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domingo, 3 de novembro de 2013

Pilotos de F-22 desenvolvem nova doutrina na USAF

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O que começou como uma idéia no guardanapo de um bar no Alaska, agora se tornou a nova capacidade da Força Aérea dos EUA que pode mudar a forma como os caças F-22 são implantados no Pacífico e no mundo .

Em 2008, dois pilotos de F- 22 vieram com a idéia de usar um C-17 para apoiar as operações de até quatro Raptors implantando rapidamente em qualquer base quando necessário. O Globemaster pode ser carregado com todos os equipamentos e armas para os Raptors , e implantar uma base operacional dentro de alguns dias, se não horas .

"Em 2008, um grupo de pilotos estavam sentados em um bar olhando para as ameaça lá fora , com a proliferação das ameaças superfície -ar de longo alcance e a ameaça dos modernos sistemas antiaéreos", disse Cel. Piffarerio David , vice-comandante do Grupo de Caça 477 . "Nós queriamos saber como é que vamos chegar dentro e como manter o inimigo fora do jogo, enquanto avança o nosso poderio. "
Após anos de desenvolvimento, começaram os testes operacionais e a avaliação do "pacote dos Raptors", tendo sido anunciado como bem sucedido em agosto na Base Conjunta Elmendorf -Richardson no Alaska.
Os fundamentos da ideia que o esquadrão de caça e uma unidade de manutenção de aeronaves usem uma combinação de quatro F-22 e um C-17 com um pacote de manutenção sob medida e pessoal treinado. As equipes de terra iriam carregar o C-17  com equipamentos de manutenção e armas e voar com os F- 22 até as bases que são determinados para sua entrada no teatro de operações. Seria cortar grande parte do planejamento, logística e a sobrecarga que tradicionalmente é necessária na implantação de uma ala aérea , dando a Força Aérea a capacidade de colocar rapidamente o seu caça mais capaz em lugares no mundo que tradicionalmente não teriam como operar.
" Se conseguirmos que essas implantações de curta duração e rápida de pacotes menores , pode-se estabelecer rapidamente e com extrema mobilidade nossos caças em países que não possuimos bases ou possamos estabelecer uma presença permanente ", disse Piffarerio .
Em um conflito , a colocação rápida dos Raptors pode impactar na tomada de decisão de um inimigo, ele disse .
A idéia foi desenvolvida no Comando do Pacífico , o que significa que os F-22 atribuídos a essa área poderiam ser implantado rapidamente contra qualquer ameaça na região da Ásia -Pacífico. A Força Aérea já implementa regularmente os F- 22 em bases como a base aérea de Kadena , no Japão .
A demonstração de agosto foi a terceiro executada pela terceira ala e Grupo de Caça 477 nos últimos quatro anos. Além dos pilotos e manutenção de Elmendorf , os pilotos do teste do Esquadrão de Avaliação, Escola de Armas da Força Aérea e do Chefe de Gabinete do Grupo de Estudos Estratégicos da Força Aérea ajudaram a desenvolver o conceito.
Não é a primeira vez que se concentra em um pacote rapidamente destacável a aeronave. Ele está em uso por algumas forças de operações especiais, como em algumas unidades de aviação do Exército. Mas esta é a primeira vez que uma aeronave de quinta geração pode ser rapidamente implementada desta maneira, disse Piffarerio.
O Coronel Lansing Pilch, disse que o grupo está se concentrando em continuar a demonstrar essa capacidade . O relatório de ensaio a partir da demonstração feita em agosto foi enviada para o centro de guerra da Força Aérea para aprovação adicional." Quem sabe onde ele vai ", disse Pilch .
Esta idéia é diferente de muitas outras capacidades da Força Aérea , pois foi desenvolvido a partir de baixo para cima , disse ele. Começando com os pilotos, que incluía mecanicos, praças e oficiais de nível inferior.
"Se você está entre os pilotos mais jovens, isso incentiva a inovar ", disse Pilch . " Nos tempos de hoje , vamos ouvir".
"É muito emocionante e muito gratificante ver esses conceitos e idéias ", disse Piffarerio . "Quando vimos o C -17 descer a rampa e a equipe desembarcando. Foi incrivelmente emocionante. Estamos muito felizes com onde estamos e onde isso vai dar. "
 
Fonte: GBN com agências de notícias
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Diretor de Inteligência dos EUA defende espionagem a chefes estrangeiros

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O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, afirmou nesta terça-feira que as agências de espionagem dos EUA sempre tentam conhecer as intenções dos líderes estrangeiros. Clapper disse que entender os objetivos dos chefes de Estado estrangeiros tem sido um "princípio básico" das agências americanas.
"Desde que eu estou no ramo da inteligência, há 50 anos, as intenções dos líderes - não importa a forma pela qual sejam expressas - são meio que o princípio básico do que coletamos e analisamos", disse Clapper em audiência no Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA.
"É inestimável para nós saber de onde os países estão vindo, quais são suas políticas, como isso vai nos impactar em um amplo leque de questões", completou. "Então, não é apenas sobre os líderes em si, é sobre o que aconteceu em torno deles e sobre as políticas que eles conduzem em seus governos", justificou Clapper.
Segundo os últimos vazamentos do ex-analista de inteligência Edward Snowden na imprensa a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) grampeou as comunicações de vários líderes estrangeiros, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel.
As revelações criaram mal-estar na Alemanha e em outros países da Europa, sobretudo, após a informação de que o presidente Barack Obama sabia, ou teria aprovado o grampo.
Na sessão, Clapper foi questionado pelo presidente desse comitê, Mike Rogers, sobre o motivo pelo qual os serviços americanos de espionagem rastreavam as intenções dos líderes estrangeiros. O congressista não se referiu, porém, às matérias sobre o grampo à chanceler.
Rogers afirmou que "a melhor maneira" para determinar os planos de um dirigente estrangeiro seria "de alguma forma tanto se aproximar desse líder ou, de fato, pegar as comunicações do líder estrangeiro". E completou, dirigindo-se a Clapper": "isso estaria correto?".
Ao que o chefe da espionagem americana respondeu: "sim, estaria". Quando foi interrogado sobre se os aliados dos EUA espionam o país, Clapper respondeu que "certamente".
Na sessão, o representante Adam Schiff afirmou que os serviços de espionagem têm a obrigação de informar os comitês de Inteligência do Congresso sobre atividades "significativas" e insistiu em que isso se aplicaria à espionagem de autoridades estrangeiras.
Clapper discordou, alegando que as agências estavam agindo dentro da lei ao informar os congressistas sobre as prioridades da coleta de informação de inteligência, sem especificar cada fonte, ou o "seletor" a ser rastreado.
Mais tarde, Rogers repreendeu Schiff duramente e garantiu que os membros do painel têm acesso a uma ampla quantidade de informação da NSA.
 
Fonte: AFP
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sábado, 26 de outubro de 2013

Brasil e Alemanha vão apresentar resolução anti-espionagem na ONU

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Brasil e Alemanha estão preparando uma resolução para a Assembleia-Geral da ONU que vai exigir o fim da espionagem excessiva e da invasão de privacidade, depois que um ex-prestador de serviços da agência de inteligência dos Estados Unidas revelou grandes programas de vigilância internacionais, disseram diplomatas da ONU na sexta-feira.
 
A presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, condenaram a espionagem generalizada feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA.
 
Acusações de que a NSA acessou dezenas de milhares de registros telefônicos franceses e monitorou o celular de Merkel têm causado indignação na Europa. A Alemanha disse na sexta-feira que vai enviar seus chefes de inteligência para Washington na próxima semana para buscar explicações da Casa Branca.
 
Em resposta às divulgações sobre a espionagem dos EUA, muitos delas vindas do ex-técnico da NSA Edward Snowden, as delegações de Brasil e Alemanha na ONU começaram a trabalhar em um projeto de resolução para ser submetido à Assembleia-Geral, de 193 países, afirmaram vários diplomatas da ONU à Reuters.
 
"Esta resolução provavelmente terá um enorme apoio na AG (Assembleia-Geral), uma vez que ninguém gosta que a NSA os espione", declarou um diplomata ocidental da ONU, sob condição de anonimato.
 
Resoluções da Assembleia-Geral não são vinculantes, ao contrário de resoluções do Conselho de Segurança, de 15 nações. Mas as resoluções da Assembleia que conseguem um amplo apoio internacional podem ganhar peso moral e político significativo.
 
Merkel pediu na quinta-feira que Washington faça um acordo de "não-espionagem" com Berlim e Paris até o final do ano, acrescentando que queria ação do presidente Barack Obama, não apenas pedidos de desculpas.
 
No mês passado, Dilma usou sua posição como primeira líder mundial a discursar na reunião anual da Assembleia-Geral para acusar os Estados Unidos de violar os direitos humanos e o direito internacional através de espionagem, que incluiria espionagem em seu e-mail.
 
Dilma também manifestou o seu desagrado ao adiar uma visita de Estado aos Estados Unidos, agendada para este mês, após relatos de que a NSA tinha espionado comunicações e empresas brasileiras.
 
Fonte: Reuters

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

NSA diz que espionagem foi 'dramatizada' pela imprensa

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O diretor da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) disse nesta quarta-feira que as revelações sobre os programas de vigilância de comunicações foram "dramatizadas e exacerbadas" pela imprensa. "O que foi destacado, na maior parte das mídias, foi que nós ouvimos conversas e lemos e-mails. Não é verdade. O nosso trabalho é defender o país, é uma missão nobre", disse o general Keith Alexander, na Billington Cybersecurity Summit, uma conferência em Washington sobre segurança na informática.
O futuro deste país depende da capacidade de nos defendermos de ataques informáticos e ataques terroristas e precisamos de instrumentos para o fazer", explicou. O general enfatizou que houve poucos ataques terroristas desde o 11 de setembro de 2001, apesar do aumento das ameaças no mundo, e que isso não foi por acaso, mas resultado de muito trabalho.
Os programas americanos de vigilância de comunicações, telefônicas e eletrônicas foram revelados em junho pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden e criticados por governos como o do Brasil e da Alemanha, alvo de escutas da NSA.
Na conferência, Keith Alexander referiu-se a Snowden sem o nomear, afirmando: "Confiamos nele e ele traiu a nossa confiança. (Isso) Não volta a acontecer. Isso não faz dele um herói".
Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal tambéminstaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.
Monitoramento
Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.
De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.
O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.
Fonte: Agência Brasil
 
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terça-feira, 24 de setembro de 2013

EUA assinarão tratado mundial sobre comércio de armas convencionais

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O secretário de estado americano John Kerry vai assinar nesta semana o primeiro tratado global que regula US$80 bilhões anuais no comércio de armas convencionais com o objetivo de deter o fluxo de armas usadas em crimes de guerra e genocídio.
 
Uma fonte ligada às negociações diplomáticas confirmou à AFP que Kerry vai assinar o tratado nesta quarta-feira, depois que foi adotado no início deste ano pelas Nações Unidas para regular o comércio de tanques, veículos blindados, aeronaves de combate, mísseis e também armas menores.
 
O tratado, cuja materialização levou anos, foi adotado a duras negociações nas Nações Unidas. As conversações haviam estancado no ano passado, quando os Estados Unidos solicitaram mais tempo ara revisar o rascunho do texto.
 
Kerry elogiou a adoção deste tratado "forte, efetivo e implementável", e insistiu que não viola a Constituição americana e, em particular, sua segunda emenda sobre o direito de portar armas.
 
"O pacto pode reforçar a segurança global ao mesmo tempo que proteger o direito à soberania dos estados quanto ao comércio legítimo de armas", ressaltou em um comunicado em abril.
 
Este é o principal acordo referente as armas desde o Tratado de Proibição dos Teste Nucleares em 1996, e atinge todas as armas convencionais.
 
Sua aplicação não é automática, mas busca forçar a indústria de armas dentro dos limites aceitáveis.
Apesar de os Estados Unidos -o maior produtor de armas do mundo- apoiarem o tratado, o Congresso do país deve ainda ratificá-lo.
 
O poderoso lobby das armas nos Estados Unidos já levantaram algumas objeções, temendo que possa violar os direitos individuais de portar armas dentro das fronteiras dos Estados Unidos.
 
Mas Kerry insistiu em abril que o tratado se refere apenas ao "comércio internacional e reafirma o direito soberano de qualquer estado para regular as armas em seu território".
 
O pacto ajudará a criar "um padrão internacional comum para a regulamentação nacional do comércio internacional de armas convencionais", disse Kerry.
 
Também irá ajudar a "reduzir o risco de que as transferências internacionais de armas convencionais sejam utilizadas para realizar crimes no mundo, como o terrorismo, genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra", concluiu.
 
Fonte: AFP
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ex-CIA: Israel e evidências forjadas pressionam Obama a atacar a Síria

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está sendo levado a planejar uma intervenção na Síria por lideranças "desonestas" dos serviços de inteligência americana e por interesses israelenses. Esta é a posição do ex-agente da CIA Ray McGovern. Em entrevista ao Terra, ele disse que o atual chefe da inteligência americana, John Breenan, está por trás de uma fraude sobre o ataque químico de 21 de agosto nos arredores de Damasco. McGovern diz que as evidências do massacre foram fabricadas para levar os EUA para uma nova guerra no Oriente.
Ele questiona a autoria do ataque. "Quem lucraria com um ataque químico próximo a Damasco? Eu acho que os rebeldes lucrariam com isso se conseguissem, e apenas se conseguissem, convencer a comunidade internacional de que o regime de Bashar al-Assad é o culpado".
 
McGovern trabalhou como oficial de inteligência do Exército americano antes de se juntar à CIA, onde trabalhou por 27 anos até 1990, quando se aposentou com honras. Durante o governo de Ronald Reagan (1981-1989), ele trabalhava na produção de um informe diário de inteligência para o presidente e participava de reuniões com seus assessores diretos. Atualmente, ele atua como ativista político e recentemente foi um dos signatários de uma carta escrita por veteranos dos serviços de inteligência para Obama pedindo para que ele não levasse adiante o ataque à Síria.
McGovern, que mora no Estado americano da Virgínia, conversou com o Terra por telefone. Confira abaixo trechos da entrevista:
 
Evidências forjada Ray McGovern - Se eles tivessem evidências suficientes, a administração iria divulgá-las. A noção de que fontes e métodos precisam ser protegidos é compreensível. Eu passei anos como uma autoridade de inteligência e sei que é necessário proteger fontes e métodos, mas nesse caso sabe-se que foram conversas interceptadas. O governo alega que estas conversas dizem uma coisa, e pessoas dentro do governo alegam que dizem algo bem diferente. O que precisa acontecer é o presidente ir até a comunidade de inteligência e dizer 'nós precisamos divulgar essa conversa interceptada'.
 
A administração sempre alega que está interceptação mostra que o governo Assad é responsável por este incidente químico. Outras pessoas dizem os militares que foram flagrados nas conversas expressaram grande surpresa e se perguntavam: 'Você sabe quem ordenou isso?' Essas são duas versões bem diferentes. Caso isso não seja feito, ele levantará as suspeitas de que a segunda versão é a correta.
Fontes dentro da CIA
Ray McGovern - Há pessoas dentro da CIA que lamentam não ter falado quando uma inteligência fraudulenta estava sendo preparada para justificar um ataque ao Iraque. Dessa vez, sob um grande risco pessoal, eles desejam compartilhar esta informação. Se passassem para a mídia tradicional, eles não seriam levados a sério. Mas eles sabem que há pessoas atrás da verdade e disseram a ex-colegas (incluindo McGovern) que o que aconteceu no Iraque parece estar acontecendo na Síria.
Por que eles não vêm a público
Ray McGovern - Como todo mundo sabe, a administração Obama processou mais delatores, sob o ato de espionagem, do que todos os outros presidentes antes dele. Qualquer analista ou operador de inteligência que deseje vir a público enfrenta grandes riscos.
 
Influência israelense
Ray McGovern - Há pessoas ao redor de Obama que têm muito dificuldade em distinguir os interesses de Israel dos interesses dos EUA, que querem a guerra na Síria. (...) Há um artigo recente no NYT que diz que analistas israelenses acreditam que o melhor resultado para o conflito na Síria é nenhum resultado. Israel acreditaria que quanto mais os muçulmanos se matarem, e não só na Síria, melhor para Israel.
Do outro lado está o Irã. Se os EUA forem persuadidos a agir na Síria, o Irã ficará em uma situação diplomática muito complicada. Eu penso que as pessoas do Irã são espertas o suficiente para não dar pretextos para Israel e os EUA os atacarem, mas será muito embaraçoso para o Irã não fazer nada se o seu único aliado na região for atacado.
Apoio da mídia
Ray McGovern - Em grande parte é por causa de Israel, mas os fabricantes de armas que lucrariam com a guerra, e lucraram com o Iraque e Afeganistão, pertencem às mesmas corporações que controlam a mídia nos Estados Unidos.
 
Claramente, Obama não quer ir para a guerra. Quem em sã consciência gostaria de ir à guerra após o Iraque e o Afeganistão, após o caos deixado pela intervenção na Líbia?

 Ray McGovern - O papel da CIA não é promover esse ou aquele curso de ação, mas simplesmente analisar as informações de inteligência e repassar ao presidente. Quando o presidente George W. Bush queria fazer guerra com o Iraque, havia um chefe desonesto na CIA, George Tenet, que reverteu o papel da CIA porque achava que deveria apoiar o presidente. Isso levou a evidências forjadas e inventadas.
A CIA foi corrompida para o ataque ao Iraque. Com sorte, pessoas honestas substituíram Tenet e quando, em 2007, surgiu a possibilidade de uma guerra com o Irã, a CIA informou o presidente americano de que o Irã tinha paralisado seu programa de armas nucleares em 2003 e não o tinha retomado desde então. Pessoas honestas foram trazidas e a opinião deles teve grande peso para que os Estados Unidos não entrassem em uma guerra que estava sendo preparada por Bush e Dick Cheney, algo que o próprio Bush admite em seu livro de memórias.
 
Será muito embaraçoso para o Irã não fazer nada se o seu único aliado na região for atacado
Atualmente, nós temos uma pessoa desonesta à frente da CIA, John Breenan. Há dois anos ele afirmou que não havia nenhuma vítima civil dos ataques de drones americanos no Paquistão. Isso é ridículo. Ele também disse que o Irã está desenvolvendo armas nucleares, algo que ele sabe que não é verdade. Nós devemos confiar nele agora? Eu acho que precisamos ver as evidências, a transcrição daquelas conversas.
 
Posição de Obama
Ray McGovern - Claramente, Obama não quer ir para a guerra. Quem em sã consciência gostaria de ir à guerra após o Iraque e o Afeganistão, após o caos deixado pela intervenção na Líbia? Mas ele está sob grande pressão para isso.
Mudança na posição americana
Ray McGovern - Após muitos combates, há cerca de dois ou três meses o governo (sírio) começou a avançar. Se o momento fosse favorável aos rebeldes, por que John McCain e Lindsay Graham, os dois senadores mais pró-Israel, querem o envolvimento dos EUA? A razão é porque o momento favorece o governo. E eles não só falaram "em reverter o momento", mas tiveram sucesso em colocar essa frase no documento aprovado pelo comitê de relações exteriores do Senado na semana passada.
Papel de Obama
Ray McGovern - Há um ano, o presidente fez um infeliz comentário de que estava traçando uma linha vermelha para ataques químicos. Se você quisesse o envolvimento dos Estados Unidos, o que você faria? Você teria grande incentivo para convencer de que houve um ataque químico.
Se a culpa do regime Assad for provada
Ray McGovern - Por que meios militares precisam ser a primeira opção? Deveriam ser a última. Há diversos caminhos para se responsabilizar Assad nesse caso. Um ataque americano só levaria ao prolongamento do conflito, por muitos anos, e preveniria Assad de vencer. Isso é algo que Israel gostaria de ver, xiitas e sunitas se destruírem.
Possibilidade de retaliação
Ray McGovern - Há centenas de oportunidades para uma retaliação. E é por isso que as lideranças do Estado-Maior Conjunto estão argumentando contra o ataque. Os Estados Unidos gastaram quase US$ 1 bilhão na embaixada de Bagdá (Iraque), quase a metade disso em uma embaixada similar em Cabul (Afeganistão). Há alvos que seriam muito lucrativos e tudo que você precisa são equipamentos que estavam disponíveis quando eu estava no Exército, há 50 anos: morteiros 80 mm, lançadores de foguetes, etc.
 
Fonte: Terra
 
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sábado, 31 de agosto de 2013

Decisão britânica sobre Síria abala relação com os EUA

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A votação dos parlamentares britânicos contra a intervenção militar na Síria deve provocar reações negativas no governo do presidente americano Barack Obama.
A tendência dos britânicos sempre foi a de apoiar os Estados Unidos, e a rejeição aos planos de Obama vai deixar marcas.
 
Antes da votação, o governo americano estava bastante otimista em relação às dificuldades do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e a demora britânica em se juntar a uma ação conjunta.
A história agora parece ser diferente, já que o governo britânico, frequentemente apontado como um poodle dos Estados Unidos, anunciou que não participará de uma intervenção militar na Síria.
Um funcionário do alto escalão do governo americano afirmou à BBC que os Estados Unidos vão continuar a consultar o governo britânico, que consideram "um de nossos mais próximos aliados e amigos".
Mas o mesmo funcionário acrescenta: "A tomada de decisão do presidente Obama será guiada observando os melhores interesses dos Estados Unidos. Ele acredita que há questões importantes em jogo para os Estados Unidos e que países que violam as normas internacionais sobre o uso de armas químicas precisam ser responsabilizados."
Em outras palavras, os Estados Unidos podem agir sozinhos.
Mas trata-se de um assunto desconfortável. Não há dúvida de que o país tem poderio militar para atacar a Síria, mas esse não é o ponto.
Obama sempre defendeu a busca do mais amplo apoio internacional possível. E ser abandonado por um de seus aliados mais próximos deixa o presidente dos Estados Unidos particularmente exposto.
A expectativa agora é de que seja reforçada a ênfase no papel da França, dos turcos e talvez de outros países em uma intervenção na Síria. Isso fortalecerá a mão daqueles no Congresso americano que argumentam que eles também deveriam realizar uma votação sobre o assunto.
Também dificulta substancialmente o esforço de Obama de obter o apoio da população americana, que, até agora, parece estar pouco impressionada por seus argumentos por uma ação militar (segundo a última pesquisa de opinião, apenas 9% dos americanos concordam com a intervenção).
É provável que muitos funcionários britânicos em Washington tentem reafirmar a seus parceiros americanos que a derrota no Parlamento foi um episódio isolado e que não afetará a relação entre os dois países.
Mas essa relação não se limita à cultura, à história e à língua. Trata-se de uma relação militar e de inteligência acima de tudo.
E, se os britânicos não conseguem fazer valer essa aliança, muitos nos Estados Unidos vão passar a se perguntar "o que é tão especial" na relação entre os dois países.
 
Fonte: BBC Brasil
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Opção por Embraer foi atacada nos EUA

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Desde a escolha da Embraer para fornecimento de 20 aviões A-29 Super Tucano, oficializada em 30 de dezembro, a decisão da Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf) tem sido criticada duramente por políticos republicanos. Também tornou-se fonte de atritos entre os governos dos Estados da Flórida, que abriga instalações da Embraer, e do Kansas, onde se encontra a sede da Hawker Beechcraft.

A escolha da Embraer significaria a perda de empregos em Wichita. A cidade está sob risco de ver fechada outra facilidade do setor aeronáutico, desta vez da Boeing Company. A opção da Usaf pela Embraer havia se tornado também munição eleitoral contra Obama. O pré-candidato republicano Newt Gingrich criticara pelo menos duas vezes a escolha dos aviões da Embraer.

Em comunicado, o deputado federal Mike Pompeo, republicano de Kansas, afirmou ter chamado a atenção para o fato de "algo não cheirar bem" nessa licitação. "Estou contente por ter seguido os meus instintos e lutado pela Hawker Beechcraft e pelos empregos que ela gera em Kansas. Eu aplaudo a Usaf por ter, finalmente, começado a eliminar esse véu de sigilo", afirmou.

O Itamaraty e o Departamento de Estado americano esperavam que a Justiça desse um parecer favorável à compra dos aviões da Embraer pela Usaf, questionada pela Hawker Beechcraft antes da visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, no dia 9. A decisão foi submetida à Corte Federal de Apelação, mas agora, com a desistência do negócio pela Força Aérea americana, perde o objeto .

Embora não estivesse entre os temas formais de discussão das equipes de Dilma e do presidente dos EUA, Barack Obama, o contrato da Usaf com a Embraer seria um exemplo da iniciativa da Casa Branca de atrair investimentos brasileiros para gerar empregos no país.

Para atender ao pedido, a Embraer estava decidida a ampliar suas instalações na Flórida, para adequá-la à exigência de produção parcial dos aviões nos EUA ou, ainda, a montar uma linha na planta de sua parceira, a americana Sierra Nevada Corporation, em Sparks, Nevada.

Também alimentava a expectativa de ver a encomenda elevada a 55 unidades, o equivalente a US$ 950 milhões, e receber encomendas de outros parceiros dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O primeiro avião do pacote seria entregue em fevereiro de 2013. O acordo previa fornecimento de peças, componentes, documentação técnica e treinamento de pessoal.

O cancelamento da encomenda dos 20 Super Tucanos para a aviação militar americana não diminui o bom nome do avião brasileiro de ataque leve. É, a rigor, um movimento para produzir efeito no ano eleitoral dos Estados Unidos. A concorrente local Hawker Beechcraft, derrotada no confronto técnico entre seu avião, o AT-6, e o Super Tucano da Embraer, tratou de anunciar que, sem o contrato de US$ 355 milhões com possibilidade de expansão até US$ 950 milhões, seria obrigada a encerrar as atividades de uma fábrica de seu complexo de Wichita, fechando 1.400 vagas, diretas e indiretas. Não é um bom argumento para uma corporação que, tentando reduzir prejuízos, transferiu para Chiuaua, no México, três facilidades industriais e, claro, exportou os devidos empregos.

Não é a primeira experiência da Embraer com o amargo modo de operar do setor de Defesa americano. Em 2004 o Pentágono deu a vitória à companhia do Brasil em uma licitação cujo valor era estimado entre US$ 7,5 bilhões e US$ 10 bilhões para fornecimento de até 58 aviões de inteligência. A concorrência foi cancelada pouco depois.

Imbatível como máquina militar, o Super Tucano acumula 18 mil horas de voo de combate, foi escolhido por sete países e deve ser o selecionado também pelo governo do Peru. É uma solução engenhosa, reunindo a bordo de um avião relativamente barato, a tecnologia eletrônica de última geração e um considerável poder de fogo. A questão a ser definida é se a perda do contrato dos EUA vai influenciar a decisão da presidente Dilma Rousseff na escolha do novo caça avançado da FAB. A americana Boeing é uma das três finalistas, com a Dassault francesa e a Saab sueca. Os fatos de ontem podem ter o poder de apressar a resolução do processo.

 
Fonte: Estadão
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Indonésia e China se preocupam com presença militar dos EUA na Austrália

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A Indonésia se juntou à China nos protestos em relação ao anúncio da expansão da presença militar americana no norte da Austrália. O ministro de Relações Exteriores indonésio, Marty Natalegawa, disse que não gostaria de ser testemunha de uma "reação" e a geração "de um círculo vicioso de tensão, desconfiança e receio", segundo declarações citadas nesta quinta-feira pela emissora australiana ABC. "O importante quando se adota uma decisão deste tipo é que haja transparência dos cenários que se conceberam e que não se chegue a nenhum mal-entendido", acrescentou Natalegawa.
Durante sua visita à Austrália, o presidente americano, Barack Obama, anunciou na quarta-feira um acordo com Canberra para a presença de um contingente que chegará a 2,5 mil soldados no norte do país para 2017. Esta iniciativa foi vista como resposta à crescente instabilidade no mar da China Meridional por conta das disputas territoriais de Pequim com Filipinas e Vietnã. China e Indonésia já haviam sido informados pela Austrália deste acordo, por isso não foi nenhuma surpresa, mas, ainda assim, as autoridades indonésias questionam suas intenções.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Liu Weimin, declarou em entrevista coletiva que "fica em dúvida se (o acordo) se ajusta aos interesses comuns dos países na região e de toda a comunidade internacional". Liu Weimin ressaltou que o gigante asiático nunca entraria neste tipo de alianças militares e destacou que Pequim tem "seu próprio conceito de cooperação amistosa com todos os países".

Um dia depois do anúncio deste acordo, o presidente Obama afirmou que seu país manterá seus esforços para desenvolver uma "relação cooperativa" com a China. "Buscaremos mais oportunidades para a cooperação com Pequim, inclusive uma maior cooperação entre nossos militares para promover o entendimento e evitar incompreensões", comentou Obama em discurso perante o Parlamento australiano em Canberra.
Obama termina hoje sua viagem à Austrália para promover o papel de liderança de seu país na região, na qual a China ocupou o papel antagonista.

Fonte: EFE
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Obama anuncia acordo para aumentar presença militar na Austrália

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, anunciaram nesta quarta-feira um acordo para estabelecer a presença militar americana permanente no norte do país.

O acordo prevê que, em meados de 2012, entre 200 e 250 soldados da Marinha dos EUA ficarão destacados no norte australiano em rotações de seis meses, informou Gillard em entrevista coletiva após a reunião com Obama.

Além disso, os EUA desdobrarão mais aviões nas bases do norte do país e ampliarão as manobras militares conjuntas.

"Graças a esta iniciativa, estaremos em posição de fortalecer de maneira mais efetiva nossa defesa mútua e também desta região", afirmou Obama.

As rotações "enviam uma clara mensagem sobre nosso compromisso inquebrantável e durável com a região" da Ásia e do Pacífico, acrescentou o líder americano.

A presença militar na Austrália "permitirá que os EUA contem com um maior equilíbrio geográfico na Ásia e no Pacífico e responder a uma gama de interesses na região", havia declarado previamente o conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes.

Os EUA observam com preocupação a crescente tensão no mar do Sul da China, uma área que considera estratégica para seus interesses, já que por suas rotas passam cerca de US$ 1,2 trilhão anuais em mercadorias entrando ou saindo dos EUA.

A China se mostrou gradualmente mais agressiva em suas reivindicações territoriais na região, onde disputa a soberania com Brunei, Malásia, Filipinas, Índia, Brunei e Taiwan.

Além disso, esta maior presença militar permitirá aos EUA uma maior rapidez em seu desdobramento no caso de desastres naturais na região, entre outras circunstâncias. A grande maioria das tropas americanas na Ásia e no Pacífico está no norte da região, o que diminui a velocidade da resposta no sul.

Obama chegou hoje a Canberra para uma visita de um dia e meio à Austrália. O presidente americano se dirigirá amanhã ao Parlamento australiano para expor sua política sobre a região e deixará o país após uma visita às tropas americanas em Darwin, no norte do país.

Na quinta-feira, Obama, que também se reunirá com o líder da oposição, Tony Abbott, deve comparecer ao Parlamento australiano para proferir um discurso no qual exporá as prioridades de seu país na região da Ásia Pacífico.

Fonte: EFE
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EUA querem reforçar presença militar no golfo Pérsico, diz jornal

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O governo dos Estados Unidos planeja reforçar a presença militar no golfo Pérsico após a retirada das tropas do Iraque anunciada pelo presidente Barack Obama, informa o jornal "The New York Times".

A publicação, que menciona altos funcionários do governo e diplomatas que pediram anonimato, destaca que o reposicionamento pode incluir novas forças de combate no Kuait em condições de responder a um colapso da segurança no Iraque ou a um confronto militar com o Irã.

Obama anunciou há algumas semanas que todas as tropas americanas deixarão o Iraque até o fim do ano, concluindo uma longa guerra que gerou profundas divisões políticas e distanciou Washington de seus aliados.

Após quase nove anos, com as mortes de mais de 4.400 militares americanos e de dezenas de milhares de iraquianos, assim como os gastos bilhões de dólares, Obama afirmou que o último soldado americano deixará o país de cabeça erguida.

Depois de pressionar sem êxito o governo Obama e o governo iraquiano para que permitissem a manutenção de 20 mil soldados no Iraque depois de 2011, o Pentágono agora estuda uma alternativa, segundo o veículo.

Além das negociações com o Kuait, o governo americano examina o envio de mais navios de guerra às águas internacionais da região.

O governo Obama também pretende ampliar os vínculos militares com os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo Arábia Saudita, Kuait, Bahrein, Qatar, Emiratos Árabes Unidos e Omã, segundo o jornal

Fonte: France Presse
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A América cruel

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Tem havido muitos sinais, recentemente, de que os EUA estão mergulhando fundo num padrão de crueldade. É difícil dizer por que uma coisa dessas está ocorrendo, mas parece que isso tem a ver com uma fé crescente na força como a solução de quase todos os problemas, seja em casa ou fora. O entusiasmo por matar é um sintoma inequívoco de crueldade. Isso é especialmente perturbador quando não são apenas os quadros do governo, mas pessoas comuns que se engajam nessas efusões.

Os debates da campanha presidencial são desenhados para dar aos candidatos uma oportunidade deles se expressarem aos eleitores. Mas as platéias, também, algumas vezes tornam seus pontos de vista conhecidos. Isso aconteceu nos debates republicanos ocorridos entre 7 e 12 de setembro, em dois episódios que foram bastante noticiados. No da NBC, do dia 7, Brian Williams perguntou ao governador do Texas, Rick Perry, se em algum momento durante seu mandato, no qual foram executadas 234 pessoas condenadas à pena de morte (que agora subiu para 235) ele “lutou para conseguir dormir à noite, com a ideia de que algum desses condenados pode ter sido inocente”.

Perry tem dormido bem. O Texas, ele disse, tem um sistema judicial muito “bom”. Então, partiu para um certo tipo de desafio. Disse ele: “se você vier ao nosso estado...e matar...um de seus cidadãos...você será executado”. A plateia aplaudiu entusiasticamente.

Williams, claramente surpreso com a manifestação, seguiu em frente perguntando a Perry o que ele tinha feito para que a sua resposta tivesse levantado aplausos. O governador foi impassível e repetiu o seu desafio: “Nossos cidadãos...tornaram claro o motivo, e eles não querem cometer esses crimes contra os nossos cidadãos, e se você o fizer, enfrentará a justiça final”.

Que esses não eram os únicos sentimentos possíveis em relação a execuções penais tornou-se claro rapidamente depois disso. Um movimento de massas, não apenas nos EUA mas nos países ao redor do mundo, levantaram-se, sem sucesso, contra a execução no Estado da Georgia, de Troy Davis, cuja condenação por assassinato há vinte anos tinha sido posta em dúvida por nova evidência, inclusive a retratação de sete de nove testemunhas. Uma petição assinada por mais de 600 mil pessoas foi apresentada à comissão de execução penal, que deixou a execução seguir adiante.

No debate republicano do dia 12, houve outra expressão pública de entusiasmo pela perda da vida no Texas. Wolf Blitzer, da CNN perguntou ao deputado do Texas, Ron Paul, que militou contra o projeto para a saúde apresentado pelo Presidente Obama, qual seria a resposta médica que ele daria se um jovem que tivesse decidido não contratar um plano de saúde entrasse em coma.

Paul respondeu: “É a isso que a liberdade diz respeito: assumir seus próprios riscos”. Ele parecia estar dizendo que se o jovem morresse isso seria problema dele.

Houve palmas na plateia.

Blitzer pressionou: “Mas deputado, você está dizendo que a sociedade deveria deixá-lo morrer?”. Grita alguém na plateia: “Sim!”. E a multidão segue batendo palmas, em apoio.

Uma das características que esses eventos têm em comum é a crueldade. A crueldade é a prima irmã da injustiça, ainda que seja diferente. A injustiça e seu oposto, a justiça – talvez o padrão mais comumente utilizado para julgar a saúde de um corpo político – são critérios por excelência, e se aplicam acima de tudo a sistemas e suas instituições. A crueldade e seus opostos, gentileza, compaixão e decência, são mais pessoais. São qualidades pessoais que têm, no entanto, consequências políticas. Um senso de decência de um país se situa acima de sua política, fiscalizando e estabelecendo limites frente aos abusos. Uma sociedade injusta deve reformar suas leis e instituições. Uma sociedade cruel deve reformar a si mesma.

Tem havido muitos sinais, recentemente, de que os EUA tem mergulhado fundo num padrão de crueldade. É difícil dizer por que uma coisa dessas está ocorrendo, mas parece que isso tem a ver com uma fé crescente na força como a solução de quase todos os problemas, seja em casa ou fora. O entusiasmo por matar é um sintoma inequívoco de crueldade. Ele também apareceu depois da morte de Osama Bin Laden, que mobilizou uma estrondosa celebração ao redor do país. Uma coisa é acreditar na necessidade infeliz de matar alguém; outra é revelar isso. Isso é especialmente perturbador quando não são apenas os quadros do governo, mas pessoas comuns que se engajam nessas efusões.

Em qualquer involução no sentido da barbárie pode-se estabelecer dois estágios. Primeiro, os demônios são apresentados – testados, se houver. Segundo, vem a reação – seja a indignação e a rejeição ou outra aceitação [da indicação do demônio], até mesmo o prazer com a coisa. A escolha pode indicar a diferença entre um país que está restaurando a decência ou um outro, que está afundando num pesadelo. Foi um dia escuro para os Estado Unidos aquele em que a administração Bush ordenou secretamente a tortura de suspeitos de terrorismo. Nesse dia, a civilização dos EUA caiu num buraco. Mas afundou ainda mais baixo quando, tendo os fatos dos crimes se tornado conhecidos, o ex-presidente Bush e o ex vice-presidente Cheney abraçaram publicamente o mal feito, como o fizeram em sua recente tour de divulgação de seus respectivos livros. À impunidade que já desfrutaram eles acrescentaram a insolência, como se desafiando a sociedade a responder ou a, de outra parte, entrar em cumplicidade tácita com seus abusos.

E ainda assim houve pouca reação. Numa outra afundada no buraco, o Presidente Obama, mesmo tendo ordenado o fim da tortura, decidiu na direção contrária, ao impedir qualquer responsabilização pelas patifarias, e de fato afastou qualquer punição em geral. Ele sequer buscou, digamos, algo equivalente a uma Comissão da Verdade como ocorreu na África do Sul, após o fim do apartheid.

Há muitos outros sinais de que o caminho ladeira abaixo está bem estabelecido. Nossa justiça criminal busca a injustiça. A pena de morte desafia padrões de decência aceitos em qualquer país civilizado. O encarceramento de mais de dois milhões de americanos – a maior proporção per capita no mundo – é um reflexo assustador de um país que parece saber que não há outro remédio para as doenças sociais que não a punição. As condições das prisões são temerosas. Atul Gawande, da The New Yorker, apresentou um quadro vasto e terrível do sistema prisional, com técnicas de isolamento que, muitos acreditam, equivalem à tortura. Os prisioneiros podem ser mantidos em solitárias por anos, em pequenas celas, sem janelas, nas quais permanecem por 23 horas por dia.

Muitos prisioneiros – assim como o senador John McCain, que foi mantido prisioneiro durante a Guerra no Vietnã do Norte – reportaram que tamanho isolamento é mais angustiante e destrutivo do que a tortura física. “Isso quebra o nosso espírito e enfraquece a nossa resistência mais efetivamente do que qualquer outra forma de mau trato”, disse McCain. Em muitos casos, o confinamento solitário leva à desintegração mental. Um artigo no Jornal da Academia Americana de Psiquiatria e Direito diz que “o confinamento da solitária ...pode ser tão estressante clinicamente como a tortura física”. A diferença entre uma jaula e uma solitária pode ser maior do que a diferença entre a liberdade e a jaula, mesmo que essa punição possa ser imposta apenas administrativamente, por diretores de presídios.

Em 2010 mais de 25 mil detentos foram mantidos nessas condições.
Um deles – confinado não no sistema de prisão regular, mas em instalações militares – é Bradley Manning, o recruta de 23 anos, suspeito de vazar documentos para o WikiLeaks. Embora prisioneiro modelo, ele foi mantido por anos numa prisão de segurança máxima, enquanto era sujeito ao confinamento de 23 horas, impedido de se exercitar, sob vigilância permanente e, por um tempo, mantido nu. Na época, ele não tinha sido acusado de crime algum.

Gawande estabelece uma conexão entre o abuso dos estadunidenses em casa e a tortura de suspeitos estrangeiros na “guerra contra o terror”. “Com pouca preocupação ou resistência”, escreve, “temos despachado milhares de nossos próprios cidadãos para condições que horrorizariam nossa Suprema Corte há um século. Nossa vontade de nos desfazer desses padrões para os prisioneiros americanos tornou fácil o descarte das Convenções de Genebra proibindo tratamento similar de prisioneiros de guerra estrangeiros”.

Também se pode estabelecer uma conexão entre esses abusos e as atuais diretrizes das decisões orçamentárias, nas quais, como na prontidão para denegar assistência em saúde aos moribundos, uma impiedosa vontade de se desfazer das pessoas em sofrimento de qualquer ajuda que possam receber é evidente. A lista de cortes, alcançados ou propostos na agenda da direita é longa demais para enumerar, mas exemplos recentes, incluindo a assombrosa obstrução de assistência às vítimas do recente furacão Irene e da tempestade Lee, além de outros programas, foram cortados; a oposição a que se amplie o seguro desemprego, a derrota do Dream Act, o qual poderia dar às crianças dos imigrantes um caminho para a cidadania, a oposição ao gasto do estado com o programa de assistência em saúde para as crianças (S-CHIP, na sigla em inglês), assim como do Head Start, e por aí vai. Parece que ninguém é infeliz o suficiente para ser isento ou isenta do corte orçamentário, ao passo que, ao mesmo tempo, ninguém é feliz o suficiente para ser inelegível para ter corte nos impostos. Decisões orçamentárias não envolvem pena de morte, embora para muitos elas sejam questão de vida ou de morte.

A crueldade de uma sociedade não pode ser quantificada mais do que o pode a sua reserva de decência. Nem tampouco pode ser legislada, embora ambas possam estar manifestas na legislação. Por tudo isso, não pode haver dúvidas de que decisões básicas, que antecedem qualquer lei e são provavelmente mais importantes, são silenciosamente tomadas nos corações e mentes de milhões. Se elas seguem um caminho, um movimento de milhões, de repente, aparentemente do nada, aparece para protestar fortemente contra uma execução injusta. Quando vão pelo outro caminho, você acorda um dia para ouvir, com um frio na espinha, uma sala cheia de gente comemorando o assassinato de centenas de seus concidadãos.

Por: Jonathan Schell - correspondente do The Nation, membro Doris Shaffer no The Nation Institute e dá um curso sobre o dilema nuclear na Universidade Yale. É autor de The Unconquerable World: Power, Nonviolence and the Will of the People, [O Mundo Inconquistável: Poder, Não-Violência e a Vontade do Povo] - uma análise do poder popular – e de The Seventh Decade: The New Shape of Nuclear Danger [A Década de Setenta: A Nova Forma do Perigo Nuclear].
Fonte: Carta Maior
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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Obama decide deixar o Afeganistão e reconstruir os EUA

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Estradas no Kentucky, não em Cabul. Com a profunda crise econômica nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama começa a mudar as prioridades, do envolvimento dispendioso em guerras externas ao desenvolvimento do país. O ex-secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, não hesitava em admitir que estava cansado da função para a qual foi chamado no fim de 2006.

Ele ajudou a repatriar as tropas americanas do Iraque e, embora tenha a impressão de que possa ser um pouco prematuro, também aprova o programa que trará de volta os soldados americanos do Afeganistão.

Gates trabalhou com dois presidentes que não poderiam seguir linhas mais diferentes: George W. Bush e Barack Obama. No entanto, sua reputação continua não apenas intacta, como excelente. Embora esteja com 67 anos, não sofreu o desgaste do cargo.

Então, por que decidiu deixar o governo? “Para dizer a verdade”, disse ele em recente entrevista concedida à revista Newsweek, “uma das várias razões pelas quais está na hora de me aposentar é que, francamente, não posso me imaginar fazendo parte de uma nação, parte de um governo, que está sendo obrigado a reduzir drasticamente o nosso envolvimento com o resto do mundo”.

Gates se aposenta com uma nota de melancolia, porque acredita no mandato histórico do seu país de tornar o mundo um lugar melhor. Na sua opinião, o que ocorreu no Vietnã, ocorre agora no Afeganistão. “Chegamos muito tarde nesse jogo”, afirmou. Entretanto, Gates não diz se acha que agora é muito tarde para vencer a guerra afegã nem se a missão poderia ter sido bem-sucedida.

Sonhos caros. Em sua maioria, os americanos mostram a mesma ambivalência do ex-secretário da Defesa a respeito do Afeganistão. Eles acreditam que, na esteira de 11 de Setembro, a derrubada do regime do Taleban e a caça à Al-Qaeda foi a coisa certa a fazer. Evidentemente, era perfeito imaginar que o Afeganistão, um país pobre que se desintegrou no tribalismo e se tornou presa de déspotas, poderia se desenvolver de algum modo.

No entanto, a guerra completa dez anos a um custo de US$ 2 bilhões por semana. Agora, a Casa Branca começa a corrigir as suas prioridades para se conformar à convicção geral de que, se Washington deve se envolver em um esforço de reconstrução, que seja nos EUA, onde é urgentemente necessário.

Os EUA continuam atolados na crise econômica. O país, que procurou se reinventar tantas vezes, enfrenta dificuldades. Três anos depois do colapso do banco de investimentos Lehman Brothers, o desemprego continua elevado, 9%, segundo a taxa oficial, mas 16% pela não oficial.

O crescimento se arrasta a menos de 2% e o ônus da dívida interna cresce diariamente nada menos do que US$ 4, 38 bilhões. Muitas cidades estão tão quebradas que estradas e pontes se encontram em condições precárias e algumas áreas do país já se parecem com o Terceiro Mundo.

Um declínio dessas proporções é raro na história americana. Entretanto, a superpotência mordeu mais do que podia mastigar. Agora, sofre as consequências.

Prioridades internas. Essa mudança de atitude no país chega a Washington e aos partidos políticos. De repente, começaram a ocorrer coisas espantosas. Acabaram-se os dias em que democratas e republicanos se enfrentavam com uma agressividade cruel.

Na realidade, agora os dois partidos concordam surpreendentemente na questão do Afeganistão e com a necessidade de estabelecer novas prioridades. No entanto, um projeto de lei que prevê a rápida retirada das tropas americanas, recentemente, não passou na Câmara dos Deputados, ainda que por pequena margem. Logo em seguida, um grupo de 27 senadores de ambos os partidos escreveu uma carta ao presidente pedindo uma retirada mais rápida e um rompimento mais nítido.

A maré mudou

. Alguns republicanos, aparentemente mais prudentes, que esperam concorrer contra o presidente em 2012, competem entre si com pedidos de redução gradativa do envolvimento da superpotência em regiões longínquas do planeta.

Na realidade, o Iraque e o Afeganistão, agora, dividem o Partido Republicano no que se refere à influência dos EUA no mundo, como aconteceu com o Partido Democrata a respeito do Vietnã, há várias décadas.

Agora, a cisão facilita o início da retirada do Afeganistão para o presidente Obama. Na semana passada, ele precisou de apenas 15 minutos para pronunciar um discurso de repercussão histórica.

“Americanos,” conclamou o presidente, “chegou o momento de cuidarmos da reconstrução de nosso país”. A nova prioridade será a construção de estradas em Kentucky,e não em Cabul, de pontes na Califórnia, não em Kandahar.

A guerra no Afeganistão foi a mais longa em termos de envolvimento americano. Começou no outono de 2001, semanas depois dos ataques em Nova York e em Washington, e está quase no fim. Em setembro de 2012, os 33 mil soldados que foram enviados ao Afeganistão há apenas um ano e meio, voltarão para casa. As tropas restantes serão repatriadas gradativamente até 2014, encerrando o compromisso militar dos EUA no país.

A superpotência começou também a reduzir seu zelo missionário. “Não tentaremos tornar o Afeganistão um lugar perfeito”, disse Obama no discurso. “Não policiaremos suas ruas nem patrulharemos indefinidamente suas montanhas. Isto é responsabilidade do governo afegão, que deverá aumentar sua capacidade de proteger o seu povo.”

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, que o governo Obama não considera confiável, respondeu com magnanimidade ao discurso, definindo o anúncio um “momento de felicidade para o Afeganistão” e dizendo que Obama tomou a decisão certa para ambos os países. “A confiança do povo afegão no Exército e na polícia afegãos cresce dia a dia”, disse Karzai. “E a preservação deste país cabe aos afegãos.” Se isto fosse verdade, o Afeganistão estaria agora numa ótima situação.

Retorno ao começo. O presidente Obama fechou o círculo e agora retorna ao ponto de partida. Embora inicialmente seu objetivo fosse acabar com a guerra no Afeganistão, teve de ceder às pressões da alta cúpula militar. Há um ano e meio, ele elaborou uma estratégia que previa dois compromissos: o envio de mais de 30 mil soldados e sua retirada até julho de 2011. Um dia, os historiadores dirão se Obama acreditava realmente que seria possível virar os destinos da guerra ou se procurava apenas uma maneira de sair de uma situação complicada.

Tendo conseguido melhorar a situação no Iraque, o general David Petraeus foi enviado ao Afeganistão para fazer o mesmo, na qualidade de comandante da Força Internacional de Segurança (Isaf). No entanto, em vez de resolver o problema do Afeganistão, Petraeus se desgastou totalmente.

Não surpreende que ele se opusesse à redução das tropas e tenha feito o possível para que um público cada vez maior fosse posto a par das suas objeções. Petraeus será um dos primeiros a sair do Afeganistão e retornará a Washington para assumir um novo cargo, o de diretor da CIA. De acordo com o ponto de vista de Obama, a transferência é necessária. Petraeus é um general para a guerra, não para retiradas.

O presidente poderá encerrar definitivamente o envolvimento no Afeganistão por uma razão simples: a morte do líder e fundador da Al-Qaeda, Osama bin Laden, proporcionou aos americanos uma sensação de satisfação e afugentou as suspeitas de que Obama fosse excessivamente permissivo para o seu cargo.

Os democratas, que por tradição adotam uma atitude mais cética em relação à guerra, estão evidentemente satisfeitos com a decisão de Obama e ficariam ainda mais felizes com uma retirada mais acelerada.

Os republicanos, de sua parte, agora estão enrascados numa disputa interna para decidir qual deveria ser a sua posição em relação ao Afeganistão e ao curso que os EUA deveriam seguir.

Os falcões são liderados pelos senador John McCain, de 74 anos, herói de guerra e veterano do Vietnã que perdeu as eleições presidenciais para Obama. McCain voltou à arena política para pregar a sua mensagem pelo rádio e pela televisão. “Acho que abandonar o Afeganistão à mercê do Taleban e dos extremistas radicais islâmicos seria repetir os erros que o país já cometeu antes. Recentemente, em entrevista à jornalista Christiane Amanpour no programa This Week, o senador disse que “é crucial manter o curso inicial”.

Essas palavras não eram dirigidas apenas a Obama, mas, talvez até mais, ao próprio partido de McCain. Quando discutiu o fato de alguns candidatos presidenciais serem favoráveis a acelerar a retirada das tropas, ele criticou o que chamou de “isolacionismo”. “Sempre houve uma veia isolacionista no Partido Republicano, mas agora parece que está se deslocando para o centro.”

Candidatos republicanos. No entanto, embora McCain fale de um centro, o principal problema dos republicanos é que o partido não tem nem um centro nem políticos de destaque. O que tem são candidatos presidenciais, como Mitt Romney, para quem a política externa está sempre submetida a considerações populistas internas.

“Está na hora de trazermos nossos soldados para casa o mais cedo possível”, disse Romney. “Somente os afegãos podem tornar o Afeganistão independente do Taleban.”

Comentando a questão da guerra afegã, Newt Gingrich, o mais exibicionista dos candidatos republicanos, disse sucintamente: “O custo é sempre o problema principal”. Ron Paul, um dos preferidos do movimento conservador do Tea Party, defende o fim imediato das atividades militares americanas no Iraque, Afeganistão e Líbia.

Nessas declarações é difícil distinguir entre convicção e oportunismo. As pesquisas indicam que 55% dos eleitores republicanos acreditam que os EUA “deveriam se preocupar menos com os problemas internacionais e tratar mais dos problemas internos”.

As agências atribuem essa mudança do lado conservador, que votou por duas vezes em George W. Bush, ao “efeito da recessão”. Em outras palavras, na opinião desse eleitorado, o isolacionismo é uma consequência da crise econômica.

O próprio Tea Party, o movimento das bases profundamente conservadoras que exerce grande influência entre os republicanos, também pode ser caracterizado como um efeito da recessão. Embora não seja absolutamente monolítico, o grupo defende uma crença fundamental: os EUA em primeiro lugar e por uma margem muito grande.

Retirada americana. Na realidade, a política externa americana sempre se dividiu em dois campos: o dos isolacionistas, que queriam evitar os conflitos com o resto do mundo, e o dos internacionalistas, que queriam firmar a posição dos EUA no exterior.

Obama não é, de modo algum, um isolacionista. Ele é, principalmente, uma pessoa que trabalha sem atropelos. No entanto, com o país mergulhado na crise, manter duas guerras de uma vez é um luxo que a nação não pode se permitir.

A mensagem do presidente é que seu país terá de tirar lições dolorosas de sua guerra mais longa. E o processo já começou.

Fonte: Estadão
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sábado, 2 de julho de 2011

Panetta promete manter Exército dos EUA como "mais forte do mundo"

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O novo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, prometeu nesta sexta-feira manter o Exército americano como o "mais forte" do mundo, apesar das restrições orçamentárias, depois de fazer o juramento no cargo.

"Como seu líder, garantirei que nosso país continue tendo o Exército mais bem treinado, mais bem equipado e mais forte do mundo --uma força preparada para enfrentar os desafios que nos apresentam", escreveu Panetta em sua primeira mensagem às tropas depois de jurar por seu cargo no Pentágono.

"Em um momento no qual os Estados Unidos enfrentam problemas de ordem orçamentária, nosso Exército não será fraco enquanto eu estiver neste posto", completou.

Panetta, 73 anos, diretor da CIA [inteligência americana] hegou ao Pentágono às 08h38 (09h38 de Brasília) -- com oito minutos de atraso -- ao seu primeiro dia como secretário de Defesa.

O tenente John Kelly, que de agora em diante será um de seus colaboradores mais próximos, o aguardava nas escadarias do edifício.

"Bem-vindo a bordo, senhor", disse Kelly enquanto o cumprimentava.

Panetta assume o posto de secretário de Defesa em um momento em que diversas vozes se elevam para reduzir os gastos públicos, incluindo aqueles gerados através do enorme orçamento para a Defesa.

ORÇAMENTO

Reconhecendo que haverá de tomar "decisões orçamentárias difíceis", Panetta disse querer "preservar a excelência e a superioridade de nossas forças armadas" e buscar paralelamente formas de economizar dinheiro.

O orçamento americano para a Defesa de 2012 é de US$ 671 bilhões --o que representa mais de 40% dos gastos militares mundiais --dos quais US$ 118 bilhões financiam o conflito no Iraque e Afeganistão.

O porta-voz do Pentágono, Douglas Wilson, disse que o orçamento será "um tema importante na agenda" de Panetta, mas que o próximo secretário da Defesa "acredita que não há uma verdadeira opção entre responsabilidade fiscal e segurança nacional".

"Ele tomará isso muito seriamente. Ele sabe que há decisões muito difíceis que terão de ser tomadas", disse Wilson na quinta-feira.

AFEGANISTÃO

Em sua declaração, Panetta falou sobre a guerra no Afeganistão que se prolongou por quase dez anos e sobre a retirada das tropas americanas este ano.

"Nossa nação está em guerra. Devemos prevalever contra nossos inimigos", disse Panetta.

Panetta disse que os Estados Unidos "devem manter-se comprometidos a trabalhar estreitamente com nossos aliados afegãos e interrogá-los para nos assegurar que nunca mais (o Afeganistão) se torne um refúgio para a Al Qaeda e seus aliados".

Fonte: France Presse
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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Custo de guerras dos EUA deve superar US$ 3,7 tri, diz estudo

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Quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, citou o custo como uma razão para retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão, ele se referiu a uma quantia de US$ 1 trilhão gastos pelo país em seus atuais conflitos bélicos.

Mas, por maior que pareça, essa cifra subestima grosseiramente o custo total para o Tesouro dos EUA das guerras no Iraque, Afeganistão e Paquistão, e ignora valores mais vultosos que ainda devem surgir, segundo um estudo divulgado na quarta-feira.

A conta total deve ficar entre US$ 3,7 e US$ 4,4 trilhões, de acordo com o projeto de pesquisa intitulado "Custos da Guerra", feito pelo Instituto Watson de Estudos Internacionais, da Universidade Brown (http://www.costsofwar.org).

Nos dez anos transcorridos desde que os soldados norte-americanos desembarcaram no Afeganistão para perseguir os líderes da Al Qaeda responsáveis pelos atentados de 11 de setembro de 2001, os gastos nos conflitos totalizaram uma soma de US$ 2,3 a US$ 2,7 trilhões.

Mas a cifra vai continuar aumentando, pois precisa levar em conta custos muitas vezes ignorados, como as pensões vitalícias para veteranos feridos e os gastos estimados para o período de 2012 a 2020. A estimativa não inclui pelo menos outro US$ 1 trilhão gastos em juros da dívida bélica, e bilhões de dólares em gastos impossíveis de contabilizar, segundo o estudo.

Em termos humanos, as atuais guerras dos EUA causaram 224 mil a 258 mil mortes diretas, o que inclui 125 mil civis no Iraque. Muitas outras pessoas morreram em consequência indireta dos conflitos, por exemplo, por desnutrição e falta de acesso a atendimento médico e água potável. Outras 365 mil pessoas ficaram feridas, e 7,8 milhões de pessoas precisaram deixar suas casas.

A pesquisa reuniu mais de 20 acadêmicos para tentar destrinchar informações que nem sempre aparecem de forma consistente ou transparente nos relatos oficiais.

O relatório salienta o ônus que os conflitos continuarão impondo ao orçamento federal dos EUA, que já se encaminha para uma situação insustentável devido ao envelhecimento da população norte-americana e à disparada nos custos da saúde.

O texto também questiona o que os EUA ganharam com esse trilionário investimento bélico.

"Espero que, ao olharmos para trás quando isto acabar, algo muito bom tenha resultado", disse o senador republicano Bob Corker à Reuters em Washington.

Fonte: Reuters
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quinta-feira, 17 de março de 2011

EUA se esquivam de apoio ao Brasil em órgão da ONU

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Os EUA não se comprometeram ontem a dar apoio formal à ambição brasileira a um assento permanente em um Conselho de Segurança da ONU ampliado na visita do presidente Barack Obama ao Brasil, no fim de semana.Questionado sobre a possibilidade, Dan Restrepo , responsável por Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional, disse apenas: "O presidente Obama e a presidente Dilma vão discutir a reforma da ONU. E também vão discutir em um contexto amplo a adoção de uma nova arquitetura global que reflita novas realidades."

Obama, quando foi à Índia em novembro passado, declarou abertamente apoio à entrada dos indianos no CS. A reforma do conselho da ONU permitiria ampliar o número de membros permanentes dos cinco atuais (China, EUA, Reino Unido, França e Rússia) para dez."Será uma conversa ampla sobre a importância de instituições fortes para a paz e segurança no mundo, e inevitavelmente a ONU surgirá."

AJUDA

Anteontem, a Casa Branca disse já ter ajudado muito o Brasil em suas ambições para ganhar destaque global. "Os EUA pressionaram, com sucesso, para que países como o Brasil tivessem um papel maior nos assuntos econômicos internacionais e advogou de forma enérgica para que o G20 se tornasse o principal fórum de cooperação", disse a Casa Branca.

"Os EUA agiram de forma agressiva para aumentar o papel de países como o Brasil no FMI e Banco Mundial."A Casa Branca confirmou que o grande discurso para a América Latina será em Santiago, e não mais no Rio, como fora dito anteriormente.Restrepo destacou que a discussão de Obama com o Brasil vai girar em torno de temas globais e parceria no cenário internacional, inclusive na área de segurança.

"Temos muita disposição para fazer o possível para avançar juntos com o Brasil a paz global e a segurança."

Restrepo praticamente descartou a chance de acordo entre EUA e Brasil para a compra de caças no projeto de modernização da Força Aérea brasileira. "Não há expectativa de negócios bilionários sendo anunciados."

Fonte: Folha
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quarta-feira, 2 de março de 2011

Navios dos EUA passam por Suez e se aproximam da Líbia

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Dois navios de guerra dos Estados Unidos entraram no Canal de Suez nesta quarta-feira, informarma autoridades do Egito. As embarcações seguem em direção ao mar Mediterrâneo e se aproximam da costa da Líbia, que vive uma crise política em meio a protetos pela renúncia do presidente Muamar Kadafi.

Os dois navios são o USS Kearsarge e USS Ponce - e só o Kearsarge leva 42 helicópteros a bordo. Na segunda-feira, o destróier USS Barry já havia passado por Suez, e agora está no sudoeste do Mediterrâneo.

Os Estados Unidos anunciaram a mobilização de navios e aviões para mais perto do território da Líbia. O ministro americano da Defesa, Robert Gates, afirmou na terça-feira que qualquer ação militar no país precisa ser pensada com cuidado, por causa de possíveis consequência em toda a região.

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, os navios estão se movimentando para perto da Líbia para se preparar para contingências de natureza humanitária. Ele, porém, fez a ressalva de que "não estamos tirando quaisquer opções da mesa". De acordo com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, os navios poderão ser usados para missões humanitárias e de resgate.

Em resposta, as forças de Kadafi reforçaram sua presença na remota localidade de Dehiba, na fronteira com a Tunísia, e decoraram o posto de passagem com as bandeiras verdes do país. Repórteres que estão no lado tunisiano viram veículos do Exército da Líbia e soldados armados com fuzis Kalashnikov. No dia anterior, não havia presença militar líbia nesse posto fronteiriço.

Além disso, segundo testemunhas, forças leais ao governo retornaram nesta terça-feira ao posto de fronteira de Wazin, entre a Líbia e o sul da Tunísia, depois de terem deixado a área no domingo. "Vi uns 20 militares em Wazin, onde não havia nenhuma. Eram soldados do Exército regular, alguns usavam um lenço verde em torno do pescoço. Estavam armados com fuzis Kalashnikov. Não havia blindados", contou uma das testemunhas.

A fonte também comentou que outras testemunhas viram dois veículos 4x4 avançando pelo deserto com direção a Wazin, com 40 soldados a bordo. As movimentações aumentam a suspeita de que Kadafi, que está no poder há quatro décadas, não cederá ao grande número de forças atualmente unidas contra ele.

Pressão internacional

A secretária de Estado americana advertiu nesta terça-feira que a Líbia corre o risco de uma "guerra civil prolongada" e informou que os EUA analisam com seus aliados da Organização do Atlântico Norte (Otan) criar uma "zona de exclusão aérea" para conter a violência no país.

Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, a comunidade internacional continuará pressionando Kadafi militar e economicamente para obrigá-lo a abandonar o poder. "A comunidade internacional manterá a pressão até que ele se retire e permita que as pessoas se expressem livremente e determinem seu próprio futuro", disse.

"Levará tempo para que as sanções surtam efeitos, (mas) buscamos todas as maneiras de limitar a capacidade de Kadafi de rearmar-se e reabastecer-se", acrescentou.

Em meio aos sinais de que uma intervenção militar está em consideração para conter a violência no país do norte da África, a França rejeitou uma ofensiva sem mandato da ONU. O chanceler francês, Alain Juppé, afirmou que estão sendo estudadas "diferentes opções" para evitar o derramamento de sangue na Líbia. "Sobretudo a de uma zona de exclusão aérea, mas digo muito claramente: nenhuma intervenção será feita sem um mandato claro do Conselho de Segurança da ONU", disse.

Dando um tom de cautela ao pensamento militar ocidental, a França disse que a ajuda humanitária deve ser prioridade na Líbia, em vez da ação militar para depor Kadafi.

O governo francês enviou dois aviões com suprimentos e profissionais médicos a Benghazi, segunda maior cidade líbia e epicentro da mobilização, agora controlada pelos rebeldes. Mais voos desse tipo devem se seguir, segundo o porta-voz governamental francês, François Baroin.

Fonte: Reuters / EFE / AFP via Último Segundo
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terça-feira, 1 de março de 2011

Ataque para destruir toda a infraestrutura

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O reposicionamento das tropas, navios e aviões americanos ao redor da Líbia significa, sim, o início de uma escalada militar na crise. Não é pouco. Só o Grupo de Batalha liderado pelo porta-aviões nuclear CVN-70 "Carl Vinson", a principal força da 5.ª Frota da Marinha, mantida no Bahrein - e responsável pela vigilância de 2,5 milhões de milhas quadradas -, reúne 90 aeronaves. São Caças do tipo F/A-18 Super Hornet, helicópteros, jatos de coleta de informações e unidades de transporte leve de forças especiais. Tem ainda mais dois cruzadores, três destróieres e duas fragatas, além de, eventualmente, um submarino. Na mesma região, os EUA dispõem de um grupo anfíbio de desembarque formado por fuzileiros navais, os marines. No Mediterrâneo há outra frota pronta - é a 6ª, do mesmo tamanho, igual poder de fogo e resposta rápida à mobilização.

A flotilha é armada com mísseis de cruzeiro de variado tipo e grande precisão. Seriam usados para neutralizar a precária infraestrutura do país durante o primeiro e devastador ataque aéreo, parte fundamental da doutrina dos EUA. Caberia à aviação embarcada destruir as instalações militares. Um problema e tanto: a maior parte das bases e comandos está localizada no meio, ou na periferia habitada, das cidades.

O Carl Vinson, pronto para entrar em ação, desloca 101,3 mil toneladas e mede 332,8 metros de comprimento. A bordo, seguem cerca de 5,6 mil homens e mulheres. Há tropas americanas em 18 nações da África, Oriente Médio e da linha do limite da Europa próximo do norte africano - na Itália, na Grécia e na Turquia, principalmente.

Uma ofensiva sobre a Líbia seria executada pelas forças da Otan sob o mandato da ONU; lideradas pelos EUA. O comando conjunto seguiria o modelo das coalizões formadas desde 2001 nas operações do Afeganistão e do Iraque. Discretamente, Grã-Bretanha, Espanha, Alemanha e Itália despacharam para a área navios de guerra sob o pretexto de garantir a retirada de cidadãos. A chanceler alemã, Angela Merkel, foi explícita: enviou 600 soldados de elite, três corvetas e dois aviões para retirar 132 civis. No caminho, encontraram a fragata Cumberland e o destróier York, ambos da Marinha Inglesa, no mesmo rumo da Líbia.

Fonte: Estadão
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