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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Rainha Elizabeth diz "obrigada" a espiões britânicos

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A rainha Elizabeth visitou a sede da agência britânica de espionagem MI5 nesta terça-feira para agradecer aos espiões do país por defenderem o Reino Unido.

“Gostaria de fazer minha visita aqui hoje como uma oportunidade de agradecer a todos pelo incansável trabalho que vocês fazem para manter nosso país seguro”, disse Elizabeth.

“Vocês sempre demonstraram o máximo compromisso com o seu lema - ‘Regnum Defende’ [‘Defenda o Reino’]. Devido à natureza do trabalho, é sem reconhecimento público. Então, é em nome do país que eu digo para todos vocês: obrigada.”

O MI5, criado em 1909 para combater a espionagem alemã antes da Primeira Guerra Mundial, tem a tarefa de proteger a segurança nacional britânica. Atualmente, seu principal trabalho é combater o terrorismo internacional, embora também seja uma agência de contra-inteligência.

“Sempre fico impressionada com a notável determinação com que vocês desempenham seu papel vital”, disse Elizabeth.

“Sem dúvida, continuará a haver ameaças e desafios significativos à frente, mas em cada uma das minhas visitas ao MI5, fiquei impressionada com a maneira como vocês se adaptaram às mudanças de ameaças à nossa nação”, disse a rainha.

Fonte: Reuters
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Monitorando seu inimigo: O "Projeto Dark Gene"

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Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos procuravam obter o máximo possível de informações sobre a evolução do poderio militar e da defesa aérea da União Soviética. Para isso eram executadas várias missões de reconhecimento partindo de países aliados dos EUA próximos da URSS, como a Turquia, a Noruega, Taiwan e o Irã, por exemplo. No caso desse último, várias missões de Inteligência de Sinais (ELINT) foram lançadas a partir do território iraniano, principalmente após o estreitamento das relações entre os EUA e o Irã nos anos 1960, na época governada pelo Xá (Shah) Reza Pahlevi. Essas missões fizeram parte do chamado “Projeto Dark Gene” (“Gene Sombrio”, em tradução livre).

O Projeto Dark Gene foi um programa de reconhecimento aéreo coordenado pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) e executado pela Imperial Força Aérea do Irã (IIAF) a partir de bases dentro do Irã contra a União Soviética. O programa foi executado em conjunto com o “Projeto Ibex”, que era uma missão ELINT mais tradicional, usando bases em território iraniano, próximo a fronteira soviética. Aeronaves e pessoal norte-americano especializados foram estacionados em bases aéreas situadas em vários locais do Irã e voavam regularmente através da fronteira para a URSS através de possíveis buracos na cobertura do radar. A clara intenção do programa era testar a eficácia da defesa aérea e a interceptação soviética e resultaram pelo menos em uma perda confirmada e provavelmente mais aeronaves em combates contra aeronaves soviéticas.


Detalhes do projeto

O confronto direto entre os EUA e a URSS ocorreu ou estava ocorrendo em lugares como a Coreia, Taiwan e a Indochina. O confronto era geralmente limitado a pequenos conflitos, geralmente envolvendo o uso de conselheiros, instrutores e pessoal especializado dos dois países. Após a Guerra da Coreia, os EUA realizaram uma série de voos diretos de reconhecimento sobre a União Soviética, alguns secretos e altamente bem-sucedidos e outros que resultaram em abates e diplomacia tensa, como o incidente do U-2 de Francis Gary Powers em 1960. Para continuar reunindo informações, os EUA precisavam desenvolver métodos cada vez mais sofisticados à medida que a defesa aérea soviética se tornava mais avançada. Aeronaves como o Lockheed SR-71A Blackbird e modernos satélites de vigilância foram desenvolvidos para tais missões.

O Xá do Irã, um fiel aliado dos EUA que chegou ao poder com a ajuda de um Golpe de Estado organizado pela CIA nos anos 50, ofereceu-se para financiar operações de vigilância e inteligência militar contra a URSS como parte de ajudar os esforços norte-americanos na Guerra Fria. O Xá temia a União Soviética, em particular o relacionamento com o vizinho (e rival) Iraque. A CIA, a empresa aeronáutica Rockwell International e o empresário iraniano Albert Hakim (mais tarde envolvidos no “Caso Irã-Contras”) pagaram diversos subornos a membros influentes do governo do Xá, na área de Defesa, para obter o sinal verde do governo iraniano para facilitar o estabelecimento das operações no país contra a URSS.

A Operação Dark Gene e a Operação Ibex foram duas maneiras pelas quais os iranianos poderiam ajudar devido à sua localização estratégica, entre a URSS e o Golfo Pérsico. A geografia do território iraniano, repleto de grandes montanhas e vales profundos, ofereceu ao programa uma vantagem única, pois a cobertura do radar soviético tinha grandes buracos. A princípio, pilotos norte-americanos que pilotavam aeronaves iranianas operavam independentemente, mas com o tempo o pessoal iraniano se envolveu mais e começaram a realizar suas próprias operações.

Em um determinado ponto durante as operações, devido ao risco de os pilotos ejetarem sobre a URSS, foram criadas diferentes desculpas para explicar por que os pilotos norte-americanos seriam encontrados voando em aviões de combate com marcas iranianas sobre a União Soviética. A desculpa que eles usariam foi que os pilotos da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) estavam treinando os pilotos da IIAF em suas novas aeronaves e simplesmente se perderam. Normalmente, nesse estágio, um iraniano pilotava enquanto um oficial da USAF sentava no assento do navegador.

Como as operações continuaram, os EUA forneceram à Imperial Força Aérea Iraniana aeronaves avançadas no estado-da-arte, que não foram oferecidas a mais nenhum outro país na época, como o McDonnell Douglas RF-4C Phantom II (recheado com uma sofisticada e exclusiva suíte ELINT, sendo considerado os F-4 mais caros do mundo) e o Grumman F-14 Tomcat, que além de ter sido enviado para o Irã para combater os MiG-25 de reconhecimento que ocasionalmente sobrevoavam o território iraniano em alta velocidade, também provavelmente foram equipados com uma moderna suíte de reconhecimento eletrônico, superior até do que os caças da Marinha dos Estados Unidos (USN) eram equipados. Essas operações terminaram com a Revolução Iraniana em 1979 e supõe-se que o equipamento ELINT tenha sido tomado pela sucessora Força Aérea da República Islâmica do Irã (IRIAF).

Os  RF-4C/E iranianos eram os F-4 mais avançados do mundo, com equipamentos que nem as versões norte-americanas possuíram.
Os F-14A da IIAF também participaram do Projeto Dark Gene, efetuando missões de penetração e reconhecimento eletrônico em território soviético, usando sua alta velocidade para escapar dos interceptadores inimigos.


O "Projeto Ibex"

O Projeto Ibex estava intimamente ligado ao Projeto Dark Gene. Os mesmos aeródromos foram utilizados e as operações foram realizadas em conjunto. Em essência, eles podem ser considerados a mesma operação, cada um com objetivos separados e sobrepostos. Uma das vantagens de operá-los juntos foram os dados dos sistemas ELINT que poderiam ser coletados quando as defesas aéreas soviéticas fossem ativadas por uma aeronave do Projeto Dark Gene que foi detectada. As emissões e atividades resultantes seriam registradas pelas aeronaves do Projeto Ibex no lado iraniano da fronteira.

Financiados pelo Xá, os postos de escuta foram construídos no norte do Irã pela CIA. Após a Revolução Iraniana, o Irã manteve as instalações em “condição impecável”, apesar de ter pouco ou nenhum conhecimento sobre como operá-las, devido a fuga dos especialistas norte-americanos e iranianos fiéis ao antigo regime. Com o potencial de fornecer informações sobre movimentos de tropas iraquianas, antes e no início da Guerra Irã-Iraque, um ex-funcionário da CIA, chamado George Cave, aconselhou o governo interino do Irã a usar o sistema.


Em combate

Cerca de quatro a seis aeronaves envolvidas no projeto podem ter sido derrubadas por interceptadores soviéticos. Duas das aeronaves não confirmadas, mas reivindicadas pelos soviéticos, foram um RF-5B pilotado por pilotos norte-americanos e um RF-5A, pilotado por pessoal da IIAF, em missões de reconhecimento pela União Soviética adentro.


O Northrop RF-5B da IIAF também participou do Projeto Dark Gene (na foto, um F-5F iraniano).
No dia 28 de novembro de 1973 houve um engajamento entre uma aeronave RF-4C pilotada pelo major Shokouhnia da IIAF e o coronel da USAF John Saunders, no banco traseiro, e um Mikoyan MiG-21 Fishbed soviético pilotado pelo capitão Gennadii N. Eliseev. O piloto soviético disparou dois mísseis Vympel K-13 na aeronave iraniana, não conseguindo atingí-la. Ele recebeu ordens do controle de solo para continuar seu ataque a qualquer custo e, com o canhão emperrado e sem mísseis, resolveu colidir com a aeronave iraniana. Ele atingiu a cauda do RF-4C com sua asa (o momento do abalroamento está representado na imagem que abre esse artigo) e depois, após perder o controle, chocou-se em velocidade supersônica contra uma montanha, não conseguindo ejetar-se a tempo. Foi o primeiro abalroamento de jato a jato por uma aeronave soviética durante uma interceptação, uma prática comum durante a Segunda Guerra Mundial. O capitão Eliseev foi condecorado postumamente como um Herói da União Soviética. A tripulação da aeronave RF-4C ejetou com sucesso, mas foi capturada pelas forças terrestres soviéticas e liberada após 16 dias.

Em 1978, quatro Boeing CH-47C Chinook iranianos entraram na União Soviética enquanto supostamente efetuavam uma missão de treinamento (os soviéticos posteriormente acusaram os helicópteros de estarem efetuando uma missão ELINT). Um foi abatido e outro danificado por um Mikoyan MiG-23 Flogger soviético. A interceptação possivelmente ocorreu devido ao Projeto Dark Gene, pois os soviéticos haviam aumentado suas defesas aéreas na fronteira iraniana em resposta a incursões anteriores.


Um Boeing CH-47C Chinook da IIAF.


Equipamento

As bases aéreas envolvidas foram operadas em conjunto pela CIA e pela IIAF e protegidas por minas terrestres e arame farpado. Como parte da conexão com o Projeto Ibex, haviam cinco instalações em locais isolados para monitorar as comunicações na União Soviética. O contato deles com o mundo exterior foi mantido pelo ressuprimento aéreo apenas através de aeronaves de Havilland Canada DHC-4 Caribou. O equipamento especial foi fornecido pela Rockwell International e o financiamento foi amplamente fornecido pelo governo iraniano.

Outras aeronaves utilizadas durante o projeto, todas com marcas da IIAF mas operadas por pessoal norte-americano e iraniano: McDonnell Douglas RF-4C/E Phantom II, Northrop RF-5A/B Freedom Fighter, Boeing 707, Lockheed C-130H Hercules e o de Havilland Canada DHC-4 Caribou (apoio logístico).

A maioria das aeronaves a seguir tinha pacotes de guerra eletrônica personalizados instalados para suas missões. O Boeing 707, por exemplo, tinha treze tripulantes operando equipamentos de vigilância interna. Foram utilizados receptores de banda larga e banda estreita. Os RF-5A/B possuíam um equipamento de reconhecimento mais simples, enquanto os RF-4C/E possuíam equipamento bem mais sofisticado.

Os Boeing 707 da IIAF também participaram do Projeto Dark Gene, sendo equipados com sofisticados equipamentos eletrônicos.

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Por Luiz Reis, Professor de História da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador. Brasiliense com alma paulista, reside em Fortaleza-CE. Luiz colaborou com o Canal Arte da Guerra e atua esporadicamente nos blogs da Trilogia Forças de Defesa e no Blog Velho General, também fazendo parte da equipe do GBN Defense. Presta consultoria sobre História da Aviação. Contato: [email protected]




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domingo, 1 de dezembro de 2013

Brasil fecha contrato para novo satélite estratégico de comunicações

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A estatal de telecomunicaçõesTelebras assinou um contrato de 560 milhões dólares para aquisição de um satélite para comunicações seguras na quinta-feira (28) , após meses de indignação com as revelações da cyber- espionagem praticada pelos EUA.
A declaração disse que uma joint venture entre a Telebrás e Embraer vai entregar o satélite geoestacionário para comunicações estratégicas até o final de 2016.
A Embraer disse que o satélite irá garantir ao Brasil "soberania em suas comunicações estratégicas em ambas as áreas civis e militares. "
Brasília tem demonstrado irritação diante dos relatos de espionagem eletrônica dos EUA sobre as comunicações do governo brasileiro, bem como dados das chamadas telefônicas e e-mails de milhões de brasileiros .
Essas informações , provenientes das divulgações feitas pelo ex agente da NSA, Edward Snowden , levou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff a repreender os Estados Unidos na Assembléia Geral da ONU em setembro, e ao cancelamento de uma visita de Estado a Washington.
A Visiona Tecnologia Espacial , uma joint venture entre a Embraer e a Telebras , será responsável pela integração do sistema de Defesa e o Strategic Communications Geostationary Satellite ( SGDC ), disse a Embraer .
"O sistema SGDC não só sirá atisfazer as necessidades de Programa Nacional de Banda Larga da Telebrás ( PNBL ) e as comunicações estratégicas das Forças Armadas Brasileiras , mas também é uma oportunidade para o Brasil de garantir a soberania de suas comunicações estratégicas , tanto no âmbito civil como nas áreas militares ", disse o presidente da Telebrás Caio Bonilha .
O sistema SGDC envolve os ministérios das comunicações , defesa, ciência e tecnologia , disse um comunicado da Embraer .
Ele disse que o satélite será operado pela Telebrás na banda civil e pelo Ministério da Defesa sobre a banda militar.
A empresa franco-italiana Thales Alenia Space (TAS) irá fornecer o satélite enquanto a empresa de lançamento de satélites europeu Arianespace irá colocá-lo em órbita.
Os fornecedores irão transferir tecnologia para as empresas brasileiras , um processo que será supervisionado pela Agência Espacial Brasileira, disse Embraer.
Ele ressaltou que o sistema SGDC irá proporcionar segurança completa para comunicações estratégicas do governo e comunicações militares , uma vez que " será controlada no Brasil em estações que estão localizadas em áreas militares , sob a coordenação da Telebrás e o Ministério da Defesa . "
" Os satélites que atualmente prestam serviços para o Brasil são controlados por estações fora do país ou o controle está nas mãos de empresas geridas por capital estrangeiro ", disse a Embraer .
 
" Em qualquer dos casos há riscos dos serviços  sofrerem interrupção em situações de conflito internacional ou devido a interesses políticos ou econômicos de outras pessoas ", acrescentou .
 
Fonte: GBN com agências de notícias
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domingo, 10 de novembro de 2013

Países defendem resolução de Brasil e Alemanha contra espionagem, diz revista

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Vários países devem tomar parte em um projeto de resolução apresentado pela Alemanha e pelo Brasil contra a suposta espionagem dos EUA, disse o ministro de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, segundo a revista alemã Welt am Sonntag. Os atos de vigilância foram revelados pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden.

"Países influentes de partes totalmente diferentes do mundo, como por exemplo a Indonésia," querem participar de uma resolução global, disse Westerwelle, acrescentando que o objetivo é estabelecer um acordo mundial para proteger os dados. O ministro acrescentou que a suspensão do acordo Swift com os EUA pode ser uma consequência do caso de espionagem.

Na quinta-feira, 7, Brasil e Alemanha apresentaram formalmente uma resolução na Assembleia Geral da ONU em que pedem para todos os países que estendam os direitos à privacidade garantidos internacionalmente à internet e a outras formas de comunicação eletrônica.
 
O texto foi apresentado após denúncias de que os Estados Unidos espiaram líderes mundiais, inclusive a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e a chanceler alemã, Angela Merkel. As notícias sobre o suposto grampo americano desagradaram aliados estadunidenses, mas os países não citam os Estados Unidos nem nenhuma outra nação no documento.
 
De acordo com a publicação alemã, a Áustria também entrou com uma ação contra réus não identificados por terem supostamente criado uma estação de monitoramento em Viena. As acusações também foram baseadas em documentos vazados por Snowden e declarações do ex-empregado da NSA Thomas Drak.
 
Fonte: Dow Jones Newswires.
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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Quatro países mantêm antenas para sistema próprio de comunicação no Brasil, segundo Anatel

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Um documento elaborado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a pedido da CPI da Espionagem (Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o tema no Senado) mostra que quatro países mantém no Brasil sistema próprio de comunicação.
 
Todos eles solicitaram e conseguiram na agência reguladora licenças para instalação de antenas em território nacional.
 
Nesta lista estão: Chile, com duas antenas; França, com cinco antenas; Romênia, com 20 e os Estados Unidos, que mantém 841 antenas no Brasil --inclusive em outros endereços que não de suas embaixadas.
 
O levantamento com o número de países que conseguiram licença para instalar antenas no Brasil foi divulgado nesta terça-feira (5) pela senadora e presidente da CPI da Espionagem, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
 
A senadora, porém, não deu explicações sobre o uso que esses países fazem dos equipamentos.
 
Especialistas ouvidos pela Folha explicam que as antenas servem para fazer funcionar equipamentos como walkie talkies, ou seja, rádios para comunicação sem uso de operadoras tradicionais de telefonia.
 
O sistema de cada país, portanto, usa uma frequência específica, que também é definida pela Anatel.
 
A opinião de técnicos e especialistas é de que essas antenas só poderiam se tornar equipamentos de espionagem caso fossem acompanhados de outros aparelhos específicos para escuta, mas esse uso não foi identificado pelo governo brasileiro.
 
ESTADOS UNIDOS
 
Segundo informado pela Folha, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) monitorou um conjunto de salas alugadas pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília por suspeitar que eram usadas como estações de espionagem.
 
A operação "Escritório" foi descrita em relatório elaborado pelo Departamento de Operações de Inteligência da Abin. O documento dizia que os agentes brasileiros concluíram que os americanos tinham ali equipamentos de comunicação, rádios e computadores.
 
Nesta terça-feira (5), a Folha mostrou também que essas salas abrigam dez antenas para comunicação privada e segura do governo americano.
 
Fonte: Folha
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sábado, 2 de novembro de 2013

Espionagem paralisa várias negociações entre Brasil e EUA

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O escândalo da NSA, a agência de espionagem americana, paralisou várias negociações entre Brasil e EUA.
 
Desde a revelação de que a NSA espionava a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, o que levou ao cancelamento da visita de Estado que a presidente faria a Washington em outubro, uma série de iniciativas empacou.
 
O piloto do programa Global Entry, que permite a entrada facilitada de 1.500 empresários nos EUA, estava prestes a ser assinado e, por ordem do governo brasileiro, foi para a geladeira.
 
O acordo de Previdência está pronto, mas não foi assinado. Assim como o firmado com o Japão, permitiria que brasileiros morando nos EUA contassem seus anos de contribuição para uma aposentadoria brasileira, e o mesmo para americanos aqui. Segundo o Itamaraty, as dificuldades estão no lado americano.
 
"O ritmo passou de morno para morto", disse à Folha um envolvido nas negociações. "Está tudo parado". "Tanto EUA quanto Brasil estão irritados", disse um diplomata americano.
 
A Folha apurou que o secretário americano de Agricultura, Tom Vilsack, afirmou em agosto a interlocutores brasileiros que os EUA estavam prontos para abrir mercado para a carne bovina brasileira. O Brasil tenta há anos exportar carne bovina in natura para os EUA (só entra carne industrializada).
 
Vilsack disse a integrantes do governo brasileiro que a "regra proposta" para a abertura do mercado seria publicada pouco antes da visita de Dilma. Depois da publicação da "regra proposta", é feita uma consulta pública e aí é permitida a venda.
 
"Eles estavam prestes a anunciar a abertura do mercado para a carne bovina, mas agora não sabemos o que vai acontecer", diz Pedro Camargo Neto, ex-presidente da Abipecs, associação de exportadores de carne suína.
 
As reuniões do Diálogo de Energia e Diálogo de Defesa, em outubro, foram canceladas. O mesmo ocorreu com o Fórum de CEOs (diretores-executivos de empresas dos dois países). A parceria em comunicações e tecnologia da informação empacou. "O acordo não vai sair, ainda mais incluindo segurança cibernética", diz uma fonte.
 
"Há desgaste no relacionamento tanto aqui quanto lá, embora haja um esforço para controlar danos", diz Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center.
 
O ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon disse a interlocutores que deixou o país em setembro "muito desgostoso", por causa da "despedida inadequada" que recebeu.
Além disso, autoridades americanas acreditam que Dilma está se aproveitando do problema para atacar os EUA e ganhar votos.
 
Já os brasileiros não viram contrição suficiente por parte dos EUA, que teriam sido mais enfáticos em seu pedido de desculpas à chanceler alemã, Angela Merkel, também espionada. "E a questão não vai desaparecer --ainda há milhares de documentos que devem fazer referência ao Brasil", diz Carl Meacham, diretor do Centro Américas no centro de pesquisas CSIS.
 
O Itamaraty afirmou que os acordos estavam sendo negociados em ritmo acelerado por causa da visita, mas, com a suspensão, apenas se "perdeu o senso de urgência".

Fonte: Folha
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Diretor de Inteligência dos EUA defende espionagem a chefes estrangeiros

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O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, afirmou nesta terça-feira que as agências de espionagem dos EUA sempre tentam conhecer as intenções dos líderes estrangeiros. Clapper disse que entender os objetivos dos chefes de Estado estrangeiros tem sido um "princípio básico" das agências americanas.
"Desde que eu estou no ramo da inteligência, há 50 anos, as intenções dos líderes - não importa a forma pela qual sejam expressas - são meio que o princípio básico do que coletamos e analisamos", disse Clapper em audiência no Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA.
"É inestimável para nós saber de onde os países estão vindo, quais são suas políticas, como isso vai nos impactar em um amplo leque de questões", completou. "Então, não é apenas sobre os líderes em si, é sobre o que aconteceu em torno deles e sobre as políticas que eles conduzem em seus governos", justificou Clapper.
Segundo os últimos vazamentos do ex-analista de inteligência Edward Snowden na imprensa a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) grampeou as comunicações de vários líderes estrangeiros, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel.
As revelações criaram mal-estar na Alemanha e em outros países da Europa, sobretudo, após a informação de que o presidente Barack Obama sabia, ou teria aprovado o grampo.
Na sessão, Clapper foi questionado pelo presidente desse comitê, Mike Rogers, sobre o motivo pelo qual os serviços americanos de espionagem rastreavam as intenções dos líderes estrangeiros. O congressista não se referiu, porém, às matérias sobre o grampo à chanceler.
Rogers afirmou que "a melhor maneira" para determinar os planos de um dirigente estrangeiro seria "de alguma forma tanto se aproximar desse líder ou, de fato, pegar as comunicações do líder estrangeiro". E completou, dirigindo-se a Clapper": "isso estaria correto?".
Ao que o chefe da espionagem americana respondeu: "sim, estaria". Quando foi interrogado sobre se os aliados dos EUA espionam o país, Clapper respondeu que "certamente".
Na sessão, o representante Adam Schiff afirmou que os serviços de espionagem têm a obrigação de informar os comitês de Inteligência do Congresso sobre atividades "significativas" e insistiu em que isso se aplicaria à espionagem de autoridades estrangeiras.
Clapper discordou, alegando que as agências estavam agindo dentro da lei ao informar os congressistas sobre as prioridades da coleta de informação de inteligência, sem especificar cada fonte, ou o "seletor" a ser rastreado.
Mais tarde, Rogers repreendeu Schiff duramente e garantiu que os membros do painel têm acesso a uma ampla quantidade de informação da NSA.
 
Fonte: AFP
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sábado, 26 de outubro de 2013

Brasil e Alemanha vão apresentar resolução anti-espionagem na ONU

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Brasil e Alemanha estão preparando uma resolução para a Assembleia-Geral da ONU que vai exigir o fim da espionagem excessiva e da invasão de privacidade, depois que um ex-prestador de serviços da agência de inteligência dos Estados Unidas revelou grandes programas de vigilância internacionais, disseram diplomatas da ONU na sexta-feira.
 
A presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, condenaram a espionagem generalizada feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA.
 
Acusações de que a NSA acessou dezenas de milhares de registros telefônicos franceses e monitorou o celular de Merkel têm causado indignação na Europa. A Alemanha disse na sexta-feira que vai enviar seus chefes de inteligência para Washington na próxima semana para buscar explicações da Casa Branca.
 
Em resposta às divulgações sobre a espionagem dos EUA, muitos delas vindas do ex-técnico da NSA Edward Snowden, as delegações de Brasil e Alemanha na ONU começaram a trabalhar em um projeto de resolução para ser submetido à Assembleia-Geral, de 193 países, afirmaram vários diplomatas da ONU à Reuters.
 
"Esta resolução provavelmente terá um enorme apoio na AG (Assembleia-Geral), uma vez que ninguém gosta que a NSA os espione", declarou um diplomata ocidental da ONU, sob condição de anonimato.
 
Resoluções da Assembleia-Geral não são vinculantes, ao contrário de resoluções do Conselho de Segurança, de 15 nações. Mas as resoluções da Assembleia que conseguem um amplo apoio internacional podem ganhar peso moral e político significativo.
 
Merkel pediu na quinta-feira que Washington faça um acordo de "não-espionagem" com Berlim e Paris até o final do ano, acrescentando que queria ação do presidente Barack Obama, não apenas pedidos de desculpas.
 
No mês passado, Dilma usou sua posição como primeira líder mundial a discursar na reunião anual da Assembleia-Geral para acusar os Estados Unidos de violar os direitos humanos e o direito internacional através de espionagem, que incluiria espionagem em seu e-mail.
 
Dilma também manifestou o seu desagrado ao adiar uma visita de Estado aos Estados Unidos, agendada para este mês, após relatos de que a NSA tinha espionado comunicações e empresas brasileiras.
 
Fonte: Reuters

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Diretor de Inteligência dos EUA nega espionagem de cidadãos franceses

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O diretor de Inteligência Nacional dos EUA, James Clapper, declarou nesta terça-feira que as matérias publicadas no jornal francês Le Monde esta semana contêm informações "imprecisas e enganosas" sobre as atividades de inteligência americana.
"A informação, segundo a qual a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) fez mais de 70 milhões de gravações de dados telefônicos de cidadãos franceses, é falsa", garantiu Clapper.
"Não vamos nos estender nos detalhes das nossas atividades, mas já dissemos claramente que os Estados Unidos reúnem elementos de inteligência do mesmo tipo que aqueles coletados por todos os países", acrescentou Clapper, que supervisiona 16 agências de inteligência.
"Os Estados Unidos coletam informações para proteger sua nação, seus interesses, e para proteger seus aliados, principalmente, de ameaças terroristas, ou da proliferação de armas de destruição em massa", acrescentou o diretor, concluindo que os EUA "concedem grande importância a sua longa amizade com a França e continuarão cooperando em matéria de segurança e inteligência".
Na segunda-feira, o jornal Le Monde revelou detalhes da espionagem telefônica da NSA a cidadãos franceses, com base nos documentos sigilosos vazados pelo ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden. Nesta terça, o periódico divulgou novas informações sobre as escutas em embaixadas, incluindo a representação da França na sede da ONU, em Nova York.
Segundo o jornal, a NSA fez 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013.
Ontem, o presidente francês, François Hollande, expressou sua "profunda rejeição" às "práticas inaceitáveis" de seu aliado em uma conversa por telefone com Barack Obama
 
Fonte: AFP
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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Espionagem abre discussão sobre preparo do Brasil para uma guerra cibernética

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Alvo de espionagem estrangeira, a presidente Dilma Rousseff disse em um discurso na ONU que "o Brasil sabe proteger-se" de ameaças vindas pela rede. O sistema de defesa cibernética do país, no entanto, ainda dá os primeiros passos e está longe de garantir segurança contra ataques, apesar de o tema já figurar como prioridade na Estratégia Nacional de Defesa.
Entre as medidas discutidas pelo governo estão a criação de uma agência nacional de segurança cibernética e a implementação de ações integradas entre os muitos órgãos envolvidos na proteção da rede de computadores brasileira. Atualmente, a segurança das redes brasileiras não é centralizada.
 
De acordo com o general José Carlos dos Santos, chefe do Centro de Defesa Cibernética do Exército brasileiro (CDCiber), um dos dois principais órgãos responsáveis por garantir a segurança das redes no país, o país precisa se preparar para a possibilidade de uma "guerra em rede".
Na tarde de domingo, a presidente Dilma Rousseff, anunciou ter determinando ao Serviço Federal de Processamento de Dados a implantação de "um sistema seguro de e-mail em todo o governo federal", nas palavras dela, publicadas no Twitter. "É preciso + segurança nas mensagens p/ prevenir possível espionagem", acrescentou.
Fragilidade
A fragilidade do sistema de segurança cibernético brasileiro foi escancarada em meio ao escândalo envolvendo o vazamento promovido por Edward Snowden, ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). Documentos mostraram que a presidente foi alvo de espionagem, assim como o Ministério das Minas e Energia a a gigante Petrobras, com suspeitas de espionagem comercial nesse último caso.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil reforçam que "nenhum país está 100% protegido" da ação de hackers, sejam eles ativistas, integrantes de grupos criminosos ou funcionários de agências de inteligência de outros países.
Todos também destacaram que o Brasil está dando passos importantes na construção de um sistema de defesa e segurança cibernética, embora esteja em um estado ainda inicial. Nenhum deles se disse surpreso pelos casos de espionagem revelados por Snowden.
 
A espionagem em si é sobretudo resultado de uma vulnerabilidade do sistema de segurança cibernética (que inclui a proteção de dados de instituições governamentais, privadas e de cidadãos em geral).
Há também o conceito de defesa cibernética, nos moldes militares. Redes de órgãos públicos e de empresas estratégicas podem ser vítimas - agora e, principalmente, no futuro - de ataques que se assemelham aos de uma campanha de guerra.
A fronteira entre segurança e defesa pode ser tênue. E as batalhas não são convencionais - travada na rede mundial de computadores, essa guerra silenciosa pode ter caráter destrutivo, mas os que estão no front geralmente não vestem o uniforme de um país, embora estejam a serviço de interesses de Estados nacionais.
Estratégia de guerra
Em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa recomendou o "fortalecimento de três setores de importância estratégica: o espacial, o cibernético e o nuclear".
Boa parte desta responsabilidade recai sobre o general José Carlos dos Santos, chefe do CDCiber, um dos dois principais órgãos responsáveis por garantir a segurança das redes no país.
"Baseados nas lições recentes, estamos plenamente conscientes de que isso é possível, uma guerra em rede", disse o general, em entrevista à BBC Brasil.
 
Entre as "lições" mencionadas pelo general estão os ataques virtuais a sites do governo, de bancos e jornais da Ucrânia, em 2007. Outro caso similar ocorreu durante a invasão russa à Geórgia, quando a ex-república soviética sofreu um "apagão" virtual. Nos dois episódios, pesaram suspeitas sobre Moscou.
Outro caso emblemático foi o ataque às instalações nucleares de Natanz, no Irã. O vírus autorreplicante Stuxnet destruiu várias centrífugas, retardando o programa nuclear do país, segundo a narrativa de especialistas da área. Israel foi apontado como provável responsável pelo ataque.
 
"Temos que estar preparados para essas eventualidades", diz o general. Ele conta que as academias militares já incluíram programas de tecnologia e segurança da informação em seus currículos.Em 2009, segundo o general, o ministério da Defesa teve aprovado um orçamento de R$ 400 milhões a ser executado em quatro anos, apenas com a segurança e defesa cibernética. Já as verbas destinadas a operações especiais durante a Copa do Mundo são de R$ 40 milhões.
Vulnerabilidades
Para o professor Adriano Cansian, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto, o principal desafio do Brasil é se proteger contra os chamados "ataques de negativa de serviço".
Tais ataques ocorrem quando sistemas são bombardeados com falsos acessos, que acabam congestionando e derrubando sites.
Foi o que ocorreu em 2011, quando o site da Presidência e de vários ministérios e órgãos da administração federal foram alvo de ataques ao longo de vários dias. O braço brasileiro do movimento de hackers LulzSec assumiu a ofensiva que, segundo o grupo, tinha a intenção de mostrar a vulnerabilidade do sistema.
 
Cansiam diz que as redes de determinados órgãos podem requerer atenção especial por serem estratégias em caso de guerra virtual.
"Considero a infraestrutura física mesmo. Em caso de conflito, emissoras de TV, rádio, centrais elétricas, ramificações de fibra ótica e data center de grandes empresas precisam ser protegidas", argumenta, apontando para alvos que também ficariam na linha de ataque em caso de guerras convencionais.
O pesquisador, que é consultor de segurança cibernética de órgãos governamentais, diz no entanto que "o maior problema é perder a conectividade da rede, por negativa de serviço".
"Como criamos dependência muito grande da rede, seja no comércio, no setor de serviços e entretenimento, se um ataque se prolongar, as consequências podem ser danosas. Imagina se por causa de um ataque a China ficar impossibilitada de fazer comércio com o mundo durante 20 dias… Isso vai ser sentido em todo lado", diz.

'A infraestrutura nacional de tecnologia de informação é ruim'

A segurança das redes brasileiras não responde a um comando único. Descentralizada em dois principais órgãos, com iniciativas e contribuição de vários ministérios, a estrutura é questionada por especialistas que defendem uma maior centralização, capaz de gerar respostas mais eficazes e evitar a sobreposição de tarefas.

A estratégia de defesa e boa parte das políticas gerais de segurança está a cargo do Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber), que responde ao Ministério da Defesa. Outro órgão importante é o Departamento de Segurança da Informação e Comunicações, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Segundo o relatório "A Segurança e a Defesa Cibernética do Brasil", publicado em julho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, "a organização institucional tende a não favorecer ações integradas".

Além dos dois órgãos citados, parte da política de segurança e defesa é feita ou tem contribuição de instituições como a Agência Brasileira de Inteligência, a Polícia Federal e o Ministério de Ciência e Tecnologia.

"Apesar de algumas ações estarem em andamento, a infraestrutura nacional de tecnologia de informação é ruim", afirma o documento produzido pelo atual assessor de defesa da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel César da Cruz Júnior.

Articulação

Em entrevista à BBC Brasil, Cruz disse que "falta articulação institucionalizada" e que, hoje, boa parte dessa integração "depende de um relacionamento informal entre os órgãos".

"Como se fala em defesa cibernética sem envolver outros órgãos como Comunicações e Secretaria de Assuntos Estratégicos?", questiona.

Assim como Cruz, o general José Carlos dos Santos, diretor do CDCiber, destaca a importância de ações integradas. O tema já vinha sendo discutido em fóruns de especialistas, segundo ambos. Após o caso Snowden a discussão deve ganhar corpo.

A primeira iniciativa nessa direção foi a decisão que põe nas mãos do Gabinete de Segurança Institucional a edição de resoluções normativas para a área, a partir deste ano de 2013.

O general Santos diz ainda que "a ideia de uma agência nacional de segurança cibernética está sendo discutida". Cruz, por sua vez, propõe a instalação de uma escola nacional de segurança cibernética.

Mundo

A falta de uma estrutura clara de combate a ataques e crimes cibernéticos não é exclusividade brasileira. Cruz disse que "todo mundo está tentando se organizar internamente".

Cruz compara a estrutura brasileira a de outros países, como os Estados Unidos, onde todo esse arcabouço fica a cargo do Departamento de Defesa. O US Cyber Command cuida da política de defesa, enquanto a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) trabalha com a segurança das redes.

Segundo dados reunidos no relatório "A Segurança e a Defesa Cibernética do Brasil", o orçamento anual do US Cyber Command é de US$ 119 milhões (2012). O similar brasileiro, o CDCiber, teve no mesmo ano R$ 100 milhões, menos de 50% dos recursos do órgão americano, de acordo com o diretor do órgão, general José Carlos dos Santos.

O autor do relatório, Samuel César da Cruz Júnior, citou Japão, China e França como países com um sistema de segurança e defesa desenvolvidos, mas pontuou que sua avaliação é subjetiva, já que, por razões óbvias, faltam dados para uma comparação a contento.

"Mesmo os Estados Unidos são vulneráveis. Eles se autointitulam um país vulnerável, até porque sistemas computacionais não são 100% seguros e os americanos dependem muito deles", disse Cruz.

Segundo ele, "a China é superprotegida", mas há que se considerar "que o regime chinês é um caso à parte". "Não há internet na China, há uma grande intranet", diz, referindo-se ao isolamento chinês em relação à rede mundial de computadores.
 
Fonte: BBC Brasil
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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Falta de orçamento dificulta o desenvolvimento de um sistema de segurança contra espionagem

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O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou que entre as principais limitações para o aprimoramento da defesa cibernética e de outras áreas tecnológicas do país está a orçamentária. Amorim reconheceu que sempre há um dilema na hora de definir o peso que cada área terá no orçamento, mas que é preciso entender a importância da Defesa. “O fato de o Brasil ter tido o privilégio de não ter se envolvido em um conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, por sua formação política e cultural, mas também por sorte, nos coloca em uma falsa posição de conforto".
 
Não sabemos o futuro e as rivalidades que virão”, argumenta o ministro, que destaca também a necessidade de proteger os recursos naturais do país, que ganharão ainda mais importância em um futuro de escassez mundial. “Vale enfatizar que só teremos segurança nesse campo quando desenvolvermos tecnologias nacionais, tanto em hardware quanto em software”, defendeu o ministro, ao ministrar aula magna no Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio.
 
“A posse desses equipamentos de defesa é muito importante não para ir à guerra ou para ganhar uma guerra, mas para ter a capacidade de causar dano e afastar conflitos. Estados também precisam ser equipados para serem levados a sério”, alega. Um dos desafios do país no sentido de modernizar a defesa, segundo Amorim, é conseguir manter quadros altamente especializados, “já que o salário do funcionalismo público, nesse caso, está muito abaixo do que é pago na iniciativa privada”.
 
Fonte: Brasil Econômico
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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Espionar não é ilegal, diz chefe de órgão de inteligência do Canadá

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O chefe da agência de monitoramento eletrônico do Canadá falou pela primeira vez nesta quarta-feira (9) depois das acusações de que o governo do país espionou o Ministério das Minas e Energia do Brasil, afirmando que esse trabalho é legal e não tem canadenses como alvo.
 
John Forster, diretor do Organismo de Segurança das Comunicações canadense (CSE, nas siglas em inglês), se pronunciou em uma conferência de tecnologia em Ottawa, depois de o Fantástico ter informado no domingo que o governo brasileiro tinha sido alvo de espionagem industrial por parte da agência.
 
A reportagem foi baseada em documentos vazados pelo ex-funcionário de inteligência do governo americano Edward Snowden.
 
"Posso dizer a vocês que não temos canadenses como alvo, em casa ou em outros lugares, em nossas atividades de inteligência no exterior, nem temos como alvo alguém no Canadá. De fato, isso é proibido por lei. Proteger a privacidade dos canadenses é o nosso princípio mais importante", disse.
 
Forster se negou a entrar mais na polêmica desencadeada pelas supostas atividades de espionagem envolvendo o CSE e o governo do Brasil.
'Devido à natureza confidencial do nosso trabalho, estou certo de que vão entender que não posso dizer muita coisa', disse.
'Tudo o que o CSE faz em termos de inteligência externa segue as leis canadenses', completou.
A Globo apresentou documentos vazados com informações detalhadas do Ministério das Minas e Energia, incluindo ligações telefônicas e trocas de correspondências eletrônicas.
O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, disse na terça-feira que estava "muito preocupado" com as alegações, e declarou que um comissário independente vai analisar as atividades do CSE para verificar se as ações respeitam as leis canadenses.
 
Fonte: AFP
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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Espionagem expõe linha tênue entre segurança nacional e liberdade civil

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Enquanto o governo brasileiro manifesta sua indignação com a coleta de informações potencialmente sensíveis sobre seus ativos de petróleo e mineração, perguntas cruciais sobre a espionagem americana e canadense continuam sem resposta.
 
Afinal, o Brasil foi vítima de espionagem industrial por parte das agências de inteligência desses países? Ou figurava, para surpresa das autoridades brasileiras, em uma lista supersecreta de alvos considerados chave para a segurança do hemisfério?
 
Qualquer das duas hipóteses possivelmente será incômoda para o Planalto.
 
Mas o esclarecimento pode implicar uma tênue diferença entre operações válidas e operações que violem a missão central dos serviços de inteligência, de focar seus esforços em questões de segurança nacional.
 
Tanto a agência de inteligência dos Estados Unidos quanto a do Canadá insistem que não fazem espionagem industrial ou comercial: não utilizam informações obtidas através de meios secretos em benefício de companhias de seus países.
 
Entretanto, nenhum dos dois países esclareceu satisfatoriamente a razão pela qual suas agências de espionagem monitoraram a Petrobras e o Ministério das Minas e Energia, responsáveis por gerenciar alguns dos ativos mais valiosos do Brasil.
 
Falando especificamente sobre o caso americano, o professor do centro legal da Universidade de Georgetown, em Washington, Timothy Edgar, disse à BBC Brasil que não crê que a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) agisse sem um mandato discutido e aprovado em instâncias muito superiores.
 
"Não cabe somente à NSA decidir que operações de monitoramento de inteligência estrangeira eles vão conduzir", disse o especialista.
 
"Seria preciso haver um nível muito alto de decisão ou discussão sobre o tipo de operações que você quer conduzir, e isso certamente não seria feito no nível da NSA. Teria de ser em um nível muito mais alto."
 
INTERESSES
 
Ex-diretor de privacidade e liberdades civis da Casa Branca sob o presidente Barack Obama, Edgar chefiou o setor encarregado de buscar o equilíbrio entre segurança nacional e liberdades civis nas iniciativas de ciberinteligência americanas.
 
Ele é um dos especialistas que contribuem com o Senado americano nas atuais discussões sobre a revisão das atividades da NSA.
 
O professor nota que a contrapartida do enorme sistema de inteligência americano - que consome recursos da ordem de US$ 75 bilhões por ano e conta com uma extensa rede exposta pelas denúncias do ex-funcionário da NSA Edward Snowden - é um sistema de fiscalização que "submete todo o processo a uma série de regras muito específicas".
 
Anualmente, o governo americano estabelece, em um documento confidencial, as suas prioridades nacionais de inteligência. Nela, figuram tópicos relacionados ao terrorismo internacional, à proliferação de armas de destruição em massa eao tráfico internacional de narcóticos, entre outros.
 
Mas também podem ser consideradas prioridades de inteligência informações sobre líderes políticos e militares de outros países, principalmente aqueles percebidos como adversários dos EUA no campo internacional.
 
Apesar da recente aproximação entre Washington e Brasília, muitos analistas avaliam que não seria uma surpresa que o Brasil estivesse dentro dessas prioridades de monitoramento.
 
BRASIL
 
Dotado de ativos estratégicos econômicos em abundância, como o petróleo e o gás natural, o país tem buscado exercer influência geopolítica concentrando-se no hemisfério sul emergente, e frequentemente se opõe aos EUA em temas como a guerra na Síria e a estratégia de contenção do programa nuclear iraniano.
 
Porém, Edgar ecoa a linha do governo americano ao dizer que "os EUA não realizam espionagem industrial".
 
"Se há razões de segurança para coletar informações no Brasil, a prática será legítima se for realizada sob as linhas gerais das prioridades de segurança. Se for para fins industriais, seria basicamente uma violação da política americana", ele diz.
 
DESCONFIANÇA
 
Mas o que o especialista chama de "nexo legítimo de inteligência" é precisamente o que tem faltado nas manifestações públicas do governo americano - e agora canadense - sobre o tema.
 
As suspeitas de espionagem industrial foram reforçadas no domingo, depois que o programa Fantástico, da TV Globo, veiculou denúncias de que também a agência canadense de inteligência mapeou as comunicações telefônicas e por email do Ministério das Minas e Energia (MME).
 
A reportagem, feita em conjunto com o jornalista Glenn Greenwald, observou que o monitoramento dos dados foi realizado em uma área de grande interesse comercial para as empresas canadenses, o setor brasileiro de mineração.
 
"A denúncia de que (o) Ministério (de) Minas e Energia foi alvo de espionagem confirma as razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos", manifestou-se a presidente Dilma Rousseff através da sua conta do Twitter.
 
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, convocou o embaixador canadense para transmitir o "repúdio do governo à violação da soberania nacional e dos direitos de pessoas e de empresas" no Brasil, segundo o Itamaraty.
 
As agências americana e canadense, e mais as de Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, trocam informações e realizam operações conjuntas através de uma rede conhecida como Five Eyes (os cinco olhos).
 
Mas as informações repassadas ao programa não indicam ter havido qualquer operação conjunta para escutar o conteúdo das comunicações do MME.
 
"Obviamente, os canadenses são aliados muito próximos dos EUA, mas não acho que participaríamos de uma operação conjunta com os canadenses a não ser que houvesse uma razão muito forte do ponto de vista americano", afirma o professor Timothy Edgar.
 
"Se os canadenses estiverem tentando coletar inteligência para melhorar as chances das empresas canadenses em negócios no Brasil, não seria do nosso interesse e não vejo por que a NSA os ajudaria nisso."
 
REVISÃO
 
O retrato ainda nebuloso dos "comos" e "porquês" da espionagem contra o Brasil motivou a presidente Dilma Rousseff a cancelar uma visita de Estado a Washington, marcada para outubro. A decisão esfriou as relações Brasil-EUA a níveis inéditos desde a tensão bilateral em torno do programa nuclear iraniano em 2010.
 
Enquanto isso, o Congresso americano discute legislação para elevar a transparência e a prestação de contas da NSA.
 
O presidente Barack Obama prometeu que a revisão buscará acalmar "aliados", como o Brasil, assegurando que cada peça de informação seja coletada pela NSA somente quando possa contribuir para completar o quebra-cabeças de segurança nacional, que é sua missão completar.
 
O processo provavelmente incluirá tentativas de incrementar o controle das agências de inteligência e sobre o conteúdo que coletam.
 
A multiplicação do sistema, com a contratação de milhares de funcionários terceirizados como Edward Snowden, abre brechas para que informações críticas sobre indivíduos, empresas e nações caiam em mãos de mal-intencionados.
 
Essa foi uma preocupação manifestada pela presidente Dilma Rousseff, que notou que Snowden "estava havia só três meses na empresa que prestava serviços à NSA" e dizia ter acesso aos dados de indivíduos, autoridades estrangeiras, como ela, entidades e empresas.
 
"Trabalhei no governo Obama tentando melhorar as salvaguardas dos nossos sistemas classificados. Francamente, não acho que chegamos nem perto do que deveríamos", disse Timothy Edgar.
 
"Não acho que as lideranças e a comunidade de inteligência estejam conscientes da facilidade para uma pessoa com um pouco de conhecimento de informática, que tenha acesso a redes classificadas, obter mais informações do que precisam para fazer o seu trabalho."
 
Fonte: BBC Brasil
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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Nova agência de serviço secreto começa a funcionar no Reino Unido

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Na Grã-Bretanha começa a funcionar a Agência Nacional Anticrime (NCA, na sigla em inglês). O principal objetivo do novo serviço secreto será o combate a grupos de crime organizado, cujo número ascende no país para cerca de 6 mil.
 
A NCA terá faculdades bastante amplas: a agência irá lutar contra o trato de escravos, exploração sexual, migração ilegal, violência contra crianças, tráfico de drogas e armas, cibercrime. O pessoal do novo serviço de segurança contará com cerca de 4.500 membros.

Esta já é a terceira agência de tal índole criada nos últimos 15 anos. Os críticos dizem que a NCA não é senão uma reedição dos serviços de segurança já existentes, mas dotada de menos recursos.

Fonte: Voz da Rússia
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Canadá espionou Ministério de Minas e Energia brasileiro, diz documento

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A Agência Canadense de Segurança de Comunicação (CSEC, na sigla em inglês) teria espionado telefonemas e emails do Ministério de Minas e Energia (MME) brasileiro, segundo documento revelado pelo programa "Fantástico" neste domingo.
 
A reportagem cita uma apresentação sobre uma ferramenta da CSEC feita durante um encontro de analistas de espionagem de cinco países (EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia) em junho de 2012. O caso do mapeamento sobre o MME foi usado como exemplo da aplicação da ferramenta.
 
O documento foi obtido pelo ex-técnico da americana NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden, que revelou um amplo esquema de espionagem dos EUA neste ano. Snowden, que hoje está asilado na Rússia, esteve no encontro de 2012 e entregou os papeis revelados ontem ao jornalista americano Glenn Greenwald em Hong Kong em maio.
 
Segundo a apresentação, o programa "Olympia" foi usado pela agência canadense para mapear ligações telefônicas e comunicações por computador do ministério, incluindo emails.
 
Aparentemente, a CSEC só teve acesso aos chamados "metadados", que são os registros sobre a comunicação (destinatário, remetente, datas e horários das ligações e dos emails), mas não ao conteúdo das mensagens.
 
De acordo com a reportagem do Fantástico, no entanto, os canadenses conseguiram identificar números de celulares, registros dos chips e, inclusive, marcas e modelos dos aparelhos usados na comunicação.
 
Foram rastreadas ligações do MME com a Olade (Organização Latino-americana de Energia), com sede em Quito, no Equador, e trocas de emails entre computadores do ministério e de países do Oriente Médio, da África do Sul e do próprio Canadá.
 
INTERESSES
 
Como reconheceu o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o Canadá tem "interesse no Brasil, sobretudo nesse setor mineral". "Há muitas empresas canadenses que manifestam interesse no país. Se daí vai o interesse em espionagem pra servir empresarialmente a determinados grupos, eu não posso dizer", afirmou ao "Fantástico".
 
Uma das preocupações é a comunicação do MME com a Agência Nacional do Petróleo, responsável pelos leilões para exploração de petróleo no país.
 
"Eu acho que configura um fato grave que merece repúdio. Aliás a presidenta Dilma já o fez amplamente na ONU", disse Lobão.
 
Um dos celulares monitorados foi o do subsecretário para África e Oriente Médio do Itamaraty, Paulo Cordeiro, que foi embaixador no Canadá entre 2008 e 2010.
 
No período em que seu telefone teria sido monitorado, contudo, ele já estava na função de subsecretário para as duas regiões. Nesta função, o embaixador é um dos principais interlocutores entre empresas brasileiras ligadas ao setor de Energia, como Vale e Petrobras, e governos africanos.
 
"Na nossa atividade, há sempre uma probabilidade de que você esteja sendo escutado por amigos e inimigos. Você procura ter precauções, mas acaba surpreendido quando vê que caiu naquilo", disse Cordeiro à Folha.
 
Ele acredita, contudo, que muita coisa não ficou exposta. "Quando são conversas mais sérias, trabalhamos com telegramas cifrados. O mais importante não é falado por telefone."

Fonte: Folha
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Inteligência e sua importancia no cenário mundial do novo século

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A atividade de inteligência nos países democráticos, sempre gera reações aversas a esta importante atividade, quer pela sua fama especulativa e uso exclusivo de governos sem transparência em prol da salvaguarda do direcionamento estratégico. Mas na verdade é um instrumento de Estado, que tem como objetivo o fortalecimento do processo decisório com fins estratégicos e de segurança para a nação. No caso brasileiro, o processo de inteligência ainda sofre impactos negativos por resquícios da ditadura militar, que utilizou a inteligência como um instrumento de apoio as atividades de repressão, resultando muitas vezes em tortura e mortes decorrentes do processo de combate a oposição ao regime existente naquele período.
 
A atividade de inteligência deve ser vista pelo Estado e pela sua nação como um instrumento fundamental para a inserção internacional, para a segurança do país, e principalmente para a produção de conhecimentos estratégicos com fins econômicos, tecnológicos, militares e sociais.
 
A inteligência é um componente estratégico do Estado. É um processo fundamental para que o governo possa tomar decisões com o menor risco possível, e neste sentido a atividade deve ser potencializada no cenário externo, considerando todos os interesses nacionais. As grandes potências, e principalmente a superpotência, desenvolvem muito bem e a longa data suas atividades de inteligência. A atividade faz parte do processo histórico da humanidade, desde os primórdios.
 
A política de defesa compreende um conjunto de ações do Estado para o melhor aproveitamento do processo de segurança e proteção, principalmente da defesa do território, da soberania e da proteção dos interesses nacionais, considerando também ameaças externas. No caso brasileiro, considerando a imensidão geopolítica do território nacional, a questão da defesa nacional é de forma abrangente e envolve todos os setores da sociedade. Os princípios que formam a política de defesa integram a linha estratégica da política externa do país, e compreende assim uma série de decisões estratégicas de cunho internacional, e que envolvem o Brasil em um rol de atividades necessárias para que o processo decisório seja efetivo.
 
Neste contexto, a política de defesa deve ser ampliada para o processo de inteligência, pois as ameaças e objetivos de defesa para o Brasil foram ampliados em relação aos princípios básicos, que seriam uma possível guerra interestatal, quase impossível nos dias de hoje. Mas, com o surgimento de novas ameaças no campo de batalha moderno, a atividade toma um novo rumo estratégico deste novo século. Estas novas ameaças, no caso brasileiro são:

·  Terrorismo, e ou utilização do território nacional para planejamento de ações terroristas em outros Estados;

·  Crime organizado e lavagem de dinheiro, sem considerar evasão tributária e fraudes financeiras;

·  Narcotráfico e contrabando de armas de pequeno e grande porte, considerando desvios de armamento de uso exclusivo das forças armadas;

·  Instabilidades internas, com cunho social e movimentos que deturpam o Estado de Direito;

·  Fuga de informações sigilosas do Estado, ou da sociedade que possam causar estragos econômicos, financeiros e jurídicos;
 
·  Bio-pirataria e bio-espionagem, que no Brasil é um problema que cresce violentamente principalmente na Amazônia;
 
·  Espionagem industrial, que interfere de forma grandiosa na competitividade das empresas brasileiras, sem contar o caso de patentes.
 
Considerando estas ameaças, precisamos entender os objetivos da política de defesa do Brasil, que considera os seguintes fatores: garantia da soberania e da integridade territorial, garantia do Estado Democrático de Direito e de suas instituições, garantia do patrimônio e dos interesses nacionais, garantia da projeção do Brasil no cenário mundial e sua maior inserção no processo decisório internacional, a contribuição para a manutenção da paz e da segurança internacional, salvaguarda das pessoas dos bens e dos recursos brasileiros, e principalmente da preservação da coesão e da unidade da Nação.
 
Entendendo o tamanho dos problemas do Brasil, e de sua imensidão geopolítica, a atividade de inteligência é de suma importância para a formação e manutenção da política de defesa. A amplitude do sistema brasileiro de inteligência deve ser considerada como prioridade zero no processo decisório do Estado brasileiro.
 
Recentemente nos deparamos com a divulgação de dados que dão conta das atividades de espionagem dos EUA contra nosso governo, onde ainda não sabemos quais e quantas informações sigilosas e estratégicas de nosso Estado foram interceptadas pelos meios de inteligência daquela nação.
 
O Estado e a Nação devem mudar o status quo da política de defesa, devem considerar que o processo de inteligência, e seus instrumentos de ações devem compor o conjunto de atividades necessárias para a construção de uma linha segura para o país. Nossos dirigentes devem tomar como base modelos de sucesso de outros Estados, como na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos, na Itália, em Israel, para o que o processo decisório do país possa ser potencializado, sem desguarnecer suas prioridades básicas de defesa.
 
A política de defesa deve ser ampliada para a discussão das prioridades de defesa, considerando um novo papel das forças armadas, ampliação da atividade de inteligência no exterior, a cooperação dos diversos serviços de inteligência, construção de um balizador de defesa nacional na sociedade não militar, e principalmente da construção de uma nova vertente acadêmica e profissional das questões de defesa na presidência da república e nos seus diversos ministérios. Bem como a criação de uma estrutura interna para proteger as informações estratégicas de nossa nação diante das novas ameaças impostas pela guerra moderna e a nova arena de conflitos virtuais, onde a tecnologia é primordial para se conseguir uma defesa eficaz da informação, criando um sistema eficiente de contra-informação e inteligência.

Por: Angelo Nicolaci - GBN GeoPolítica Brasil 
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