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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Europa perante o conflito no Mali

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Paris insiste em que a intervenção militar no Mali tem um objetivo claro e uma data-limite. No entanto, sobre o objetivo quase nada tem sido dito; sobre a data-limite tem sido referido o mês de março para o início da retirada.
O objetivo, em qualquer caso, será sempre limitado. A França, sensatamente, nunca falou em derrotar a AQIM, o ramo da al Qaeda no Magreb. Pode deduzir-se, quando muito, que terá os dois seguintes objetivos principais: 1.Tentar repor a situação anterior à declaração de independência do nordeste do Mali, em março de 2012, e subsequente aliança do movimento independentista dos tuaregues (“National Movement for the Liberation of Azawad”) com três movimentos islamitas que operam na região; 2. Evitar que o conflito interno se expanda para países vizinhos onde tem interesses relevantes (Níger, com fornecedor de três quartos do urânio que consome em centrais nucleares e Mauritânia, onde tem concessões de exploração de ouro).
Se for possível quebrar os laços que os dois movimentos criaram, processo que começou a desenvolver logo após à intervenção francesa, talvez haja espaço para o Presidente do Mali negociar um entendimento com os tuaregues que ponha, finalmente, fim à sua tradicional rebeldia contra a liderança do sul e permita criar um ambiente minimamente aceitável para a realização de eleições previstas para julho (Presidenciais a sete e legislativas a 21). Negociar com os islamitas é hipótese que o Presidente claramente rejeitou.
Não obstante o notável sucesso inicial da intervenção francesa, a situação não está segura. Os centros populacionais sob controle dos rebeldes foram libertados mas estes, entretanto, já demonstraram que são capazes de voltar a qualquer momento, não exatamente para se reinstalarem mas para criar caos e insegurança. Só não tiveram sucesso na tentativa de 10 de fevereiro para voltar a Gao infiltrarem-se entre a população apenas porque os franceses estavam por perto, com meios aéreos e blindados para os desalojar.
Falta talvez o mais difícil, que será expandir as operações para a zona nordeste do Mali, nomeadamente a região montanhosa de Tigharghar, onde os jihadistas prepararam o terreno para a sua defesa e dão sinais de ter optado por entrar numa guerra de guerrilha combinada com ataques suicidas em zonas populacionais ou instalações militares do Exército do Mali. A cinco de fevereiro as tropas do Chade sofreram uma primeira emboscada, em que morreram 24 soldados, e a oito de fevereiro, junto de um posto de controle militar, ocorreu o primeiro ataque suicida.
Estava previsto. Só não se sabe como esta situação evoluirá porque tudo vai depender, em parte importante, da capacidade dos vizinhos “selarem” as suas fronteiras com Mali e não permitirem “santuários” no seu território. Se este requisito não for garantido, pouco provável que seja dada a natureza muito porosa das fronteiras africanas agravarse o risco de o conflito inflamar toda a região, transformando o atual problema local num problema regional, que, mais tarde ou mais cedo, afetará a Europa. O próximo alvo mais provável será o Níger, um País que vive numa situação muito precária de estabilidade, que é também produtor de petróleo e onde, além da França, a China tem também interesses.
A partir da retirada francesa as interrogações crescerão. A prontidão e treino das forças africanas e sobretudo a sua determinação em resolver o problema poderão variar significativamente. Regra geral, as suas capacidades operacionais estão marcadas por défictes gritantes de meios que a ECOWAS, organização regional em que se inserem, nunca conseguiu resolver. Aliás, a sua disponibilidade está dependente de ajuda financeira já solicitada ao Ocidente (um bilhão de dólares). Nem todas têm as qualificações das tropas do Chade, que são as mais treinadas para operar no deserto e têm experiência de colaborar com o Exército francês, sendo seu principal apoio direto.
Desconhecem-se os moldes em que se processará a retirada francesa, nomeadamente se será total ou apenas parcial. Não se estranharia, pelas razões atrás apontadas, que fossem deixados meios aéreos para apoio tático das operações terrestres que se espera que continuem com as forças africanas entretanto deslocadas para o terreno. Algum apoio irá com certeza permanecer no terreno, quer seja no próprio Mali, quer seja em Países vizinhos. Também não se sabe até que ponto a França poderá contar com a solidariedade dos seus parceiros europeus e dos EUA. Falta a Paris a capacidade, que geralmente Washington tem demonstrado ter, para captar apoios em situações semelhantes. Não será preciso explicar porquê.
Entre os europeus, é o Reino Unido o que tem mostrado mais disponibilidade e empenho na solução da crise, quer em ofertas de apoio à intervenção francesa, quer em contatos regionais, nomeadamente com a Argélia, tendo a imprensa referido a realização de um acordo de segurança fronteiriça, na sequência da visita do primeiro-ministro Cameron a Argel, no passado dia 30 de janeiro. O que farão os EUA está condicionado pela atual prioridade dada à política interna e, certamente, ligado à nova estratégia de “liderar de trás” (“leading from behind”). Realisticamente, quando muito, não será de esperar mais do que a sua aposta no recurso a operações “covert”, com o recurso de “UAVs”, como tem sido habitual com a administração Obama, portanto, sempre longe da possibilidade de envolvimento nas chamadas “endless wars” de que o Presidente tenta precisamente afastar-se. Mas mesmo no campo de apoio com “UAVs” falta resolver a questão de uma base próxima da região, pois a mais próxima está a mais de 3 mil quilómetros (Djibouti).
Perante estas circunstâncias e, em especial, a possibilidade forte de o conflito se alargar a todo o Saarah, não deveria a União Europeia rever desde já o previsto empenho na solução desta crise?
 
Fonte: JDRI
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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Cameron anuncia medidas após quarto dia de distúrbios na Inglaterra

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Novos distúrbios foram registrados nesta terça-feira pelo quarto dia consecutivo no Reino Unido, onde o primeiro-ministro David Cameron, que retornou a Londres, anunciou um grande reforço da polícia para reprimir as desordens, que causaram a morte de uma pessoa e deixaram 685 detidos.

Manchester, no noroeste da Inglaterra, era a cidade mais afetada pela violência.

O assistente do chefe de polícia de Manchester, Garry Shewan, revelou que os distúrbios e saques foram de uma "violência e criminalidade sem sentido" e os piores atos de violência na cidade em 30 anos.

"Tratam-se de criminosos comuns que agiram com selvageria esta noite (...) sem nada contra o que protestar", disse Shewan.

"Temos grande quantidade de imagens de circuito interno de TV de toda atividade ocorrida esta noite. Deixamos absolutamente claro que amanhã, o mais cedo possível, começaremos a fazer detenções".

Até o início da madrugada de quarta-feira a polícia já havia detido mais de 50 pessoas em Manchester.

Centenas de jovens lançaram pedras contra vários veículos policiais antes de serem dispersados, e várias lojas foram incendiadas em Manchester, que até agora não tinha sido afetada pelos distúrbios.

"Algumas lojas foram atacadas por grupos de jovens que se uniram e parecem determinados a provocar desordens", explicou o chefe da polícia de Manchester, Terry Sweeney.

Novos incidentes também eclodiram no final da tarde desta terça-feira em Birmingham, segunda maior cidade do país, situada no centro da Inglaterra.

Em West Bromwich, cidade próxima a Birmingham, cerca de 200 pessoas, posicionadas atrás de barricadas, lançaram objetos contra as forças de segurança, incendiaram veículos e saquearam lojas, segundo a polícia e a BBC.

Em Wolverhampton, nas imediações de Birmingham, algumas lojas também foram saqueadas, segundo a polícia.

Birmingham foi na segunda-feira à noite palco de saques e até uma delegacia de polícia foi incendiada. Mais de 130 pessoas foram detidas por estes incidentes.

Em Nottingham (centro), uma delegacia foi incendiada nesta terça após ser atacada com coqueteis molotov e "ao menos oito pessoas foram detidas".

Depois do início dos distúrbios, no sábado à noite no norte de Londres, os vândalos tomaram a polícia como alvo e 111 agentes ficaram feridos desde então.

E tensão em Londres é palpável: os comerciantes fecharam as portas de suas lojas à tarde, principalmente no bairro de Camden, onde a polícia realizava patrulhas para evitar novos distúrbios.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que encurtou suas férias, convocou o Parlamento e decidiu reforçar o efetivo policial em Londres, que passou de seis para 16 mil agentes, após três noites de violência e saques em várias cidades que já deixaram uma pessoa morta.

Um homem de 26 anos, baleado durante os incidentes registrados em Londres na noite de segunda, morreu devido à gravidade das lesões, informou a polícia.

Após uma reunião de urgência em Downing Street, Cameron também anunciou uma sessão extraordinária no Parlamento na próxima quinta-feira.

"O presidente da Câmara dos Comuns está de acordo com que o Parlamento organize uma sessão para que possamos conversar a respeito da situação. Condenamos esta onda de crimes e estamos determinados a reconstruir essas comunidades", afirmou o primeiro-ministro britânico.

Cameron condenou as "terríveis cenas que a população viu nas ruas e na televisão, como saques, atos de vandalismo e roubos".

"Não há dúvidas de que faremos tudo que for necessário para restaurar a ordem nas ruas", garantiu Cameron, em um breve discurso aos jornalistas.

"Se eles são suficientemente adultos para cometerem esses crimes, também são para enfrentar o castigo", advertiu Cameron, se referindo aos autores dos atos de vandalismo.

"Eles sentirão todo o peso da lei", acrescentou.

Cameron também informou que o governo reforçará na noite desta terça-feira o efetivo da polícia londrina, que passará de seis para 16 mil agentes, com a chegada de mais 10.000.

Desde o início dos distúrbios, no sábado à noite no bairro de Tottenham, norte de Londres, 650 pessoas foram detidas por seu suposto envolvimento em atos de vandalismo.

Os distúrbios tiveram início na noite de sábado em Tottenham, um bairro desfavorecido e multiétnico do norte de Londres, após uma manifestação que pedia por justiça na investigação da morte de Mark Duggan, um rapaz de 29 anos morto a tiros em circunstâncias não esclarecidas.

Segundo um relatório da comissão independente encarregada da investigação divulgado nesta terça-feira, no momento "não há provas" de que Duggan tenha atirado contra os agentes antes de ser morto.

Cameron foi nesta terça-feira à tarde para a região mais afetada pelos tumultos.

Os distúrbios, que sacodem a capital desde sábado passado, estenderam-se para outros bairros de Londres e para outras cidades, como Bristol (sudoeste), Liverpool (noroeste), Birmingham (centro) e Manchester (noroeste).

As forças de segurança, que tiveram a atuação criticada, se mostram impotentes ante aos violentos atos, os piores vividos pela capital nos últimos 20 anos.

"Não temos mais equipes para mandar ao local dos confrontos, apesar das férias dos agentes terem sido suspensas", reconheceu Paul Deller, um agente de Londres.

"Os vândalos assumem o controle, a polícia abandona as ruas" intitulou o jornal The Times, com uma impressionante foto de uma mulher que se jogou de um edifício em chamas.

O governo britânico descartou até o momento que vá recorrer ao Exército para pôr fim aos distúrbios.

Fonte: AFP

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terça-feira, 14 de junho de 2011

Silvio Berlusconi sofre séria derrota em referendo na Itália

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Em referendo de dois dias proposto pela oposição, maioria dos italianos se pronunciou contra o retorno à energia nuclear e contra a imunidade para o premiê italiano, Silvio Berlusconi.

A participação de pelo menos 50% dos eleitores era condição para que o resultado do referendo de dois dias, realizado no domingo e nesta segunda-feira (13/06) na Itália, fosse juridicamente vinculativos.

Apurados mais de 80% dos votos, o referendo contou com a participação de cerca de 57% dos 47 milhões de italianos aptos a votar e de outros 3 milhões que vivem no exterior. Esta foi a primeira vez em 16 anos que um referendo popular alcançou o quórum necessário na Itália.

Segundo dados preliminares divulgados pelo jornal La Repubblica, mais de 90% dos italianos que votaram no referendo se posicionaram contra os planos de Berlusconi de construir novas centrais nucleares no país, contra a privatização da água e contra a lei do "impedimento legal", que dispensa Berlusconi e membros de seu governo de comparecerem perante a Justiça.

Rejeição ao governo

Após a derrota nas eleições municipais de maio, o referendo era considerado um teste para a popularidade do primeiro-ministro, envolvido em diversos escândalos e processos. Apesar de vários ministros terem instado a população a boicotar o referendo, a participação de elevado número de opositores de Berlusconi na votação mostra a grande rejeição às propostas governamentais, disseram observadores.

O resultado do referendo pode ameaçar seriamente a frágil coalizão conservadora chefiada por Berlusconi. Píer Luigi Bersani, presidente do Partido Democrático, principal partido de oposição na Itália, disse que, "neste ponto, eles deveriam renunciar".

Umberto Bossi, chefe do principal parceiro de coalizão de Berlusconi, a poderosa Liga Norte, disse que "Berlusconi perdeu a habilidade de se comunicar na televisão. Esta é simplesmente a verdade."

Sinais fortes

Com a rejeição dos italianos à energia nuclear, o líder da bancada verde no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit, disse que o voto italiano "pode abrir uma séria fase de reflexão em outros Estados-membros [da União Europeia]".

O voto contra a chamada lei do "impedimento legal" também pode ser entendido como um forte sinal de descontentamento dos eleitores diante dos problemas judiciais do primeiro-ministro.

No momento, Berlusconi está envolvido em três processos judiciais, que incluem acusações de suborno, fraude e prostituição de uma menor de idade de 17 anos, este último conhecido como Caso Ruby.

Fonte: Deutsche Welle
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sábado, 21 de maio de 2011

Foguete Ariane-5 põe em órbita 2 satélites de telecomunicações

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Um foguete europeu Ariane-5 pôs em órbita na noite desta sexta-feira dois satélites de telecomunicações: o ST-2, para um consórcio de Cingapura, e o GSAT-8, para um operador indiano, indicou a Arianespace em comunicado.

A plataforma de lançamento deixou a base de Kuru, na Guiana francesa, às 17h38 de Brasília, e concluiu sem incidentes esta missão, a terceira do ano de um Ariane-5, que já efetuou 44 seguidas com sucesso, destacou a Arianespace.

O ST-2, fabricado pela companhia japonesa Mitsubishi para o consórcio constituído por Singapore Telecommunications Limited e Chunghwa Telecom Company Limited, pesava 5.090 quilos no momento do lançamento e é equipado com repetidores em frequência "Ku" e frequência "C".

Desde sua órbita geoestacionária a 88 graus leste, seu objetivo durante os cerca de 15 anos de vida útil estimados é oferecer serviços de comunicação fixa e móvel de voz e de dados sobre tecnologia IP.

Seus clientes serão operadores de televisão e companhias marítimas presentes na Ásia e no Oriente Médio.

O GSAT-8 foi construído nas instalações da ISRO (Organização Indiana de Pesquisa Espacial, na sigla em inglês), que também é sua operadora, e tinha o peso de 3.100 quilos no instante da decolagem.

Dotado de 24 repetidores em frequência "Ku", durante seus mais de 12 anos de vida útil oferecerá serviços de televisão e de rádio-navegação.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Zona do Euro - O pávio esta aceso

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A quebra da zona euro não pode ser evitada com outros bilhões de resgate e novas imposições de austeridade. A população geme sob medidas de austeridade rígidas e responsabiliza a União Europeia por isso. Tendências nacionalistas propagam-se. Mas também em países que se vêem como o caixa da Europa o descontetamento cresce. Nos Países Baixos o “Partido pela Liberdade” quer ter de volta o florim e a retórica anti-euro presenteou ao partido “Finlandeses Verdadeiros” quase 20 por cento nas últimas eleições na Finlândia. Na França, o direitista “Front National” troveja contra o euro.

Estaria Milton Friedman, o pai do monetarismo, certo? O igualmente influente e polêmico economista norte-americano vaticinou em 2002 que a Eurolândia colapsaria entre cinco e quinze anos. O desenvolvimento dos participantes seria muito desigual, e a ausência da moeda própria impediria uma melhoria de sua capacidade de competição internacional por meio da desvalorização. Uma moeda unificada sem uma política econômica comum e sem uma união fiscal condenaria o projeto de integração ao fracasso.

Uma década transcorreu desde o ridicularizado prognóstico. A críse da dívida do Estado ameaça inflamar o material explosivo na zona euro. Ela compreende, nesse meio tempo, 17 países com 17 diferentes títulos de governo e distintos juros, cotações e rendimentos. Um paraíso para malabaristas financeiros! Esses tomam emprestado barato em países com boa notação de crédito e investem o dinheiro em países apertados por juros mais elevados. Bancos compram títulos do governo dos países em crise, depositam-nos como segurança junto ao Banco Central Europeu, e recebem por isso notas de euro recém impressas a uma taxa de juros baixa. Mercados financeiros decidem pelo destino de Estados democráticos e de milhões de pessoas.

Guarda-chuvas de resgate já foram abertos várias vezes para salvar países da zona euro excessivamente endividados diante da bancarrota ameaçadora. Irlanda, Portugal e Grécia buscaram proteção sob ele. A preocupação cresce de que também a Espanha precisaria estar sob o guarda-chuvas. Especula-se sobre uma saída dos helenos da zona euro ou o refinanciamento.

Aos países carentes de ajuda são prescritas as mais fortes ataduras. Isso estrangula a força de suas economias. A população geme sob medidas de austeridade rígidas e responsabiliza a União Europeia por isso. Tendências nacionalistas propagam-se. Mas também em países que se vêem como o caixa da Europa o descontetamento cresce. Nos Países Baixos o “Partido pela Liberdade” quer ter de volta o florim e a retórica anti-euro presenteou ao partido “Finlandeses Verdadeiros” quase 20 por cento nas últimas eleições na Finlândia. Na França, o direitista “Front National” troveja contra o euro.

Um renovado aumento do guarda-chuvas de resgate – mesmo com referência às vantagens desse – dificilmente será intercedido nos países doadores junto à grande população, pois o principal lucrador é a economia de exportação. Um retorno à moeda nacional deixaria o país em crise afetado afogar-se em suas antigas dívidas em euro. Um refinanciamento poderia ser para a Grécia atualmemte um desafogo. Capitalistas precisariam renunciar a uma parte de suas exigências e aumentar o prazo dos títulos gregos. O problema: atingidos não seriam apenas os investidores privados como seguradoras, fundos de pensão e bancos, mas também os contribuintes. Na Alemanha, o WestLB e o estatizado Hypo Real Estate seriam forçados porventura a amortizações, e o governo federal teria de injetar capital novo.

A quebra da zona euro não pode ser evitada com outros bilhões de resgate e novas imposições de austeridades. Derrubados seriam também juros de usura de bancos privados para créditos a países em dificuldades, enquanto a Eurolândia emite títulos, cujos prêmios de risco seriam reduzidos através da boa notação de crédito de alguns membros da União. A consolidação econômica de países altamente endividados também exige, além de fortes esforços próprios, um programa de investimento europeu de promoção de crescimento.

Fonte: Tageszeitung Neues Deutschland Via Carta Maior
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segunda-feira, 28 de março de 2011

Multidão protesta em Londres contra cortes nos serviços públicos

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Na maior manifestação popular vivida na capital britânica em uma geração, uma multidão estimada em mais de 300 mil pessoas superlotou as ruas dos quarteirões políticos mais importantes de Londres neste sábado, três dias depois de o governo anunciar o orçamento para o próximo ano fiscal, com mais de 30 bilhões de libras em cortes nos gastos públicos. A caminhada – que durou mais de cinco horas e superou de longe a expectativa inicial dos organizadores – teve como objetivo demonstrar oposição às medidas de austeridade defendidas pela coalizão governista.

A maior manifestação coordenada por um sindicato em duas décadas no país trouxe pessoas de todas as partes, em mais de 600 ônibus fretados e até mesmo trens. Estima-se que a demanda por transporte para Londres tenha superado a oferta, limitando o comparecimento dos ativistas.

“Foi fantástico”, disse Paul Nowak à reportagem de Carta Maior, sentado ao lado do palco montado no Hyde Park para abrigar o ápice do evento e o fim da marcha. O dirigente da Trades Union Congress (TUC), central sindical que organizou a manifestação, comemorava a presença de “pessoas que nunca estiveram antes em uma manifestação política em suas vidas, dizendo em uma só voz que os cortes não são a cura”.

Quem percorresse o percurso da manifestação poderia testemunhar os motivos da alegria de Nowak. Assombrosa em diversidade, a Marcha para a Alternativa era composta de aposentados a estudantes, passando por famílias empurrando carrinhos de bebê. Muitos deles tendo viajado horas para estar lá. Eram 4,5 mil policiais e seguranças contratados pela TUC, trabalhando mais para orientar o público do que para manter a ordem. “Tivemos um quarto de milhão de pessoas e quase nenhum problema”, afirmava uma postagem em uma página especial montada na internet pela polícia para se comunicar com os manifestantes.

Às 11h da manhã, uma hora antes do combinado para o início da manifestação, os organizadores enviavam mensagens pela internet pedindo que as pessoas que ainda não tinham chegado procurassem desembarcar em estações de metrô diferentes a fim de evitar aglomeração. Eram 15h30 quando os organizadores anunciaram que as últimas pessoas estavam finalmente passando pelo ponto de partida.

O peculiar senso de humor britânico permeou toda a marcha. Dois ativistas construíram uma réplica de um tanque de guerra de cerca de dois metros e meio por três. Pintaram o símbolo da paz nas laterais do carro e desfilavam, empurrando o veículo da “guerra contra os cortes” tal como Fred Flintstone e Barney Rubble, do desenho animado da Hanna-Barbera. Até música tinha a invenção, e a trilha sonora variava de temas de filmes de guerra antigos a uma sugestiva Let's Lynch The Landlord, da clássica banda punk californiana Dead Kennedys.

“Estou marchando pois acredito que esses cortes vão destruir tudo de bom que existe em nossa sociedade”, disse Harriet Bradley, professora na Universidade de Bristol, a 170 quilômetros a oeste de Londres. Sentada ao pé de um monumento para recuperar o folêgo quando a manifestação já andava a mais da metade de seu percurso, ela se mostrou feliz com o a quantia de pessoas na marcha, porém temerosa com o futuro do “estado de bem estar social que foi construído depois da guerra e que é o nosso orgulho e alegria”.

“Eu nasci em 1945, no final da guerra, então eu cresci com educação pública e gratuita, eu fui para a universidade, eu tive acesso à saúde pública por toda minha vida e tudo isso agora está indo com os planos do governo, que são um assalto ideológico à esfera pública”, afirmou Bradley. Assim como uma boa parte do público, que carregava cartazes propondo uma greve geral, Bradley acredita que é preciso fazer mais que isso para impedir o avanço das reformas conservadoras.

Sam (que não forneceu o sobrenome), um norte-americano aposentado que mora em Liverpool e milita no Keep Our NHS Public (Mantenha o nosso Sistema Nacional de Saúde Público), segurava uma faixa em defesa do sistema de saúde britânico. “Eu sei como é quando o sistema público de saúde é destruido”, disse. “O NHS foi uma das grandes conquistas do últimos 100 anos e a idéia de os serviços de saúde serem providenciados através do mercado é uma besteira completa – eu desafio qualquer um a mostrar evidências de que o mercado pode fornecer um serviço melhor do que o setor público”, diz referindo-se ao sistema no seu país natal.

Sam acredita que os movimentos populares estão começando a se organizar e essa é a única solução possível para pressionar o governo a mudar os planos de privatização do sistema de saúde.

Ele vê uma relação entre os movimentos populares que começam a se manifestar nos EUA e na Inglaterra, muito em função do que ele considera uma postura do Partido Trabalhista (Grã-Bretanha) e do Partido Democrata (EUA) de virar as costas para o povo.

Certamente uma opinião não compartilhada pelo líder dos trabalhistas, o oposicionista Ed Miliband, Ele subiu ao palco no Hyde Park para um discurso e atacou o governo. “Sabemos o que o governo vai dizer: que essa é a marcha da minoria. Eles estão errados”. Miliband, assim como boa parte da manifestação, usou de uma expressão cunhada pelo primeiro ministro para descrever o que irá substituir os serviços públicos quando eles se forem – A Grande Sociedade, composta por pessoas das comunidades em trabalhos voluntários.

“Vocês queriam criar a “grande sociedade” - essa é a grande sociedade. A grande sociedade unida contra o que esse governo está fazendo nesse país”.

A manifestação, pacífica em sua grande maioria, parecia estar pronta para um desfecho perfeito por volta do final da tarde. Manchetes de jornais estariam todas disponíveis para o dia em que a política voltou às ruas de Londres. Os problemas porém vieram. E embora não tenham relação com a marcha da TUC, certamente roubaram as grandes manchetes que os ativistas já podiam antever quando o mar de descontentamento pacífico inundou as ruas do West End de Londres a partir de Embankment.

Ativistas que organizaram manifestações paralelas se reuniram no centro comercial londrino, a rua Oxford. Por volta das 15h, a concentração era tamanha que algumas das lojas que foram alvos de ativistas no passado resolveram fechar as portas temporariamente. Pouco mais de uma hora depois, funcionários seriam liberados de lojas como Top Shop, que haviam dado o dia como encerrado, diante de milhares de anarquistas e estudantes concentrados na região.

Algumas lojas tiveram vidros quebrados e foram atacadas com tinta. Manifestantes da UK Unkut invadiram a Fortnum and Mason, uma luxuosa loja de departamentos próximo a Picadilly. Cantando palavras de ordem e exigindo que a empresa contribuisse com mais impostos para a sociedade inglesa, a UK Uncut obrigou a loja a fechar as portas. Embora aleguem não ter destruido nada, alguns manifestantes foram presos pelo batalhão de choque que os esperava na porta.

“Isso não tem nada a ver com a marcha”, disse Nowak, defendendo a manifestação pacifica. “Esse foi um evento onde as pessoas trouxeram as suas famílias”.

Perto da meia noite, a BBC ainda transmitia ao vivo da praça Trafalgar, onde uma centena de manifestantes ainda estava reunida e policiais agiam para retirá-los do local. Ao todo, ao longo do dia, mais de 200 manifestantes foram presos.


Fonte: Carta Maior
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quinta-feira, 24 de março de 2011

Aliados criticam recusa alemã em participar de ações militares na Líbia

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Decisão da Alemanha de negar apoio à campanha militar na Líbia provocou temores de um novo isolamento de Berlim, o que poderia custar caro em termos de credibilidade e influência do governo alemão.

A Alemanha rompeu com seus parceiros europeus ao se abster na semana passada da votar no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre uma zona de exclusão aérea na Líbia. Também a recusa em participar diretamente das ações militares contra o regime de Muammar Kadafi provocou críticas. A posição da Alemanha em Nova York foi descrita pelo primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt como "horrível" e uma violação das normas da União Europeia (UE).

Com a divisão de posições sobre a campanha na Líbia, muitas das críticas sobre a falta de uma voz europeia uníssona têm sido direcionadas à chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton. "O problema é que estamos lidando com 27 estados-membros que são soberanos, que acreditam apaixonadamente no direito de determinar suas ações, especialmente no setor de defesa, e que têm pontos de vista diferentes", disse.

Para Christian Tuschoff, cientista político da Universidade Livre de Berlim, a atitude do governo alemão foi incoerente. "Colocar nossas forças à disposição do comando aliado, mas voltar atrás quando essas forças precisam se engajar, é uma contradição explícita. A Alemanha não é mais um parceiro com credibilidade no Tratado do Atlântico Norte. O país deu as costas para a Otan pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial – essa é uma ruptura histórica com o passado".

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, voltou a defender a abstenção na votação sobre a resolução do Conselho de Segurança. Segundo ela, haveria ainda "dúvidas sobre a execução militar da resolução". Mas, para minimizar o dano diplomático, Merkel acrescentou: "Mesmo assim, o governo federal alemão apoia as metas acordadas pela resolução, sem restrições."

Dois terços da população alemã apoiam a postura alemã de não participar da missão militar da Otan na Líbia, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Emnid a pedido do governo de Berlim e que será publicada na edição desta sexta-feira no jornal Saarbrücker Zeitung.

Incompreensão da França

A França manifestou incompreensão diante da relutância da Alemanha em participar da campanha na Líbia. "Alguns parceiros na UE parecem achar que a União Europeia é uma organização de ajuda humanitária", disse o ministro francês das Relações Exteriores Alain Juppé, referindo-se à Alemanha. Já a França gostaria que a UE fosse uma instância com poder político capaz também de intervenções militares, acrescentou. "Nós temos que nos acostumar que nem sempre os mesmos países tomarão a dianteira."

Juppé destacou, no entanto, que a relação franco-alemã não será prejudicada. "Eu gosto muito do meu colega de pasta, Guido Westerwelle, e quero trabalhar em estreita colaboração com ele. Ele tem seu ponto de vista, eu tenho o meu. Isso acontece." Em relação a questões econômicas, França e Alemanha continuariam de mãos dadas, acrescentou.

No jantar da reunião de cúpula da UE nesta quinta-feira (24/03), em Bruxelas, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, devem expor suas ideias sobre a campanha na Líbia.

Segundo avaliação de Juppé, os ataques aéreos não devem durar muito mais tempo. "Estamos mais falando de dias ou semanas do que meses", disse ele. Na próxima terça-feira, haverá uma primeira reunião em Londres para tratar de questões políticas relacionadas à Líbia. Não está claro se a oposição líbia vai participar. "Nós já estamos pensando no fim das operações militares. O nosso objetivo não é substituir o regime. Isso é com os líbios", disse Juppé.

Ajuda a refugiados

Na mesma reunião, Itália e Malta deverão solicitar ajuda para superar o grande êxodo humano provocado pelos conflitos no mundo árabe – este é, aliás, outro assunto controverso dentro da UE. A Alemanha disse estar pronta para ajudar os refugiados vindos da Líbia. "Refugiados de uma guerra civil, como os que devem vir da Líbia, precisam da nossa ajuda", disse Angela Merkel no Parlamento alemão nesta quinta-feira.

De acordo com dados do Unicef, o fluxo de refugiados que atravessam a fronteira da Líbia para a Tunísia aumentou. "Verificamos um ligeiro aumento desde que os ataques aéreos começaram, mas não é a mesma situação do início dos movimentos", disse o supervisor de campos de refugiados do Unicef, Jens Grimm. Diariamente, até 2,5 pessoas mil atravessam o posto de fronteira de Ras Jdir. Ao todo, cerca de 170 mil pessoas já deixaram a Líbia em direção à Tunísia.

Fonte: Deutsche Welle
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quarta-feira, 2 de março de 2011

Desfecho do caso Guttenberg não seria diferente no Brasil, afirmam analistas

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Para analistas políticos, a pressão sobre o ex-ministro Guttenberg, acusado de plagiar a tese de mestrado, traria duras conseqüências – como a renúncia ao cargo – em qualquer democracia do mundo. Inclusive no Brasil.

Nem mesmo a grande popularidade de Karl-Theodor Guttenberg foi capaz de segurá-lo no cargo de ministro da Defesa da Alemanha. Acusado de ter plagiado pelo menos dois terços de sua tese de doutorado, defendida em 2006 na Universidade de Bayreuth, Guttenberg não resistiu às acusações e renunciou nesta terça-feira (01/03) ao posto que ocupava desde o final de 2009.

Alguns analistas alemães avaliam que a decisão do ex-ministro foi tardia, e acabou desgastando a premiê Ângela Merkel, que tentou segurar Guttenberg na pasta. Boa parte da população alemã, no entanto, aguardava este desfecho para o escândalo – apesar de chegar a lamentar a saída de Guttenberg, que era tido até então como um político de carreira promissora. Em depoimentos dados à mídia local, muitos ressaltaram que erros grandes como este devem, sim, ser punidos.

Consequências em qualquer democracia

O diretor do Instituto Latino-Americano da Universidade de Berlim, Sérgio Costa, acredita que acusações desta gravidade, como plágio, teriam graves consequências em qualquer país do mundo – inclusive no Brasil. Especialmente porque Guttenberg era avaliado pela população como um político honesto e, principalmente, ético.

"Grandes escândalos dificilmente ficam impunes. Quando houve o episódio do mensalão no Brasil, por exemplo, o PT passou por uma grande recomposição para superar a crise", ressalta Costa, lembrando as denúncias de compra de apoio político no Congresso que atingiram em cheio a cúpula do primeiro governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva, em 2004.

Para o professor, no entanto, a diferença nas sociedades brasileira e alemã está na maneira como operam as instituições políticas e jurídicas nos dois países. Com uma democracia consolidada há mais tempo e com um sistema político menos suscetível a negociações escusas, a Alemanha apresenta uma maior rigidez institucional, o que ajuda a reduzir as chances de que ações ilícitas fiquem encobertas.

"A dinâmica de funcionamento do espaço público na Alemanha é outra. A relação entre política e meio de comunicação, por exemplo, é distinta nos dois países", afirma o estudioso.

Formação de maioria e pluralidade

Uma das razões seria o sistema de formação da maioria parlamentar em muitos países da Europa e no Brasil. Costa explica que, enquanto na Alemanha os apoios partidários e projetos políticos são definidos antes mesmo do início do governo, no Congresso brasileiro as relações entre Executivo e Legislativo precisam ser renovadas a cada votação. A maior pluralidade de partidos no Brasil também dificulta, para o professor, as negociações de projetos entre o presidente e os parlamentares.

O cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília, também acredita que o caso emblemático de um político jovem e com grande reconhecimento dentro de seu partido, a União Social Cristã (CSU), mas acusado de plagiar a tese de doutorado, dificilmente passaria impune no Brasil. Mesmo com o grande número de escândalos políticos no cenário nacional dos últimos anos. E a grande pressão, segundo Fleischer, viria da imprensa brasileira. "Já se sabia que a chanceler contava com a popularidade dele para as futuras campanhas políticas na Alemanha", analisa Fleischer.

Durante as duas últimas semanas, Guttenberg vinha sendo bombardeado pelos oposicionistas de Merkel, que assegurava sua permanência no posto, e pela mídia alemã.

Fonte: Deutsche Welle
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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ministra de Relações Exteriores da França anuncia renúncia

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O escritório da ministra das Relações Exteriores da França, Michèle Alliot-Marie, afirmou que ela enviou uma carta pedindo sua demissão ao presidente Nicolas Sarkozy. Alliot-Marie esteve no centro de uma tempestade política após a revelação de que passeou pela Tunísia em dezembro enquanto protestos populares sacudiam o país e de que aceitou carona num avião particular de um empresário tunisiano próximo ao presidente deposto Zine al-Abidine Ben Ali.

Notícias subsequentes sobre Alliot-Marie e as ligações de sua família com o regime de Zine al-Abidine Ben Ali, além da oferta da ministra de que a França poderia oferecer conselhos à Tunísia sobre como controlar as manifestações no país, tornou sua posição no governo francês insustentável.

"Embora eu não sinta que tenha cometido qualquer irregularidade, eu decidi deixar meu trabalho como ministra das Relações Exteriores", escreveu Alliot-Marie, em sua carta de demissão enviada ao presidente francês, segundo uma cópia do documento que foi vista pela agência de notícias France Presse.

"Durante semanas, eu tenho sido alvo de ataques políticos e nos meios de comunicação, utilizados para criar suspeitas, meias verdades e generalizações", afirmou. Um porta-voz do gabinete de Sarkozy recusou-se a comentar se o presidente aceitou a demissão da ministra.


Sarkozy nomeia Alain Juppé como novo ministro de Exteriores

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou neste domingo que o atual ministro da Defesa, Alain Juppé, foi nomeado novo titular de Exteriores, substituindo Michèle Alliot-Marie, que apresentou sua renúncia nesta tarde.

Com a saída da até agora chefe da diplomacia aproveitou-se para realizar uma pequena remodelação ministerial, com Gérard Longuet, líder da União por um Movimento Popular (UMP), partido de Sarkozy, no Senado, à frente da Defesa.

Por sua parte, o Ministério do Interior, ocupado até agora por Brice Hortefeux, ficará nas mãos do secretário-geral da Presidência, Claude Guéant.

As mudanças foram anunciadas depois que aumentassem nas últimas semanas as críticas contra a política externa francesa por sua gestão perante as revoltas dos países árabes e se interpreta na imprensa como um reforço do Executivo perante as eleições presidenciais de 2012.

Em uma locução de sete minutos divulgada pela rádio e televisão, Sarkozy afirmou que tais remodelações foram realizadas perante as recentes mudanças nos países árabes e a necessidade de reorganizar o Governo francês para que a França esteja preparada para enfrentá-los.

"Meu dever é explicar os desafios e proteger os franceses", disse em seu discurso, no qual qualificou essas revoltas árabes como "mudança histórica" ao que os países ocidentais "não devem ter medo, porque os valores que defendem são os mesmos que os nossos".

Em sua mensagem perante os franceses, Sarkozy alertou, no entanto sobre o perigo que se voltem "incontroláveis" os fluxos migratórios provocados pelas "tragédias" vividas nesses países árabes após os protestos populares contra seus regimes.

"Devemos reagir com ambição e estar à altura dos eventos", apontou o presidente, segundo o qual Ocidente "não deve ter mais que um só objetivo: acompanhar os povos que escolheram ser livres e fazer todo o possível para que a esperança que acaba de nascer não morra".

Renúncia na Tunísia

O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghannouchi, também anunciou hoje sua renúncia, curvando-se à exigência de manifestantes depois que pelo menos cinco pessoas morreram após uma nova onda de violência no país do Norte da África.

Ghannouchi, de 69 anos, era um antigo aliado do presidente Zine El Abidine Ben Ali e havia prometido guiar o país até que as eleições pudessem ser realizadas, até meados de julho. Ben Ali fugiu do país em 14 de janeiro em meio a protestos.


Fonte: France Presse / EFE
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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mulheres saem às ruas na Itália para pedir renúncia de Berlusconi

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Milhares de italianas organizam neste domingo, em diversas cidades do país, um protesto pedindo a saída do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, a quem acusam de denegrir a reputação das mulheres, depois dos recentes escândalos sexuais em que se envolveu.

O dia de protestos ganhou o título de "Se Não Agora, Quando?". Para as participantes da manifestação, Berlusconi enfraqueceu a posição das mulheres na sociedade italiana ao tratá-las como objetos.

Berlusconi é acusado de ter mantido relações sexuais pagas com a dançarina de origem marroquina Karima El Mahroug, além de ter influenciado a liberação da jovem quando ela foi detida pela polícia.

Conhecida com Ruby, Karima, atualmente com 18 anos, participou de festas do primeiro-ministro quando ainda tinha 17 anos. Promotores acusaram formalmente o premiê por manter relações sexuais com uma menor de idade e por abuso de poder.

Ruby admite ter recebido 9 mil euros (cerca de R$ 20 mil) do primeiro-ministro, mas nega que seja prostituta e afirma que a quantia era um presente. Berlusconi nega as acusações e afirmou que o processo tem motivação política.

No final de janeiro, o nome de uma segunda menor de idade, uma brasileira que teria participado aos 17 anos de festas que incluiriam orgias organizadas por Berlusconi, foi revelado pelos promotores.

Iris Berardi já era conhecida pela polícia italiana como prostituta e teria participado de festas em casas do primeiro-ministro na Sardenha e em Milão, dias antes de completar 18 anos.

Personalidades

Segundo o correspondente da BBC em Roma Duncan Kennedy, personalidades como a atriz Sabina Guzzanti conhecida por sua imitação de Berlusconi e a líder oposicionista Rosy Bindi estão participando dos protestos.

É esperado que as mulheres saiam às ruas de 60 cidades em toda a Itália.

A popularidade de Berlusconi está em cerca de 35%, e ele mantém o apoio do partido Lega Nord, seu principal aliado na coalizão de governo. Kennedy afirma, no entanto, que muitos italianos, tanto mulheres quanto homens, acreditam que o premiê deve se afastar, por transformar a Itália em motivo de piada

Fonte: BBC Brasil
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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Na Índia, Sarkozy diz que é "inaceitável" que o Paquistão abrigue terroristas

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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta terça-feira, em visita à Índia, que é inaceitável para a comunidade internacional que atentados terroristas tenham origem ou sejam de autoria de grupos treinados no Paquistão.

"Não é aceitável que a segurança da Índia possa estar ameaçada por grupos terroristas que atuam a partir de territórios vizinhos", afirmou o presidente francês.

"Não é aceitável para o Afeganistão e para nossos soldados que os talebans e Al Qaeda encontrem refúgio nas zonas fronteiriças do Paquistão", declarou Sarkozy durante uma cerimônia em homenagem às vítimas dos atentados de 2008 em Mumbai.

Nova Déli e Washington acusaram um grupo islamita baseado no Paquistão, o Laskhar-e-Taiba (LeT), de estar por trás dos atentados de novembro de 2008 na capital econômica da Índia, considerados o 11 de setembro do país.

USINAS NUCLEARES

A Presidência francesa indicou ainda neste domingo (5) que França e Índia firmaram acordos para a construção de duas usinas nucleares, com contratos entre o grupo francês Areva e seu sócio indiano, a estatal NPC (Cooperativa de Energia Nuclear, na sigla em inglês).

As afirmações chegam um dia após Sarkozy ter defendido que Brasília e Nova Déli tenham assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

Ainda neste domingo o presidente da França e sua mulher, Carla Bruni, continuaram a programação da visita oficial à Índia com uma visita às ruínas de Fatehpur Sikri, uma das capitais do antigo império mongol.

Durante o passeio o chefe de Estado francês manteve uma reunião com o premiê indiano, Manmohan Singh, tendo como principal tema o G20, grupo dos países mais ricos do planeta.

No âmbito da Defesa, o Palácio Eliseu indicou que os dois países seguem com as conversações para a modernização dos caças franceses 51 Mirage 2000 que a Aeronáutica indiana utiliza.

Apesar de dar importância às questões oficiais da visita de Estado, a imprensa indiana ressalta a beleza da primeira-dama francesa na cobertura.

"O estilo de Carla deixa Bangalore sem palavras", afirma o "Sunday Times", elogiando suas roupas e indicando que ela caminha com "a desenvoltura de uma modelo". Já o "Mail Today" descreve a visita como o "romance da Índia com Carla".

CONSELHO DE SEGURANÇA

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, reiterou neste sábado, em visita à Índia, seu apoio à reforma do Conselho de Segurança da ONU e garantiu que este país "merece" ser membro permanente.

"É impensável imaginar que 1,1 bilhão de indianos não estejam representados de forma permanente no Conselho de Segurança", disse Sarkozy em declarações transmitidas pela televisão pública.

O líder francês, que chegou neste sábado à Índia em visita oficial de quatro dias, discursou na Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Isro, na sigla em inglês), na cidade de Bangalore.

Em linha com o que havia expressado em outras ocasiões, Sarkozy reafirmou que Alemanha, Brasil, Japão e um representante africano e árabe deveriam ter também assentos permanentes no Conselho.

Durante visita à Índia no início de novembro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou apoio ao país para que aceda a este posto, um dos maiores desafios da diplomacia indiana.

Em seu discurso, Sarkozy defendeu o fim da "injustiça" do "isolamento nuclear" da Índia, que "tem direito a energia nuclear civil", e apoiou que o gigante asiático entre no grupo de fornecedores nucleares.

Apesar de a Índia não ter assinado o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), o acordo de cooperação nuclear civil fechado com os EUA, já em sua última fase de desenvolvimento, abriu as portas ao comércio nuclear para vários países, entre estes a França.

Sarkozy partirá nesta tarde acompanhado de sua mulher, Carla Bruni, à cidade de Agra (norte), onde está prevista visita ao Taj Mahal.

O líder francês, acompanhado de ampla delegação composta por sete ministros, parlamentares e empresários, chegará no domingo à noite a Nova Déli, onde deve reunir-se com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, antes de partir finalmente à cidade financeira de Mumbai.

Fonte: Folha
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pacotes-bomba revelam falhas na segurança aérea, dizem peritos

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Especialistas em segurança aérea apontaram consideráveis lacunas no setor, durante a conferência mundial organizada pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, do inglês) na terça-feira (02/11), em Frankfurt. E no entanto é cada vez mais premente a exigência de medidas abrangentes, sobretudo após os recentes atentados fracassados com os pacotes-bomba oriundos do Iêmen ou da Grécia.

O diretor geral da Iata, Giovanni Bisignani, apontou que os flancos abertos para ações terroristas nos transportes aéreos são enormes, já que, hoje, as cargas ficam, em média, cinco dias em trânsito, embora menos de 24 horas no ar.

Escaneamento problemático

Bisignani identificou um dos fatores de atraso do controle de cargas: "Até hoje, não é possível escanear engradados ou contêineres num único processo de trabalho". Marc von Huter, representante da fabricante de escaneadores para passageiros e carga Morpho Detection, explica por que não há uma solução única para escanear grandes fretes, geralmente compostos por muitos pacotes diferentes:

"São sempre necessárias várias técnicas. A começar com raios X, passando pela tomografia computadorizada, até sistemas que reconhecem traços de substâncias explosivas."

Independente dessas dificuldades técnicas, Giovanni Bisignani vê a necessidade de uma maior pressão por parte dos governos e das autoridades aéreas nacionais para que os procedimentos necessários sejam implementados rapidamente.


Quem paga a conta?

Novas tecnologias, exigências e controles mais rigorosos: todos estes são fatores que encarecem a segurança no ar. E, a julgar pelos comentários do presidente da Iata, são custos que as companhias aéreas estão pouco dispostas a arcar:

"Não sei por que a segurança nos estádios de futebol ou em estações ferroviárias é uma tarefa do Estado, enquanto a segurança nos aeroportos quase sempre é feita às custas da companhia. No ano passado, as linhas aéreas gastaram mais de 5 bilhões de dólares com segurança."

Bisignani propõe a adoção da documentação eletrônica da carga. Ele mencionou o E-Freight System, que substitui por um chip documentos de frete de até 20 páginas. Desenvolvido pela Iata e introduzido desde 2001 em 44 aeroportos de 36 países, entre os quais a Alemanha, o sistema eletrônico já abarcaria 80% de todos os transportes nesses locais, economizando tempo que poderia ser utilizado para intensificar os controles de segurança.

EUA mais cooperativos

O chefe da Iata também vê potencial para a prevenção de atentados na agilização da cooperação internacional. Ele frisa que, no passado, em muitas situações de perigo, faltou tanto interação entre os fluxos de dados como maior boa vontade no intercâmbio de informações.

Ele elogiou expressamente a nova política de informações do governo norte-americano desde a posse do presidente Barack Obama. Antes, as autoridades do país procediam segundo o lema "Nós fazemos as regras, vocês as obedecem". Hoje, o Homeland Security, departamento de segurança interior dos EUA, também coordena medidas de segurança no tráfego aéreo com companhias estrangeiras e permite aos peritos do exterior acesso às instâncias competentes.

O sindicato dos pilotos de aviação alemães Cockpit igualmente exigiu um "conceito global de segurança" para o tráfego aéreo. A seu ver, os recentes pacotes-bomba revelaram falhas não conhecidas nos controles de carga. O secretário do Interior de Berlim, Ehrhart Körting, pleiteou, por sua vez, um exame coordenado, em nível mundial, de todos os sistemas de segurança na aviação.

Novas rotinas para passageiros

Giovanni Bisignani revelou que, no tocante ao tráfego de passageiros, a Iata planeja implementar procedimentos de segurança altamente eficazes e que pouparão tempo. No início de todos os controles, estarão o dos documentos de identidade providos de chip e o das impressões digitais.

Em seguida, o passageiro só precisará atravessar um túnel de aproximadamente dez metros, no qual scanners inteligentes procurarão simultaneamente por objetos metálicos perigosos e líquidos suspeitos.

No setor de passageiros, a introdução experimental de escaneadores de corpos no aeroporto de Hamburgo, no final de setembro, transcorreu "muito positiva", relatou secretário parlamentar de Estado no Ministério alemão do Interior, Ole Schröder. No setor de cargas, Schröder reivindicou, em nível europeu, aperfeiçoar os critérios de qualificação profissional dos funcionários que trabalham no setor.

Fonte: Deutsche Welle
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UE cobra cronograma para depósitos permanentes de lixo radioativo

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O comissário da União Europeia (UE) para assuntos de Energia, o alemão Günther Oettinger, quer que os países do bloco se comprometam a uma solução definitiva para a eliminação do lixo nuclear.

Para tal, ele se apoia em uma nova diretriz da UE que prevê, até 2015, a apresentação de um cronograma detalhado e vinculativo sobre a construção de depósitos permanentes para os dejetos nucleares provenientes de usinas, hospitais e estabelecimentos de pesquisa.

Os Estados-membros têm liberdade de decidir onde e até quando os depósitos serão construídos. No entanto um cronograma é uma forma de exercer a pressão necessária para que essa tarefa mais do que urgente seja finalmente posta em prática, comentou Oettinger nesta quarta-feira (03/11), ao apresentar um respectivo projeto de lei em Bruxelas.

Exportação de lixo e custos dos transportes

Embora a primeira usina termonuclear europeia tenha entrado em funcionamento há 50 anos, no Reino Unido, o continente não dispõe até hoje de depósitos permanentes para o lixo nuclear.

Até agora, somente a França, Suécia e Finlândia têm planos concretos para a entrada em operação de depósitos definitivos até 2025. A Alemanha, Reino Unido e Bélgica também fazem grandes progressos, constatou a Comissão Europeia.

Fonte: Deutsche Welle
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ataque cibernético é uma das ameaças ao Reino Unido, diz governo

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Ataques cibernéticos, terrorismo, conflitos entre países e desastres naturais são as maiores ameaças à segurança do Reino Unido, disseram autoridades do país nesta segunda-feira, um dia antes de uma grande revisão militar que deve incluir cortes profundos nos gastos do setor.

Em uma nova Estratégia de Segurança Nacional, o governo destacou ameaças de grupos ligados à Al Qaeda e da Irlanda do Norte, buscando convencer críticos de que a revisão abrangente das forças armadas, cujos resultados devem ser divulgados na terça-feira, é movida por considerações políticas e não pelo interesse em poupar dinheiro.

O Reino Unido procura reduzir seu deficit orçamentário, que está em quase 11% do PIB, e ao mesmo tempo conservar o lugar do país como potência militar forte na Europa e aliada eficaz dos Estados Unidos, que o país apoiou em conflitos no Iraque e Afeganistão.

"Nossa estratégia define prioridades claras: contraterrorismo, cibernética, crises militares internacionais e desastres como enchentes", disse o governo em seu relatório sobre a Estratégia de Segurança Nacional.

O relatório relegou a um nível de prioridade mais baixo, "nível dois", as ameaças de insurgências no exterior que possam fomentar ataques terroristas no Reino Unido --um cenário semelhante à luta do Taliban no Afeganistão.

O documento disse que ameaças podem vir de outros países, mas destacou as de origem não convencional e não ligada a outros Estados, o que provavelmente será usado para justificar reduções nas grandes aquisições de equipamentos militares.

O orçamento de US$ 58,62 bilhões de dólares do Ministério da Defesa deve sofrer um corte inferior a 10%, muito abaixo da média de 25% aplicada a outros departamentos governamentais, mas, mesmo assim, é provável que os cortes tenham importantes consequências políticas, industriais e diplomáticas.

A Estratégia de Segurança Nacional também destacou a proliferação nuclear como perigo crescente e acrescentou que a segurança britânica é vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas e seus impactos sobre o abastecimento de alimentos e água.

Fonte: Reuters
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domingo, 19 de setembro de 2010

ETA se compromete com tratado de cessar-fogo

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A organização separatista armada basca ETA se comprometeu, em um novo comunicado, com a chamada declaração de Bruxelas, assinada por várias personalidades, na qual foi pedido um cessar-fogo verificável, informou neste sábado o jornal independentista basco "Gara".

"O ETA se compromete com a Declaração de Bruxelas", indica neste sábado o Gara, habitual canal de comunicação da organização separatista armada basca, em sua edição eletrônica, indicando que no domingo sua edição impressa publicará o comunicado na íntegra.

"O ETA apresentou um novo comunicado, dirigido desta vez para a comunidade internacional e, mais concretamente, para aqueles que assinaram a Declaração de Bruxelas, no qual mostra a sua disposição em analisar conjuntamente os passos necessários para uma solução democrática para o conflito basco, incluindo os compromissos que o ETA deve adotar", acrescentou o Gara.

A Declaração de Bruxelas divulgada no dia 30 de março e assinada por importantes mediadores internacionais faz "um apelo ao ETA para que apoie este compromisso declarando um cessar-fogo permanente e completamente verificável".

A nova mensagem da organização separatista armada basca é divulgada treze dias depois de o ETA ter anunciado a sua decisão de "não efetuar ações armadas ofensivas" em um vídeo.

Fonte: France Presse
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Alemanha contradiz Sarkozy após declarações sobre ciganos

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O ministro alemão de Exteriores, Guido Westerwelle, disse que as declarações do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que assegurou que a Alemanha desmantelaria os acampamentos de ciganos em seu território, foram fruto de um "mal-entendido", e negou categoricamente esta possibilidade.

"A chanceler (Angela Merkel) expressou publicamente e me informou pessoalmente como foi o desenvolvimento da conversa" com Sarkozy sobre esse assunto, disse Westerwelle, garantindo que "um anúncio assim nunca existiu" em declarações à emissora televisiva pública "Deutschlandfunk".

Perante o escândalo surgido na cúpula da União Europeia (UE) em Bruxelas nesta quinta-feira, Westerwelle recomendou que a França respeite o direito europeu, embora também tenha defendido o Governo desse país perante acusações severas.

"Encurralar a França na esquina dos crimes da Segunda Guerra Mundial é absolutamente inaceitável e ofensivo, e provavelmente causou a forte reação do presidente francês", comentou o chefe da diplomacia alemã.

A chanceler alemã, Angela Merkel, desmentiu na quinta-feira, através de um porta-voz, ter falado com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, sobre o desmantelamento de acampamentos de ciganos também na Alemanha.

A questão não foi abordada pela chanceler nem na cúpula de líderes da UE nem em conversas com o presidente francês, afirmou o porta-voz governamental, Steffen Seibert, de volta a Berlim após a reunião em Bruxelas.

O presidente francês disse que a própria Merkel tinha expressado essa intenção durante a cúpula de chefes de Estado e do Governo da UE em Bruxelas.

Sarkozy queria deixar claro que outros Governos europeus compartilham sua rejeição a esse tipo de acampamentos, cuja evacuação na França causou polêmica em torno das expulsões de ciganos romenos e búlgaros do país.

"Veremos que efeito tem isso na vida política alemã", assinalou Sarkozy, a perguntas sobre a polêmica levantada na França.

O presidente francês assegurou ainda que continuará desmantelando "todos os acampamentos ilegais" do país independente de quem sejam as pessoas que os habitem.

Fonte: EFE
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O crescimento da xenofobia na Europa

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O primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, mostrou seu apoio ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, em sua política de deportações de romenos e búlgaros de origem cigana. “A senhora Reding”, disse Berlusconi fazendo alusão à Comissária de Justiça da União Européia, faria melhor tratando desse assunto privadamente com os dirigentes franceses, ao invés de publicamente, como tem feito”. Em uma entrevista exclusiva concedida ao jornal francês Le Figaro, Berlusconi manifestou que “a convergência ítalo-francesa ajudará a agitar a Europa e a resolver os problemas com políticas comuns”.

As palavras de Berlusconi atiçam uma controvérsia que segue quente apesar de o governo francês ter pedido a Bruxelas calma e diálogo frente a uma possível sanção pela expulsão ilegal de romenos de origem cigana. Durante uma reunião com senadores, Sarkozy manifestou que “não haveria nenhum” problema se os luxemburgueses quisessem acolher os ciganos. O presidente respondia assim às críticas da comissária de Justiça, Viviane Reding, que é de Luxemburgo, que comparou as deportações com os fatos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial e depois foi obrigada a se retratar dizendo ter sido mal interpretada. Um alto funcionários dos Estados Unidos disse que “é preciso convidar a França e outros países a respeitar os direitos dos romenos”. A chanceler alemã Ângela Merkel criticou o tom e as declarações de Reding, qualificando-as como “não apropriadas”.

O porta-voz em Bruxelas da Liga Norte, partido xenófobo aliado do governo italiano, foi mais longe que Berlusconi. “Quantos romenos Luxemburgo vai acolher?” – perguntou Mario Borghezio. “Convido a senhora Reding a confirmar ou desmentir se em seu país há campos nômades graças ao endurecimento das normas de expulsão de 2008”, declarou o porta-voz.

A União Européia ainda não entendeu

“O problema com os romenos não é um problema especificamente francês”, disse Berlusconi na entrevista ao Le Figaro. “Concerne a todos os países da Europa. É preciso incluir esse assunto na ordem do dia do Conselho de Chefes de Estado e de Governo para que discutam juntos e encontrem uma posição comum”, afirmou o primeiro ministro italiano. Além disso, Berlusconi assinalou que a União Européia ainda não entendeu que o problema com os romenos e com a “imigração clandestina” não é só “francês, italiano, grego ou espanhol”.

O governo de Silvio Berlusconi empreendeu sua cruzada contra os ciganos em abril de 2008. Assim que tomou posse do cargo, o ministro do Interior, Roberto Maroni (da Liga Norte), proclamou que sua prioridade seria devolver aos cidadãos a segurança perdida sob o governo de centro-esquerda. Entre apelos para expulsar do país as “hordas de bárbaros”, o gabinete aprovou o Pacote de Segurança, um projeto que associava imigração com delinqüência e previa diversas medidas contra os 150 mil romenos que teoricamente estavam morando no país: fechamento de fronteiras e bloqueio do Tratado de Schengen contra os ciganos romenos, destruição dos acampamentos ilegais de romenos com prisões e deportações, e criação de cargos especiais para lidar com a “emergência” cigana em Nápoli, Roma e Milão.

Enquanto a lei era aprovada, houve um programa organizada pela Camorra em Ponticelli (Nápoli) e o Ministério do Interior realizou um censo dos nômades que viviam no país, utilizando fichas com a raça e a origem, incluindo aí crianças. Ambas as coisas levaram muitos romenos a sair do país por seus próprios meios. As recorrentes condenações da ONU, do Parlamento Europeu e da Comissão Européia chegaram tarde. Milão e Roma seguem ainda hoje destruindo acampamentos, mas só restam os ciganos para desalojar.

França tenta baixar a tensão

O conflito entre a Comissão Européia, personificada na figura da comissária da Justiça, Viviane Reding, e o governo francês, obrigou o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a pedir calma e um cessar fogo. As duras críticas de Reding contra o que considera equívocos franceses e contra a política de expulsões de ciganos romenos e búlgaros (evocando inclusive a Segunda Guerra Mundial) irritaram o governo francês. Tanto o ministro da Imigração, Eric Besson, como o secretário de Estado para Assuntos Europeus, Pierre Lellouche, muito irritados, qualificaram de “escorregão” as declarações da comissária. O governo francês foi obrigado a fazer uma mediação e emitiu nesta quarta pela manhã um comunicado no qual critica a intervenção “não usual” de Reding, mas chama para “um diálogo tranquilo sobre o pano de fundo do problema”.

Mas pouco depois, durante um encontro com senadores da União por um Movimento Popular (UMP), Nicolas Sarkozy, segundo relato de várias pessoas presentes, insinuou que se Reding não estava de acordo com sua maneira de tratar os ciganos romenos que os acolhesse em Luxemburgo, país de origem da comissária. “O presidente disse que só estamos aplicando o regulamento europeu e as leis francesas e que não há nada a reprovar em nossa política, mas que se os luxemburgueses quiserem acolhê-los podem fazê-lo sem nenhum problema”, disse na saída da reunião o senador da região de Haute-Marne, Brudo Sido, para a agência France Press.

O comentário de Sarkozy chega logo após vários ministros e líderes políticos franceses, além do próprio governo por meio de seu comunicado, terem qualificado de “inaceitável”, de “escorregão” e de “escandaloso” a comparação feita por Reding das expulsões de ciganos romenos na França com fatos ocorridos na Segunda Guerra Mundial. Lellouche assegurou que essa frase de Reding “é muito grave, porque a França sofreu uma ocupação”. Depois acrescentou que o que busca agora, sobretudo, “é acabar com essa polêmica estéril e começar a trabalhar por essa minoria”. Agora, essa minoria deve regressar e ficar na Romênia. “Cada Estado deve ser responsável por sua população”. Lellouche recordou que o desmantelamento de acampamentos de ciganos romenos “não começou neste verão”, mas foi nas últimas semanas que se intensificou o ritmo de deportações e que, além disso, “acabou-se com a hipocrisia”. Ele acrescentou, referindo-se aos outros países europeus: “Quando deixarem de atacar a França, que olhem para o seu próprio jardim”.

Um pouco mais calmo, Besson também qualificou de “escorregão” a intervenção da comissária, que anunciou que pensa em propor ao presidente da Comissão a abertura de um processo de punição contra a França por uma aplicação discriminatória da diretriz de livre circulação de pessoas – os ciganos romenos e búlgaros são cidadãos da União Européia. Não obstante, anunciou que a França vai dar explicações a Bruxelas sobre a famosa circular de 5 de agosto, que esgotou a paciência de Reding. Nesta circular, o governo instrui a polícia para que desmantele os acampamentos ilegais “tomando como prioridade os dos ciganos romenos”, o que prova, para Reding, discriminação racial por um lado e equívocos do Executivo francês por outro, já que Besson e Lellouche deram garantias à própria comissária de que as expulsões estavam ocorrendo caso a caso, sem atender a critérios de raça ou nacionalidade. “Viviane Redin escreveu-me ontem para pedir explicações sobre a circular. Vamos responder e dar-lhe explicações”, disse Besson.

As explicações, basicamente, consistem em que dita circular já foi emendada, eliminando a referência aos ciganos romenos. Assim falou o secretário de Estado da habitação, Benoist Apparu. “Não dissimulamos nem mentimos. A circular existia e foi corrigida. Ponto. Acabou”.

Diálogo acabou
O fato é que o cruzamento de declarações fez a França reagir, buscando, sem êxito até aqui, que o assunto não siga adiante. Após a reunião do Conselho de Ministros, um porta-voz do governo tentou acalmar os ânimos: “Não se trata de polemizar, nem com a Comissão nem com o Parlamento.Não obstante, certas declarações simplesmente não são aceitáveis”. Recordando anteriores intervenções “moderadas” do presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, sobre o assunto, o governo francês atribuiu as palavras de Reding à famosa circular de 5 de agosto, “que foi substituída pela do dia 13 de setembro”.

É hora de um diálogo tranqüilo sobre o pano de fundo desse assunto. Há vontade de tratar as coisas a fundo e não deixar-se embarcar em uma polêmica estéril, declarou uma fonte da presidência que deixou escapar que o presidente francês, Nicolas Sarcozy, poderia entrevistar-se sobre o assunto com o presidente romeno, Traian Basescu, na próxima reunião do Conselho Europeu, que ocorrerá esta semana em Bruxelas.

Fonte: El Pais via Carta Maior
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Sarkozy ironiza comissária da UE sobre deportação de ciganos

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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, sugeriu hoje que Luxemburgo receba os ciganos deportados da França, ironizando assim as críticas feitas ao Governo de Paris pela comissária de Justiça da União Europeia (UE), Viviane Reding, que é luxemburguesa.

O comentário foi feito durante uma reunião mantida hoje pelo presidente francês com senadores da governista União por um Movimento Popular (UMP, de Sarkozy), informou a imprensa francesa.

Em declarações à emissora "TF1", o senador Bruno Sido disse que Sarkozy reprovou as críticas de Reding, que contestou as deportações de ciganos promovidas pelo Governo francês.

"Ele disse que são aplicados somente os regulamentos europeus e as leis francesas e que não há nada que reprovar a França no assunto, mas que, se os luxemburgueses quisessem recebê-los, não haveria problema", afirmou o senador.

A comissária luxemburguesa se opôs ferrenhamente às deportações de ciganos e as comparou implicitamente com a deportação de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Fonte: EFE
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Espanha defende entrada de Turquia na UE

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O ministro de Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, insistiu hoje no objetivo da Presidência espanhola de turno da União Europeia (UE) de avançar rumo ao ingresso da Turquia ao bloco, mas não precisou quantos capítulos da negociação serão abertos antes de 30 de junho.

"Não posso dizer quantos, mas serão abertos capítulos durante a Presidência espanhola", assegurou Moratinos, em uma conferência conjunta com o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, depois de uma reunião de um Conselho de Associação UE-Turquia.

O ministro espanhol repetiu a conhecida posição de Madri de que a Presidência espanhola "gostaria" que a Turquia, país candidato desde outubro de 2005, se tornasse membro permanente da UE, mas evitou respondeu concretamente a uma pergunta sobre quando acredita que isso possa ser possível.

Davutoglu disse que seu Governo quer abrir "o maior número possível de capítulos da negociação" de adesão, formada por 35, que cobrem todo um espectro de questões políticas, sociais e econômicas.

Também disse que seu país quer fechar com a UE um acordo para a readmissão dos imigrantes ilegais que entram em solo comunitário a partir de território turco.

Mas a Turquia quer, além disso, começar a negociar com Bruxelas um sistema de isenção de vistos para temporadas de curta duração na UE para cidadãos turcos.

O chanceler turco destacou a importância do pacote de reformas constitucionais iniciado pelo Governo de Ancara, ao qual definiu como "um dos mais ambiciosos" lançados na Turquia dentro de seu processo de reformas internas e de modernização.

Davutoglu ressaltou também a crescente cooperação entre Turquia e UE em questões internacionais, como o processo de paz no Oriente Médio, a tentativa de diálogo com o Irã sobre seu programa nuclear, o Cáucaso, a Ásia Central e a Aliança de Civilizações.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tráfego aéreo europeu ainda sofre com erupção na Islândia

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Após a erupção que lançou nuvens de cinzas nos céus da Islândia, o espaço aéreo europeu sofreu a interdição devido a grande nuvem gerada por tal atividade vulcânica, o que levou ao cancelamento ontem de mais da metade dos voos com origem ou destino na Europa.

Tal suspensão deveria terminar hoje, mas foi prorrogada por mais 24 horas para garantir a segurança do voo, com isso atingindo em cheio o transporte aéreo no velho continente, pois dos 28 mil voos diários que se opera em um dia normal, só irão ser possiveis operar 11 mil destes devido a esta nuvem de cinzas.

O vulcão ainda está expelindo as cinzas que formaram uma gigantesca nuvem que interrompeu o tráfego aéreo no norte da Europa e demonstra poucos sinais de arrefecimento, informaram autoridades nesta sexta-feira.

Um especialista disse que a erupção poderia acalmar nos próximos dias, mas um porta-voz do governo disse que as cinzas continuariam a se deslocar pelos céus da Europa.

Uma nuvem densa, escura e marrom interrompeu o tráfego aéreo no norte da Europa e as restrições continuam em várias áreas. No entanto, a Noruega disse que havia retomado alguns voos no norte do país.

"É mais ou menos a mesma situação de ontem, ainda está em erupção, ainda explodindo, ainda produzindo gás", disse à Reuters o professor Armann Hoskuldsson, da Universidade da Islândia.

"Esperamos que dure ao menos dois dias ou mais, ou algo assim. Não poderá continuar nesse ritmo por muitos dias. Existe uma quantidade limitada de magma que ele pode expelir", acrescentou, dizendo que o magma, ou a rocha fundida abaixo da superfície da Terra, saiu do vulcão e se transformou em cinzas.

O porta-voz do Ministério do Meio Ambiente, Gudmundur Gudmundsson, concordou.

"A erupção está continuando e não estamos esperando qualquer mudança na produção de cinzas... Ventos nas altitudes continuarão a dispersar a nuvem pela Europa", disse ele.

A erupção ocorreu sob a geleira Eyjafjallajokull, um lugar muito visitado para caminhadas no sul da Islândia.

Outro professor disse nesta quinta-feira que as altas temperaturas haviam derretido um terço do gelo que cobria a cratera do vulcão, causando a inundação de um rio próximo.

A rádio islandesa disse que parte do anel rodoviário que contorna a pequena ilha no norte do Atlântico foi destruída.

Ao leste do vulcão, milhares de hectares de terra estão cobertas com uma grossa camada de cinzas.

A nuvem de cinzas afetou o tráfego aéreo em todo o norte da Europa, com voos cancelados ou desviados devido ao risco de danos aos motores pelas partículas de cinzas da nuvem vulcânica.

O vulcão sob a geleira Ejfjallajokull, a quinta maior da Islândia, entrou em atividade cinco vezes desde que a Islândia foi colonizada no século 9.

A Islândia está localizada em uma região de alta atividade vulcânica na dorsal meso-atlântica e tem erupções relativamente frequentes, apesar de a maioria ocorrer em áreas de baixa densidade populacional e apresentarem pouco perigo aos habitantes e propriedades. Antes de março, a última erupção aconteceu em 2004.

Fonte: GeoPolítica Brasil / Reuters
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