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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Os SEALs na Somália: uma nova abordagem do terrorismo

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O raid de 5 de outubro de um destacamento de operações especiais norte-americano contra a sede do movimento Al-Shabaab na cidade portuária de Barawe, na Somália, foi considerado pelos peritos como "a manifestação de uma nova abordagem na realização de operações especiais".
Na noite de 5 de outubro um destacamento de operações especiais da Marinha dos EUA, o SEAL Team Six, desembarcou das lanchas na costa perto dessa cidade e ocupou dissimuladamente as suas posições para o assalto no pátio de um edifício de dois andares a 200 metros da costa. O objetivo era a captura ou liquidação do comandante operacional Ikrima, o organizador do ataque terrorista a um centro comercial de Nairóbi. Contudo, um guarda que saiu para fumar notou algo de suspeito. Ele voltou calmamente a entrar no edifício, mas poucos minutos depois saltou para fora disparando sua metralhadora. O destacamento, porém, apesar de ter perdido o fator surpresa, iniciou o assalto. Ele se separou em dois grupos, um dos quais entrou no edifício e, apesar do fogo de resposta intenso e em crescendo por parte dos militantes, começou as buscas do "alvo" percorrendo as divisões da casa. De acordo com um dos participantes do raide, Ikrima já estava debaixo de mira quando foi repentinamente rodeado por um grupo compacto de mulheres e crianças. Menos de uma hora depois chegou a ordem de retirada devido "à elevada probabilidade de baixas entre civis". Com a cobertura de helicópteros de combate, o grupo retirou para o mar sem ter sofrido baixas.

Apesar de o combate ter resultado na morte de sete militantes, ainda há poucos anos este resultado teria sido considerado um fracasso. Ainda em finais dos anos 90 os norte-americanos tentaram impor a ordem com bombardeamentos e tiroteio contra povoações. Mas, tal como sempre ocorre, as vítimas entre a população só reforçavam as posições dos extremistas. A necessidade de uma mudança teve o seu argumento final com a triste experiência da incursão da Division Action, a divisão de operações especiais dos serviços secretos externos franceses DGSE, em janeiro deste ano para libertar na Somália o seu agente Denis Allex. Depois da morte de civis inocentes o Al-Shabaab, que já se estava a desagregar, obteve novos argumentos.
Os EUA perceberam a necessidade de “novas abordagens” muito antes dos seus colegas franceses. A incursão de outubro não foi o primeiro exemplo disso. Já durante a bem-sucedida operação do SEAL na Somália em dezembro de 2011, ao libertar reféns em condições semelhantes, o tradutor avisava os habitantes locais para não entrarem no pátio onde decorria o combate, enquanto os elementos do SEAL retiravam as mulheres e crianças de debaixo de fogo. Em Barawe eles atuaram da mesma forma. Todavia neste caso, quando os militantes começaram a colocar abertamente à sua frente “escudos humanos”, não houve uma escolha possível. De acordo com Daniel Goure, do Lexington Institute, “a presença de mulheres e crianças no aglomerado foi um fator determinante” que decidiu o cancelamento da operação.
Segundo as declarações do representante do Al-Shabaab, a operação foi bem-sucedida: os milicianos perderam o sossego e a paz no “seu próprio terreno”. De resto, Barawe dificilmente irá permanecer na sua posse. O Al-Shabaab já há muito que aumenta a animosidade da população contra si. Além das extorsões incomportáveis e das execuções, os terroristas estrangeiros do vizinho campo deAmbaresa dessa milícia, por exemplo, “tomam como esposas” à força mesmo meninas menores de uma forma generalizada. Já perspectiva de se tornarem “escudos humanos” durante a inevitável libertação da cidade do domínio do Al-Shabaab irá certamente determinar o comportamento da população.

Já Sun Tzu escrevia: “O verdadeiro estratego vence a guerra ainda antes de a começar, porque ele sabe quando se deve combater e quando não se deve.” Parece que finalmente começaram a prestar atenção à sabedoria do grande chinês.

Fonte: Voz da Rússia
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sábado, 5 de outubro de 2013

SEALs: Elite da Marinha dos EUA ataca líder de grupo responsável por atentado no Quênia

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Em resposta ao massacre em um shopping no Quênia, que deixou ao menos 67 mortos no fim de outubro, uma equipe da elite da Marinha americana (conhecida sob a sigla em inglês Seal) realizou um ataque contra um dos líderes do grupo radical muçulmano Al Shabaab, responsável pelo atentado.
Segundo o "New York Times", o governo americano acredita que o líder do grupo ligado à Al Qaeda tenha morrido na ação, o que não pôde ser confirmado antes de os militares deixarem o local.
 
O ataque, que vinha sendo planejado há dez dias, ocorreu na madrugada deste sábado em uma vila litorânea junto à cidade de Baraawe, na Somália.
 
Os membros das forças especiais chegaram à casa do líder, cujo nome não foi revelado, pelo mar, atirando. O tiroteio teria durado mais de uma hora, segundo testemunhas.
 
Por ser muito arriscado, este tipo de ação é raro e indica que o alvo era considerado uma "prioridade".
 
Este foi o maior ataque de tropas americanas em solo somali desde o assassinato de Saleh Ali Saleh Nabhan, também líder do Al Shabaab e ligado à Al Qaeda, em 2009.
 
Uma fonte do governo somali disse ao jornal que seu país havia sido informado antes do ataque. Um porta-voz do grupo radical disse apenas que um de seus integrantes foi morto num tiroteio.
 
IDENTIDADES
 
Neste sábado, o porta-voz militar do Quênia, major Emmanuel Chirchir, confirmou o nome de quatro homens que seriam responsáveis pelo ataque ao shopping Westgate Mall, em Nairóbi, que matou ao menos 67 pessoas no mês passado. São eles: Abu Baara al-Sudani, Omar Nabhan, Khattab al-Kene e Umayr.
 
Os nomes foram transmitidos pela primeira vez por uma emissora de TV local. Em e-mail enviado para a agência de notícias The Associated Press, o major disse "eu confirmo que esses são os nomes dos terroristas".
 
A identificação foi feita a partir de imagens do circuito interno do shopping. Não são vistos mais de quatro homens, contradizendo a declaração anterior do governo que indicava entre 10 e 15 combatentes no ataque do dia 21 de setembro.
 
O Al Shabaab, afiliado da Al Qaeda na vizinha Somália, reivindicou a responsabilidade pelo ataque, dizendo que era a vingança contra a intervenção militar do Quênia, na Somália, em 2011, que visava expulsar os extremistas.
 
Fonte: Folha
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domingo, 29 de setembro de 2013

Líder do Al-Shabab é 'culto e estudioso'

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Ele é um dos homens mais procurados pelos Estados Unidos. O governo americano, que o colocou em sua lista de terroristas, oferece uma recompensa de US$ 7 milhões (R$ 15,7 milhões) por sua captura.
Mas encontrá-lo não será nada fácil. Embora raramente seja visto em público, suas mensagens são amplamente divulgadas na Internet, e aqueles que o conhecem o descrevem como um sujeito cruel e brutal.
 
Seu nome é Ahmed Abdi Aw-Mohamed Godane, um dos fundadores da Karakat Shabaab al-Mujahedin, ou Al-Shabab, o grupo que nos últimos dias fez manchetes pelo mundo após o ataque no Shopping Westgate, no Quênia.
Nascido em Hargeisa, na região separatista da Somalilândia, no norte da Somália, acredita-se que Godane tenha entre 30 e 40 anos.
Culto e implacável
"Ele é conhecido como culto e estudioso. Muitas vezes recitava poemas para ilustrar seus discursos. Cita versos do Corão, e artigos acadêmicos obscuros", diz Yonis Nur, jornalista somali da BBC África.
"Ele fala bem tanto em árabe como em somali e, geralmente, grava e posta suas mensagens na Internet".
Mas Godane, também conhecido como Abu Zubeyr ou Moktar Ali Zubair, foi capaz de eliminar impiedosamente muitos de seus rivais pelo poder no Al-Shabab.
"Estudou no Paquistão no anos 1990, e lá se envolveu com círculos do jihad. Em seguida viajou para o Afeganistão, onde foi treinado pela Al Qaeda", disse Nur.
 
"Quando voltou para Somalilândia, ele organizou diversos grupos religiosos fundamentalistas locais e se juntou ao Al-Shabab".
Mas em 2008, quando o então líder supremo da organização, Moalim Aden Hashi Ayro, morreu em um ataque aéreo liderado pelos Estados Unidos, Godane começou uma luta implacável pelo poder do Al- Shabab.
"Enquanto seus rivais dentro do grupo, como Sehikh Hassan Dahir Aweys, buscavam uma abordagem mais local dentro da Somália, o objetivo de Godane sempre foi marcar presença internacional", Nur acrescentou.
"Assim, em 2010 Godane anunciou sua parceria com a Al Qaeda."
Em julho passado, Hassan Dahir Aweys se entregou ao governo da Somália, e muitos de seus companheiros estão mortos.
Segundo Nur, essa rendição foi resultado de um "golpe" orquestrado por Godane, o que para muitos foi o triunfo da "linha dura" dentro Al-Shabab.
Linha dura
"Com apenas um golpe, Godane conseguiu realinhar a dinâmica da liderança radical do grupo e consolidou ainda mais seu poder ao se livrar de seus principais detratores", disse o analista somali Abukar Hassan, um especialista da Royal African Society na Grã-Bretanha.
Entre os detratores que morreram durante o "golpe" estavam o co-fundador do Al-Shabab, Ibrahim al Afghani, um aliado próximo de Osama bin Laden, e um outro líder, Burhan Maalim.
Godane saiu vitorioso desta luta pelo poder e, nos últimos meses, tem realizado uma série de ataques dentro e fora da Somália, sempre intensificando sua campanha militar para se estabelecer como uma força mais radical, violenta e com uma agenda mais ampla e internacional.
"A mensagem enviada por Godane após o ataque em Nairobi, o mais mortal realizado pelo grupo até hoje, foi a de que esta foi uma retaliação à presença das força armadas quenianas na Somália", disse Nur.
"Mas, na verdade, a intenção do ataque era consolidar sua posição como líder da organização, e sua nova agenda globalizada", acrescenta.
Na Somália, no entanto, o grupo é isolado.
Nas áreas controladas pelo Al-Shabab na Somália, Godane impôs a estrita lei islâmica Sharia, que foi posta em prática com execuções públicas, amputações e apedrejamentos.
"Isso gerou falta de apoio, e um isolamento do grupo na Somália. Mas eles continuam com a busca por jovens para se juntar à sua causa", diz Nur.
Estratégia globalizada
 
Apesar das críticas que recebe dentro do Al-Shabab, Godane continua a eliminar seus oponentes.
A vítima mais recente, acredita-se, foi Omar Shakif Hammami, um conhecido dos Estados Unidos que foi chefe de propaganda do grupo.
Em entrevista ao Voz da América este mês, Hammami classificou Godane como "controlador e obsessivo", e em seguida tuitou que o líder do Al Shabab "havia enlouquecido".
No dia 12 de setembro foi noticiado que Hammami havia sido morto em uma emboscada por militantes do Al-Shabab.
Os especialistas agora preveem que Godane continuará com sua estratégia jihadista "globalizada" contra alvos tanto na Somália como na região. E continuará a trabalhar em estreita colaboração com a Al Qaeda.
"Por mais de três décadas, (o Al-Shabab) sob o controle de Dahir Aweys definiu a narrativa do islâmismo político, que ganhou tanto amigos como inimigos dentro dos movimentos islâmicos", disse à BBC Abdi Aynte, analista e diretor-executivo do Instituto do Patrimônio de Estudos Políticos, com sede em Mogadíscio, na Somália.
"Aweys (classificado como terrorista pelos Estados Unidos em 2001), apoiava, principalmente, a ideologia nacionalista na Somália."
"Ele argumentava que o islâmismo era a única resposta para a Somália e o único fator unificador contra o tribalismo e as facções."
Mas a geração mais jovem que está sendo lidera por Godane, acrescenta o especialista, "simplesmente está presa ao culto ao martírio, alimentado pela Al Qaeda."
"Eles não se importam com a opinião pública. O que eles querem é estabelecer um Estado islâmico através da conquista militar. E o que eles desejam, ao invés de poder, é o martírio", diz Aynte.
E como diz Yonis Nur, "enquanto o caos reinar na Somália, as coisas não vão mudar no país."
"E o Ocidente, que até agora ignorou o que acontece na Somália, deve perceber que o problema, como demonstrou o ataque em Nairobi, não é algo local. Tornou-se um problema global."
 
Fonte: BBC Brasil
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quarta-feira, 13 de julho de 2011

EUA mantêm prisão secreta da CIA na Somália

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A CIA, agência de inteligência americana, está usando uma prisão secreta na Somália para combater extremistas islâmicos, afirmou nesta terça-feira a revista "The Nation".

O relatório indica que a CIA tem "um complexo fortemente protegido" no litoral do oceano Índico, com mais de dez edifícios atrás de grandes muros de proteção.

O local tem seu próprio aeroporto e é vigiado por soldados somalis, mas com efetivos americanos no controle do acesso, segundo a revista.

A "The Nation" assegura que o objetivo da mobilização é combater o grupo extremista somali Al Shabab, ligado à rede terrorista Al Qaeda e acusado de uma série de ataques contra os Estados Unidos. A reportagem acrescenta que a CIA "tenta criar uma força de ataque autônoma capaz de 'combater' a Shabab".

A matéria acrescenta que a CIA também utiliza prisões secretas nos sótãos da sede da Agência Nacional de Segurança da Somália (NSA), onde estão os presos suspeitos de serem membros ou de terem ligação com a Al Shabab.

SALÁRIO EM DÓLAR

A instalação seria oficialmente administrada pelos somalis, mas a inteligência americana seria a responsável por pagar o salário dos agentes e interrogar os detentos. Alguns dos prisioneiros teriam sido capturados nas ruas do Quênia e levados de avião para Mogadício, capital da Somália.

A presença da CIA em Mogadício é parte dos esforços de contra-terrorismo de Washington na Somália, que inclui ataques das forças de Operações Especiais dos EUA, bombardeios aéreos e atividades de vigilância. Cerca de 30 agentes americanos estão baseados em Mogadício.

Segundo a "The Nation", a CIA teria relutância em lidar diretamente com políticos somalis, considerados corruptos por autoridades americanas. Em vez disso, os EUA têm apostado em colocar agentes de inteligência somalis no seu quadro de pagamentos. Eles receberiam salário mensal de US$ 200, o dobro da renda per capita anual na Somália.

Fonte: Folha
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domingo, 3 de julho de 2011

EUA confirmam a primeira incursão de aviões não tripulados na Somália

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Ao mesmo tempo que os EUA retiram tropas do Iraque e do Afeganistão, aumenta o número de técnicos no quartel-general da CIA em Langley, ou em bases do exército em diferentes estados, que dirigem operações de espionagem ou ataque de aviões não tripulados, os chamados "drones", contra alvos em lugares remotos. Essa versão da guerra do futuro já é uma realidade consolidada e em plena expansão. O Pentágono confirmou ontem a primeira atuação dos drones na Somália, o sexto país em que esses aparelhos singulares intervêm.

"Drone" significa literalmente zangão, a abelha macho. Deram esse nome a aparelhos que pretendem reproduzir a facilidade de voo desse inseto para aumentar a versatilidade e profundidade dos aviões americanos. Atualmente existem pouco mais de 7 mil drones, que desde 2001, mas muito especialmente nos últimos dois anos, atuaram no Iraque, Afeganistão, Paquistão e, mais recentemente, no Iêmen e na Líbia. A maioria tem 9 metros de comprimento, mas já estão em funcionamento alguns com menos de 1 metro, e o jornal "The New York Times" informou recentemente que estão sendo experimentados modelos até do tamanho de uma mosca.

Esses artefatos, que em suas versões mais avançadas poderão estar na ativa em menos de uma década, mudarão por completo o conceito da guerra e da espionagem. Darão aos EUA a capacidade de penetrar nos lugares mais inexpugnáveis de forma praticamente incontível e obrigarão a um total remanejamento dos sistemas de ataque e defesa de todos os países.

Não é ficção científica. A revolução já está em marcha. Atualmente, a força aérea americana treina mais especialistas no voo dos aviões sem tripulação do que pilotos tradicionais para missões de espionagem ou bombardeio. Os drones foram fundamentais para a localização de Osama bin Laden e para o combate aos rebeldes no Afeganistão.


Nos últimos quatro anos os EUA mataram cerca de 2 mil supostos terroristas no Paquistão com esses aviões. Os drones foram utilizados contra Muammar Gaddafi, e uma versão um pouco maior de avião sem piloto, o chamado Global Hawk, é utilizada para fotografar a Coreia do Norte e serviu para acompanhar a evolução da central nuclear de Fukushima.

O mais conhecido dos drones é o Predator, que é utilizado com maior frequência no Afeganistão e no Paquistão. A maioria deles é dirigida com um simples joystick por especialistas sentados diante de telas de computador em seus escritórios na CIA. Decolam de bases americanas no Oriente Médio e regressam para lá depois de suas missões, sem que ninguém nessas bases tenha interferido no processo.

O modelo menor, geralmente utilizado pelo Pentágono, chamado Raven, de 90 cm, é transportado manualmente pelos soldados e usado em geral para obter informação nas zonas montanhosas ou de acesso perigoso antes que as forças de terra penetrem nesses lugares. Atualmente está em fase de testes uma versão melhorada e também manual desse aparelho que é capaz de voar a 25 quilômetros por hora e aterrissar com sucesso em um espaço tão reduzido quanto a extremidade de um poste. Nos modelos do tamanho de uma vespa, tenta-se reproduzir as asas e os movimentos desse animal.

Não é difícil prever, portanto, uma futura guerra dirigida de milhares de computadores e na qual o trabalho dos soldados seja armar e lançar minúsculos brinquedos a centenas de quilômetros de distância do inimigo. Entre os experimentos em curso está inclusive o de conseguir que os próprios computadores programem a hora e os movimentos dos drones, quase sem intervenção humana.

Toda essa tecnologia tem o risco - como afirma Peter Singer, um especialista em robótica militar e autor do livro "Wired for War" [Equipado para a guerra] - de desumanizar e reduzir o custo humano das guerras, o que poderá torná-las mais frequentes. "Isto criará uma situação em que os americanos só arriscarão suas máquinas, o que reduz ainda mais o nível de exigências para a guerra, que hoje já é muito baixo", afirma Singer em uma entrevista para a "Mother Jones".

Os drones podem transformar as guerras no que Singer chama de "pornoguerras", uma mera gravação que, se se acrescentar música adequada, parecerá mais um videogame do que a trágica realidade da morte.

De outro ponto de vista, a tecnologia não é responsável pela crueldade humana. Toda a selvageria visualizada na Primeira Guerra Mundial não impediu a eclosão de outra 30 anos depois. Além disso, o desenvolvimento acelerado de drones, como outros avanços tecnológicos militares, também poderá ter aplicações civis.

Fonte: El País via Uol
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

EUA ameaçam Sudão com novas sanções caso a situação no país piore

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Os Estados Unidos advertiram hoje ao Sudão que recorrerá a novas sanções caso a situação no país africano se deteriore por causa do referendo de autodeterminação do sul que acontecerá em janeiro do ano que vem, informou hoje o Governo americano.

Scott Gration, conselheiro do presidente Barack Obama, expressou esta mensagem durante sua visita à região neste fim de semana, indicou o Departamento de Estado em comunicado.

Em seus encontros com o Governo sudanês, Gration "deixou claro que haverá uma série de consequências, incluindo novas sanções, caso a situação no país se deteriore, ou se não houver progressos".

Os Estados Unidos exigem a "implementação plena" do Acordo Amplo de Paz (APC), que em 2005 pôs fim a 22 anos de guerra civil entre o norte e o sul do Sudão, além do "fim definitivo do conflito, das violações dos direitos humanos e do genocídio em Darfur".

"A menos de 120 dias do referendo sobre a secessão do Sudão e o futuro de Abyei, o país entrou em um período crítico", ressalta o comunicado do Departamento de Estado.

Fonte: EFE
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Obama diz não ter intenção de enviar tropas ao Iêmen e à Somália

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que não tem intenção de enviar tropas americanas para o Iêmen ou a Somália, dois países que enfrentam combatentes islâmicos vistos como aliados da rede terrorista Al Qaeda.

Obama disse à revista "People" que ele ainda acredita que o centro de atividades da Al Qaeda é ao longo da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

As preocupações com o terrorismo no Iêmen cresceram depois do atentado frustrado a um avião com destino a Detroit no dia de Natal. Segundo as investigações, o suspeito de tentar detonar explosivos durante o voo, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, recebeu treinamento do braço da Al Qaeda no Iêmen.

Na entrevista, realizada na sexta-feira, Obama disse que não descarta nenhuma possibilidade. Ainda assim, ele disse quem para países como o Iêmen e a Somália, ele acredita que trabalhar com parceiros internacionais seria mais eficaz no momento.

Localizado no sul da península Arábica, o Iêmen é o mais pobre dos países árabes e seu governo enfrenta rebeldes xiitas e sunitas, e abriga o braço da rede Al Qaeda na península, depois de anos de repressão do governo saudita ao grupo.

Presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, prometeu que seu governo está "determinado a enfrentar os desafios" da Al Qaeda e que suas forças de segurança vão rastrear tantos combatentes da rede quanto possível entre aqueles que se recusam a abandonar a violência, mas ele deixou a porta aberta para negociações.

"O diálogo é o melhor caminho [...] mesmo com a Al-Qaeda, se deixar de lado suas armas e voltar à razão", disse ele em entrevista à Abu Dhabi TV exibida na noite deste sábado. "Estamos prontos para chegar a [um entendimento] com alguém que renuncie à violência e ao terrorismo."

Após a tentativa de atentado, Washington reforçou os fundos para contraterrorismo e formação para o Iêmen combater a Al Qaeda, e as forças iemenitas no mês passado realizaram seus mais pesados ataques nos últimos anos a redutos da rede terrorista.

Mas o governo Saleh foi enfraquecida pelas várias guerras e crises no país. A desconfiança em relação aos EUA é muito comum entre a população, assim como o extremismo islâmico. Por isso, o governo está desconfiado de que um ataque muito severo à Al Qaeda especialmente com ajuda americana ostensiva poderia elevar a oposição a suas políticas.

Supõe-se que centenas de combatentes da Al Qaeda estrangeiros e iemenitas abrigam-se em regiões montanhosas do Iêmen, onde vivem tribos contrárias ao domínio do governo central. Os iemenitas na rede possuem ligações tribais que tornam difícil para as forças de segurança persegui-los, por temor de irritar as tribos bem armadas da região.

Já a Somália, no Chifre da África, não tem um governo efetivo há mais de uma década, e a disputa entre a administração provisória, clãs armados e grupos islâmicos radicais como o Al Shabbab, levou ao colapso da infraestrutura. A ausência de controles no país permitiu o desenvolvimento da pirataria em uma das principais rotas de navegação global, utilizada para escoamento do petróleo no Oriente Médio.

Fonte: Folha

Nota do Blog: Um dos fatores que é evidente ao EUA não enviar tropas à Somália ou Iêmen é o temor de se entrar num conflito ao qual não possa vencer e derrubar a imagem do presidente Obama perante os americanos. Pois podemos lembrar um episódio muito recente, quando os EUA em 1993 tentou derrubar o governo Somali para estabilizar a região que passava por uma guerra civil e milhares de pessoas morriam não só pela guerra, mas de inanição. Numa operação onde eles desacreditaram o poder de mobilização e resistência dos somalis, os EUA enfrentaram um verdadeiro massacre, onde perderam muitos soldados, sendo um verdadeiro fracasso. Desde então os EUA se retiraram da Somalia, onde hoje impera a desordem e a pirataria. No Iêmen, eles enfrentam outro dilema, pois se houver o envio de tropas, podem enfrentar uma reação nada amistosa, o que pode conduzi-los a um novo conflito o qual se entrarem provavelmente sairão derrotados.

Como sabemos uma guerra a qual não podem vencer é o pesadelo para qualquer presidente dos EUA, pois sua popularidade esta diretamente ligada ao sucesso do país nos mais diversos cenários ao qual o mesmo participe, seja econômico, cultural, militar ou diplomático.
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