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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Espionagem abre discussão sobre preparo do Brasil para uma guerra cibernética

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Alvo de espionagem estrangeira, a presidente Dilma Rousseff disse em um discurso na ONU que "o Brasil sabe proteger-se" de ameaças vindas pela rede. O sistema de defesa cibernética do país, no entanto, ainda dá os primeiros passos e está longe de garantir segurança contra ataques, apesar de o tema já figurar como prioridade na Estratégia Nacional de Defesa.
Entre as medidas discutidas pelo governo estão a criação de uma agência nacional de segurança cibernética e a implementação de ações integradas entre os muitos órgãos envolvidos na proteção da rede de computadores brasileira. Atualmente, a segurança das redes brasileiras não é centralizada.
 
De acordo com o general José Carlos dos Santos, chefe do Centro de Defesa Cibernética do Exército brasileiro (CDCiber), um dos dois principais órgãos responsáveis por garantir a segurança das redes no país, o país precisa se preparar para a possibilidade de uma "guerra em rede".
Na tarde de domingo, a presidente Dilma Rousseff, anunciou ter determinando ao Serviço Federal de Processamento de Dados a implantação de "um sistema seguro de e-mail em todo o governo federal", nas palavras dela, publicadas no Twitter. "É preciso + segurança nas mensagens p/ prevenir possível espionagem", acrescentou.
Fragilidade
A fragilidade do sistema de segurança cibernético brasileiro foi escancarada em meio ao escândalo envolvendo o vazamento promovido por Edward Snowden, ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). Documentos mostraram que a presidente foi alvo de espionagem, assim como o Ministério das Minas e Energia a a gigante Petrobras, com suspeitas de espionagem comercial nesse último caso.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil reforçam que "nenhum país está 100% protegido" da ação de hackers, sejam eles ativistas, integrantes de grupos criminosos ou funcionários de agências de inteligência de outros países.
Todos também destacaram que o Brasil está dando passos importantes na construção de um sistema de defesa e segurança cibernética, embora esteja em um estado ainda inicial. Nenhum deles se disse surpreso pelos casos de espionagem revelados por Snowden.
 
A espionagem em si é sobretudo resultado de uma vulnerabilidade do sistema de segurança cibernética (que inclui a proteção de dados de instituições governamentais, privadas e de cidadãos em geral).
Há também o conceito de defesa cibernética, nos moldes militares. Redes de órgãos públicos e de empresas estratégicas podem ser vítimas - agora e, principalmente, no futuro - de ataques que se assemelham aos de uma campanha de guerra.
A fronteira entre segurança e defesa pode ser tênue. E as batalhas não são convencionais - travada na rede mundial de computadores, essa guerra silenciosa pode ter caráter destrutivo, mas os que estão no front geralmente não vestem o uniforme de um país, embora estejam a serviço de interesses de Estados nacionais.
Estratégia de guerra
Em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa recomendou o "fortalecimento de três setores de importância estratégica: o espacial, o cibernético e o nuclear".
Boa parte desta responsabilidade recai sobre o general José Carlos dos Santos, chefe do CDCiber, um dos dois principais órgãos responsáveis por garantir a segurança das redes no país.
"Baseados nas lições recentes, estamos plenamente conscientes de que isso é possível, uma guerra em rede", disse o general, em entrevista à BBC Brasil.
 
Entre as "lições" mencionadas pelo general estão os ataques virtuais a sites do governo, de bancos e jornais da Ucrânia, em 2007. Outro caso similar ocorreu durante a invasão russa à Geórgia, quando a ex-república soviética sofreu um "apagão" virtual. Nos dois episódios, pesaram suspeitas sobre Moscou.
Outro caso emblemático foi o ataque às instalações nucleares de Natanz, no Irã. O vírus autorreplicante Stuxnet destruiu várias centrífugas, retardando o programa nuclear do país, segundo a narrativa de especialistas da área. Israel foi apontado como provável responsável pelo ataque.
 
"Temos que estar preparados para essas eventualidades", diz o general. Ele conta que as academias militares já incluíram programas de tecnologia e segurança da informação em seus currículos.Em 2009, segundo o general, o ministério da Defesa teve aprovado um orçamento de R$ 400 milhões a ser executado em quatro anos, apenas com a segurança e defesa cibernética. Já as verbas destinadas a operações especiais durante a Copa do Mundo são de R$ 40 milhões.
Vulnerabilidades
Para o professor Adriano Cansian, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto, o principal desafio do Brasil é se proteger contra os chamados "ataques de negativa de serviço".
Tais ataques ocorrem quando sistemas são bombardeados com falsos acessos, que acabam congestionando e derrubando sites.
Foi o que ocorreu em 2011, quando o site da Presidência e de vários ministérios e órgãos da administração federal foram alvo de ataques ao longo de vários dias. O braço brasileiro do movimento de hackers LulzSec assumiu a ofensiva que, segundo o grupo, tinha a intenção de mostrar a vulnerabilidade do sistema.
 
Cansiam diz que as redes de determinados órgãos podem requerer atenção especial por serem estratégias em caso de guerra virtual.
"Considero a infraestrutura física mesmo. Em caso de conflito, emissoras de TV, rádio, centrais elétricas, ramificações de fibra ótica e data center de grandes empresas precisam ser protegidas", argumenta, apontando para alvos que também ficariam na linha de ataque em caso de guerras convencionais.
O pesquisador, que é consultor de segurança cibernética de órgãos governamentais, diz no entanto que "o maior problema é perder a conectividade da rede, por negativa de serviço".
"Como criamos dependência muito grande da rede, seja no comércio, no setor de serviços e entretenimento, se um ataque se prolongar, as consequências podem ser danosas. Imagina se por causa de um ataque a China ficar impossibilitada de fazer comércio com o mundo durante 20 dias… Isso vai ser sentido em todo lado", diz.

'A infraestrutura nacional de tecnologia de informação é ruim'

A segurança das redes brasileiras não responde a um comando único. Descentralizada em dois principais órgãos, com iniciativas e contribuição de vários ministérios, a estrutura é questionada por especialistas que defendem uma maior centralização, capaz de gerar respostas mais eficazes e evitar a sobreposição de tarefas.

A estratégia de defesa e boa parte das políticas gerais de segurança está a cargo do Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber), que responde ao Ministério da Defesa. Outro órgão importante é o Departamento de Segurança da Informação e Comunicações, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Segundo o relatório "A Segurança e a Defesa Cibernética do Brasil", publicado em julho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, "a organização institucional tende a não favorecer ações integradas".

Além dos dois órgãos citados, parte da política de segurança e defesa é feita ou tem contribuição de instituições como a Agência Brasileira de Inteligência, a Polícia Federal e o Ministério de Ciência e Tecnologia.

"Apesar de algumas ações estarem em andamento, a infraestrutura nacional de tecnologia de informação é ruim", afirma o documento produzido pelo atual assessor de defesa da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel César da Cruz Júnior.

Articulação

Em entrevista à BBC Brasil, Cruz disse que "falta articulação institucionalizada" e que, hoje, boa parte dessa integração "depende de um relacionamento informal entre os órgãos".

"Como se fala em defesa cibernética sem envolver outros órgãos como Comunicações e Secretaria de Assuntos Estratégicos?", questiona.

Assim como Cruz, o general José Carlos dos Santos, diretor do CDCiber, destaca a importância de ações integradas. O tema já vinha sendo discutido em fóruns de especialistas, segundo ambos. Após o caso Snowden a discussão deve ganhar corpo.

A primeira iniciativa nessa direção foi a decisão que põe nas mãos do Gabinete de Segurança Institucional a edição de resoluções normativas para a área, a partir deste ano de 2013.

O general Santos diz ainda que "a ideia de uma agência nacional de segurança cibernética está sendo discutida". Cruz, por sua vez, propõe a instalação de uma escola nacional de segurança cibernética.

Mundo

A falta de uma estrutura clara de combate a ataques e crimes cibernéticos não é exclusividade brasileira. Cruz disse que "todo mundo está tentando se organizar internamente".

Cruz compara a estrutura brasileira a de outros países, como os Estados Unidos, onde todo esse arcabouço fica a cargo do Departamento de Defesa. O US Cyber Command cuida da política de defesa, enquanto a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) trabalha com a segurança das redes.

Segundo dados reunidos no relatório "A Segurança e a Defesa Cibernética do Brasil", o orçamento anual do US Cyber Command é de US$ 119 milhões (2012). O similar brasileiro, o CDCiber, teve no mesmo ano R$ 100 milhões, menos de 50% dos recursos do órgão americano, de acordo com o diretor do órgão, general José Carlos dos Santos.

O autor do relatório, Samuel César da Cruz Júnior, citou Japão, China e França como países com um sistema de segurança e defesa desenvolvidos, mas pontuou que sua avaliação é subjetiva, já que, por razões óbvias, faltam dados para uma comparação a contento.

"Mesmo os Estados Unidos são vulneráveis. Eles se autointitulam um país vulnerável, até porque sistemas computacionais não são 100% seguros e os americanos dependem muito deles", disse Cruz.

Segundo ele, "a China é superprotegida", mas há que se considerar "que o regime chinês é um caso à parte". "Não há internet na China, há uma grande intranet", diz, referindo-se ao isolamento chinês em relação à rede mundial de computadores.
 
Fonte: BBC Brasil
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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Brasil e México protagonizam uma fábula cheia de constrastes

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As diferenças na sorte dos mercados emergentes globais podem ser vistas nas duas maiores economias da América Latina: México e Brasil.
 
Pensemos na história da tartaruga e a lebre. Na última década, o Brasil cresceu muito com a venda de matérias-primas para a China. Sua classe média em expansão se fartou com uma onda de crédito barato, deflagrada pelos bancos centrais das economias avançadas ao tentar energizar a recuperação de suas economias.
 
O Brasil cresceu a uma média de 3,6% ao ano nos últimos dez anos, chegando ao pico de 7,5% em 2010. O real aumentou de valor. Os sinais habituais de excesso ficaram patentes: brasileiros se apinhando nas lojas de Nova York e Miami; jornais noticiando que em São Paulo uma pizza de muzzarela custava US$ 30 e um martini, US$ 35.
 
Em comparação, o México vem tendo um crescimento medíocre, em parte porque está atrelado à combalida economia dos Estados Unidos. O país também sofre com a gravidade de seus próprios problemas: leis que proibiam o investimento estrangeiro em energia, um regime tributário disfuncional, um sistema de educação em péssimas condições e uma economia rígida e inflexível, dominada por um punhado de quase-monopólios. Há também a crescente violência ligada às drogas, o que afastou turistas e investidores.
 
O crescimento econômico mexicano atingiu, em média, uma taxa anual decepcionante de 2,6% nos últimos dez anos, enquanto o peso se desvalorizou.
 
Agora, as coisas se inverteram. O Brasil está sendo punido pelos investidores à medida que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, sinaliza que vai frear sua política monetária de dinheiro fácil. Ao mesmo tempo, a fome de matérias primas da China está diminuindo. O real e as ações brasileiras caíram significativamente este ano.
 
"O Brasil se saiu muito bem ao longo dos últimos dez anos, aproveitando um boom de commodities que transferiu um enorme volume de riqueza da China", disse David Rees, economista de mercados emergentes da Capital Economics. "Agora isso está chegando ao fim."
 
Em grande parte, o Brasil desperdiçou a bonança, investindo pouco em estradas e outros setores que poderiam promover o seu desenvolvimento. O governo vem buscando um modelo econômico liderado pelo Estado, tornando muitos de seus setores não competitivos no exterior. E tanto as empresas como as famílias se sobrecarregaram de dívidas, restringindo ainda mais o crescimento futuro. O país desenvolveu um déficit comercial que tem que ser financiado pelo capital estrangeiro.
 
Enquanto isso, o México usou os anos das vacas magras para reformar sua economia, consertando suas leis trabalhistas, seus sistemas de ensino e de telecomunicações e seus setores financeiro e de energia. Economistas esperam que, se concluídas, essas reformas elevarão o potencial de crescimento do país.
 
Ao mesmo tempo, o México tem um déficit comercial relativamente pequeno, facilmente financiado pelo investimento estrangeiro de longo prazo nas empresas e fábricas do país. O México não é tão dependente de fluxos instáveis de dinheiro estrangeiro de curto prazo e, assim, tem sido menos afetado pela turbulência que agita o Brasil e outros países emergentes.
 
A história do Brasil e do México ajuda a ilustrar por que as situações dos mercados emergentes são hoje tão divergentes. Nos últimos cinco anos, economias em desenvolvimento como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os chamados Brics, foram os motores do crescimento global, enquanto as economias desenvolvidas enfrentavam os efeitos da crise financeira.
 
Para apoiar suas economias, os bancos centrais dos EUA, Reino Unido e Japão compraram títulos de dívida, baixando suas taxas de juros para mínimos históricos e provocando uma debandada de capital para os mercados emergentes, em busca de rendimentos mais altos. Com o Fed sinalizando que vai começar este ano a reverter seu programa de compra de títulos, de US$ 85 bilhões por mês, o fluxo está se invertendo e o dinheiro está fugindo dos países em desenvolvimento.
 
Na lista dos perdedores estão países com grandes necessidades de financiamento — seja porque têm grandes déficits comerciais ou orçamentários, ou porque fizeram pesados empréstimos no exterior. Brasil, Índia, Turquia, Indonésia e África do Sul sofreram grandes quedas em suas bolsas nas últimas semanas.
Outros como México, Filipinas, Polônia e Coréia do Sul sofreram hemorragias menores. Em geral, esses são países com pouco déficit comercial para financiar e dívidas relativamente pequenas, tanto públicas como privadas. Também são os países que exportam produtos manufaturados para os EUA e Europa, regiões em lenta recuperação, e não matérias-primas para a China.
Ao contrário dos Brics, eles cresceram mais lentamente nos últimos anos, sem acumular grandes desequilíbrios na balança comercial nem grandes dívidas. Fizeram as reformas necessárias e não se tornaram dependentes da China.
É a vingança das tartarugas.
 
Fonte: The Wall Street Journal
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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Brasil voltará a ter embaixadores em Honduras e Iraque

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O Brasil voltará a ter embaixadores em Honduras e no Iraque, de acordo com a aprovação da CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) nesta quinta-feira.

Zenik Krawctshuk e Ánuar Nahes receberam pareceres favoráveis às indicações dos ministros de segunda classe para representar o país, respectivamente, em Tegucigalpa e Bagdá.

As duas mensagens presidenciais serão ainda submetidas ao Plenário.

Krawctsuk já se encontra em Honduras, onde até o momento trabalha como encarregado de negócios na embaixada brasileira. Uma vez confirmado pelo Plenário, ele assumirá o posto de embaixador dois anos depois do golpe de Estado que derrubou o então presidente Manuel Zelaya em 28 de junho de 2009.

Zelaya passou três meses viajando e voltou clandestinamente a Honduras, onde se refugiou na embaixada brasileira durante quatro meses. De lá, saiu para passar dois anos de exílio e voltou ao país em maio deste ano.

Em 1º de junho, o Brasil promoveu a normalização das relações diplomáticas. Segundo Krawctsuk, Honduras espera "gestos positivos de aproximação" do Brasil.

IRAQUE

Oito anos depois da invasão do Iraque por tropas dos Estados Unidos, já existem em Bagdá 52 embaixadas, segundo informou à comissão o diplomata indicado para o cargo de embaixador. Do total, 26 estão "funcionais e atuantes" e, segundo Nahes, a embaixada brasileira tem de acompanhar esse grupo.

"Quando a situação de segurança melhorar, o potencial é enorme. Há toda uma relação para se reconstruir", disse. A embaixada brasileira em Bagdá foi aberta em 1972 e o Iraque chegou a fornecer 40% do petróleo consumido no Brasil.

Durante a reunião, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ressaltou que as indicações dos embaixadores marcavam um momento de reaproximação do Brasil com Honduras e Iraque. Ele recordou ter vivido dois anos em Honduras e observou que o Brasil não poderia "ficar mais tempo sem relações diplomáticas" com aquele país.

Fonte: Agência Senado

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

G8: internet, mundo árabe, África e energia na agenda

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Controle dos direitos autorais na internet, definição e gestão dos sistemas econômicos dos regimes saídos da “Primavera Árabe”, aposta a fundo no desenvolvimento e exploração do mercado africano, relançamento da energia nuclear e apropriação das questões ambientais como barreira às estratégias com base em energias alternativas e poupança de energia são os pontos essenciais da agenda.

Todos os habitantes das zonas residenciais de Deauville incluídas no “perímetro de segurança” da cimeira do G8 foram identificados, fichados e as suas privacidades passadas a pente fino para proteção de Nicolas Sarkozy e hóspedes chegados dos Estados Unidos da América, Canadá, Japão, Reino Unido, Alemanha, Itália, Rússia e também em representação da União Europeia.

Uma consulta do site oficial da cúpula de Deauville reflete a grande preocupação das principais potências econômicas e militares mundiais (onde ainda não figura a China) com o controle da evolução das preocupações ambientais no mundo e com o enriquecimento do grande mercado mundial agora através do desenvolvimento do mercado africano. “O desenvolvimento do setor privado é o motor do crescimento na África”, sublinha a agenda da cúpula.

As questões ambientais, uma das grandes preocupações gerais no mundo, mobilizam os dirigentes do G8 nesta reunião no sentido de reforçarem o controle sobre o modelo em que tais assuntos devem ser inseridos. Os materiais da cúpula permitem perceber a marginalização das estratégias relacionadas com as energias alternativas e a poupança de consumo em contraste com a aposta nas energias convencionais.

O relançamento da energia nuclear depois da tragédia de Fukushima é uma das preocupações da cúpula dentro do quadro da apresentação desta fonte energética como segura, a mais limpa e a mais importante das “alternativas”. Numa reunião que se realiza no país que é o maior produtor mundial de energia nuclear o relatório sobre segurança nuclear será apresentado pela Rússia 25 anos depois da tragédia de Tchernobyl, central então sob controle de Moscou.

A “Primavera Árabe” está na agenda do G8, encarada numa perspectiva de evitar que os regimes em formação optem por modelos econômicos que não sejam compatíveis com a “economia de mercado” tal como é entendida pelos membros do G8. O exemplo é dado pela presença em Deauville de 21 economistas de renome mundial que irão apresentar as bases de desenvolvimento da economia da Tunísia.

Os chefes do G8 farão igualmente um balanço das guerras do Afeganistão, do Iraque e da Líbia, esta desencadeada pelo próprio grupo durante a sua reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros realizada em março. Na ordem do dia estarão os meios econômicos e militares para sustentar o regime de Benghazi depois de a senhora Ashton, alta comissária da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, ter declarado o “apoio incondicional” a essa facção da luta interna pelo poder.

Altos responsáveis de impérios da internet como o Facebook e a Amazon serão recebidos pelo G8 no âmbito de uma previsível tentativa de controle do funcionamento da rede, neste caso à luz do argumento da proteção dos direitos de autor.

Apesar de alguns analistas citados na comunicação social francesa considerarem que Sarkozy dará grande importância à reunião do G20 em novembro no âmbito da sua campanha de recandidatura à presidência, a reunião do G8 é, de fato, a que marca a agenda e toma as decisões estratégicas para a ordem mundial.

Fonte: Carta Maior
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Comitê da ONU pede democracia em Cuba

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A ONU pediu a democratização de Cuba, e aguarda os resultados do próximo congresso do governo de Havana, anunciou em Genebra o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da ONU, do qual participa o brasileiro José Augusto Lindgren Alves, que evocou o caso da blogueira cubana Yoani Sánchez, cujo convite para visitar o Brasil não pôde ser atendido por proibição do governo cubano.

"A comunidade internacional (...) tem esperado ansiosamente a democratização de Cuba", disse o colombiano Pastor Murillo Martínez, um dos 18 especialistas e relator deste comitê.

"O mundo inteiro espera com grande expectativa o Grande Congresso, anunciado pelo governo cubano, para abril de 2011, no qual prevê que serão anunciadas e legitimadas profundas reformas em Cuba", acrescentou.

"Os recentes acontecimentos que sacodem o mundo árabe, apesar das diferenças históricas e culturais, também foram um chamado claro e contundente aos governos de todo o mundo para que se igualem nos caminhos da democracia", destacou Martínez.

"Por décadas, a questão dos presos políticos, alguns dos quais são afrodescententes, tem sido um fator de tensão no interior de Cuba e em suas relações exteriores", destacou o especialista, citando o caso de Orlando Zapata Tamayo, afrodescendente, "que faleceu ao longo de seu protesto".

Martínez também mencionou o caso de Guillermo Fariñas Hernández, "que por fim desencadenou nas libertações (no exílio) registradas recentemente", animando o Estado cubano "a continuar dando passos na boa direção".

O especialista francês Régis de Gouttes criticou, perante este comitê, o relatório apresentado pelo governo cubano, que diz respeitar as liberdades de expressão e opinião no país, quando "informações provenientes de Organizações Não Governamentais indicam detenções de dissidentes, jornalistas e defensores dos direitos humanos".

O especialista brasileiro José Augusto Lindgren Alves evocou o caso da blogueira cubana Yoani Sánchez, que foi convidada a visitar o Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mas o governo de Cuba não a deixou sair do país.

Lindgren Alves questionou, assim, o informe do governo cubano que assegura que "a liberdade de viajar no caso cubano ficou submetida às irregularidades e arbitrariedades que derivaram da manipulação imposta por sucessivas administrações americanas às relações migratórias com a ilha".

"O Comitê dispõe de informações nas quais destaca que 80% a 90% da população reclusa é afrodescendente", enquanto as estatísticas de Cuba indicam que os 11.177.743 habitantes do país, "65%" são brancos, "10,1%" são negros e "24,9%" são mestiços, disse o relator Martínez.

Ele acrescentou que "os afrodescendentes são o grupo populacional que, em menor medida, recebe as remessas que chegam do exterior", demonstrando estranheza de que Cuba não ofereça dados de "denúncias, julgamentos e sentenças pelos atos de discriminação racial".

O Comitê pediu ainda a Cuba que assine a Convenção da ONU de 1951 para os Refugiados e ratifique os dois pactos fundadores das Nações Unidas, dedicados aos Direitos Civis e Políticos e aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

A delegação cubana poderá responder a estas críticas na quinta-feira. Em 11 de março próximo, o Comitê entregará a Cuba suas observações e recomendações finais.

Fonte: AFP
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

EUA se dizem 'otimistas' com gestão Dilma

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Os Estados Unidos estão "otimistas" com o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, cujas críticas ao Irã foram "excelentes", e esperam "renovar" a relação com governo brasileiro. Esse foi o relato feito à Folha com exclusividade pelo subsecretário para Assuntos Políticos do Departamento de Estado, William Burns.

Número três da diplomacia americana, ele esteve com o assessor internacional do Planalto, Marco Aurélio Garcia, e com o ministro Nelson Jobim (Defesa). Ambos permanecerão no governo.

"Nós nunca iremos concordar em tudo, mas sabemos que o melhor é trabalharmos juntos. Vocês têm muito para se orgulhar. A ascensão do Brasil é um sucesso nosso também, porque mostra ao mundo que a democracia dá certo", disse.

Nos últimos anos, houve vários pontos de atrito entre os dois países, sendo o mais notável o apoio brasileiro ao Irã, arqui-inimigo dos EUA.

Em tempo de vazamentos diplomáticos via WikiLeaks, a conversa foi franca. "Essa crise [da divulgação de telegramas secretos] nos deu uma nova definição para a palavra arrependimento.

Eu mesmo deixei claro que nossa determinação é continuar um diálogo. Isso tudo atingiu o coração do nosso trabalho, mas reforcei que tomamos passos práticos para evitar o problema."

A agenda da conversa com Garcia foi ampla. Comércio, América Latina, Haiti, armas nucleares, todos pontos em que há discordâncias.

Burns citou a entrevista de Dilma ao jornal "The Washington Post", um dos sinais emitidos pela eleita após o mal-estar da recusa dela em encontrar-se com Barack Obama antes da posse.

"Achei a entrevista ótima", disse o diplomata, em referência à crítica de Dilma à abstenção do Brasil da sessão da ONU que apontou violações iranianas. Indagado sobre o desconhecimento sobre Dilma na arena internacional, Burns foi elogioso: "Ela é bem comprometida com os sucessos do país, estou otimista".


AVALIAÇÃO POSITIVA

Segundo a Folha apurou, o lado brasileiro considerou a conversa positiva e deixou claro que gostaria de ver mais iniciativas comerciais entre os dois países e um maior engajamento por parte de Washington em assuntos latino-americanos.

Burns disse que Dilma está convidada a visitar Obama no começo do ano. A secretária de Estado, Hillary Clinton, estará na posse.

O americano conversou com Jobim sobre a compra dos novos caças pelo Brasil.

A Defesa queria que o negócio de ao menos R$ 10 bilhões ficasse com os franceses, mas Dilma pediu mais tempo para analisar o tema.

"Saio daqui convencido de que o negócio não está encerrado. Nossa proposta de ofertar o Boeing F-18 é sem precedentes", afirmou.

Burns evitou falar sobre compensações, embora a ideia de uma megacompra de 100 aviões brasileiros Supertucano pela Marinha americana siga no ar.

Fonte: Folha
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

México intensifica segurança para festas dos 200 anos de independência

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O México preparou uma megaoperação de segurança, sem precedentes na história do país, devido às comemorações do Bicentenário da Independência, em andamento em todo o território, que terão duas festas principais nestas quarta-feira e quinta-feira (16).

A partir das 22h (meia-noite de quarta-feira, no horário de Brasília) a avenida Paseo de la Reforma, onde ocorrerá um desfile amanhã, permanecerá totalmente bloqueada. As autoridades ampliaram a segurança também nas proximidades desse ponto e no centro histórico da capital.

O círculo de proteção com unidades da polícia e do Exército inclui cachorros adestrados, detectores de metais e franco-atiradores. Forças Especiais da Polícia Federal, armadas com rifles e granadas, estão dispostas ainda na região do Anjo da Independência, monumento inaugurado em 16 de setembro de 1910 em homenagem aos herois da independência do país.

Praças públicas e zonas centrais das principais cidades mexicanas também contam com a patrulha de unidades militares e da Polícia Federal, além dos corpos locais de segurança, diante do risco de eventuais ataques dos carteis de drogas.

Em decorrência da onda de violência, as festas foram canceladas em 14 municípios. Em julho passado, o país viveu seu primeiro atentado terrorista. A explosão de um carro-bomba em Ciudad Juárez, considerada a localidade mais violenta do mundo, deixou pelo menos quatro mortos.

Desde que o presidente Felipe Calderón assumiu o poder, em dezembro de 2006 e declarou guerra ao narcotráfico, mais de 28.300 pessoas morreram em confrontos entre autoridades e grupos criminosos ou nas disputas internas dos carteis.

No dia 15 de setembro de 2008, por exemplo, membros do cartel La Familia arremessaram granadas durantes os festejos da Independência em pleno centro da cidade de Morelia, capital do estado de Michoacán. A ação deixou oito mortos e 131 feridos.

Amanhã deve ocorrer a festa mais importante do calendário, que contará com um grande desfile organizado pelos australiano Ric Birch e italiano Marco Balich, junto aos mais reconhecidos coreógrafos mexicanos.

Nesta segunda-feira, ao participar de uma das celebrações, o presidente falou sobre os desafios do México e pediu unidade a todos os setores do país.

"Apenas unidos prosperamos, essa é a grande lição da nossa história", declarou na ocasião.

Fonte: ANSA
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terça-feira, 7 de setembro de 2010

EUA perdem espaço e Brasil ganha peso na América Latina, diz IISS

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A América Latina, liderada pelo Brasil, está tendo um peso maior internacionalmente e redefinindo suas alianças, em alguns casos causando a inquietação dos Estados Unidos, potência hegemônica que perdeu influência na região, afirmou nesta terça-feira o IISS.

"Em 2010, vários países latino-americanos se viam como potências crescentes no cenário mundial e esperavam ser tratadas como tais", afirmou o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, da sigla em inglês) em seu balanço estratégico anual.

O centro de estudos londrino destaca a influência crescente de Brasil, México e inclusive da Bolívia em um âmbito crucial como a luta contra as mudanças climáticas, assim como dos blocos de poder que proliferam na região, como a União das Nações Sul-americanas (Unasul) ou a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba).

Mas é o país presidido por Luiz Inácio Lula da Silva - que recebeu vários reconhecimentos internacionais em seu último ano no poder - o que melhor ilustra a "enérgica agenda política com interesses e aspirações mundiais" que defendem os países latino-americanos, informa o IISS.

Apesar de no momento não ter conseguido grandes avanços, ninguém poderia imaginar há apenas alguns anos que um presidente brasileiro pudesse desempenhar um papel nas tentativas de resolver o conflito no Oriente Médio ou a disputa mantida pelo Irã com os países ocidentais em relação a seu programa nuclear.

As novas ambições da região, que ocorreram ao mesmo tempo que a "perda de influência" dos Estados Unidos, permitiram aos diferentes países buscar novas alianças com potências fora da região com interesses tão diversos como China, Rússia e inclusive Irã.

No caso particular do Irã, o fortalecimento das relações com a Venezuela, mas especialmente com o Brasil, "causaram novas tensões nas relações" com os Estados Unidos, estimou o IISS.

A crise de Honduras e o acordo que permitia aos Estados Unidos operar sete bases militares na Colômbia terminaram por complicar a relação com a administração do presidente Barack Obama, na qual a região tinha depositado inicialmente grandes expectativas.

A vontade de se distanciar do que fora durante muito tempo a potência hegemônica da região ficou latente também com a exclusão dos Estados Unidos de uma nova organização regional que os países latino-americanos e do Caribe concordaram em criar no início deste ano.

No contexto atual, a IISS considera que "a meta" para Washington será "fazer esforços diplomáticos intensivos com os governos mais amigos e os parceiros dispostos na região a progredir em uma agenda comum", que inclui, dependendo dos países, temas como comércio, energia, evitando outros temas mais problemáticos como Cuba ou a luta contra o narcotráfico.

O Brasil, que em outubro realiza eleições para escolher o sucessor de Lula e que continuará sob os holofotes nos próximos anos com a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, deverá evitar repetir os erros dos Estados Unidos no passado, se quiser manter seu atual papel, afirma o IISS.

"Em um mundo complicado e multipolar, o Brasil ascendente deverá ter cuidado para evitar os impulsos imperialistas que, como ocorreu com os Estados Unidos, criaram problemas para um poder hemisférico".

Fonte: AFP
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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ocupação Silenciosa

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Um ano após o golpe de Estado nas Honduras os EUA prosseguem a senda desenfreada de militarização do continente americano. A última investida corresponde à ocupação silenciosa da Costa Rica. Os factos são simples: com o apoio da presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, o parlamento do país centro-americano aprovou há dias um «acordo de segurança» com os EUA que prevê a entrada no seu território de sete mil soldados norte-americanos que se farão acompanhar por cerca de 50 vasos de guerra, incluindo um porta-aviões, e mais de duas centenas de helicópteros e aviões de combate.

A razão invocada para a deslocação do impressionante aparato bélico é no mínimo risível – o combate contra o narcotráfico. Ainda mais quando se sabe que os EUA são o maior consumidor mundial de drogas e que a Colômbia e o Peru, países que se encontram na órbita estadunidense, são os dois maiores produtores mundiais de cocaína.

O caso é muito sério. Depois da reactivação da IV Frota para a América Latina, ainda com Bush, e do afastamento do presidente Zelaya, já com Obama, os EUA estabeleceram mais sete bases militares na Colômbia, recuperaram a estratégica presença militar no Panamá – um dos resultados imediatos da eleição presidencial em 2009 de Martinelli –, invadiram o paupérrimo e destroçado Haiti e ampliaram a presença militar nas próprias Honduras, onde sob a fachada democrática resultante de umas eleições fraudulentas segue a campanha de violência e assassinatos do poder golpista.

A literal ocupação da Costa Rica – sem direito ao estatuto de notícia no «grande espaço mediático» – é particularmente escandalosa, pois, que se saiba, a Constituição ainda vigente em San José proíbe a presença de forças armadas no seu território, que aboliu em 1948, e proclama o país como zona de paz.

É certo que políticos como o anterior presidente, Óscar Arias – o eterno mediador do imperialismo – nunca regatearam esforços em melhor servir os interesses dos EUA na zona do seu «quintal». Foi sob a sua alçada e não obstante o forte repúdio popular que a Costa Rica implementou em 2009 um Tratado de Livre Comércio com os EUA. É na sua esteira que Chinchilla, em cujo curriculum consta o facto de ter trabalhado para agências ligadas à CIA, como a USAID, e que tal como Arias integra a Internacional Socialista, pactua agora para tornar a Costa Rica num chinelo do imperialismo.

Trata-se este de mais um relevante sinal da contra-ofensiva dos EUA na América Latina. Cujo raio de acção não está circunscrito à obstinação em criar uma zona tampão na América Central e à ameaça directa aos governos da FSLN e FMLN, na Nicarágua e El Salvador. A preocupação central a que o Pentágono tenta dar resposta tem como foco principal os processos de resistência, acumulação de forças e mesmo transformação que se desenvolvem na América Latina.

Obama prossegue assim o bloqueio contra Cuba e intensifica a conspiração contra a Venezuela e os restantes países da ALBA, ao mesmo tempo que apoia a agenda da grande burguesia, como mostram os casos do Brasil e da Argentina. Reverter e derrotar as singulares experiências de transformação revolucionária e desarticular os diferentes espaços de integração latino-americana é condição essencial para a recolonização imperialista do sub-continente.

A irreprimível ambição de hegemonia absoluta obrigam doentiamente a economia mais endividada e parasitária do mundo a canalizar verbas astronómicas para a guerra. Munidos da doutrina do Ataque Imediato Global, porta-aviões e forças navais da super-potência imperialista sulcam os mares do mundo, das águas do Golfo Pérsico e costas iranianas até às cercanias da China.

Em plena crise do capitalismo, crescem exponencialmente os perigos do imperialismo e a máquina bélica dos EUA precipitarem novos focos de tensão e Guerra. Realidade a exigir impostergáveis e efectivas respostas em defesa da vida e da Paz.


Fonte: Pravda

Colaboração: Roberto Correia
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América Latina está na década da oportunidade

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A América Latina está "na aurora da década de grande oportunidade" para a região, disse nesta segunda-feira o secretário-geral iberoamericano Enrique Iglesias, que pediu para "atuar com muito pragmatismo" para fortalecer os sistemas de integração.

"Talvez estejamos na aurora da década de grandes oportunidades para a América Latina, no sentido de que podemos capitalizar as experiências que tivemos nos últimos anos", disse Iglesias na abertura de um debate sobre "O sonho da integração latino-americana 50 anos depois", organizado pela Secretaria Geral Iberoamericana (Segib) e pela Associação Latino-americana de Integração (Aladi).

"Hoje somos um pouco mais sábios que há 20 anos em relação ao que há de ser feito e como fazer", completou Iglesias, que considerou que há a chance de se aprofundar na diversificação produtiva, na produtividade da economia, na produção de qualidade em conhecimento e na revolução educativa.

"Tudo isso poderá nos dar a grande oportunidade de derrotar a pobreza na América Latina, de melhorar a igualdade, e alguns países certamente vão se tornar na próxima década países desenvolvidos", completou.

O secretário iberoamericano admitiu que o maior risco é que a economia mundial leve a região a um mal momento, mas opinou que "o desafio é tentar diminuir esses riscos e uma dessas formas e fortalecer os sistemas de integração nacional".

Nesse sentido, chamou a "atuar com muito pragmatismo" para avançar "e tentar abrir os campos, aprofundar os esquemas de cooperação setorial e a infraestrutura".

Em um contexto mundial de mudanças, a América Latina "tem que surgir como um ator importante na economia e na política mundial e, para isso, atuar juntos é sempre muito melhor que atuar individualmente", concluiu.

Fonte: AFP
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sábado, 31 de julho de 2010

Caças canadenses interceptam bombardeiros russos

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Dois bombardeiros russos foram interceptados na quarta-feira passada por caças canadenses quando se aproximavam do espaço aéreo do Canadá na zona do Ártico, informou nesta sexta-feira o Ministério da Defesa em Ottawa.

"Os dois bombardeiros russos TU-95 voltaram à sua base em problemas após o incidente", disse à AFP o porta-voz do ministério canadense da Defesa, Jay Paxton.

"Eles estavam a 250 milhas náuticas de Goose Bay, na província de Terra Nova, na zona de interesse canadense".

Desde 2007, vários incidentes deste tipo já ocorreram no espaço aéreo canadense, lembrou Paxton.


Conhecendo um pouco mais


O Tupolev Tu-95 "BEAR" foi talvez o bombardeiro mais bem sucedido já produzido pela industria aeronáutica soviética, e ainda hoje impressiona por ser o mais rápido avião movido a hélice que já alçou os céus, graças as suas características aerodinâmicas avançadas com suas asas enflechadas e aos poderosos motores de contra-rotação.

O TU-95 nasceu na década de 50 como um bombardeiro intercontinental, posterior ao TU-4 de médio alcance. Vale lembrar que o seu desenvovimento se deu no calor da "Guerra-Fria", onde a União Soviética e os EUA travavam uma batalha ideológica,tecnológica e dissuassória, neste periodo tão conturbado da história a busca pelo dominio tecnológico era sem precedentes em nossa história. Neste cenário nasceu o TU-95, equipado com quatro propulsores que forneceriam uma autonomia de mais de 13.000 quilômetros e velocidades de mais de 800 km/h (0.65 Mach) a uma altitude de até 10.000 metros. Batizado pela OTAN com o código "BEAR".

O projeto das asas se valeu de toda a experiência da Tupolev e do instituto central de aerodinâmica (TSAGI) adquiridas durante o projeto e desenvolvimento das asas do TU-16. As asas do Tu-95 foram envergadas para trás em um ângulo de 35 graus, permitindo a colocação de uma grande quantidade da bombas atrás da caixa da torsão da unidade central das asas no centro de gravidade da aeronave.

As maiores dificuldades encontradas no projeto do Tu-95 foram os motores. Após exaustivos estudos de combinações e versões diferentes do motor, o projeto final do avião incorporou quatro motores turbo-propulsores com uma pressão de aproximadamente 10,000-shp. Nos anos 1940, o motor turbo-propulsor mais potente já fabricado era o protótipo BK-2 que geravam significativos 4800-shp de pressão. Após a análise do projeto da Tupolev, em 11 de julho de 1951 o governo aprovou oficialmente o desenvolvimento do avião Tu-95: Duas versões foram construídas, uma com os oito motores TV-2F, e uma segunda versão com os quatro motores TV-12.

A principal função deste bombardeiro era patrulhar o oceano pacífico proximo ao alasca, e a costa dos EUA, coletando informações e sendo uma presença incomoda aos EUA, tendo por vezes ocorrido incidentes que quase levaram o mundo a uma guerra nuclear.

Suas versões de coleta de dados era muito usada para monitorar a atividade naval americana. Mas com o fim da URSS, o TU-95 sumiu praticamente dos céus e abandonou suas patrulhas. Mas depois de anos sem efetuar suas habituais incurssões o velho urso russo esta devolta aos céus, novamente dando trabalho as patrulhas aéreas do Canadá e EUA.


Fonte: AFP / GeoPolítica Brasil
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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Índia pode ser ‘nova China’ para América Latina

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Com crescimento variando entre 6,5% e 8% na última década e uma população de mais de 1 bilhão de habitantes, a Índia tem potencial para ocupar um papel até agora reservado à China nas economias da América Latina e do Caribe, diz um estudo elaborado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Assim como a emergência da China transformou as economias latino-americanas, abrindo um grande mercado para exportação, principalmente de produtos básicos, o avanço do novo gigante asiático poderá ter um impacto igualmente profundo, tanto no comércio quanto em investimentos em bens e serviços, diz o autor do estudo, Maurício Mesquita Moreira, economista do setor de Comércio e Integração do BID.

"A Índia não tem como atender a sua demanda com produção interna", diz Moreira. "A América Latina tem os recursos naturais de que a Índia precisa para crescer e prosperar."

Segundo o economista, do mesmo modo como ocorreu com a China, essa abundância de oferta na América Latina, aliada à crescente demanda indiana, seria mais do que suficiente para impulsionar uma grande ampliação no comércio bilateral.

"A Índia será forçada (a ampliar o comércio bilateral), assim como a China foi. No caso com a China, (se deu) não porque fizemos muito esforço, mas porque eles precisavam (de matéria-prima)", afirma.

Evolução

No entanto, diferentemente da relação com a China, a parceria entre a América Latina e a Índia ainda não se concretizou e enfrenta problemas.

Até 1999, o volume de comércio da América Latina com a China e com a Índia era semelhante e, em ambos os casos, pouco significativo. A partir de 2000, porém, o comércio bilateral com a China explodiu, enquanto as trocas com a Índia não evoluíram.

Dados reunidos no estudo do BID revelam que, em 2007, a China respondia por uma fatia de 6,3% do comércio total da América Latina, enquanto a Índia representava apenas 0,6%.

"O comércio com a Índia continua sendo medíocre", diz Moreira. "Já houve alguma evolução. O Ibas (grupo que reúne Índia, Brasil e África do Sul) é um avanço importante. O acordo com o Mercosul já é um passo. Mas ainda não é o suficiente."

De acordo com o economista, a não ser que incluam um número maior de países e de produtos, esses acordos não são suficientes para resolver a questão.

Segundo o relatório, um crescimento de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) da China gera aumento de 2,4% nas exportações latino-americanas. Em relação à Índia, 1% de avanço no PIB representa crescimento de 1,3% nas vendas externas da América Latina.

Tarifas

Moreira diz que as tarifas impostas sobre exportações latino-americanas para a Índia, especialmente na área agrícola, ainda são "quase proibitivas". As tarifas sobre exportações indianas para a América Latina também são altas.

Além disso, o comércio bilateral enfrenta ainda barreiras não-tarifárias e altos custos de transporte.

Segundo o economista, apesar das frequentes declarações de comprometimento com comércio bilateral e integração, os governos dos dois lados ainda não agiram para resolver os obstáculos mais graves.

"O potencial seria muito maior se tanto a América Latina quanto a Índia levassem mais a sério a discussão de problemas, tivessem uma posição mais pró-ativa", diz Moreira.

Um aumento no comércio bilateral, afirma o economista, levaria ao fortalecimento de um "círculo virtuoso", com mais incentivos para cooperação entre duas regiões com renda per capita e padrões de produção semelhantes e, portanto, amplas possibilidades de troca de conhecimentos e de atuação conjunta em questões regulatórias globais.

Além das oportunidades no comércio, há um grande potencial na área de investimentos, diz Moreira. O estudo cita como exemplos desse potencial alguns investimentos feitos pelo Brasil na Índia, como as joint-ventures entre a Petrobras e a indiana ONGC, para exploração de gás, e entre a Marcopolo e a Tata Motors, para a fabricação de ônibus.

Brasil

O Brasil é o maior parceiro da Índia na América Latina e, segundo Moreira, a cooperação bilateral serve de exemplo para o resto da região.

De 1990 a 2008, Brasil e Índia assinaram 23 acordos e memorandos de entendimento em várias áreas.

O economista afirma que os memorandos de entendimento, apesar de serem versáteis e geralmente não necessitarem de aprovação pelo Congresso, muitas vezes não trazem objetivos claros e obrigatórios, como fontes de financiamento, o que pode levar a anos de atraso em sua implementação ou até mesmo à não-implementação.

"Essas experiências sugerem que a cooperação bilateral seria beneficiada por um cenário institucional mais forte", diz o relatório.

Outro problema, de acordo com Moreira, é a falta de dados precisos para medir objetivamente o impacto desses acordos bilaterais.

O economista menciona ainda o fato de a parceria "Sul-Sul" entre Brasil e Índia ser pragmática e que, apesar de os dois países terem estado do mesmo lado em várias questões políticas e econômicas mundiais, também há grandes divergências.

O estudo afirma que esse tipo de parceria, em que os países evitam se comprometer com colaboração baseada em ideologia e optam pela busca de resultados, "parece ser o melhor caminho para aproveitar as melhores oportunidades e maximizar os benefícios da cooperação entre a América Latina e a Índia".

Competição

Ao mesmo tempo que representa uma imensa oportunidade de comércio e investimentos, porém, a emergência da Índia também traz desafios à América Latina, especialmente no que se refere à exportação de manufaturados.

Segundo o relatório do BID, os governos latino-americanos devem prever um cenário em que a Índia venha a se tornar, assim como ocorreu com a China, um importante exportador de manufaturados, aumentando as dificuldades dos países da região em competir nesse setor.

De acordo com o estudo, isso só aumenta a urgência de implementar uma agenda para resolver as deficiências da América Latina em termos de educação, acesso a crédito, investimentos em ciência e tecnologia e infra-estrutura.

Fonte: BBC Brasil
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terça-feira, 15 de junho de 2010

O não do poderoso vizinho

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Para não variar, a reunião interparlamentar México-Estados Unidos terminou com resultados contrários aos interesses mexicanos. Diante da negativa estadunidense de controlar o fluxo de armas que tanto afeta o México, a resposta equivalente seria declarar uma política de rotas abertas para o tráfico de entorpecentes. Certamente, essa decisão nunca vai ocorrer, mas algo precisa ser feito para pressionar aos poderosos vizinhos.

A colheita

Por ocasião de sua viagem a África do Sul, o presidente Felipe Calderón enfrenta, como ocorreu também com Vicente Fox, pressões por atrasos na entrega de recursos aos governos dos estados e municípios. A exigência para a repartição oportuna e completa dos recursos federais renovou-se no final de semana durante a reunião da Confederação Nacional de Governadores em Cidade Vitória. Antes, ocorreu uma reunião de mandatários do PRI, no qual os governadores, junto com seus coordenadores parlamentares e dirigentes partidários, expressaram sua preocupação diante da evidente contenção orçamentária por parte da Secretaria da Fazenda, que afeta gravemente o desenvolvimento nacional. No período janeiro-março, foram executados apenas 1 bilhão de pesos dos 16,63 bilhões destinados a este fim.

Também existe preocupação pelos efeitos negativos dos aumentos de combustíveis. O presidente do PRI no estado de México, Ricardo Aguilar Castillo, afirmou que é uma medida inflacionária que contrai o consumo interno e acrescentou que o governo federal tem mais dinheiro, mas não o gasta e, quando gasta, o faz mal...

Ainda que faltem meses para a troca de direção na Confederação Nacional Campesina, a candidatura do senador Adolfo Toledo como candidato a dirigir a CNC parece ter mudado o equilíbrio de forças e prenuncia um desenlace distinto ao colocado pelas forças dominantes no setor campesino...

A troca de direção naquela que, apesar de tudo, é a principal organização campesina teria repercussões inclusive em programas oficiais como o de fomento das exportações agroalimentares promovido pelo secretário de Agricultura, Francisco Mayorga que, recentemente, anunciou que em 2010 serão investidos pouco mais de 554 milhões de pesos para a realização de campanhas zoosanitárias, pois o fato de que os produtos nacionais estarem livre de enfermidades torna-os mais competitivos nos mercados internacionais.

Decisão

É provável que esta semana saia a decisão definitiva da Suprema Corte de Justiça acerca da tragédia no jardim de infância ABC de Hermosillo, Sonora, e sobre a responsabilidade de atuais e antigos funcionários federais e estatais. Conta a favor do diretor do IMSS, Daniel Karam, as declarações a seu favor da Comissão Nacional de Arbitragem Médica.

Fonte: Carta Maior
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Obama inicia viagem à região afetada por vazamento de petróleo no Golfo

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O presidente Barack Obama, resolvido a impor exigências mais severas à empresa BP (British Petroleum), inicia hoje um percurso de dois dias pelas áreas litorâneas afetadas por um vazamento de petróleo no Golfo do México.

Ao retorno de sua viagem pela Louisiana, Mississipi, Alabama e Flórida, o presidente dirigirá uma mensagem à nação na terça-feira à noite na qual explicará as medidas que seu governo tomará para enfrentar a poluição e compensar os indivíduos e empresas atingidos.

Na quarta-feira Obama se reunirá na Casa Branca com o presidente da BP, Carl Henric Svanberg, e segundo um funcionário da Presidência exigirá a criação de um fundo especial para o pagamento de compensações e indenizações aos atingidos pelo vazamento que começou no dia 20 de abril.

O almirante (aposentado) da Guarda Litorânea, Thad Allen, que lidera o esforço do governo para a contenção do vazamento de petróleo, disse que desde este domingo começou a instalação de sensores que deem às autoridades uma ideia mais precisa do volume de petróleo que flui do poço.

Fonte: EFE
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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ativistas criticam Brasil e pedem saída da missão da ONU no Haiti

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Um grupo de ativistas se concentrou hoje em frente à embaixada do Brasil em Porto Príncipe para pedir a saída da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah, na sigla em inglês).

O protesto reuniu cerca de 30 membros de várias organizações, mas não foram registrados incidentes.

O Brasil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram duramente criticados e acusados de apoiar um "plano neoliberal" contra os verdadeiros interesses do Haiti.

O professor Josué Merilien levou à embaixada do Brasil uma carta dirigida ao presidente Lula com as reivindicações do grupo.

"Não precisamos de veículos militares. Precisamos de técnicos, pessoas que possam ajudar", declarou o ativista Josué Merilien, que acrescentou que a missão da ONU é "uma força de ocupação que causou muito dano ao país".

Em resposta, o embaixador brasileiro no Haiti, Igor Kipman, ressaltou o direito dos haitianos de se manifestarem pacificamente, mas disse que não está "de acordo com a expressão 'força de ocupação'" utilizada pelos ativistas, porque, segundo ele, a Minustah está presente no Haiti porque "o Governo haitiano pediu e também porque foi uma decisão do Conselho de Segurança da ONU".

Fonte: EFE
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domingo, 6 de junho de 2010

Assembleia da OEA começa hoje com armamentismo no centro do debate

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A 40ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos começa hoje em Lima sem previsão de grandes discordâncias e tem como tema principal uma declaração que pretende limitar o armamentismo na região.

A reunião anual de chanceleres dos 33 países membros da OEA começa em um ambiente mais calmo que o dos encontros anteriores, quando a crise entre a Colômbia e o Equador, e depois o levantamento da suspensão do bloqueio a Cuba centraram toda a atenção e deixaram de lado os temas centrais das respectivas Assembléias.

Hoje a situação é diferente, embora o futuro de Honduras dentro da OEA possa desviar momentaneamente a atenção do tema principal - "Paz, segurança e cooperação entre as Américas". Tegucigalpa foi suspensa da organização no dia 4 de julho do ano passado após o golpe de Estado que derrubou o então presidente Manuel Zelaya,

O futuro de Honduras deve ser tratado amanhã em encontros privados. Segundo fontes diplomáticas, o debate para levantar a suspensão não deve ser levado à plenária devido a falta de consenso e o desejo de não criar mais divisões.

Os políticos devem sem concentrar em cumprir a agenda, que inclui temas novos e disputas antigas, como o problema marítimo da Bolívia e a questão das Malvinas, litígio que ganhou atualidade perante o aumento das tensões entre a Argentina e o Reino Unido, e o desejo de Buenos Aires de dialogar com Londres sobre a reivindicação da soberania das ilhas.

A reconstrução do Haiti também está na pauta e há um projeto de resolução de apoio ao país caribenho.

No entanto, o centro do debate está no armamentismo na região, embora o Secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, insista que também serão abordados problemas relacionados com o crime organizado, o narcotráfico, o tráfico de armas e a segurança pública, entre outros. Temas que, disse à Agência Efe, preocupam mais o povo que a compra de armas.

Todo caso, as discussões têm como núcleo a declaração final de chanceleres, que será aprovada no último dia do encontro.

O projeto, pactuado previamente, é uma tentativa de limitar a despesa militar na região, fomentar a transparência na aquisição de armamento, impulsionar medidas de confiança para criar um ambiente mais seguro e tirar da região o compromisso de destinar mais recursos ao desenvolvimento.

Por trás do texto está a preocupação de alguns países pelo que consideram um armamentismo excessivo na América Latina, argumento refutado por outros e justificado por terceiros com a modernização de seu material de defesa.

Segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (Sipri), as transferências de armas para a América do Sul aumentaram em 150% nos últimos cinco anos.

O Peru, como anfitrião, é o incentivador da declaração, inspirada na campanha iniciada ano passado pelo presidente peruano, Alan García, para pôr "freio ao armamentismo".

No entanto, o documento que saiu de Washington é "descafeinado" e muito menos enérgico que a proposta inicial do Peru, consequência do compromisso mínimo que costuma sair de negociações multilaterais nas quais o consenso é obrigatório.

Fontes diplomáticas afirmaram que o texto final "está a meio caminho do que o Peru queria" e reflete que "nenhum país comprador ou vendedor está disposto a ter limites impostos".

De fato, no projeto foi eliminada a palavra "redução" e em seu lugar ficou um termo mais genérico: "limitar".

Fonte: EFE
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Por que a América hispânica não se tornou uma só nação

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Reproduzimos esta entrevista que Daniel Ulanovsky Sack fez com Tulio Halperin Donghi para o jornal Clarín, em fins de 1997. Tulio Halperin Donghi teve o destino que perseguiu a muitos intelectuais argentinos: abandonar uma nação que a partir da Noite dos Bastões Largos do general Onganía impôs uma ordem vertical e sem dissenso nas universidades. Clima ruim para um historiador especializado nas lógicas políticas e nas raízes institucionais do país. Assim, há trinta anos, Tulio Halperín Donghi vive nos Estados Unidos, onde é professor emérito da Universidade da Califórnia, em Berkeley e figura como principal quadro do Departamento de História Latinoamericana.

Quando da independência da América Espanhola havia a idéia de integração latino-americana?
THD – A América Espanhola era vista como uma unidade: todas as regiões haviam se desgarrado da metrópole quando Napoleão invadiu a Espanha e prendeu Fernando VII. Nas colônias foi necessário organizar o governo local de outra maneira, e num primeiro momento se teve uma perspectiva continental. Se se analisa as propostas de Mariano Moreno para realizar um congresso americano, dá-se conta de que ela incluía os territórios dos vice-reinados. Esta idéia, elaborada em 1810, sequer teve início e já dois anos mais tarde, no que em seguida passaria a ser o Hino Nacional Argentino, chamavam-se de Províncias Unidas del Sur e da Nova e Gloriosa nação. Já não se fazia referência a toda a América Hispânica, mas ao antigo vice-reinado do Rio da Prata.

O que aconteceu em apenas dois anos, para que a idéia da união fosse abandonada?
THD – Surgiu uma alternativa que encarnava a realidade de uma maneira mais clara. As revoluções americanas tinham ocorrido através de focos separados em cidades distintas, ilhados e, amiúde, entre eles. Estes focos foram assumindo identidade própria nas guerras contra a coroa e em pouco tempo se constituíram em unidades geográficas que depois dariam na formação das nações independentes.

Esta explicação serve para entender por que a América Hispana tanto se atomizou, à diferença da anglo-saxã, que restou constituída em dois grandes países?
THD – Não diria que a atomização foi tão grande. No esquema administrativo espanhol não existia uma unidade [burocrática] para as colônias, mas entidades separadas entre si, cada uma vinculada a uma metrópole. Os laços mais fortes se construíam com a Europa e não entre os vice-reinados. Dito isso, reconheço que algumas zonas se fragmentaram, como foi o caso da América Central e do vice-reinado de Nova Granada, do qual surgiram Equador, Colômbia e Venezuela. Mas a unidade desse vice-reinado havia sido muito débil já na época colonial.

E o Rio da Prata?
THD - Aqui houve uma atomização real, cuja razão não é mistério algum e está ligada à incapacidade do foco revolucionário de Buenos Aires para incluir o Alto Peru de forma sólida.

Os portenhos desprezavam essas zonas que pareciam afastadas e fora do alcance modernizador do porto?
THD – Não, essa interpretação é insustentável. É certo que em Buenos Aires não existia nenhuma simpatia pelos altoperuanos. Mas ao mesmo tempo a vontade de controlar as minas de prata e da região se impunham a qualquer outro sentimento. Os dirigentes revolucionários do Rio da Prata tentaram três vezes se apoderar do Alto Peru.

Antes perguntei se a América Latina havia se atomizado. Agora inverto o sujeito: por que a América saxã se integrou?
THD – No momento em que as colônias inglesas que formaram os Estados Unidos se uniram, ocupavam um território muito menor e menos povoado que o da América Hispânica. O mesmo se passava com a população; eram apenas 3 milhões de pessoas e só no território do México habitavam o dobro de pessoas. Além do mais, para sua guerra de independência tinham criado uma autoridade acima dos distintos estados, e isso já formou um precedente. Quando essa união começou, contudo, a situação do país era bastante precária. Depois foram se conseguindo muitos êxitos até se converterem na primeira potência do mundo.

E a América Latina, como era o projeto de integração sustentado por Bolívar?
THD – Mais que uma confederação entre os diversos estados, buscava uma aliança permanente, mas bastante frouxa, com um protetor externo que devia ser a Inglaterra. Bolívar advertiu que com a independência dos territórios americanos e o triunfo dos focos revolucionários havia perdido certa ordem da época colonial que tratou de regenerar. Foi um momento bastante conservador de sua vida.

De que maneira queria conseguir essa aliança permanente entre os novos estados?
THD – Bolívar tinha ganhado influência numa grande reigão da América. A base desse poder estava no predomínio militar, através dos exércitos que lhe eram subordinados, dirigidos – em grande medida – por oficiais chegados de diferentes regiões. O mesmo Bolívar dizia que a independência do Equador tinha sido, na realidade, sua conquista pelos militares do antigo vice-reinado de Nova Granada, com sede em Bogotá. Mas as cúpulas desses exércitos terminaram desregrando-se: terminava sendo muito custoso mantê-las e os chefes queriam regressas a suas terras. Dessa maneira, a coluna vertebral do projeto se enfraqueceu.

San Martin tinha algum postulado sobre a união Hispanoamericana?
THD – Em geral se conhece seu pensamento a partir da interpretação feita por Mitre. Dado que em San Martin faltava um projeto iberoamericano, Mitre interpretou que ele tinha defendido uma idéia alternativa, baseada em pátrias nacionais. A partir dessa visão, supõe-se que as ações de San Martin fora do território nacional tiveram como missão principal a defesa da independência argentina e, em especial, a eliminação da ameaça da realeza. De certa forma isso era certo, mas se se pesquisa nos textos de San Martin vê-se que a liberação do resto da América também aparecia como um objetivo. Em uma coisa, porém, Mitre tinha razão. San Martín não deixou nenhum testemunho sobre a necessidade de uma América hispânica unida.

Se avançarmos na história, quando e de que maneira se volta a falar de uma política integradora?
THD – Eu mencionaria um movimento que começou em fins do século passado, vinculado ao que, sem qualquer intenção pejorativa, denominava-se de projetos imperialistas. A partir dessa idéia, as grandes potências constituíam zonas de influência sobre a base do predomínio econômico e, às vezes, político. O sonho de toda nação poderosa era unir toda a sua zona com um trem (ferrocarril). Assim, a Grã Bretanha tinha um projeto de estender ferrovias do Cairo até a Cidade do Cabo; a Alemanha, de Bergim a Bagdá e nos Estados Unidos um líder do partido republicano da época propôs construir vias que atravessassem toda a América e chegassem até o Cabo Horn.

Unidos ou dominados
Mais do que uma integração, essa idéia tendia a construir uma América liderada pelos Estados Unidos.
THD – É que já se refletia a nova estrutura de poder. No entanto, essa proposta encalhou logo no início em benefício de uma outra muito mais burocrática: a União Panamericana, que teve realizações modestas mas que abriu numerosos postos de trabalho para diplomatas, talvez tenha sido essa sua grande virtude. Esta união conseguiu uma tarifa de franquia preferencial para todo o continente. Porém, enquanto os Estados Unidos se esforçavam para acentuar seu papel, na América Latina uma idéia de solidariedade frente ao seu avanço, às vezes agressivo e violento, como foi a guerra com a Espanha pela ilha de Cuba.

Esta solidariedade era retórica ou se lhe dava um marco institucional?
THD – Bom...era feita de gestos. Não se falava de unificação política, nem sequer de confederação entre os países da América Latina. Mas durante essa guerra houve vários atos em Buenos Aires de adesão a Espanha: consideravam-na a única alternativa à norte-americanização da ilha. Nesses reuniões havia muitos intelectuais, e Paul Groussac, o diretor da Biblioteca Nacional em fins do século passado chegou a participar.

Se nos adiantarmos umas décadas, vemos que Perón dizia que no ano 2000 iríamos nos encontrar unidos ou dominados. Ele se referia a América Latina?
THD – O pensamento de Perón é um enigma no qual não pretendo entrar.

Anime-se...

THD – Perón era um homem de enorme inteligência mas não um pensador original nem um criador de ideologia. Continuou uma postura muito argentina de disputar a liderança da América Latina com os Estados Unidos. Essa confrontação era bastante antiga. Roque Sáenz Peña já sustentava a idéia da América para a humanidade como forma de contrapor a “América para os americanos”, que os Estados Unidos defendiam. Como nessa época a Argentina estava bastante mais desenvolvida que o resto da América Latina, era comum que víssemos como barreira regional a hegemonia de Washington.

A Idéia de Perón de disputar a liderança dos EUA foi só discursiva?
THD – Houve algo mais que retórica. Mas encontramos algo curioso. Perón reforçou essa visão de estender a influência argentina no momento em que decidiu aproximar-se dos Estados Unidos. Isso tem lógica: seu avanço só seria tolerado se fosse visto dentro de um marco de predisposição amistosa.

Uma espécie de sub-liderança?
THD – Menos que isso, era algo mais informal. De todo modo, a Argentina peronista era confusa: reunia simpatias em setores da esquerda latino-americana enquanto que as forças progressistas do próprio país lhe eram adversárias.

Em que se baseava essa simpatia conquistada no exterior?
THD – Na certa independência que exibia. Mesmo em seus momentos mais pro-norteamericanos, Perón observava certos limites em seu alinhamento com Washington. Os mexicanos atuavam de forma similar: não confrontavam nos temas centrais mas eram pródigos em gestos que ilustravam uma independência formal. Assim, pouco antes da invasão de 1954, ao regime de Arbenz na Guatemala, realizou-se uma reunião dos países americanos onde se votou uma resolução hostil à presença de qualquer regime influenciado pelo comunismo no continente. Houve só um voto contra – da mesma Guatemala – e duas abstenções: a argentina e a mexicana. Inclusive, depois da Revolução Libertadora, a revista Sur, de Victoria Ocampo, publicou um artigo onde se reconhecia a simpatia que Perón havia ganhado na Guatemala, fato que nunca deixou de surpreender aos intelectuais locais.

Já na atualidade, como você analisa o processo de integração do Mercosul e, vendo mais além, as iniciativas de criar a zona de livre comércio continenal?
THD – O Mercosul se dá como resultado da necessidade mais do que como corolário de uma evolução ideológica. E partilha uma lógica com a iniciativa estadunidense de livre comércio: são projetos que abrem novos espaços mas ao custo de se fechar para outras áreas do mundo. Os discursos atuais têm algo de contraditório: fala-se da globalização e da abertura externa mas se potencializam as idéias que fortalecem os blocos regionais. Parece-me demasiado cedo para que um historiador diga o que vai acontecer; por ora só observo o paradoxo.

Publicado originalmente no Clarín, 14 diciembre 1997

Fonte: Carta Maior
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sábado, 24 de abril de 2010

Peru comprará Helicopteros na Rússia

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O governo peruano anunciou a intenção de adquirir mais helicopteros russos para suas forças. Um anuncio muito interessante também para nós brasileiros, pois como sabe-se, com a compra de nossos AH-2 Sabres (MI-35) também teremos instalado aqui em nosso país um centro de manutenção para estas aeronaves, o que nos dará um bom retorno financeiro uma vez que nossos vizinhos estão se lançando a compra deste incrível helicoptero de combate.

Olhando do ponto de vista de nossos vizinhos, temos uma clara percepção de que a compra feita pelo Brasil junto a Russia esta abrindo ainda mais o mercado Latino Americano as industrias daquela nação, pois a principal dúvida que pairava sobre a escolha dos produtos russos se devia a capacidade da mesma prover suporte técnico. Com o Brasil recebendo um centro de manutenção para tais produtos, essa questão recebe uma boa resposta, pois todos conhecem as nossas capacidades industriais e de suporte, o que agrega mais valor a oferta russa por estes lados do planeta.

Pelo visto a compra peruana será a primeira de muitas aqui na AL, pois a Bolívia e Equador já demonstram interesses nesta classe de vetores.

Angelo D. Nicolaci
GeoPolítica Brasil
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terça-feira, 20 de abril de 2010

Países da Alba querem integração para enfrentar "investida imperialista"

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Os presidentes da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) falaram nesta segunda-feira sobre a necessidade de acelerar os projetos de integração do grupo e reforçar a unidade para enfrentar a suposta investida imperialista contra eles.

Os dirigentes dos países-membros da Aliança, Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda e Dominica, se reuniram na noite desta segunda em Caracas para realizar sua nona cúpula.

O encontro fez parte da comemoração do Bicentenário do início do processo de independência da Venezuela, por isso os líderes da Alba repetiram em seus discursos os ideais de soberania e falaram do rompimento definitivo das "cadeias" imperiais a que a boa parte da região ainda é submetida.

O governante venezuelano e anfitrião, Hugo Chávez, assegurou que a Aliança, criada em 2004 por seu Governo e o de Cuba, "é a alternativa" para conseguir a verdadeira independência.

"Por isso temos que cuidar dela (Alba), protegê-la e avançar" em seus planos e projetos, "na demora está o perigo, não podemos demorar!", expressou o líder da "revolução" bolivariana instalada na Venezuela há onze anos.

O presidente cubano, Raúl Castro, também destacou que a "única alternativa" para os povos caribenhos e latino-americanos "é se unir, lutar e vencer" as campanhas supostamente impulsionadas pelos Estados Unidos contra os Governos esquerdistas da região.

Raúl Castro e o governante da Bolívia, Evo Morales, além disso, falaram sobre a necessidade urgente de tomar medidas para frear a mudança climática, além do papel fundamental dos movimentos sociais do mundo para superar a crise ambiental.

Evo afirmou que "a melhor bandeira de luta contra o capitalismo irresponsável é a defesa da mãe Terra", ao promover a conferência mundial sobre a mudança climática que começará nesta terça em seu país.

O presidente do Equador, Rafael Correa, concordou com Castro ao dizer que "alcançar uma pátria livre, digna, equitativa, pode parecer uma utopia", e os países da região só chegarão lá se estiverem "unidos, lutando".

"A Alba é um instrumento de luta, de integração para construir uma América unida, altiva e soberana", acrescentou Correa.

Nesse mesmo sentido, falaram os primeiros-ministros de São Vicente e Granadinas, Ralph Goncalves; de Dominica, Roosevelt Skerryt; e de Antígua e Barbuda, Baldwin Spencer.

Goncalves disse que o Caribe é a zona do planeta com mais presença de colonialismo no mundo, e afirmou que "é preciso fazer algo a respeito".

Não se trata, explicou o primeiro-ministro, de "estar contra os britânicos, os franceses", mas sim fazer com que os caribenhos tenham a "oportunidade" de se desenvolverem em condições de igualdade.

Skerryt destacou que a Alba "é o movimento de integração de maior crescimento no mundo" e que sua administração "vai seguir firmemente" no grupo e "não cederá às pressões de nenhum país ou de nenhuma instituição" para que a abandone.

Ao concluir com seu discurso a reunião, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse que "esta discussão veio sendo formada a partir da pedra fundamental para a luta dos povos latino-americanos e do caribe, a Revolução cubana".

Fonte: EFE
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Armamentismo regional será tema em assembleia da OEA

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No mês de junho, a Organização dos Estados Americanos (OEA) realiza sua Assembléia-Geral em Lima, Peru. O principal tema do encontro será a possível corrida armamentista na região. No final de março, o ministro de Relações Exteriores do Peru, José García Belaunde, criticou a “lógica perversa” do armamentismo de alguns países da região. Na sua avaliação, o prêmio que alguns países se concederam após a crise financeira de 2009, foi comprar armas. Ele apresentou ao Conselho Permanente da OEA, um projeto de Declaração Final para o encontro de Lima.

De acordo com a proposta peruana, os países da região se comprometem a promover transparência e limitação de gastos com armamentos. Belaunde afirmou que as compras militares de Chile e Venezuela são as que mais preocupam. O embaixador do Brasil na OEA, Ruy Casaes, lamentou que o armamentismo regional tenha sido o tema eleito pelo Peru para a Assembléia-Geral.

Para José García Belaunde, a região precisa refletir acerca dessa política, pois o gasto militar entre 2005 e 2009 cresceu 150% em relação ao período 2000-2004. Em 2008, os gastos com armas nas Américas foi de US$ 38 bilhões.

O Secretário-Geral da OEA, José Miguel Insulza, apoiou a iniciativa peruana. Segundo ele, “a região precisa avançar quanto a transparência na compra de armas, a clareza sobre os volumes gastos e as normas de confiança mútua”. De acordo com Insulza, alguns países disfarçam o gasto militar e outros simplesmente os escondem.

As compras de cada um

Um dos mais criticados, o presidente venezuelano Hugo Chávez, acertou a compra de fuzis, sistemas de defesa anti-aérea, tanques, aviões e helicópteros de combate, da Rússia, por cerca de US$ 5 bilhões. Chávez afirma que o acordo militar firmado entre Estados Unidos e Colômbia constitui uma ameaça real para a Venezuela.

Enquanto isso, o Brasil pretende concluir um processo de licitação para comprar 36 aviões de combate. Helicópteros e submarinos, incluindo um nuclear, serão construídos em parceria com a França. O país também adquiriu helicóptero de combate da Rússia.

Equador e Chile ampliaram suas frotas de aviões militares e a Bolívia que já recebeu US$ 2,6 milhões em equipamentos militares da China, pretende comprar aviões e helicópteros franceses e russos. O Chile tem planos de adquirir mísseis e radares norte-americanos por US$ 650 milhões e o Peru anunciou a aquisição de tanques de guerra chineses.

O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, foi reeleito muito em função do descrédito da região em relação ao organismo. A OEA não conseguiu evitar crises, tensões e golpes. Foi incompetente para contorná-los e com isso ajudou a que uma nova entidade fosse criada. Os Estados Unidos controlam a organização. São aqueles que pagam a maior parte das contas, mas também estão insatisfeitos com a OEA. Os outros vêem a OEA como uma extensão do Departamento de Estado. São dois pequenos indicadores, mas que mostram como a imagem e a credibilidade da organização estão em baixa.

Em Lima, será realizada a 40ª Assembleia-Geral da OEA. O país anfitrião escolhe o tema central. O Peru quer discutir a corrida armamentista que diz existir na região. Não será uma tarefa fácil. Aqueles que saíram as compras têm argumentos para justificá-las. Cada um a seu modo e de acordo com seu ponto de vista.

É bom lembrar que o Brasil não endossou a escolha do tema. Queria que outros assuntos fossem tratados. O país está prestes a decidir-se por um negócio que pode ultrapassar os US$ 4 bilhões apenas com a compra de aviões de caça. E tem negociado com outros países, a compra de equipamentos e a construção de helicópteros e submarinos.

Seria interessante saber como o Conselho Sul-Americano de Defesa se coloca diante desses fatos uma vez que a própria essência do seu existir está na antecipação de crises e tensões. Pode-se discutir se há ou não uma corrida armamentista, mas não dá para negar que todo mundo se acha no direito de se armar.

Fonte: Jornal Defesa e Relações Internacionais
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