Após realizar
estudo detalhado, o Conselho de Segurança Nacional do Japão aprovou o plano
para cancelar a implantação de dois sistemas de defesa antimísseis Aegis
Ashore junto aos EUA. O sistema de defesa é uma versão baseada em terra do
Aegis que equipa diversas classes de destróieres, porém, o aumento
vertiginoso do programa levou a necessidade de um estudo criterioso, o qual
apontou para o cancelamento como melhor opção.
O Japão encontrou no Aegis Ashore, uma solução contra a
ameaça representada pelos mísseis balísticos da Coréia do Norte, onde um
contrato firmado com os EUA visava a implantação de dois sistemas do tipo, o
quais seriam implantados em Yamaguchi, no sul, e outro em Akita, no norte, o
que permitiria uma cobertura completa do território japonês. Hoje as defesas
consistem em destróieres equipados com sistema Aegis no mar e mísseis Patriot
em terra.
Segundo o ministro da Defesa, Taro Kono, o Japão agora
revisará seu programa de defesa antimísseis e revisará toda sua postura de
defesa.
O conselho tomou sua decisão na última quarta-feira (24)
e agora o governo precisará entrar em negociações com os EUA sobre o que fazer
com os pagamentos já realizados e o contrato de compra dos sistemas Aegis
Ashore.
Segundo justificou Taro Kono, o principal fator que
corroborou para essa decisão foi a descoberta que a segurança de uma das duas
comunidades de host não poderia ser garantida sem um redesenho de hardware, o
que seria muito demorado e dispendioso. Além do custo ter duplicado, chegando
aos 4,1 bilhões de dólares.
O primeiro-ministro Shinzo Abe, constantemente tem
pressionado para aumentar a capacidade de defesa do Japão. Abe disse que o
governo consideraria a possibilidade de adquirir capacidades preventiva de
ataque, um plano controverso que vai de encontro com a Constituição do país,
que desde sua capitulação na Segunda Guerra Mundial, renunciou as capacidades
ofensivas, mantendo forças de defesa estritamente limitadas a defesa.
Tal
mudança com a aquisição de capacidades ofensivas, e uma doutrina de emprego que vislumbre a possibilidade de lançar ataques preventivos, violaria a Constituição em vigor, o que viria a reforçar inúmeras mudanças observadas na última década internamente no que diz respeito as capacidades militares do país. O que é notável através de alterações em programas e sistemas de defesa do país, os quais cada vez mais vem
ganhando capacidade ofensiva, a qual vem sendo travestida de
diversas formas para burlar as limitações impostas pela Constituição.
É compreensível a mudança na postura que o Japão vem adotando, onde observamos um aumento no nível de conflitabilidade na região Ásia-Pacífico, onde além da ameaça representada pelos mísseis balísticos norte-coreanos, vislumbramos um crescimento vertiginoso nas capacidades navais chinesas, bem como uma postura que suscita desconfiança, uma vez que a China esta na corrida para obter a hegemonia no seu entorno geoestratégico imediato, o que tende a ser ampliado nas próximas décadas, buscando uma capacidade de projeção capaz de se impor a players globais.
Por: Angelo Nicolaci
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