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quarta-feira, 13 de março de 2019

Desembargador Reis Friede profere palestra na Junta Interamericana de Defesa, nos EUA

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O presidente eleito do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargador federal Reis Friede, proferiu, no último dia 6 de março, na Junta Interamericana de Defesa (JID), palestra sobre “Combate à Corrupção no Brasil e Consequências para o Continente Americano”. A convite do chefe da Representação do Brasil na JID, contra-almirante Nelson Nunes da Rosa, Reis Friede viajou às próprias expensas a Washington, sede da Organização, para fazer explanação sobre o tema.
JID
A Junta Interamericana de Defesa (JID) é uma organização militar internacional composta por representantes civis e militares de 28 países que presta serviços de assessoramento técnico, consultivo e educacional em assuntos militares e de defesa, inerentes ao hemisfério americano, para a Organização dos Estados Americanos (OEA) e seus Estados Membros.
Criada em 30 de março de 1942 por uma Comissão Especial do Conselho Deliberativo da então União Panamericana, formada por embaixadores do Brasil, Panamá e Venezuela, a Junta Interamericana de Defesa está sediada na tradicional Casa do Soldado, localizada em Washington, DC.
Em 15 de março de 2006, por ocasião da celebração de seu 64º aniversário, a JID passou a ser considerada uma entidade da Organização dos Estados Americanos. Integram a Junta Interamericana de Defesa os seguintes países: Antígua e Barbuda, Argentina, Barbados, Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, El Salvador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis, Suriname, Trinidad e Tobago, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela.

Fonte: Justiça Federal
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sexta-feira, 22 de março de 2013

Apostando no BRICS

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A quinta cúpula do BRICS, a realizar-se nos dias 26 e 27 de março, poderá, por todas as razões, dar início à articulação de um novo bloco internacional, no sentido exato do conceito. As próprias realidades urgem alteração do ordenamento político e econômico atual do mundo.
 
O fórum do BRICS, de que participarão líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, irá acontecer em Durban sul-africana. As delegações abordarão diversas variantes de reestruturação da economia e do sistema financeiro mundial. No entanto, espera-se que o foco dos debates vá centrar-se na questão de transformação eventual do clube das cinco maiores economias emergentes do mundo em genuíno organismo de caráter global .
 
A situação que ocorre no mundo atual, incluindo os mais recentes acontecimentos em torno de Chipre, patenteia que o sistema econômico-financeiro existente experimenta uma grave necessidade de reformulação, acredita Evgueni Astakhov, professor catedrático do departamento de diplomacia da Universidade das Relações Exteriores de Moscou e membro do comitê nacional russo para estudos do BRICS. Portanto, a Rússia desejaria que o BRICS de um espaço de diálogo e discussão se convertesse num verdadeiro organismo eficaz e eficiente, comenta o especialista para os ouvintes da Voz da Rússia:
 
"Sem esperar que os Grupos dos Sete, dos Oito ou dos Vinte aprovem essa ou aquela decisão necessária, é necessário, desde já, incentivar e acelerar o processo de formalização do BRICS. Agora estão falando de que no outono seriam institualizados um euro para a Europa do Norte e um outro euro para a Europa do Sul. Talvez, estes projetos não se tornem realidade, mas já se está falando nisso. Pois bem, acaso seguiríamos confiando na máquina de imprimir dinheiro dos Estados Unidos, os que a põem a funcionar excepcionalmente em seus próprios interesses? Nós precisamos, afinal de contas, começar a passar, pelo menos nesta etapa, a cálculos entre os países membros do BRICS usando suas divisas nacionais. Já é hora de passarmos das palavras às obras. É esta a quinta-essência da cúpula, não é por acaso que Putin irá participar dela."
 
Não obstante, cada um dos países, mesmo no âmbiro do BRICS, persegue seus próprios interesses. A Rússia, por exemplo, conta com que os parceiros do BRICS, segundo opina Evgueni Astakhov, ajudem-na a abrir novos horizontes para suas atividades econômicas exteriores e reforçar posições políticas no palco internacional. Pois todas as tentativas de Moscou para organizar uma cooperação eficaz com o Ocidente não dão rendimento real. A China, por sua vez, está apostando, segundo acreditam peritos, em ganhar liderança no quadro do BRICS, para competir mais insistentemente com os EUA no combate pela influência global. A Índia e o Brasil esperam, como mínimo, que a Rússia e a China lhes dêem seu apoio para obter o status de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
 
“Por enquanto é dificil dizer como será formalizado esse organismo, porque todos os países integrantes (do BRICS) já são membros de muitas organizações, inclusive alguns deles participam de associações comuns – salientou em entrevista à Voz da Rússia o analista do Instituto dos Estudos Internacionais da Universidade das Relações Exteriores, Leonid Gusev. – Assim, a Rússia, a Índia e a China são membros da Organização para Cooperação de Xangai. Ainda não está bem claro se vale a pena edificar mais um organismo com estrutura complexa ou não. Eu acho que, de todas formas, há-de esperar ainda mais para ver como vai evoluir tudo isso”.
 
Seja como for, mas a esfera de interesses comuns dos parceiros do BRICS é bastante ampla. Prevê-se instituir um Conselho Empresarial do BRICS, entre os bancos nacionais de fomento dos cinco países já está funcionando o convênio de interação financeira. Na ordem do dia fica a criação de um banco de fomento do BRICS e de um fundo comum de reservas monetárias. Além disso, está previsto instituir, no âmbito do BRICS, um foro científico e um conselho de centros analíticos. Este último terá como objetivo efetuar análises políticas e elaborar estratégias de longo prazo do BRICS.
 
No entanto, a tarefa de desenvolvimento do organograma do BRICS requer, em primeiro lugar, a criação de um órgão de coordenação permanente. Nesse sentido, é bastante promissora a proposta da Rússia para constituir uma espécie de secretaria virtual. No foro de Durban será apresentado um projeto do sistema informático global, o qual se pretende vertebrar a base de um cabo óptico transcontinental que ligará os centros econômicos dos países do BRICS.
 
Aliás, o mais importante, segundo parece, é que os participantes do fórum não se atolem em discussões sobre problemas bilaterais não resolvidos, perdendo o principal. E o principal consiste em que todos os cinco Estados apostam no BRICS e as apostas são altas.
 
Fonte: Voz da Rússia
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Brasil ganha voz na Conferência sobre Segurança de Munique

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Nos últimos 50 anos, o encontro na capital da Baviera se tornou um dos mais importantes fóruns sobre segurança no mundo. Ministro das Relações Exteriores brasileiro irá discursar pela primeira vez em Munique.
 
Concebida no meio da Guerra Fria, em 1963, como uma reunião dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com foco claro no conflito Leste-Oeste, a Conferência sobre Segurança de Munique sobreviveu a várias mudanças.
 
Após a queda do Muro de Berlim, o fórum foi aberto primeiramente para os Estados da Europa Central e Oriental, como também para a antiga União Soviética. Em seguida, o foco dos debates em Munique dirigiu-se cada vez mais para a Ásia. Atualmente, a conferência reflete a política de segurança e a globalização mundial.
 
Pela primeira vez, o Brasil terá voz no encontro. O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, vai discursar no próximo sábado (02/02) na 49ª Conferência sobre Segurança de Munique. Segundo a Agência Brasil, o ministro deverá defender que a segurança mundial depende da associação de uma série de fatores, como a garantia de alimentos, o controle e a redução de armas de fogo e incentivos à energia sustentável.
 
De defesa militar a segurança internacional
 
Além de potências emergentes como o Brasil, a China e a Índia, entre 1° e 3 de fevereiro, também países africanos vão estar representados entre os quase 400 delegados de mais de 70 nações. Além disso, não somente políticos, mas também líderes do setor econômico e representantes de ONGs estarão presentes na Baviera.
 
"A Conferência sobre Segurança de Munique tornou-se um barômetro para indicar a mudança da política de segurança no século 21. Além dos campos 'clássicos' da política de segurança, o encontro incorpora na agenda cada vez mais também temas 'leves', como as mudanças climáticas ou a cibersegurança", assim descreveu o presidente da Conferência, Wolfgang Ischinger, as pretensões do encontro.
 
Nada ilustra melhor essa mudança que o nome dado ao encontro desde a sua criação. Denominada durante a Guerra Fria como Wehrkundentagung (algo como jornada de defesa militar, em tradução livre), hoje, a sigla oficial MSC corresponde a Munich Security Conference, ou Conferência sobre Segurança de Munique.
 
O retorno de Biden
 
E apesar de inúmeras outras conferências internacionais com amplo espectro de temas, mais do que nunca, existe a necessidade de troca de pontos de vista sobre a política de segurança. "A procura neste ano é bastante grande", sublinhou Ischinger. Segundo Ischinger, o participante mais proeminente é o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, que já em 2009 esteve presente em Munique, discursando sobre a relação com a Rússia.
 
Além do ministro das Relações Exteriores brasileiro, outra novata em Munique será a promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional, a gambiana Fatou Bensouda. De acordo com Ischinger, os principais temas da conferência deste ano serão a questão do Mali e da Síria, como também a relação com o Irã.
 
Ischinger rebate os críticos que veem o encontro como um fórum não legítimo de tomada de decisões pela política e pela indústria de armamentos, dizendo que eles não querem reconhecer a atual realidade do evento. "Não há nada melhor que manter viva uma velha imagem ameaçadora e empregar estereótipos antiquados. O fato é: a conferência aborda o desarmamento, a prevenção de crises e guerras e debate atualmente questões importantes da política internacional juntamente com representantes de ONGs como Human Rights Watch ou Greenpeace e ganhadores do Prêmio Nobel da Paz."
 
Intercâmbio sem medo
 
James Davis, professor de política internacional na Universidade St. Gallen, concorda com a avaliação de Ischinger. "A conferência proporciona a possibilidade única de discutir num só lugar as ameaças à segurança internacional com representantes de todos os Estados interessados, organizações internacionais, como também ONGs. Como cientista, ela me oferece um acesso inusitado aos tomadores de decisão do mundo todo."
 
Além disso, disse Davis, nenhuma decisão é tomada na conferência. Pelo contrário, o encontro oferece aos participantes a possibilidade de discutir novas abordagens ou temas em contexto não oficial. "Representantes governamentais podem ali testar ideias – soltar balões experimentais – sem passar vergonha, caso eles não levantem voo", afirmou o professor.
 
O que faz a Conferência sobre Segurança de Munique algo especial, enfatizou Davis, é que ela proporciona o encontro de pessoas, que de outra forma se evitariam. Em que outro lugar um senador norte-americano poderia tomar um café e conversar com um membro do governo iraniano?
 
Fonte: Deutsche Welle
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Fórum Social Mundial começa com reivindicações por um mundo mais justo

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Milhares de pessoas reivindicaram neste domingo "um mundo sem violência, mais justo e equitativo" na inauguração da 11ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), que por uma semana transforma Dacar (Senegal) na capital do movimento antiglobalização.

Membros de centenas de organizações da sociedade civil, procedentes de mais de 120 países, percorreram os três quilômetros que separam a sede da Rádio Televisão Senegalesa (RTS) e a Universidade Cheikh Anta Diop de Dacar (Ucad), que será a sede das reuniões.

Em wolof (língua mais falada no Senegal), francês, espanhol, inglês, árabe, português e muitos outros idiomas, os participantes afirmaram em voz alta que "outro mundo é possível" e criticaram o capitalismo, que eles responsabilizaram pela pobreza de milhões de pessoas no mundo.

"Por um mundo sem fronteiras" e "não à expulsão dos imigrantes, sim à justiça social" foram algumas das frases de protesto.

Caminhões com alto-falantes acompanharam com música a manifestação, amenizada por grupos folclóricos de vários países, que fizeram os participantes dançarem e a transformaram em uma festa africana.

Apesar do clima de festa, os participantes não se esqueceram dos objetivos do fórum, que pela segunda vez é realizado na África, o continente mais pobre do planeta e onde a maioria dos habitantes vive com menos de US$ 1 por dia.

Para Anselmo Ruoso, da Federação Única dos Petroleiros (FUP) do Brasil, o FSM é um espaço de solidariedade único para os povos excluídos do mundo e o programa mais importante para questionar o sistema capitalista, "o responsável por esta situação".

"Estamos aqui para dar impulso à luta contra o capitalismo e para reiterar que é possível viver em um mundo mais justo e mais equitativo", disse à Agência Efe, por sua vez, o líder da extrema esquerda francesa Olivier Besancenot.

Segundo ele, as revoluções em Tunísia e Egito evidenciam a pertinência das reivindicações do movimento antiglobalização.

"As pessoas reivindicam mais democracia, mais justiça social e liberdade e é o que se diz nesses países", afirmou Besancenot, quem acrescentou que este movimento "irá se ampliar, pois um sistema que deixa a maioria na pobreza e na miséria não pode perdurar".

"O Fórum Social Mundial manifesta sua solidariedade com os povos de Tunísia e Egito, cuja liberdade foi burlada durante décadas", disse à Efe, por sua vez, um dirigente da União Geral dos Trabalhadores do Marrocos.

A coordenadora da Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas (Anamuri) do Chile afirmou que as mulheres sul-americanas conseguiram muitos avanços nos últimos anos graças ao FSM.

"Melhoramos muito a luta contra a violência contra as mulheres e também no âmbito político registramos grandes conquistas no que se refere à paridade, que começa a ser realidade em países como a Bolívia", disse à Efe.

Melhorar a luta contra a ocupação de seus territórios pelo Estado de Israel é o objetivo de Yousef Habash, do Health Work Committees, uma organização palestina que pretende aproveitar o espaço oferecido pelo FSM para denunciar a injustiça que seu povo sofre.

"Este é o espaço da voz dos povos e, para nós, não há lugar melhor para solicitar a solidariedade na luta para defender nossos direitos", disse à Habash à Efe.

Yayi Bayam Diouf, presidente do Coletivo de Mulheres para a Luta contra a Emigração Clandestina no Senegal (Coflec), afirmou que têm grandes esperanças em relação ao FSM de Dacar.

"Esperamos que a Europa abra as portas para favorecer a livre circulação dos bens e das pessoas. Em vez de pôr muros, temos que construir pontes entre os países. Se não for assim, não haverá desenvolvimento na África", declarou Diouf.

"O encontro de Dacar põe o continente africano durante uma semana no centro das atenções, por isso que deveria obrigar nossos dirigentes a abandonar seus maus hábitos e favorecer um bom Governo", ressaltou à Efe.

"Outro mundo é possível e passará pela África, que tem os recursos humanos e minerais para isso", disse Mireille Pame-Balin, representante de uma ONG do Haiti.

Fonte: EFE
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sábado, 16 de outubro de 2010

Países emergentes prometem articulação no Conselho de Segurança da ONU

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Índia, Brasil e África do Sul, que formam o fórum político Ibas, prometeram trabalhar por "mais transparência" e pela reforma do Conselho de Segurança da ONU, onde os três países estarão juntos, como membros não permanentes, no próximo ano.

Em nota divulgada nesta sexta-feira na sede da ONU, o Ibas classificou como "momento histórico" a presença simultânea dos três grandes emergentes no CS, órgão responsável formalmente pela segurança internacional. Os países do Ibas, cujas ações estão voltadas a temas de desenvolvimento, estão entre os que mais contribuem com capacetes azuis para as forças de paz das Nações Unidas.

Índia e África do Sul foram eleitas para o CS na última terça-feira, em votação na Assembleia Geral de 193 países, como havia antecipado a Folha no domingo. Na ocasião, foram renovadas cinco das dez cadeiras não permanentes do CS, que conta ainda com os cinco membros permanentes e com poder de veto --EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, o chamado P5. O Brasil cumprirá o segundo ano do mandato para o qual foi eleito em 2009.

Os outros três países que passarão a integrar o CS são Alemanha, Portugal e Colômbia.

Isso significa que, além do Ibas, estarão representados na cúpula da governança mundial os fóruns de diálogo entre emergentes Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), voltado basicamente à arquitetura econômica e financeira, e Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), dirigido às discussões sobre mudanças climáticas.

Além disso, estarão presentes três dos quatro países do G4 (Brasil, Índia, Alemanha e Japão), que defendem a ampliação do quadro permanente do CS. A África do Sul também é tida como provável membro permanente, caso a reforma do CS seja concretizada.

Em seu comunicado desta sexta-feira, o Ibas fala da "necessidade urgente de reforma das Nações Unidas, especialmente do Conselho de Segurança, de modo a tornar a organização mais representativa e condizente com as necessidades e prioridades dos países em desenvolvimento".

Segundo a nota, a reforma tornará o CS "mais representativo, eficiente e transparente, ensejando progressos no que respeita à eficácia e à legitimidade, bem como à implementação de suas decisões".

No primeiro semestre deste ano, quando se articulou com a Turquia para tentar mediar o impasse sobre o programa nuclear do Irã, a diplomacia brasileira por diversas vezes criticou a falta de transparência do P5, acusando seus integrantes de não consultar os membros não permanentes na negociação do novo pacote de sanções a Teerã.

As sanções foram aprovadas em junho, depois que EUA e aliados rejeitaram o acordo negociado entre Brasil, Turquia e Irã em maio. Rússia e China votaram com os EUA, apesar de terem negociado uma resolução mais fraca. O Brasil e a Turquia (que deixa o CS em 2011) votaram contra, e foi o primeiro dos quatro pacotes contra Teerã em que não houve apoio unânime dos 15 membros do Conselho de Segurança.

O projeto de ampliação do CS está parado na ONU desde 2005, por falta de acordo sobre quais seriam os novos membros permanentes e também sobre se teriam imediatamente poder de veto, como os países do P5. O G4 admite um período de transição até que os novos permanentes tenham poderes plenos. A União Africana (que representa 25% dos países da Assembleia Geral) exige que isso se dê imediatamente. A África do Sul segue essa última posição.

Ao comentar a simultaneidade da presença no CS dos grandes emergentes, Matias Spektor, professor de relações internacionais da FGV-Rio, destacou o peso simbólico disso. "Reflete uma das fricções entre duas placas tectônicas da política internacional hoje: de um lado, as instituições formais, herdadas de 1945 quando a ONU foi criada, sob liderança dos EUA; do outro, os espaços informais, muito dinâmicos, que ainda precisam dizer a que vieram."

Fonte: Folha
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sábado, 18 de setembro de 2010

Em vez de Lula, Celso Amorim abrirá Assembleia Geral da ONU

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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, abrirá a Assembleia Geral da ONU no lugar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quem cancelou sua presença no fórum para se dedicar a assuntos internos, informou hoje o Governo.

Amorim estará em Nova York entre os dias 20 e 29 de setembro e, seguindo a tradição das Nações Unidas que dá a honra ao Brasil, será o primeiro a discursar na abertura da Assembleia Geral no dia 23.

Esse mesmo dia participará como orador na cúpula de chefes de Estado e de Governo do Conselho de Segurança, do qual o Brasil faz parte como membro não-permanente.

O ministro participará também de reunião extraordinária sobre a reconstrução do Haiti, que acontecerá no dia 20, e em outra reunião de alto nível no dia 24, que abordará questões de desarmamento, sobre a Aliança de Civilizações e a situação do Sudão.

No dia 27, o chanceler representará o Brasil em outra reunião do Conselho de Segurança sobre ações internacionais contra o terrorismo, segundo a agenda divulgada hoje pelo Ministério das Relações Exteriores.

Além disso, foram programadas reuniões ministeriais com os grupos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), G4 (Alemanha, Brasil, Índia e Japão) e fórum Aspa (América do Sul - Países Árabes), assim como vários encontros bilaterais com chanceleres de outros países, que não foram citados.

Na quarta-feira passada, fontes oficiais anteciparam que Lula tinha praticamente descartado sua presença na Assembleia Geral da ONU.

Desde que chegou ao poder em janeiro de 2003, Lula participou de todas as Assembleias da ONU. A ausência na deste ano fará com que ele perca a última de seu mandato.

Embora o Governo não tenha confirmado o motivo da ausência de Lula, muitos indicam que o líder pretende se dedicar à campanha eleitoral, diante da proximidade das eleições de 3 de outubro.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Liga Árabe rejeita reconhecer Israel como 'Estado judeu'

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Os ministros árabes de Relações Exteriores afirmaram sua rejeição em reconhecer Israel como um "Estado judeu", em uma resolução aprovada na madrugada de quinta para sexta-feira, no fim de sua reunião na sede da Liga Árabe no Cairo.

"O Conselho de Ministros da Liga Árabe afirma que rejeita os pedidos israelenses aos palestinos de reconhecer Israel como um Estado judeu", afirma o texto da resolução.

No início da semana, funcionários israelenses indicaram que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sustentará, durante as negociações com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que os palestinos devem reconhecer Israel como Estado-nação do povo judeu.

Os ministros árabes pedem, por outro lado, "ao governo americano pressionar Israel para que congele totalmente a colonização dos territórios palestinos, inclusive Jerusalém".

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, advertiu em coletiva de imprensa no fim da reunião ministerial que "não haverá negociações" caso não seja prolongado o congelamento da colonização.

"É nossa posição e a do presidente (palestino), Mahmoud Abbas", completou.

Musa pediu na quinta-feira que seja "dada uma chance" às negociações de paz entre Israel e Palestina, apesar das dúvidas sobre seus resultados.

"Mas a essência da política israelense mantém-se inalterada, e apesar das dúvidas de alguns sobre os objetivos dessas organizações, tomamos a decisão acertada de dar a eles uma oportunidade", disse.

As negociações diretas entre israelenses e palestinos, suspensas desde o fim de 2008, foram retomadas em 2 de setembro passado em Washington entre o primeiro-ministro Netanyahu e o presidente Abbas.

As tratativas foram retomadas na terça-feira em Sharm El Skeikh (Egito) e continuaram na quarta-feira em Jersualém, na presença da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

As discussões tripartites não permitiram diminuir as divergências sobre uma ampliação da moratória sobre o congelamento da colonização judaica na Cisjordânia, que expira em 26 de setembro.

Fonte: AFP
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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil diz que países terão "dificuldades" para cumprir meta de déficit

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O ministro das Finanças, Guido Mantega, disse hoje que alguns países desenvolvidos terão "dificuldades" para cumprir a meta de reduzir o déficit à metade para o ano de 2013 fixada hoje pelo Grupo dos Vinte (G20, principais países ricos e emergentes).

"Eu acho que alguns países terão dificuldades. Outros países irão conseguir", afirmou Mantega, que disse acreditar que a Alemanha e a França serão alguns dos que alcançarão o objetivo.

"Não vou dizer os que não vão conseguir", disse o ministro, que representou o Brasil no G20 perante a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cancelou a viagem devido às inundações no nordeste.

O comunicado emitido hoje pelo G20 no final de sua reunião reflete o compromisso dos "países desenvolvidos" de reduzir os déficits "pelo menos à metade" para o ano de 2013 e de "estabilizar ou reduzir a dívida governamental como percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano 2016".

O Japão foi excluído desse compromisso perante seus estratosféricos níveis de dívida.

"Eu sigo considerando que é uma proposta, vamos chamá-la assim, ambiciosa", insistiu o ministro.

Ele precisou, de todos os modos, que se os países desenvolvidos conseguirem estimular o crescimento e seu PIB aumentar então o déficit será reduzido em termos relativos já que o déficit "é déficit sobre o PIB".

Fonte: EFE
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domingo, 27 de junho de 2010

G20 entra em sessão plenária com clara tensão entre membros

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O Grupo dos Vinte (G20, países mais ricos e principais emergentes) realiza hoje sua reunião plenária, em Toronto, com diferenças claras entre os membros em assuntos como gastos públicos e a proposta de nova taxação a bancos.

Os países-membros concordam sobre a necessidade de cortar déficit e dívida, mas discordam no montante e na velocidade desses cortes.

Essas e outras diferenças, como a proposta de impor impostos aos bancos em caso de novos resgates futuros do setor, prometem gerar hoje um debate acalorado na cidade canadense.

O dia começará com uma sessão plenária que terá a recessão e a recuperação como temas. O conferente principal será o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría.

Na segunda parte, os integrantes do G20 tratarão da situação nos mercados financeiros e da regulação do setor. E o dia termina uma sessão de trabalho sobre o futuro da cooperação em temas empresariais no G20.


Fonte: EFE
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ONGs se dizem decepcionadas com conclusões do G8 no Canadá

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Várias organizações não-governamentais rejeitaram, este sábado, as conclusões da cúpula dos oito países mais industrializados do mundo (G8), celebrada no Canadá, as quais consideraram uma resposta insuficiente em temas como o ambiental e o do combate à pobreza.

"O Greenpeace não pode mais que dar uma nota ruim aos dirigentes do G8 que não tomaram as medidas que a proteção do clima exige", destacou, em comunicado, Kumi Naidoo, titular da organização ambientalista internacional.

Os avanços para eliminar os combustíveis fósseis não foram citados no encontro, condenou.

"Quando esperamos que o G20 apresente detalhes sobre a eliminação progressiva das subvenções aos combustíveis fósseis, o G8 anuncia novas subvenções destinadas a apoiar os combustíveis sujos", acrescentou.

Para Guillaume Grosso, da ONG Oxfam, de combate à pobreza, a cúpula do G8 foi "decepcionante" em sua resposta aos problemas de saúde materna e infantil nos países em desenvolvimento. As ajudas prometidas somam "5 bilhões de dólares, quando seriam necessários pelo menos 20 bilhões" de dólares.
"A cada ano, cerca de 9 milhões de crianças e 350.000 mães morrem por falta de acesso a cuidados médicos", destacou.

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) rejeitou as conclusões dos líderes dos países mais ricos do mundo.

"A boa nova é que a mudança climática está sempre na ordem do dia. A má notícia é que não há nenhum novo compromisso para cumprir o que deve ser feito", denunciou Kim Carstensen, da organização ambientalista.

Fonte: AFP
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Notícias sobre o G8

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Os líderes dos oito países mais industrializados advertiram neste sábado que a recuperação da economia ainda está "frágil" e que a crise econômica comprometeu os objetivos de desenvolvimento do milênio das Nações Unidas.

O G8 (grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo e a Rússia) se reuniu na cidade de Huntsville, no Estado de Ontário, ontem e hoje. O grupo maior do G20 ( 20 países mais ricos do mundo) terá conferências no sábado e no domingo (27), em Toronto.


Diplomacia

O G8 encerrou neste sábado sua cúpula anual, no Canadá, com uma condenação à "falta de transparência" das atividades nucleares do Irã e ao ataque da Coreia do Norte ao navio sul-coreano.

A Coreia do Norte afundou a corveta sul-coreana Cheonan, em 26 de março, o que culminou na morte de 46 pessoas. Pyongyang nega a responsabilidade pelo incidente, apesar de uma investigação ter demonstrado o contrário.

Os líderes dos oito países mais industrializados também advertiram hoje que a recuperação da economia ainda está 'frágil' e que a crise econômica comprometeu os objetivos de desenvolvimento do milênio das Nações Unidas.


G8 saúda os esforços do Brasil e da Turquia em relação ao Irã

O G8 saudou neste sábado os esforços diplomáticos empreendidos por Brasil e Turquia junto ao Irã, mas denunciou a "falta de transparência" do programa nuclear iraniano.

"Saudamos e respeitamos os esforços diplomáticos, entre eles os realizados recentemente por Brasil e Turquia sobre a questão específica do reator de pesquisas de Teerã", diz o documento final da cúpula do G8 no Canadá.

Apesar disso, os líderes mundiais insistiram, no comunicado, em que o Irã se disponha a um "diálogo transparente" sobre suas atividades nucleares, e em obediência ao "estado de direito" e à "liberdade de expressão".

"Nosso objetivo é persuadir os dirigentes iranianos a se comprometerem num diálogo transparente sobre as atividades de seu país, dentro de um pleno respeito às obrigações internacionais", assinalaram os dirigentes de Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá, França, Grã-Bretanha, Itália e Alemanha.

Bloqueio á Gaza

O G8 também lamentou as mortes produzidas pelo ataque israelense contra a frota que levava ajuda humanitária a Gaza no dia 31 de maio e disse que o bloqueio atual do território "não é sustentável e deve ser modificado".

Em seu comunicado final, emitido após a Cúpula que o G8 realizou nos dois últimos dias na região canadense de Muskoka, ao norte de Toronto, o grupo também aplaudiu "a decisão do governo de Israel de estabelecer uma comissão pública e independente de investigação' sobre o ataque.

O G8 também elogiou o anúncio israelense "de uma nova política para Gaza como um desenvolvimento positivo".

"Pedimos a implementação total e efetiva desta política para responder às necessidades da população de Gaza de produtos humanitários e materiais de reconstrução civil e infraestrutura e de atividade econômica legal", explicaram.

Além disso, o grupo também reconheceu que as "preocupações legítimas de segurança de Israel devem seguir sendo protegidas" e solicitou a "libertação imediata" do soldado israelense Gilad Shalit que se encontra nas mãos do Hamas na Faixa de Gaza.


G20

As estratégias adotadas pelas economias europeias para enfrentar suas crises de deficit e dívida pública deverão dominar as discussões na reunião de cúpula do G20 que começa neste sábado em Toronto, no Canadá, e revelar uma divisão entre os países do grupo.

Enquanto muitos países europeus defendem as medidas de austeridade implementadas recentemente para colocar suas contas públicas em ordem, os Estados Unidos e outras economias, como o Brasil, já manifestaram preocupação de que a retirada muito rápida dos programas de estímulo possa colocar em risco a recuperação mundial.


Fonte: France Presse
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quarta-feira, 9 de junho de 2010

OEA aprova por aclamação apoio a Argentina sobre ilhas Malvinas

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A 40ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou hoje por aclamação uma declaração na qual reitera seu apoio à Argentina na disputa com o Reino Unido sobre a soberania das ilhas Malvinas.

Os Estados-membros da OEA expressaram na declaração "sua satisfação pela reafirmação da vontade do Governo argentino de continuar explorando todas as vias possíveis para a solução pacífica da controvérsia" e por sua atitude construtiva em favor dos habitantes das ilhas Malvinas.

Além disso, reafirmaram a necessidade de que os Governos de Argentina, Reino Unido e Irlanda do Norte retomem, o mais rápido possível, as negociações sobre a disputa, com o objetivo de encontrar uma solução pacífica para controvérsia sobre a soberania das ilhas.

Também decidiram continuar examinando a questão das Malvinas nos sucessivos períodos de sessões da Assembleia Geral do organismo, até sua solução definitiva.

A declaração manifestou ter levado em conta que "ainda não foi possível retomar as negociações para resolver a disputa de soberania entre os dois países sobre as ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul e os espaços marítimos circundantes", no marco de diversas resoluções das Nações Unidas e da OEA.

O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, se mostrou convencido de que o diálogo é um instrumento indispensável para aproximar as nações e para resolver conflitos.

Patriota destacou a participação de Grã-Bretanha e Irlanda do Norte em fóruns internacionais e programas de cooperação e confiou na retomada das negociações sobre a disputa de soberania sobre as ilhas para alcançar uma solução definitiva.

Já o chanceler da Argentina, Jorge Taiana, expôs os antecedentes do conflito.

Segundo ele, o Reino Unido se recusa a retomar as negociações, gerando uma "anacrônica situação ditatorial".

Taiana insistiu em que o país abandone o desacato de diversas resoluções multilaterais que pedem o reatamento dos diálogos para alcançar uma solução "justa, pacifica e definitiva" sobre a polêmica.

Fonte: EFE
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Argentina denuncia Grã-Bretanha na OEA por impasse nas Malvinas

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A Argentina denunciou nesta terça-feira à Organização dos Estados Americanos (OEA) a "ilegalidade" da exploração de hidrocarbonetos pela Grã-Bretanha nas disputadas ilhas Malvinas, enquanto o bloco regional pediu a retomada do diálogo entre ambos os países.

O chanceler argentino, Jorge Taiana, fez um novo chamado na última sessão da 40a Assembleia Geral do organismo, em Lima, para que seja retomado o diálogo sobre a soberania das ilhas com a Grã-Bretanha, que se "recusa sistemática e injustificadamente" a fazê-lo.

A proposta argentina foi apoiada pelos países que integram o bloco. Taiana também denunciou que a Grã-Bretanha faz explorações petrolíferas "ilegalmente" e de maneira "unilateral" nas ilhas Malvinas.

Argentina e Grã-Bretanha mantêm uma extensa disputa diplomática pelas ilhas, situadas a 640 quilômetros da costa argentina.

Buenos Aires tentou um diálogo, mas Londres se negou a conversar, alegando que a soberania das ilhas é inegociável.

A discrepância mais recente foi em relação às perfurações petrolíferas na região.

"Essa atividade ilegal traz consigo uma série de riscos para a região em termos de ameaças ambientais como estamos presenciando no Golfo do México (...) que pode afetar não apenas a Argentina, mas todo o sul de nossa região", afirmou o chanceler argentino na assembleia.

"Além disso há o tom agressivo belicista que pode ser percebido no governo britânico, o que não deixa de ser preocupante para o continente como um todo", acrescentou.

Uma invasão argentina em 1982 provocou uma guerra que deixou quase mil mortos. O confronto terminou poucas semanas depois com a rendição do país sul-americano. Mas a Argentina continuou, desde então, reclamando a soberania do território.

Fonte: Reuters
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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Malvinas seguem ocupadas por "potência extrarregional", critica Argentina

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O chanceler da Argentina, Jorge Taiana, denunciou hoje que as ilhas Malvinas seguem ocupadas por uma "potência extrarregional", em referência ao Reino Unido, e disse que conta com o apoio da região para a discussão e a resolução da disputa sobre sua soberania.

Em sua intervenção durante o plenário da 40ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chanceler argentino afirmou que o Governo de Cristina Kirchner conta com o "apoio da região para que se possa discutir e concluir a situação".

Taiana disse também que a Argentina "tem ainda uma parte de seu território, as Malvinas, Geórgias (do Sul) e Sandwich (do Sul) e seus espaços marítimos circundantes, ocupados por uma potência extrarregional", em referência ao Reino Unido.

A Argentina registrou também um projeto de declaração com o qual pretende que a região reafirme seu apoio a Buenos Aires na questão da soberania das ilhas Malvinas.

O projeto pede que a OEA expresse "satisfação pela reafirmação da vontade do Governo argentino de continuar explorando todas as vias possíveis para a solução pacífica da controvérsia e por sua atitude construtiva em favor dos habitantes das Malvinas".

Além disso, o projeto solicita que a região reafirme "a necessidade de os Governos da República Argentina e do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte retomarem, o mais rápido possível, as negociações sobre a disputa de soberania, com o objetivo de encontrar uma solução pacífica para a controvérsia".

A declaração seria aprovada amanhã, último dia de Assembleia Geral.

A Chancelaria argentina entregou ao Reino Unido uma carta de protesto pela política britânica sobre as Malvinas na qual responde à queixa de Londres.

Fonte: EFE
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domingo, 6 de junho de 2010

Assembleia da OEA começa hoje com armamentismo no centro do debate

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A 40ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos começa hoje em Lima sem previsão de grandes discordâncias e tem como tema principal uma declaração que pretende limitar o armamentismo na região.

A reunião anual de chanceleres dos 33 países membros da OEA começa em um ambiente mais calmo que o dos encontros anteriores, quando a crise entre a Colômbia e o Equador, e depois o levantamento da suspensão do bloqueio a Cuba centraram toda a atenção e deixaram de lado os temas centrais das respectivas Assembléias.

Hoje a situação é diferente, embora o futuro de Honduras dentro da OEA possa desviar momentaneamente a atenção do tema principal - "Paz, segurança e cooperação entre as Américas". Tegucigalpa foi suspensa da organização no dia 4 de julho do ano passado após o golpe de Estado que derrubou o então presidente Manuel Zelaya,

O futuro de Honduras deve ser tratado amanhã em encontros privados. Segundo fontes diplomáticas, o debate para levantar a suspensão não deve ser levado à plenária devido a falta de consenso e o desejo de não criar mais divisões.

Os políticos devem sem concentrar em cumprir a agenda, que inclui temas novos e disputas antigas, como o problema marítimo da Bolívia e a questão das Malvinas, litígio que ganhou atualidade perante o aumento das tensões entre a Argentina e o Reino Unido, e o desejo de Buenos Aires de dialogar com Londres sobre a reivindicação da soberania das ilhas.

A reconstrução do Haiti também está na pauta e há um projeto de resolução de apoio ao país caribenho.

No entanto, o centro do debate está no armamentismo na região, embora o Secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, insista que também serão abordados problemas relacionados com o crime organizado, o narcotráfico, o tráfico de armas e a segurança pública, entre outros. Temas que, disse à Agência Efe, preocupam mais o povo que a compra de armas.

Todo caso, as discussões têm como núcleo a declaração final de chanceleres, que será aprovada no último dia do encontro.

O projeto, pactuado previamente, é uma tentativa de limitar a despesa militar na região, fomentar a transparência na aquisição de armamento, impulsionar medidas de confiança para criar um ambiente mais seguro e tirar da região o compromisso de destinar mais recursos ao desenvolvimento.

Por trás do texto está a preocupação de alguns países pelo que consideram um armamentismo excessivo na América Latina, argumento refutado por outros e justificado por terceiros com a modernização de seu material de defesa.

Segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (Sipri), as transferências de armas para a América do Sul aumentaram em 150% nos últimos cinco anos.

O Peru, como anfitrião, é o incentivador da declaração, inspirada na campanha iniciada ano passado pelo presidente peruano, Alan García, para pôr "freio ao armamentismo".

No entanto, o documento que saiu de Washington é "descafeinado" e muito menos enérgico que a proposta inicial do Peru, consequência do compromisso mínimo que costuma sair de negociações multilaterais nas quais o consenso é obrigatório.

Fontes diplomáticas afirmaram que o texto final "está a meio caminho do que o Peru queria" e reflete que "nenhum país comprador ou vendedor está disposto a ter limites impostos".

De fato, no projeto foi eliminada a palavra "redução" e em seu lugar ficou um termo mais genérico: "limitar".

Fonte: EFE
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sábado, 22 de maio de 2010

Bloco militar asiático não aceitará Irã como membro

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O bloco militar composto de Rússia, China e países da Ásia Central não aceitará o Irã como membro, enquanto a nação do Oriente Médio estiver sob sanções da ONU, disse uma fonte diplomática da Rússia neste sábado.

O Irã se inscreveu em 2008 para se unir à Organização de Cooperação de Xangai (SCO, sigla em inglês), bloco de segurança e defesa liderado por Pequim e Moscou e visto como contrapeso à Otan.

O SCO não deu um veredicto oficial sobre o pedido do Irã, mas a agência de notícias russa ITAR-TASS citou a fonte, durante uma reunião de ministros do Exterior do SCO no Uzbequistão, dizendo que as sanções eram um obstáculo.

"Um país que quer se tornar membro do SCO não pode estar sujeito a sanções do Conselho de Segurança da ONU", disse a fonte russa.

Nenhum candidato a membro do SCO além do Irã está sob sanções da ONU.

O secretário-geral do SCO, Muratbek Imanaliyev, disse em fevereiro que o bloco estava avaliando os pedidos do Irã e do Paquistão, mas não expressou uma opinião.

O atual SCO consiste de China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. As atividades do bloco têm tido como foco a cooperação militar, compartilhamento de inteligência e o combate ao terrorismo e às drogas.

Irã, Paquistão, Mongólia e Índia são observadores, enquanto Belarus e Sri Lanka têm um status abaixo de parceiros de diálogo.

Moscou e Pequim têm se demonstrado relutantes em aceitar Teerã como membro por causa das preocupações do Ocidente com o programa nuclear do país, dizem analistas. Moscou gostaria que seu aliado próximo em questões militares e estratégicas, a Índia, fosse membro permanente do SCO, mas Nova Délhi tem demonstrado pouco interesse por enquanto.

Fonte: Reuters
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ahmadinejad destaca papel do G15 para um novo mundo

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A 14ª Cúpula do Grupo dos 15 (G15, países em desenvolvimento) foi inaugurada hoje pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que destacou o papel deste grupo para traçar um novo mundo baseado na justiça.

"A cúpula de G15 em Teerã se celebra hoje enquanto o mundo necessita fortemente de um novo caminho para resolver os problemas", disse Ahmadinejad no discurso inaugural, transmitido ao vivo pela televisão estatal.

O presidente iraniano disse também que "levando em conta o caráter influente do G15 e suas enormes capacidades, este grupo tem a importante missão de estabelecer um novo mundo saturado de amizade, paz e justiça".

Os representantes de 19 países procedentes da Ásia, África e América Latina, entre eles oito altos líderes, participaram desta cúpula para dialogar e buscar soluções para os problemas econômicos que afetam seus desenvolvimentos.

Participaram do ato o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do Zimbábue, de Senegal, Sri Lanka e Argélia, assim como o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, como convidado especial.

O Irã inaugurou a 14ª edição da Cúpula do Grupo dos 15 (G15, países em desenvolvimento), marcada pela possibilidade de que Brasil e Turquia consigam concretizar um acordo sobre o polêmico programa nuclear iraniano.

Fontes iranianas informaram que as conversas, às quais se uniu no domingo à noite o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, continuarão em um café da manhã prévio de trabalho antes da cerimônia de abertura. As mesmas fontes indicaram que os governantes já têm um acordo sobre a mesa.

Erdogan chegou à meia-noite a Teerã e se uniu aos esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de visita oficial à capital iraniana. A repentina chegada do primeiro-ministro turco, que na sexta-feira tinha cancelado a viagem devido, aparentemente, à falta de flexibilidade iraniana, está sendo entendida como um sinal de que as negociações podem avançar.

O mesmo positivismo demonstrou ontem à noite o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmaparast, que afirmou que o Irã se sentia otimista. As negociações parecem girar em torno da proposta brasileira para que a troca de combustível nuclear seja feita em um terceiro país - provavelmente Turquia - em troca, o Irã receberia a maior parte das garantias que exige.


Fonte: EFE
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domingo, 2 de maio de 2010

Lula quer aproveitar Cúpula da Unasul para explicar acordo militar com EUA

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O Brasil quer aproveitar a Cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para expor detalhes do acordo militar que assinou este mês com os Estados Unidos e que, apesar das explicações dadas anteriormente e da garantia de que não prevê a instalação de bases, ainda gera dúvidas entre alguns de seus vizinhos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oferecerá a seus colegas da Unasul detalhes do acordo de cooperação militar de oito pontos, assinado no último dia 12 de abril em Washington, explicaram à agência Efe fontes diplomáticas brasileiras.

Lula repetirá os esclarecimentos já dados por outras autoridades para deixar claro que o tratado não prevê a instalação de bases militares americanas no país nem o acesso de soldados dos Estados Unidos a bases brasileiras.

Além de ter oferecido esclarecimentos em nível diplomático antes de anunciar o acordo militar publicamente, o Governo federal entregou aos membros da Unasul o texto do documento uma semana depois de ter sido assinado.

A entrega de informação procura demonstrar o compromisso do Brasil com o pacto de transparência e confiança entre os países da Unasul, que o próprio Lula impulsionou para superar a crise que surgiu com o acordo pelo qual a Colômbia permitirá que os Estados Unidos usem pelo menos sete bases militares em seu território.

A cláusula terceira do documento, como exige o pacto de transparência da Unasul, garante o respeito aos princípios de integridade, inviolabilidade territorial e não-intervenção nos assuntos internos de outros países.

O cônsul dos EUA em São Paulo, Thomas White, reconheceu recentemente que Washington e Brasília tiveram cuidado para impedir que o anúncio do acordo tivesse a repercussão negativa que teve o tratado com a Colômbia.

"Temos capacidade de aprender. Consultamos os vizinhos antes do anúncio do acordo, o que não foi muito bem feito no caso da Colômbia", disse o diplomata.

Em todas as instâncias, o Brasil deixou claro que o tratado é semelhante ao que assinou com países como França e China, e que, em lugar de tropas, prevê a troca de tecnologia, a colaboração em projetos de defesa e a negociação de armamento.

Segundo o Itamaraty, o convênio é semelhante a outros 28 acordos de cooperação militar assinados pelo Brasil e com 29 protocolos bilaterais em vigor.

O pacto cria um marco de cooperação para organizar visitas mútuas de delegações militares, colaborar em assuntos técnicos e realizar encontros entre instituições de defesa, intercâmbios de estudantes e instrutores e treinamentos militares conjuntos.

O acordo, que prevê as bases jurídicas para as compras mútuas de armas e a transferência de tecnologia, foi negociado durante sete anos e substituirá um pacto anterior assinado entre os países após a Segunda Guerra Mundial e suspenso pelo Brasil em 1977.

O Governo federal tem interesse na tecnologia militar americana e em facilitar as negociações de venda aos Estados Unidos de até 200 aviões de treino para pilotos militares.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, admitiu que o acordo "ajudará" a Embraer em uma licitação do Governo americano para a compra de aviões para combater guerrilhas.

Segundo Jobim, o acordo pode permitir inclusive que a secretaria de Defesa dos EUA suspenda a licitação internacional e adquira diretamente os aviões Supertucano, que a Embraer já vendeu a países como Colômbia, Chile, Equador e República Dominicana.

O acordo de cooperação é semelhante ao que o Brasil assinou com a França e que prevê a compra de armas e material militar por até US$ 12 bilhões.

O convênio com a França estabelece a construção conjunta de um submarino de propulsão nuclear e de outros quatro convencionais do modelo francês Scorpene, assim como do estaleiro onde se fabricarão os navios e de uma base naval de apoio.

Inclui ainda a venda ao Brasil de 50 helicópteros que serão fornecidos por um consórcio formado pela brasileira Helibras e a europeia Eurocopter, filial do grupo europeu EADS.

O Brasil assinou no ano passado um acordo semelhante com a China, que prevê o desenvolvimento conjunto de suas indústrias de defesa, a colaboração em ciência e tecnologia e a capacitação de pessoal, assim como exercícios militares conjuntos com mais de oito mil homens.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Unasul aprova acordo sobre segurança regional

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Os ministros de Defesa da Unasul se reunirão na próxima quinta-feira, na cidade equatoriana de Guayaquil, para aprovar um acordo sobre medidas de confiança e segurança, após o pacto militar assinado entre Colômbia e Estados Unidos, informou o governo equatoriano.

O documento "tem particular importância" porque é resultado de um "processo de estudo" iniciado em setembro por determinação dos presidentes da Unasul, após a cúpula em Bariloche (Argentina) que discutiu o aumento das tensões depois do acordo entre Bogotá e Washington.

"Este processo longo e complicado se converteu em um exercício sem precedentes na região, que superou as expectativas e os prognósticos sobre as possibilidades de integração regional", acrescentou o texto do ministério de Defesa do Equador, país que exerce a presidência rotativa da Unasul.

Segundo o ministério, as medidas acordadas pelos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) "contribuirão para fortalecer o diálogo político e enfrentar unidos as ameaças e os desafios desta nova época".

O documento, que ainda não teve seus detalhes divulgados, será assinado depois que, no último dia 12 de abril, os governos brasileiro e americano firmaram um acordo de cooperação militar, cujo texto foi entregue por Brasília à presidência da Unasul.

As negociações sobre as medidas de confiança foram iniciadas após uma tensão gerada com a assinatura, no dia 30 de outubro de 2009, do convênio que autoriza as forças americanas a utilizarem sete bases colombianas para combater o narcotráfico e as guerrilhas esquerdistas.

Devido ao acordo, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, congelou as relações com a Colômbia, afirmando que a presença de tropas americanas no território do país vizinho constitui uma ameaça, e convocou seus militares e cidadãos a "se prepararem para a guerra".



Fonte: AFP
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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cúpula dos Povos sobre mudança climática termina com críticas aos EUA e à ONU

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A Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática encerrou hoje com uma advertência à ONU, críticas aos Estados Unidos e a exigência aos países industrializados de que reduzam para a metade suas emissões de gases do efeito estufa até o ano de 2020.

O término da cúpula, realizada na cidade de Tiquipaya (centro da Bolívia), coincidiu hoje com o Dia da Terra, celebrado há 40 anos. A data conta também com a comemoração do Dia Internacional da Mãe Terra, instituído pelas Nações Unidas no ano passado por iniciativa do presidente da Bolívia, Evo Morales.

Além do líder boliviano, assistiram ao encerramento do evento o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o vice-presidente de Cuba, Esteban Lazo, e o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, entre outras autoridades.

Chávez antecipou que, na conferência sobre a mudança climática convocada pelas Nações Unidas para dezembro em Cancún (México), haverá conflitos se esse organismo mantiver silêncio sobre o que qualificou de "chantagem" dos EUA a outros países para ganhar apoio ao documento aprovado na cúpula de Copenhague em 2009.

Ele também sugeriu que os países presentes na conferência que abandonem as Nações Unidas e criem uma organização de "Povos Unidos", caso a ONU não se imponha sobre a suposta pressão americana.

O líder venezuelano pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se pronuncie sobre a "chantagem" que, segundo Chávez, os EUA estão impondo sobre nações como o Equador para que apóiem o documento proposto pelo presidente Barack Obama em Copenhague.

O pedido foi feito depois de o chanceler do Equador denunciar que os Estados Unidos retiraram do país sul-americano uma ajuda financeira de US$ 2,5 milhões por não ter apoiado a proposta de Copenhague.

Chávez insistiu que a Secretaria-Geral da ONU não pode ficar calada "diante deste atropelo, diante do desconhecimento dos Governos da maior parte do mundo e desta chantagem (...) ao chanceler do Equador".

"O que haverá em Cancún é outra batalha", afirmou.

Neste sentido, o líder venezuelano pediu aos Governos dos outros países da Aliança Bolivariana das Américas (Alba) a bancar a viagem de organizações sociais, camponesas e ativistas a Cancún.

Por sua vez, o chanceler do Equador anunciou que seu país destinará uma ajuda de US$ 2,5 milhões aos EUA para assinarem o Protocolo de Quioto, mas também propôs uma coleta mundial para ajudar a adaptação da potência norte-americana às exigências desse acordo.

O vice-presidente cubano exigiu "uma ordem internacional mais justa e racional para toda a humanidade". Ele defendeu que não se permita que os "países desenvolvidos usem como refém de sua política consumista as negociações internacionais sobre a mudança climática".

Segundo as denúncias de Chávez, os EUA estão aplicando uma "diplomacia seletiva" com negociações a portas fechadas para conseguir adesões ao acordo de Copenhague, que não estabelece metas de redução de gases poluentes, ao contrário do Protocolo de Quioto.

O acordo assinado em 1997 no Japão estabelece que os países industrializados devem reduzir em 5% as emissões de gases do efeito estufa entre 2008 e 2012, com relação aos níveis de 1990. No entanto, este aspecto não está sendo cumprido.

Para punir os descumprimentos, a cúpula social aprovou a proposta de criação de um Tribunal de Justiça Climática e recomendou que, enquanto não existir essa instância, os movimentos sociais processem os países ricos na Corte Internacional de Justiça de Haia.

Os países participantes do evento também aprovaram a exigência de que as nações ricas reduzam até 2020 as emissões de gases do efeito estufa em 50% com relação aos níveis de 1990.

Trata-se de uma meta ambiciosa, como a proposta de impulsionar a realização de um referendo mundial para abril de 2011 sobre como encarar a mudança climática.

Para o presidente Morales, a diferença entre essa reunião e a realizada em Copenhague é que em Tiquipaya os participantes discutiram as causas da mudança climática e não apenas os efeitos.

Segundo ele, a culpa dos problemas da natureza está no descontrolado desenvolvimento do capitalismo, o que compromete a vida do planeta.

Fonte: EFE
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