com a indústria e nossos parceiros internacionais, para conseguir isso."
“É uma honra enorme que a RAF tenha dado o comando do 617 Squadron a um aviador da Marinha Real e realmente sustenta a visão que estamos completamente integrados nesse empreendimento conjunto. É a Lightning Force, entregando efetivamente em nome da Defesa e do Reino Unido ”, acrescentou o ADML Radakin. 
O Comandante Mark Sparrow, que assumiu o comando dos "Dambusters", completou as declarações do Almirante Radakin, dizendo: “Estou muito satisfeito por comandar o 617 Squadron, e extremamente orgulhoso de ser o primeiro oficial da Marinha Real a ser selecionado para a ocupar o posto em sua ilustre história.
“Nos próximos dois anos, a poderosa combinação do Lightning e as navios aeródromos da classe Queen Elizabeth, se tornará operacional. Estou ansioso para desempenharmos um papel fundamental na geração das capacidades da Lightning Force e do Carrier Strike Group ”, disse o Comte Mark Sparrow. 
O trabalho continua no HMS Prince of Wales em Rosyth; O HMS Queen Elizabeth está passando por provas de mar, o vasto convoo e seu hangar podem acomodar qualquer helicóptero do inventário da Grã-Bretanha.
A partir de 2020, no entanto, o foco das equipes da Royal Navy e da RAF será entregar o F-35B Lightning II, o caça-bombardeiro furtivo mais avançado do mundo em condições plenas de emprego. 
Ambos os navios foram construídos em numerosos estaleiros em um dos programas de construção naval mais exigentes e revolucionários já realizados no Reino Unido, com as peças sendo encaixadas em uma doca seca especialmente construída em Rosyth, para criar dois gigantes que deslocam 65.000 toneladas.

GBN Defense - A informação começa aqui
com informações da Royal Navy e mídias locais
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domingo, 7 de junho de 2020

"Operação Ópera" - O ousado ataque israelense à usina nuclear iraquiana

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Há exatos 39 anos, Israel lançara o mais ousado e impensável ataque contra as instalações nucleares do Iraque de Saddam Hussein, e você vai conhecer um pouco sobre esta incrível operação executada no dia 7 de junho de 1981, contra a usina nuclear de Osirak, sepultando os sonhos de Saddam em obter sua arma nuclear, conhecida como “Operação Ópera”.

A “Operação Opera”, também conhecida pelo seu codinome “Babilônia”, envolvendo um grande esforço de planejamento, e o alto nível de secretismo que envolvia a operação, representava o divisor entre o sucesso e o fracasso daquela missão.

Antes de falar do ataque, é preciso entender o cenário que levou Israel a optar por esta solução contra uma potencial ameaça à sua integridade. Algo que Israel assimilou após os confrontos contra seus vizinhos nos anos 60 e 70, era que a melhor defesa era o ataque preventivo, neutralizando as ameaças antes que as mesmas se tornassem efetivas.

Tudo começou em 1976, quando Saddam Hussein assinou um acordo de cooperação nuclear com a França, o que incluía a construção de um reator nuclear classe Osíris, alegadamente para fins pacíficos, e esse acordo envolveria a venda de urânio enriquecido ao governo de Bagdá, declarado inimigo de Israel.

Diante do cenário complexo, Israel ainda tentou dissuadir a França à cancelar o programa de cooperação nuclear, mas o mesmo não teve efeito. E a opção de lançar um ataque ao reator foi colocada na mesa como uma opção em 1979. Era consenso no alto comando israelense que uma ação deveria ser realizada antes que o reator entrasse de fato em operação, eliminando os riscos de gerar uma catástrofe nuclear, a qual poderia liberar uma onda de radiação que poderia se espalhar por uma grande área, afetando milhares de pessoas e podendo atingir outros Estados, o que poderia desencadear uma retaliação conjunta contra Israel, isso sem contar a imagem negativa que a ação teria mundialmente.

Segundo dados de inteligência coletados pelo Mossad, o reator deveria estar pronto para operação entre julho e setembro de 1981. Israel se valeu de diversos meios não convencionais para lidar com a situação, e há indícios que a morte do físico egípcio Yehia El-Mashad, responsável pelo programa iraquiano, encontrado morto a pauladas em Paris em junho de 1980 tenha haver com uma ação do Mossad. Além da morte do físico egípcio, outros fatos estranhos envolvendo empresas ligadas ao programa iraquiano ocorreram, como as explosões que danificaram as instalações de empresas italianas e francesas suspeitas de participação no programa. Tais ações não obtiveram sucesso, a última alternativa antes de optar pelo ataque era uma mudança do governo francês, porém, ao assumir a presidência, em 1981, François Mitterrand jogou uma pá de cal nas esperanças de uma solução política para o impasse, anunciando que novas transferências de tecnologia nuclear não seriam realizadas, mas que os contratos em curso seriam respeitados. Não havia outra saída à Israel senão atacar a Usina de Osirak.

O ataque surpresa que teve seu planejamento iniciado quase um ano antes de ser executado com grande precisão, colocou tal ação na história como um dos mais ousados e eficazes ataques aéreos já lançados, marcando o bem-sucedido emprego de uma das melhores e mais vendida aeronave projetada no final dos anos 70, o General Dynamics F-16A Fighting Falcon, sendo considerado seu batismo de fogo, apesar de ter abatido com seu canhão um helicóptero Mil Mi-8 sírio dois meses antes do ataque à Osirak.

O bombardeio cirúrgico surpreendeu o mundo, mostrando a perícia e grande capacidade da Hel HaAvir, a Força Aérea de Israel, e seus recém incorporados F-16A, batizados “Netz” por Israel (Falcão em hebraico). Mostrando que não havia objetivo que Israel não pudesse atacar, nem mesmo dentro do fortemente protegido território iraquiano.

Os Desafios da Hel HaAvir

A operação apresentava uma série de desafios que fariam o mais sensato estrategista repensar muitas vezes seus planos, a começar pela grande distância que envolvia o "raid" israelense, eram mais de 2.000 km entre o ponto de partida e retorno à Usina de Osirak, o que envolvia ainda ter de sobrevoar território de nações hostis, como Jordânia e Arábia Saudita, sem mensurar as modernas defesas aéreas do Iraque no início dos anos 80, era a típica missão suicida.


Além do desafiador trajeto até o bem defendido espaço aéreo iraquiano, que contava com aeronaves modernas como os MiG-23, Osirak era muito bem defendida, como não poderia deixar de ser, contando com uma defesa aérea em camadas, capaz de neutralizar alvos voando a baixas altitudes, bem como aeronaves voando aos 40 mil pés de altitude. A defesa de Osirak era composta por baterias antiaéreas quádruplas ZSU-23-4 Shilka de 23 mm, duas baterias compostas pelo sistema ZSU-57-2 Obyekt 500 de 57 mm e cinco SAM SA-6 com 60 mísseis. Não havia espaço para falhas, qualquer erro poderia resultar no fracasso da missão e na perda não só de suas aeronaves, como também na perda de experientes pilotos de combate.

Os estrategistas da Hel HaAvir receberam muitos dados de inteligência coletados pelo Mossad, sem os quais não teria sido possível lançar tal ataque. A definição do pacote de ataque não foi algo simples, houve um criterioso estudo antes de se definir os recém adquiridos F-16A “Netz” como componente da força de ataque.

A Hel HaAvir possuía ao seu dispor um inventário que dispunha de diversas aeronaves, as quais possuíam distintas capacidades e qualidades que poderiam ser o fiel da balança naquela importante missão. Dentre as cartas que dispunha em suas mãos, Israel contava com uma vasta frota de caças-bombardeiros subsônicos McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, além de sua variante localmente desenvolvida do Mirage III, o “Kfir”, ainda no leque de opções figuravam o famoso McDonnell Douglas F-4E Phanton II e o poderoso F-15 Eagle do mesmo fabricante.

Analisando as opções disponíveis e o perfil da missão a ser executada, logo foram descartados o emprego dos “Skyhawk” e “Kfir”, que apesar de boas características para realizar missões de ataque ao solo, possuíam uma “perna muito curta”, sem considerar também algumas limitações em seus aviônicos e sistemas de missão, o que os tornaria um alvo potencial as defesas inimigas.

A dupla da McDonnell Douglas composta pelo F-15 Eagle e o F-4E Phanton II, também apresentavam lacunas com relação as capacidades exigidas para aquela missão em específico. Tendo contra o F-4E Phanton II o seu alto consumo de combustível, somado ao fato de possuir uma tripulação composta por dois pilotos, o que iria representar o risco de perder não apenas um de seus experientes homens, mas sim dois, um custo considerado muito alto, levando em conta que, caso uma destas aeronaves fosse abatida sobre território hostil, uma missão de resgate seria algo muito arriscado e as chances de sucesso seriam muito remotas. Sendo assim, apesar de ser uma aeronave que havia recebido um extenso pacote de modernização, o qual conferiu capacidade de empregar bombas inteligentes, e possuía um moderno sistema de EW e aviônica moderna, o “Phanton II” foi retirado do leque de opções.

O F-15 Eagle no início dos anos 80, era apontado como caça mais moderno do mundo. Capaz de conferir superioridade aérea, o “Eagle” também contava com significativa capacidade realizar missões de ataque ao solo, equipado com radar doppler Raytheon AN/APG-63, o qual não sofria interferência do solo em voos ultrabaixos. Mas os “Eagles” de Israel não contavam com tanques suplementares de combustível, os quais não foram vendidos à Israel, o que seria um fator limitante, somado ao consumo de combustível no perfil de voo que seria realizado naquela missão. Foi então que despontou como opção o F-16A “Netz”.

O F-16A “Netz” se mostrava uma boa alternativa, apesar de nunca ter sido empregado até então numa missão daquela envergadura, e sendo monomotor, o “Netz” tinha a seu favor a reduzida assinatura radar (RCS), a moderna aviônica, capacidade de bombardeio com precisão, empregando variados tipos de bombas, desde as convencionais (burras), até bombas inteligentes, sendo muito manobrável e ágil, apresentando um baixo consumo em relação as demais opções, sendo a opção adotada pela Hel HaAvir.

O “Netz” curiosamente foi fruto de uma compra de oportunidade, originalmente encomendados pelo Irã antes da revolução que colocou os Aiatolás no poder, o que resultou numa abrupta mudança nas relações entre os EUA e o Irã. Assim, os F-16A deixaram de ser entregues ao Irã, representando 75 aeronaves do tipo produzidas e que se encontravam prontas e paradas a espera de um novo comprador.

As aeronaves já haviam sido pintadas no esquema de deserto, quando durante uma visita do então comandante da Hel HaAvir, David Ivri, a Base Aérea de Edwards, os mesmos foram oferecidos à Israel, grande aliado de Washington na região.  O F-16A impressionava por suas qualidades e capacidades de combate, e Israel não perdeu a oportunidade de reforçar suas capacidades com a moderna aeronave, como resultado da negociação, em julho de 1980 chegavam os “Netz” à Israel, compondo três esquadrões.

Outro fato muito curioso, é que, apesar de contar em seu inventário com bombas inteligentes, para o ataque a usina de Osirak foi escolhido o emprego de bombas de queda livre Mk 84 de 2.039 lb, tendo sido justificado seu uso como precaução, pois ainda estavam começando a empregar as novas bombas, e ainda não possuíam confiança suficiente para determinar seu uso naquela missão, mesmo com “Netz” tendo ampla capacidade de empregar tais armas. Uma das alegações que justificam tal opção, é que os pilotos estavam acostumados a empregar a Mk.84, somando a este fator a aviônica avançada do F-16A, capaz de lançar com precisão bombas convencionais, pois seu computador de missão era capaz de realizar em fração de segundos os cálculos para liberar com precisão quase cirúrgica sua carga mortal.

Para missão foi estabelecido que o pacote de ataque seria composto por oito F-16A “Netz”, cada qual dotado de duas bombas Mk.84, o que representava 16 bombas disponíveis para o ataque, o dobro do previsto para que a missão fosse cumprida. Os “Netz” não estariam sozinhos, receberiam cobertura dos F-15 “Eagle”, que se encarregariam de escoltar o elemento de ataque e eliminar qualquer oposição aérea que hipoteticamente surgisse.


O Treinamento

Em outubro de 1980, quando Israel optou pelo ataque à Usina de Osirak, Hel HaAvir já havia definido o perfil do ataque e os meios que seriam empregados na ação. Os “Netz” e suas tripulações foram mobilizados afim de ser preparados para executar a missão.

Todo processo de preparação da missão era mantido em completo sigilo, Israel chegou a construir em escala reduzida a Usina de Osirak para melhor preparar seus pilotos. Diversos estudos foram realizados afim de determinar o melhor perfil de lançamento das bombas. Segundo tais estudos, o ataque deveria ser lançado em voo rasante, conforme já determinado, porém, a liberação das bombas Mk-84 seria realizada em ângulos entre 30 e 40 graus, para que o impacto tivesse melhor resultado contra a estrutura da cúpula do reator, com as espoletas programadas para detonar após a passagem da última aeronave, evitando assim que destroços atingissem uma das aeronaves, levando em consideração o perfil de voo extremamente baixo no ataque.

Hora de fazer história

Era domingo, 7 de junho de 1981, após os últimos preparativos era dada partida nos motores dos F-16 baseados em Etzion. Após a ignição das turbinas e o acerto nos sistemas de navegação, houve um novo abastecimento com motores ligados para complementar os cerca de 140 litros de combustível gastos em solo, só então às 15h55 os “Netz” decolavam rumo à Osirak, decolando com 1.100 kg acima de seu peso máximo de decolagem!

Armados com duas bombas Mk.84 sob suas asas, o “Netz” recebeu ainda um par de AIM-9 Sidewinder para sua defesa nos trilhos na ponta de suas asas. Além de sua reserva interna, as aeronaves receberam um tanque suplementar de 370 galões sob cada asa e no pilone ventral levavam mais um tanque de 300 galões, somando 1.040 galões de combustível extra!

Sob condições normais, o F-16A necessitava de apenas 600 metros para decolar, mas devido ao peso extra que o “Netz” levava nesta missão, os mesmos necessitaram percorrer os 1.700 metros de extensão da pista de Etzion para alçar voo.

Após decolar, o pacote de ataque foi dividido em dois elementos, distanciados cerca de 4km e lateralmente 600m, a escolta era feita por seis F-15 “Eagle”, os quais voavam em três pares, um par cobrindo cada flanco e o terceiro par na retaguarda. A tripulação dos “Eagle” estavam atentas aos seus radares, pois a qualquer momento poderia surgir uma ameaça, e esta teria de ser prontamente neutralizada.

Dentre as hipotéticas ameaças aéreas, figuravam além dos MIG-23, os temíveis F-15 sauditas. Para encobrir tal operação, a Hel HaAvir mobilizou vários meios aéreos, monitorando as comunicações com um de seus 707 AEW&C e um Northrop Grumman Hawkeye E-2C, além destas, Israel mobilizou um KC-130 para manter um par de seus helicópteros Sikorsky CH-53 em alerta para necessidade de lançar uma missão de resgate caso uma de suas aeronaves fossem abatidas.

Afim de distrair as defesas sauditas, um F-15B fora empregado como piquete radar, atraindo a atenção das defesas sauditas para outro setor, o que foi realizado com sucesso, com pacote de ataque passando pelo território saudita sem ser detectado.


O plano de ataque foi traçado levando em consideração as elevações do terreno, uma forma de evitar que fossem detectados pelos radares jordanianos e sauditas. Os israelenses consideraram muitos fatores e situações que poderia ocorrer durante a missão, o que levou a estabelecer uma série de protocolos que deveriam ser seguidos a risca no caso de uma contingência ocorrer, dentre estas hipóteses, foi considerada a possibilidade de uma falha nos motores, assim, os pilotos envolvidos na operação tinham como opção para não comprometer o pacote de ataque e toda operação, realizar uma subida brusca até 150 metros para realizar a ejeção de forma segura. Isso diminuiria a chance de perda do elemento surpresa, uma vez que se a aeronave em pane fosse captada neste momento pelos radares antes de cair, a mesma iria aparecer apenas uma vez nas telas e consequentemente seria interpretado apenas como um eco.

O silêncio de rádio era completo. O grupo se reagrupou pouco antes de entrar em território saudita, seguindo a 90 metros do solo até o Golfo de Ácaba. O trajeto incluiu voar por 40 quilômetros de desfiladeiros, realizando uma grande perícia dos pilotos, um perigoso trajeto de aproximadamente sete minutos até chegarem ao deserto. Neste momento a grande ameaça eram os F-15 “Eagle” sauditas baseados em Tabuk.

Ao cruzar a fronteira do Iraque, o coronel Ze’ev Raz emitiu o código: “Zebra”. O grupo de ataque passava pelas referências até seu objetivo, os “Netz” que até então voavam em baixa velocidade afim de economizar combustível, deram potência em suas manetes e elevaram sua velocidade rumo ao alvo, seus radares foram acionados e os “Netz” agora se agrupavam em quatro elementos.

Os F-15 que escoltavam o grupo de ataque acionam seus pós-combustores, e mudam seu perfil de voo, ascendendo para 6.600 metros passando a adotar um perfil de voo CAP (Combat Air Patrol – Patrulha Aérea de Combate), passando a acompanhar as atividades nas bases aéreas iraquianas.

Os “Netz” estão prontos para o ataque, voando aproximadamente 20km do alvo, às 18h35 avistam o domo de concreto da Usina de Osirak, é chegada a hora da verdade, os pilotos em seus F-16 acionam os pós-combustores, e iniciam uma subida vertiginosa até alcançar os 2.100m. Agora a potência é reduziu no manete, e o “Netz” mergulha com ângulo de 35 graus a cerca de 1.100km/h, o domo do reator de Osirak está travado na mira. Chegando a cerca de 1.100m de altitude o ataque é realizado com lançamento de suas bombas Mk.84, o intervalo é de cinco segundos entre cada bomba.

O tempo de resposta da defesa aérea foi muito grande, e apenas alguns disparos foram feitos durante a passagem do último elemento, o ataque pegou os iraquianos desprevenidos e não houve tempo para reação, os temíveis SAM SA-6 não tiveram como reagir, muito menos os MiG-23 de receber o alerta em tempo hábil para decolar e interceptar a força atacante.

O ataque preciso levou menos de dois minutos para pôr fim aos planos de Saddam Hussein. Foram despejadas dezesseis bombas, das quais, oito atingiram com sucesso a cúpula do reator, as demais atingiram o pátio e instalações próximas.


A após o bem-sucedido ataque, todas aeronaves retornaram inteiras para “casa”, ao chegar a Base Aérea de Etzion, os pilotos foram recebidos com muita comemoração pelo sucesso da ousada missão. Os “Netz” pousaram com muito pouco combustível, e entraram para história com uma das mais ousadas missões de ataque já realizadas. Após a “Operação Ópera”, nunca mais o Iraque retomou seus esforços nucleares.

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).

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