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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Não esperem pelo exterminador, ele já chegou

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O uso regular de drones de combate pelos norte-americanos sofreu no final de outubro uma campanha maciça de condenação por parte de várias organizações internacionais que culminou com relatórios de peritos da Assembleia Geral da das Nações Unidas sobre o perigo de VANTs. Essencialmente, foi posta a questão da necessidade de controle internacional da produção e utilização de robôs de combate. A questão é atempada, mas permanecerá sem resposta, acreditam analistas.
Os exemplos mais deploráveis de uso de drones de combate são conhecidos através de relatos da mídia sobre a guerra e as operações especiais do exército dos EUA no Afeganistão e no Paquistão. Drones estão constantemente patrulhando o espaço aéreo desses países, e caso necessário atacam grupos de militantes. No entanto, simples civis se tornam vítimas de fogo de drones tão frequentemente como os mujahidin. Ou até talvez com mais frequência – o comando militar não tem pressa em publicar estatísticas de ataques robóticos do ar.
O uso descontrolado de drones é objeto de relatórios de organizações eminentes como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional. E a influente revista norte-americana Time relatou a existência de todo um movimento chamado Campaign to Stop Killer Robots (Campanha para Parar Robôs Assassinos), que exige uma proibição internacional de robôs assassinos totalmente autônomos. No entanto, quem abordou o problema de forma mais sistemática foram os peritos das Nações Unidas. Ou, como eles são chamados nesta estimada organização, relatores especiais da ONU.
Em dois documentos apresentados recentemente à Assembleia Geral da ONU são considerados os resultados do uso de drones contra terroristas, bem como o cumprimento de normas internacionais no processo. O perito da ONU na luta contra o terrorismo Ben Emmerson, convida em seu relatório todos os estados que utilizam drones a assegurarem "transparência no desenvolvimento, aquisição e uso de drones armados". Ele também apela aos governos para abrirem o máximo de informações sobre o uso de drones em operações de contra-terrorismo em território de outros estados e para divulgarem os respectivos números de vítimas reais entre a população civil. Os apelos do relator especial da ONU soam pelo menos ingenuamente, comentou à Voz da Rússia o perito militar Vladimir Scherbakov:
"Isso é impossível. Ninguém nunca vai fazer isso transparente, se eles realizam operações especiais. É como exigir da polícia que ela publique na Internet os planos de suas atividades operacional e de pesquisa. Ninguém, em nenhum lugar, nenhum país no mundo que se preocupa com o seu bem-estar e sua segurança, não concordará com esta abordagem da questão de como tornar transparente a utilização de seus serviços especiais. Isso pode ser restringido ou pode-se exigir o cumprimento de acordos internacionais existentes que proíbem o uso de qualquer força armada no território de outro estado soberano se não houver acordos internacionais."
Entretanto, já há bastante tempo que várias organizações de direitos humanos estão exigindo a proibição completa do uso de drones. Desde a primavera deste ano, as organizações que participam no movimento Campaign to Stop Killer Robots exigem a proibição não só sobre do uso, mas até mesmo do desenvolvimento de novos robôs de combate. Trata-se, no entanto, de robôs completamente autônomos, que são independentes na escolha de decisões. Os principais argumentos dos "neo-luditas" são os assassinato enganosos de inocentes por robôs ou drones; a probabilidade de tais tecnologias caírem nas mãos de inimigos ou de diferentes grupos extremistas e terroristas, falhas perigosas no programa, e assim por diante.
A introdução de proibições nessa área é uma questão bastante controversa, acredita o analista militar da agência de informações Rosinformburo, Anatoli Sokolov:
"Não considero expediente restringir por completo o futuro desenvolvimento da robótica, porque esse é um dos principais ramos de desenvolvimento científico e tecnológico moderno tanto no campo civil como militar. Mas se olharmos para longe, é claro, o desenvolvimento descontrolado de robôs e robôs assassinos pode trazer prejuízos bastante significativos."

Portanto, presume Anatoli Sokolov, se não for agora, então no futuro próximo é necessário começar a desenvolver regras e regulamentos que regem o desenvolvimento e a aplicação de sistemas robóticos. Destacar esse problema em separado na legislação é inútil, diz, por sua vez, Vladimir Scherbakov. Uma vez que já existem leis internacionais sobre o uso de armas de todos os tipos. Mas uma transformação dessas leis no que diz respeito ao uso de armas autônomas poderia fazer sentido. Assim, o problema não são os drones, mas a natureza de sua aplicação. E são pessoas que usam esses sistemas.

Fonte: Voz da Rússia
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Esforço para encontrar terroristas sempre será imperfeito, diz especialista

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O esforço para detectar e interceptar terroristas que se encaixam no perfil dos irmãos Tsarnaev, suspeitos pelo atentado à maratona de Boston, sempre será imperfeito, segundo o especialista Steve Flynn, diretor do instituto de pesquisa George J. Kostas para segurança nacional da Northeastern University.
 
O trabalho do FBI em identificar e capturar os suspeitos, que vinha sendo muito bem avaliado, passou a ser questionado por legisladores no aspecto preventivo.
 
Tanto democratas quanto republicanos sugerem que a polícia federal possa ter fraquejado em monitorar as atividades realizadas pelos irmãos antes do ataque.
 
O mais velho, Tamerlan, viajou à Rússia em 2012, onde teria recebido treinamento de grupos terroristas. O FBI também tinha indícios desde 2011 de que o suspeito era simpatizante de radicais islâmicos, mas, sem conclusão definitiva, o caso foi fechado.
 
Para Flynn, entretanto, a decisão tomada instituição não pode ser considerada uma falha.
 
"Muitos são puxados para a ideologia radical intelectualmente, mas poucos agirão com violência. O FBI não tem recursos para monitorar todos que viajam para uma parte perigosa do mundo ou que visitam sites radicais", afirma.
 
O papel da inteligência é tão importante imediatamente após o evento quanto teria sido antes dele, segundo o especialista em segurança. E, neste ponto, não houve faltas em Boston.
 
"Se o sentimento de risco permanece solto, como no 11 de Setembro, o impulso por parte das autoridades é trancar tudo. Mas fechar aeroportos e fronteiras tem custos e consequências, como motivar novos ataques. Encontrar respostas rápidas é uma chave."
 
Fonte: Folha
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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os riscos de não conseguir executar o programa F-35

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O Departamento de Defesa dos EUA esta conduzindo uma revisão estratégica, a fim de determinar onde o seu orçamento pode ser cortado sem prejudicar a postura global do seu poderio militar. A revisão pode resultar na redução do número de porta-aviões da Marinha, encerramento de vários programas de veículos do Exército e redução no número de navios de guerra anfíbios disponíveis para o Corpo de Fuzileiros Navais. As forças conjuntas provavelmente podem absorver todas essas mudanças sem ver o seu alcance global diminuir muito. No entanto, se o programa F-35 Joint Strike Fighter for significativamente reduzido, é "game over" para a postura militar global dos Estados Unidos.

No caso da Força Aérea, o F-35 se tornou a principal ferramenta para garantir o domínio aéreo até meados de século. Papel poderia ter sido do poderoso F-22 Raptor, mas o Raptor foi encerrado prematuramente, atendendo apenas á uma fração da exigência operacional da USAF, deixando o F-35 como a única aeronave tática ainda em produção. No caso da Marinha, a furtividade e alcance do F-35 são a única garantia de que seus pilotos serão capazes de operar efetivamente em espaço aéreo hostil por 20 anos a partir de hoje. No caso do Corpo de Fuzileiros Navais, a perda da versão de decolagem vertical do F-35 seria eliminar qualquer possibilidade de ser capaz de implementar planos de combate futuro.

Assim, o F-35 Joint Strike Fighter é uma iniciativa que garantirá que a América continuará a ser o poder dominante no campo militar. Além de assegurar a integridade de dissuasão nuclear do país, não há nenhum outro programa tão crucial para a segurança nacional americana. No entanto, você nunca iria adivinhar a forma perversa com que a Administração Obama tem tido sobre o gerenciamento do programa. Ele tem sobrecarregado o F-35 com grandes atrasos, os testes de vôo e avaliações de custo, têm enfraquecido a fé do Congresso e aliados na saúde do programa. Por exemplo, recentemente foi projetado que para manter o avião em um alto estado de prontidão ao longo dos próximos 50 anos custaria um trilhão de dólares, uma estimativa totalmente imprecisa, impulsionada principalmente pelos números da inflação imaginária.

O que este padrão reflete é uma cultura de aquisição encravados nas crises internas que perdeu contato com propósitos maiores. Ele diz que está economizando dinheiro dos contribuintes, quando na verdade está aumentando os custos e atrasando a produção a um ponto onde o programa de armas mais importante foi significativamente enfraquecido. Tal comportamento pode ajudar a nomeações políticas para obter promoções, mas a longo prazo ele vai contribuir para o declínio militar dos Estados Unidos e, finalmente, obter combatentes mortos. Os americanos fazem votos para que o Secretario de Defesa Leon Panetta imponha alguma disciplina no sistema antes que ele destrua o único programa que pode assegurar o domínio do ar para as próximas duas gerações. Se F-35 vacilar, não há plano B para manter a América soberana nos céus.
Muito poucos políticos ou analistas parecem entender o papel central que desempenha F-35 no futuro dos planos militares. Na verdade, é o programa mais freqüentemente citado como um potencial projeto a ser cortado para outras prioridades, em parte porque é o maior, e em parte porque muitos comentaristas não sabem os nomes de outros importantes programas de armas. Mas a razão do programa F-35 ser tão grande é que ele deve atender às necessidades de modernização de três diferentes forças militares, e se algum deles deixar de receber o número necessário de aeronaves deixará de ser uma força de combate eficaz no futuro.

Fonte: DEFPRO / GeoPolítica Brasil
Tradução e Adaptação: Angelo D. Nicolaci
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terça-feira, 26 de julho de 2011

General faz alerta contra cortes na área da defesa dos EUA

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O general indicado para ser o próximo chefão militar dos Estados Unidos advertiu na terça-feira que um corte de 800 bilhões de dólares ou mais nos gastos com defesa como parte das medidas para reduzir o déficit seria "extraordinariamente difícil e muito arriscado".

O general do Exército Martin Dempsey, escolhido pelo presidente Barack Obama para ser o próximo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, disse em uma audiência no Senado que a dívida de 14 trilhões de dólares dos EUA "é uma preocupação séria", mas que não vê isso como a principal ameaça à segurança do país.

O atual chefe, o almirante Mike Mullen, classificou a dívida dos EUA como a maior ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Dempsey admitiu que há uma relação importante entre a segurança dos EUA e a dívida, mas disse que "isso não significa que podemos negligenciar os outros instrumentos de força nacional".

"A segurança nacional não causou a crise da dívida, nem vai resolvê-la", disse Dempsey ao comitê numa resposta por escrito às questões.

A audiência sobre a nomeação de Dempsey coincide com um impasse em Washington sobre caminhos para reduzir o déficit anual dos EUA de 1,4 trilhão de dólares e a dívida de 14,3 bilhões de dólares antes do prazo de 2 de agosto para elevar o teto da dívida.

No começo do ano, Obama pediu que o Pentágono encontrasse como cortar 400 bilhões de dólares nos gastos com a segurança nacional nos próximos 12 anos. O Pentágono estuda como alcançar esse objetivo da melhor maneira e deve apresentar suas opções a Obama.

Alguns parlamentares, porém, propuseram cortes ainda maiores, de 800 bilhões de dólares ou até 1 trilhão de dólares nos anos que estão pela frente.

Questionado sobre as propostas durante sua audiência, Dempsey afirmou que, "baseado na dificuldade de conseguir o corte de 400 bilhões de dólares, acredito que o de 800 bilhões de dólares seria extraordinariamente difícil e muito arriscado".

Fonte: Reuters
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pressão aumenta conforme impasse de dívida nos EUA se mantém

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Com os Estados Unidos ficando cada vez mais próximo de um default potencialmente desastroso, o presidente Barack Obama e os principais parlamentares enfrentam nesta quinta-feira crescente pressão para acelerarem os esforços no intuito de chegar a um acordo sobre redução de dívida.

Os negociadores têm encontrado dificuldades para acabar com o impasse e restringido as opções mesmo com a aproximação de 2 de agosto, data limite para elevar o teto da dívida, atualmente em 14,3 trilhões de dólares, após da qual a maior economia do mundo não será mais capaz de pagar suas obrigações.

Houve alguns sinais de esperanças nesta semana de um possível compromisso baseado numa ampla proposta de corte de déficit por parte de um grupo bipartidário de senadores. Tal proposta poderia evitar um default e resguardar o rating "AAA" dos EUA.

Mas o risco é bastante alto, e a divisão muito ampla entre o presidente democrata e seus rivais republicanos. Há temor de que as negociações possam falhar, à medida que o início do próximo mês se aproxima.

Obama pediu na quarta-feira que os líderes do Congresso fossem à Casa Branca para terem as primeiras conversas de dívida cara a cara nesta semana, numa nova tentativa de obter algum consenso. Depois disso, os assessores procuraram falar pouco sobre as discussões.

Os encontros separados de Obama com republicanos e democratas ocorreram após a Casa Branca, demonstrando uma postura mais flexível do presidente, sinalizou que Obama poderia apoiar um aumento de curto prazo no limite da dívida por "alguns dias" caso os parlamentares concordem com um abrangente acordo de redução de déficit.

O movimento refletiu a crescente realidade política de que o tempo é curto para que o Congresso aprove um tipo de plano maciço de corte de déficit que Obama está buscando antes que o governo fique sem dinheiro.

Um fracasso até 2 de agosto poderia colocar os EUA numa nova recessão e ditar ondas de choque aos mercados financeiros globais.

Os líderes democratas e republicanos da mesma forma têm tentado assegurar aos mercados que um default será evitado, mas estão longe de concordar sobre como fazê-lo.

Os republicanos querem que qualquer aumento no limite de dívida inclua profundos cortes de gastos, mas se opõem a qualquer elevação nas receitas. Os democratas querem mais impostos para os norte-americanos mais riscos como parte de um pacote de redução do déficit, opção descartada pela maioria dos republicanos.

Fonte: Reuters
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quarta-feira, 13 de julho de 2011

EUA mantêm prisão secreta da CIA na Somália

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A CIA, agência de inteligência americana, está usando uma prisão secreta na Somália para combater extremistas islâmicos, afirmou nesta terça-feira a revista "The Nation".

O relatório indica que a CIA tem "um complexo fortemente protegido" no litoral do oceano Índico, com mais de dez edifícios atrás de grandes muros de proteção.

O local tem seu próprio aeroporto e é vigiado por soldados somalis, mas com efetivos americanos no controle do acesso, segundo a revista.

A "The Nation" assegura que o objetivo da mobilização é combater o grupo extremista somali Al Shabab, ligado à rede terrorista Al Qaeda e acusado de uma série de ataques contra os Estados Unidos. A reportagem acrescenta que a CIA "tenta criar uma força de ataque autônoma capaz de 'combater' a Shabab".

A matéria acrescenta que a CIA também utiliza prisões secretas nos sótãos da sede da Agência Nacional de Segurança da Somália (NSA), onde estão os presos suspeitos de serem membros ou de terem ligação com a Al Shabab.

SALÁRIO EM DÓLAR

A instalação seria oficialmente administrada pelos somalis, mas a inteligência americana seria a responsável por pagar o salário dos agentes e interrogar os detentos. Alguns dos prisioneiros teriam sido capturados nas ruas do Quênia e levados de avião para Mogadício, capital da Somália.

A presença da CIA em Mogadício é parte dos esforços de contra-terrorismo de Washington na Somália, que inclui ataques das forças de Operações Especiais dos EUA, bombardeios aéreos e atividades de vigilância. Cerca de 30 agentes americanos estão baseados em Mogadício.

Segundo a "The Nation", a CIA teria relutância em lidar diretamente com políticos somalis, considerados corruptos por autoridades americanas. Em vez disso, os EUA têm apostado em colocar agentes de inteligência somalis no seu quadro de pagamentos. Eles receberiam salário mensal de US$ 200, o dobro da renda per capita anual na Somália.

Fonte: Folha
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sexta-feira, 8 de julho de 2011

A retirada americana do Afeganistão

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Não obstante as “reservas” dos militares americanos sobre o estabelecimento de um calendário de retirada do Afeganistão, o Presidente Obama confirmou o que tinha anunciado em Dezembro de 2009, no célebre discurso que então fez em West Point: que a retirada se iniciaria em Julho deste ano. Não poderia ser de outra forma, a menos que surgisse uma situação inesperada. Não surgiu.




No entanto, por momentos, dada a pressão feita sobre o Presidente, ainda se pensou que a decisão pudesse ser revista. O Partido Republicano, em especial Mc Cain, nunca deixou de tentar levar o general Petraeus a tornar pública a sua discordância, mas este não foi mais longe do que deixar transparecer algumas reservas e mostrar-se surpreendido com a dimensão ambiciosa da retirada, tal como anunciada a 22 de Junho. O secretário-geral da NATO ao declarar, por altura da Cimeira de Lisboa, que não havia alternativa a continuar no terreno e que a Aliança deveria ir até onde necessário pareceu dar também uma ajuda ao ponto de vista dos militares americanos; mas como está visto, neste processo, a NATO pouco conta.



A opção política do Presidente estava feita. Só faltava preparar o caminho para a sua concretização. Segundo alguns observadores próximos da Casa Branca, a substituição do general James Jones por Thomas Donilon, próximo do Vice-Presidente Joe Biden (que se mostrou contrário ao “surge” anunciado no discurso de West Point) pode ter sido o primeiro passo. O último, muito recente, foi o convite para Petraeus tomar o lugar de Director da CIA e a substituição de Robert Gates por Leon Panetta.



A morte de Bin Laden, por acção de um comando de forças de operações especiais, a dois de Maio, acabou por ajudar a criar na opinião pública a ideia de que a retirada começava a fazer sentido. Mas, não obstante a decisão estar tomada, o assunto continua a ser discutido. Alguns mantêm a expectativa de que seria possível vencer os talibãs; estão abertamente contra a retirada. Outros, os que não reconhecem existir essa possibilidade, dividem-se entre os que admitem que o prolongar o esforço militar por mais algum tempo permitiria enfraquecer mais o inimigo e os que não imaginam ser de esperar qualquer alteração radical nas poucas expectativas de uma solução política. O futuro dirá quem tinha razão.



Os talibãs sabem que, mais tarde ou mais cedo, os EUA retirarão. Basta-lhes, portanto, esperar pelo seu momento de regressar ao poder; entretanto, não farão cedências que diminuam as suas possibilidades. No entanto, mal grado a radicalização instalada no processo, aparentemente há ainda espaço para negociações. Aliás, a Alemanha está presentemente a mediar mais uma tentativa, por enquanto, apenas ao nível de representantes das partes.



Há nesse processo um jogo perigoso que é preciso evitar; ceder à tentação de procurar os moderados, tirando partido do facto de os talibãs não serem um grupo monolítico. Deixar de lado os radicais pode facilitar, de momento, o processo mas, a prazo, é, com certeza, receita para o desastre; isto é, para a guerra civil. Negociações sérias terão necessariamente que incluir Mullah Omar, o único com influência suficiente para se comprometer em nome do conjunto e, assim, evitar uma guerra entre facções.


A questão, no entanto, não é apenas interna do Afeganistão; é, em grande parte, um problema regional onde se jogam interesses divergentes e do qual os vizinhos não se irão alhear. Os três principais a ter em conta são o Irã, a Índia e o Paquistão; mas muito próximos estão também a China, a Rússia, a Arábia Saudita e os Emiratos Árabes Unidos. Todos, de uma forma ou de outra, terão que ser parte do processo se o que se procura é uma solução duradoura, mesmo sabendo-se que daí virão mais dificuldades para a procura de um quadro de entendimento.


Irã, Índia e Rússia, por exemplo, estão sobretudo preocupados com o regresso dos talibãs ao poder; em especial a Índia que vê nessa situação uma ameaça aos seus interesses de segurança regional. O que prefeririam seria unirem-se numa aliança anti-talibã, fazendo renascer a Aliança do Norte. O Paquistão e a Arábia Saudita estão no extremo oposto; o primeiro porque não pode dispensar o “peão” talibã como forma de compensar a inferioridade militar perante a Índia e porque precisa de controlar o Afeganistão para ter mais profundidade estratégica (uma espécie de “back door”); a Arábia Saudita porque não quer um desfecho que facilite a ascensão do Irão como potência regional.



Admitindo, apesar de tudo, que as negociações progridem, os dois temas principais de debate serão a constituição de um governo de coligação e a completa retirada da presença militar estrangeira. Kissinger acrescenta mais um: a adopção de um mecanismo de verificação do acordo que for feito. Provavelmente tem razão porque os talibãs não vão certamente confiar num governo a que falta credibilidade e praticamente nada fez para combater o flagelo da corrupção. Mas um mecanismo de verificação implica uma presença internacional ou a manutenção de uma força residual dos EUA o que os talibãs dificilmente aceitarão.


Neste contexto é difícil antecipar o desfecho desta longa crise; estamos perante um puzzle complexo cuja solução não depende de “a” ou de “b” mas sim de um conjunto de interesses que vai ser difícil fazer convergir para o mesmo fim. Mas ainda estamos no início do processo e, portanto, com várias hipóteses em aberto; para que não descambe para o lado errado será necessário que a coligação que constitui a ISAF resista à tentação de começar a retirar desde já em números significativos, pois daí viria perda de poder negocial para o Ocidente.


Fonte: Jornal Defesa & Relações Internacionais
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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Obama decide deixar o Afeganistão e reconstruir os EUA

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Estradas no Kentucky, não em Cabul. Com a profunda crise econômica nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama começa a mudar as prioridades, do envolvimento dispendioso em guerras externas ao desenvolvimento do país. O ex-secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, não hesitava em admitir que estava cansado da função para a qual foi chamado no fim de 2006.

Ele ajudou a repatriar as tropas americanas do Iraque e, embora tenha a impressão de que possa ser um pouco prematuro, também aprova o programa que trará de volta os soldados americanos do Afeganistão.

Gates trabalhou com dois presidentes que não poderiam seguir linhas mais diferentes: George W. Bush e Barack Obama. No entanto, sua reputação continua não apenas intacta, como excelente. Embora esteja com 67 anos, não sofreu o desgaste do cargo.

Então, por que decidiu deixar o governo? “Para dizer a verdade”, disse ele em recente entrevista concedida à revista Newsweek, “uma das várias razões pelas quais está na hora de me aposentar é que, francamente, não posso me imaginar fazendo parte de uma nação, parte de um governo, que está sendo obrigado a reduzir drasticamente o nosso envolvimento com o resto do mundo”.

Gates se aposenta com uma nota de melancolia, porque acredita no mandato histórico do seu país de tornar o mundo um lugar melhor. Na sua opinião, o que ocorreu no Vietnã, ocorre agora no Afeganistão. “Chegamos muito tarde nesse jogo”, afirmou. Entretanto, Gates não diz se acha que agora é muito tarde para vencer a guerra afegã nem se a missão poderia ter sido bem-sucedida.

Sonhos caros. Em sua maioria, os americanos mostram a mesma ambivalência do ex-secretário da Defesa a respeito do Afeganistão. Eles acreditam que, na esteira de 11 de Setembro, a derrubada do regime do Taleban e a caça à Al-Qaeda foi a coisa certa a fazer. Evidentemente, era perfeito imaginar que o Afeganistão, um país pobre que se desintegrou no tribalismo e se tornou presa de déspotas, poderia se desenvolver de algum modo.

No entanto, a guerra completa dez anos a um custo de US$ 2 bilhões por semana. Agora, a Casa Branca começa a corrigir as suas prioridades para se conformar à convicção geral de que, se Washington deve se envolver em um esforço de reconstrução, que seja nos EUA, onde é urgentemente necessário.

Os EUA continuam atolados na crise econômica. O país, que procurou se reinventar tantas vezes, enfrenta dificuldades. Três anos depois do colapso do banco de investimentos Lehman Brothers, o desemprego continua elevado, 9%, segundo a taxa oficial, mas 16% pela não oficial.

O crescimento se arrasta a menos de 2% e o ônus da dívida interna cresce diariamente nada menos do que US$ 4, 38 bilhões. Muitas cidades estão tão quebradas que estradas e pontes se encontram em condições precárias e algumas áreas do país já se parecem com o Terceiro Mundo.

Um declínio dessas proporções é raro na história americana. Entretanto, a superpotência mordeu mais do que podia mastigar. Agora, sofre as consequências.

Prioridades internas. Essa mudança de atitude no país chega a Washington e aos partidos políticos. De repente, começaram a ocorrer coisas espantosas. Acabaram-se os dias em que democratas e republicanos se enfrentavam com uma agressividade cruel.

Na realidade, agora os dois partidos concordam surpreendentemente na questão do Afeganistão e com a necessidade de estabelecer novas prioridades. No entanto, um projeto de lei que prevê a rápida retirada das tropas americanas, recentemente, não passou na Câmara dos Deputados, ainda que por pequena margem. Logo em seguida, um grupo de 27 senadores de ambos os partidos escreveu uma carta ao presidente pedindo uma retirada mais rápida e um rompimento mais nítido.

A maré mudou

. Alguns republicanos, aparentemente mais prudentes, que esperam concorrer contra o presidente em 2012, competem entre si com pedidos de redução gradativa do envolvimento da superpotência em regiões longínquas do planeta.

Na realidade, o Iraque e o Afeganistão, agora, dividem o Partido Republicano no que se refere à influência dos EUA no mundo, como aconteceu com o Partido Democrata a respeito do Vietnã, há várias décadas.

Agora, a cisão facilita o início da retirada do Afeganistão para o presidente Obama. Na semana passada, ele precisou de apenas 15 minutos para pronunciar um discurso de repercussão histórica.

“Americanos,” conclamou o presidente, “chegou o momento de cuidarmos da reconstrução de nosso país”. A nova prioridade será a construção de estradas em Kentucky,e não em Cabul, de pontes na Califórnia, não em Kandahar.

A guerra no Afeganistão foi a mais longa em termos de envolvimento americano. Começou no outono de 2001, semanas depois dos ataques em Nova York e em Washington, e está quase no fim. Em setembro de 2012, os 33 mil soldados que foram enviados ao Afeganistão há apenas um ano e meio, voltarão para casa. As tropas restantes serão repatriadas gradativamente até 2014, encerrando o compromisso militar dos EUA no país.

A superpotência começou também a reduzir seu zelo missionário. “Não tentaremos tornar o Afeganistão um lugar perfeito”, disse Obama no discurso. “Não policiaremos suas ruas nem patrulharemos indefinidamente suas montanhas. Isto é responsabilidade do governo afegão, que deverá aumentar sua capacidade de proteger o seu povo.”

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, que o governo Obama não considera confiável, respondeu com magnanimidade ao discurso, definindo o anúncio um “momento de felicidade para o Afeganistão” e dizendo que Obama tomou a decisão certa para ambos os países. “A confiança do povo afegão no Exército e na polícia afegãos cresce dia a dia”, disse Karzai. “E a preservação deste país cabe aos afegãos.” Se isto fosse verdade, o Afeganistão estaria agora numa ótima situação.

Retorno ao começo. O presidente Obama fechou o círculo e agora retorna ao ponto de partida. Embora inicialmente seu objetivo fosse acabar com a guerra no Afeganistão, teve de ceder às pressões da alta cúpula militar. Há um ano e meio, ele elaborou uma estratégia que previa dois compromissos: o envio de mais de 30 mil soldados e sua retirada até julho de 2011. Um dia, os historiadores dirão se Obama acreditava realmente que seria possível virar os destinos da guerra ou se procurava apenas uma maneira de sair de uma situação complicada.

Tendo conseguido melhorar a situação no Iraque, o general David Petraeus foi enviado ao Afeganistão para fazer o mesmo, na qualidade de comandante da Força Internacional de Segurança (Isaf). No entanto, em vez de resolver o problema do Afeganistão, Petraeus se desgastou totalmente.

Não surpreende que ele se opusesse à redução das tropas e tenha feito o possível para que um público cada vez maior fosse posto a par das suas objeções. Petraeus será um dos primeiros a sair do Afeganistão e retornará a Washington para assumir um novo cargo, o de diretor da CIA. De acordo com o ponto de vista de Obama, a transferência é necessária. Petraeus é um general para a guerra, não para retiradas.

O presidente poderá encerrar definitivamente o envolvimento no Afeganistão por uma razão simples: a morte do líder e fundador da Al-Qaeda, Osama bin Laden, proporcionou aos americanos uma sensação de satisfação e afugentou as suspeitas de que Obama fosse excessivamente permissivo para o seu cargo.

Os democratas, que por tradição adotam uma atitude mais cética em relação à guerra, estão evidentemente satisfeitos com a decisão de Obama e ficariam ainda mais felizes com uma retirada mais acelerada.

Os republicanos, de sua parte, agora estão enrascados numa disputa interna para decidir qual deveria ser a sua posição em relação ao Afeganistão e ao curso que os EUA deveriam seguir.

Os falcões são liderados pelos senador John McCain, de 74 anos, herói de guerra e veterano do Vietnã que perdeu as eleições presidenciais para Obama. McCain voltou à arena política para pregar a sua mensagem pelo rádio e pela televisão. “Acho que abandonar o Afeganistão à mercê do Taleban e dos extremistas radicais islâmicos seria repetir os erros que o país já cometeu antes. Recentemente, em entrevista à jornalista Christiane Amanpour no programa This Week, o senador disse que “é crucial manter o curso inicial”.

Essas palavras não eram dirigidas apenas a Obama, mas, talvez até mais, ao próprio partido de McCain. Quando discutiu o fato de alguns candidatos presidenciais serem favoráveis a acelerar a retirada das tropas, ele criticou o que chamou de “isolacionismo”. “Sempre houve uma veia isolacionista no Partido Republicano, mas agora parece que está se deslocando para o centro.”

Candidatos republicanos. No entanto, embora McCain fale de um centro, o principal problema dos republicanos é que o partido não tem nem um centro nem políticos de destaque. O que tem são candidatos presidenciais, como Mitt Romney, para quem a política externa está sempre submetida a considerações populistas internas.

“Está na hora de trazermos nossos soldados para casa o mais cedo possível”, disse Romney. “Somente os afegãos podem tornar o Afeganistão independente do Taleban.”

Comentando a questão da guerra afegã, Newt Gingrich, o mais exibicionista dos candidatos republicanos, disse sucintamente: “O custo é sempre o problema principal”. Ron Paul, um dos preferidos do movimento conservador do Tea Party, defende o fim imediato das atividades militares americanas no Iraque, Afeganistão e Líbia.

Nessas declarações é difícil distinguir entre convicção e oportunismo. As pesquisas indicam que 55% dos eleitores republicanos acreditam que os EUA “deveriam se preocupar menos com os problemas internacionais e tratar mais dos problemas internos”.

As agências atribuem essa mudança do lado conservador, que votou por duas vezes em George W. Bush, ao “efeito da recessão”. Em outras palavras, na opinião desse eleitorado, o isolacionismo é uma consequência da crise econômica.

O próprio Tea Party, o movimento das bases profundamente conservadoras que exerce grande influência entre os republicanos, também pode ser caracterizado como um efeito da recessão. Embora não seja absolutamente monolítico, o grupo defende uma crença fundamental: os EUA em primeiro lugar e por uma margem muito grande.

Retirada americana. Na realidade, a política externa americana sempre se dividiu em dois campos: o dos isolacionistas, que queriam evitar os conflitos com o resto do mundo, e o dos internacionalistas, que queriam firmar a posição dos EUA no exterior.

Obama não é, de modo algum, um isolacionista. Ele é, principalmente, uma pessoa que trabalha sem atropelos. No entanto, com o país mergulhado na crise, manter duas guerras de uma vez é um luxo que a nação não pode se permitir.

A mensagem do presidente é que seu país terá de tirar lições dolorosas de sua guerra mais longa. E o processo já começou.

Fonte: Estadão
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Nasa retoma design de 1969 em substituta de ônibus espacial

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A Nasa finalmente anunciou o substituto de sua frota de ônibus espaciais, que será "aposentada" no dia 20 de julho, quando o Atlantis retorna à Terra.

O chamado MPCV (do inglês Multi-Purpose Crew Vehicle, ou Veículo Multifuncional Tripulado) é a nave do futuro da agência e a aposta para exploração além da órbita baixa da Terra.

No entanto, seu design é uma releitura da nave Apollo, que levou os primeiros homens à Lua em 1969, remetendo ao passado.

Ao contrário dos ônibus espaciais, que chegavam no máximo até o telescópio Hubble, a 600 km da superfície terrestre, o veículo fará viagens de exploração do espaço profundo, podendo chegar até a Marte, de acordo com Dan Huot, porta-voz da Nasa.

"O design externo é muito semelhante ao do Apollo, uma vez que sua cápsula é a melhor forma de reentrar na atmosfera da Terra em alta velocidade."

O porta-voz explica que o interior aproveita os últimos 40 anos de avanços tecnológicos em aviação, computação, segurança e proteção térmica, e que os procedimentos de subida e reentrada serão dez vezes mais seguros do que nos ônibus espaciais.

Com um volume total de aproximadamente 20 metros cúbicos e área disponível para habitação de 9 metros cúbicos, o MPCV deverá ser lançado das bases atuais da agência e poderá pousar no oceano Pacífico, na costa do Estado da Califórnia.

"É muito maior do que o Apollo, com um diâmetro de cerca de 5 m -em comparação aos 3,65 m da nave que levou o homem à Lua", afirmou Huot.

O MPCV carregará até quatro astronautas em viagens com autonomia de até 21 dias.

De acordo com a Nasa, os testes com o novo veículo já começaram. "Já está em fase de teste há algum tempo e continuará com voos em órbita não tripulados até 2013", informou o porta-voz.

Um dos mais significativos ocorreu em maio, quando as funções do sistema de escape da tripulação durante o lançamento foram examinadas durante um voo real.

Mas os testes com tripulação em órbita não devem acontecer antes de 2016, segundo a agência espacial.

Após essa fase, as missões serão planejadas para 2019 ou 2020, mas ainda não há uma data definida para o MPCV entrar em operação.

A nave vai responder aos anseios do programa espacial dos Estados Unidos, que nesse intervalo de tempo vai depender de "caronas" da nave espacial russa Soyuz para levar e buscar os seus astronautas na ISS (Estação Espacial Internacional).

Mas por pouco tempo, segundo o porta-voz.

"No futuro, nosso principal transporte para a ISS e operações em órbita baixa terrestre será feito por meio de parceiros comerciais, que estão desenvolvendo seus próprios sistemas de lançamento e naves espaciais."

Fonte: Folha
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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Obama defende legalidade da ação militar na Líbia

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, insistiu nesta quarta-feira na legalidade da intervenção militar na Líbia, que não foi autorizada pelo Congresso americano, e reafirmou que a solução do conflito requer a saída do líder líbio Muammar Kadafi.

"Enquanto Kadafi estiver controlando grandes números de soldados, o povo líbio correrá perigo", acrescentou o presidente durante uma entrevista coletiva na Casa Branca. "Não há dúvidas de que Kadafi tem de abandonar o poder".

Alguns legisladores americanos acusaram recentemente Obama de violar a Lei de Poderes de Guerra, de 1973, que exige que o Poder Executivo notifique ao Congresso sobre o envio de tropas ao exterior nas primeiras 48 horas.

A legislação também proíbe que essas tropas permaneçam por mais de 60 dias em um conflito sem uma autorização específica do Congresso para o uso da força militar ou uma declaração de guerra.

A Casa Branca até agora garantiu não ter violado essa lei, pois diz que advertiu ao Congresso antes de começar as operações e lembra que, desde então, manteve diversas sessões informativas com os parlamentares para mantê-los a par dos eventos na Líbia.

"Quando informei à população sobre esta ação, indiquei que seria uma missão limitada e que os Estados Unidos não colocariam tropas no terreno", destacou Obama.

"Fizemos exatamente o que dissemos que faríamos, não há soldados (americanos) no terreno. Nossos aliados assumiram grande parte da operação e não houve baixas americanas", acrescentou. "A nossa é uma missão bem limitada".

Para ele, "boa parte de todo esta discussão acerca da Lei de Poderes de Guerra é pura politicagem".

"O que fizemos é em cumprimento ao mandato das Nações Unidas, que determinava impedir o massacre de civis por parte do regime", complementou Obama.

Fonte: EFE via Deutsche Welle
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domingo, 29 de maio de 2011

EUA gastaram US$ 32 bilhões em projetos militares inacabados

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O Pentágono gastou mais de US$ 32 bilhões desde 1995 em 22 programas de armamentos que foram cancelados ou abandonados, segundo um relatório elaborado pelo Exército americano publicado nesta sexta-feira pelo The Washington Post. Os cortes orçamentários e as duas guerras nas quais os Estados Unidos se encontra imerso levaram o Pentágono a suspender vários projetos de modernização militar que já tinham sido iniciados.

Um dos principais programas afetados foi o Sistema Futuro de Combate (FCS), que de acordo com o relatório significou uma perda de US$ 19 milhões após estar operacional de 2000 a 2009, e que buscava integrar todos os elementos bélicos para oferecer uma melhor visão do campo de batalha. “Desde o 11 de Setembro (de 2001), o Pentágono dobrou seus programas de modernização – mais de US$ 700 bilhões na última década – que resultou em avanços relativamente modestos em capacidade militar efetiva”, disse nesta semana Robert Gates, secretário de Defesa dos EUA, ao reconhecer este fracasso.

No início do ano, Gates informou que o Pentágono teria que cortar US$ 23 bilhões de seu orçamento neste ano, dentro do plano de redução de despesa proposto pelo Governo do presidente Barack Obama. No entanto, os analistas sublinharam que além destes cortes, os motivos que se encontram detrás da suspensão destes programas avançados é que não são facilmente aplicáveis à realidade das guerras que mobilizaram soldados americanos no Afeganistão e Iraque, com grande parte da população civil implicada.

Além disso, Washington precisa de material bélico de maneira imediata e constante, e os projetos de pesquisa exigem tempo, algo que o Exército americano não aguentaria. O The Washington Post põe como exemplo o projeto de desenvolvimento do helicóptero Comanche, que, após quase duas décadas em andamento e uma despesa de US$ 6 bilhões, foi fechado em 2004.

O Pentágono decidiu então sacrificar o dinheiro já gasto e aproveitar os restantes US$ 15 bilhões orçados para realizar compras de helicópteros que já estavam sendo fabricados, como os Apache e Black Hawk e reparar velhos Chinnok.

Fonte: EFE
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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Morte de Bin Laden pode abrir precedente internacional, diz relatório britânico

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Bin Laden estaria desarmado quando foi atacado por forças americanas.
A morte de Osama Bin Laden pode abrir um precedente para assassinatos cometidos por Estados no futuro, sugere um relatório escrito por parlamentares britânicos.

De acordo com o documento, “a natureza do assassinato de Bin Laden pode ser sinal de que os EUA teriam tendência cada vez maior de matar membros da Al-Qaeda do que capturá-los”.

“Uma implicação maior é que a morte possa ser vista como precedente para o assassinato de indivíduos por qualquer país, além de fronteiras nacionais, pelo menos quando envolver terrorismo.”

Preparado pela Câmara dos Comuns – a Câmara dos Deputados do Parlamento do Reino Unido -, o relatório diz ainda que “quanto mais Estados agirem assim, mais aceitável, pelo menos politicamente, se torna, mesmo que não o seja em termos das leis internacionais.”

Khadafi

Os EUA dizem que a operação que matou Bin Laden foi legal, mas críticos dizem que ele deveria ter sido capturado vivo.

O relatório britânico diz que muitas das questões referentes à legalidade da operação só poderiam ser respondidas se o governo americano revelasse as instruções dadas para os agentes envolvidos, quais os esforços feitos para pressionar Bin Laden a se render e qual ameaça ele representava naquele momento.

Ao contrário da primeira versão divulgada pela Casa Branca, o governo americano disse posteriormente que Osama Bin Laden estava desarmado na hora do assassinato.

O relatório britânico diz ainda que a morte do líder da Al-Qaeda pode ter consequências nas operações da Otan na Líbia, já que “alguns dos argumentos usados para justificar a legalidade do assassinato de Bin Laden poderiam ser aplicados se as forças da coalizão matassem o coronel Khadafi.”

Os integrantes da coalizão dizem que a resolução da ONU não os autoriza a alvejar o líder líbio, mas afirmam que instalações de comando, incluindo locais usados por Khadafi e sua família, são alvos legítimos se estes forem usados para dirigir ataques contra civis.

Fonte: BBC Brasil
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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nova versão sobre morte de Bin Laden volta a contradizer Casa Branca

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Uma nova informação divulgada pela imprensa americana nesta sexta-feira voltou a contradizer relatos anteriores da Casa Branca sobre a operação que levou à morte do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, no último domingo (1º).

Segundo jornais americanos, fontes do governo afirmaram que, ao contrário do informado anteriormente, apenas uma pessoa - o mensageiro de Bin Laden - teria atirado contra as forças especiais americanas que invadiram o esconderijo do líder da Al Qaeda no Paquistão e o mataram.

O mensageiro estaria em um andar diferente da mansão onde Bin Laden vivia escondido - na cidade de Abbottabad - e teria sido morto pelas forças americanas no início da operação.

Essas novas informações representam mais mudanças no relato sobre como transcorreram os cerca de 40 minutos da operação.

Desde a noite de domingo, quando o presidente Barack Obama anunciou a morte do líder da Al Qaeda em cadeia nacional, membros da Casa Branca já mudaram repetidas vezes sua versão sobre a operação.

TROCA DE TIROS

Na segunda-feira, o principal assessor do governo para assuntos de segurança nacional e contraterrorismo, John Brennan, disse que Bin Laden foi morto com um tiro na cabeça ao resistir à captura.

"Se nós tivéssemos a oportunidade de pegar Bin Laden vivo, se ele não apresentasse qualquer ameaça, os indivíduos envolvidos (na operação) estavam aptos e preparados para fazer isso", afirmou.

Brennan disse que o líder da Al-Qaeda resistiu e houve troca de tiros com as forças americanas que invadiram seu esconderijo. Afirmou ainda que Bin Laden tentou usar uma de suas esposas como escudo, e a mulher acabou morta na ação.

No dia seguinte, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, mudou o relato, e disse que Bin Laden não estava armado.

De acordo com Carney, porém, mesmo desarmado Bin Laden resistiu à captura, e várias outras pessoas presentes no local estavam armadas, com "intensa" troca de tiros.

O porta-voz afirmou ainda que uma das esposas de Bin Laden confrontou as forças americanas e foi alvejada na perna, mas não morreu, contrariando a versão de Brennan.

LEGALIDADE

As versões contraditórias vêm aumentando os questionamentos sobre a legalidade da operação que levou à morte de Bin Laden, acusado de ser o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, que mataram quase 3 mil pessoas em Nova York e Washington.

Além desses ataques, Bin Laden era acusado de ser o mentor de diversos outros atentados contra alvos americanos e ocidentais e ocupava o primeiro lugar na lista dos mais procurados pelos Estados Unidos.

Na quarta-feira, ao ser questionado sobre detalhes da operação em audiência no Congresso, o secretário de Justiça, Eric Holder, defendeu sua legalidade e disse que foi um ato legítimo de autodefesa.

"Ele era o líder da Al Qaeda, uma organização que conduziu os ataques de 11 de Setembro. Ele admitiu seu envolvimento. A operação contra Bin Laden foi justificada como um ato de autodefesa nacional", disse Holder, em audiência na Comissão de Justiça do Senado.

Nesta quinta-feira, porém, a alta comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, pediu ao governo americano "a divulgação completa dos fatos precisos" sobre a morte do líder da Al
Qaeda para estabelecer a legalidade da operação.

"As Nações Unidas condenam o terrorismo, mas também têm regras básicas sobre como deter atividades terroristas. Isso deve ser feito respeitando as leis internacionais", disse a comissária.

A ONG Anistia Internacional também já havia se manifestado a respeito da operação, ao dizer que Bin Laden deveria ter sido capturado vivo, já que estava desarmado.

Fonte: BBC Brasil
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Parece que Bin Laden está vencendo a grande guerra contra o terror

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Qual o resultado dessa guerra, dez anos depois do 11 de setembro? Vijav Prashad resumiu bem o quadro: A guerra dos EUA no Iraque levou o país a um regime pró-Irã. Em janeiro, o candidato apoiado pelo Hezbollah (Najib Mikati) se tornou primeiro ministro do Líbano e o Hamas se fortaleceu, enquanto os restos de legitimidade da Autoridade Palestina esfacelaram-se, quando a Al-Jazeera publicou os Palestine Papers. Os exílios de Ben Ali e Mubarak retiraram a Tunísia e o Egito do rol de apoiadores dos EUA na região. Enquanto isso, Kadafi na Líbia e Saleh no Iêmen têm sido aliados leais na "guerra contra o terror”.

De Washington DC escutamos uma brava conversa a respeito de Tio Sam liderando a batalha pela democracia pelo mundo árabe, e assim restaurando a autoestima aos olhos árabes como outra coisa que não o patrocínio da tirania e da tortura pelo neoliberalismo, os eletrodos e o “waterboarding” [método medieval de tortura que consiste em simular fisicamente na vítima o seu afogamento, mediante o uso da força, num tanque de água]

As únicas pessoas da multidão de Washington enganadas por esse tipo de conversa são eles mesmos. Barack Obama pode ter zizagueado na direção de uma conversa dura sobre a tirania, mas não titubeou quanto ao único veto, em 18 de fevereiro, no Conselho de Segurança da ONU à resolução condenando os assentamentos israelenses. Vocês pensam que a Al-Jazeera não transmitiu isso para o mundo todo?

(Washington invoca as ferramentas made-in-America, Twitter e Facebook, na luta pela democracia no Oriente Médio. Comparadas em significância à Al-Jazeera elas são como lascas de bife de búfalo de água.)

Nos idos do outono de 2001, Osama bin Laden habitualmente citava, dentre os motivos da AlQaeda para o ataque de 11 de setembro, o seguinte: “A opressão da América sobre os mundo muçulmano, mais especificamente no período das sanções contra o Iraque (a afirmação de [Madeleine] Albright de que “achamos que o preço vale à pena” foi o singelo chamado de recrutamento na história do Terror) e bombardeio; a condição da Arábia Saudita como lacaio do Império americano; e a opressão israelense sobre os palestinos.

Abra-se o mapa do Oriente Médio e da África do Norte dez anos depois.

Como disse Vijav Prashad em Counterpunch:

“A guerra dos EUA no Iraque levou o país a um regime pró-Irã. No último janeiro, o candidato apoiado pelo Hezbollah (Najib Mikati) se tornou primeiro ministro do Líbano e o Hamas se fortaleceu, enquanto os restos de legitimidade da Autoridade Palestina esfacelaram-se, quando a Al-Jazeera publicou os Palestine Papers. Os exílios de Ben Ali e Mubarak retiraram a Tunísia e o Egito do rol de apoiadores do status quo [i.e., dos lacaios do Império]. Kadafi na Líbia e Saleh no Iêmen têm sido aliados leais na Guerra contra o Terror”.

E eis o Rei Saudtia, assistindo a Al-Jazeera e vendo o círculo se fechar: Iraque, Síria, Líbano, o Iêmen instável, Bahrein muito problemático, com todos esses xiitas do lado de lá.

Mas estão as massas árabes marchando em direção a um novo Califato, como advertiu temerariamente Glen Beck? Não, é claro que não. Como escreve Prashad:

“Enquanto o status quo definha, seus cães leais tentam entoar a velha cantilena da ameaça do fundamentalismo islâmico. O coro de Mubarak sobre a Irmandade Muçulmana foi silenciado. Quando o sheik Yusuf al Qaradawi retornou de seu exílio no Qatar, ele não desempenhou o papel de Khomeini. O sheik começou o seu sermão na praça Tahrir com boas vindas tanto à Irmandade Muçulmana como aos cristãos. O espernear de Kadafi sobre um potencial posto da Al Qaeda no Mahgreb sendo formado no nordeste da Líbia repetiam as ilusões paranóicas dos planejadores da Africom [O Estado Maior do Comando Militar Estadunidense para a África]”.

Eu imagino que Osama está feliz com o tumulto atual, e podemos acrescentar à lista de Prashad o desejo crescente estadunidense de remendar algum tipo de desculpa para se retirar do Afeganistão, com planos dissecados pelo nosso elegante e muito bem informado ex-brigadeiro Shaukat Qadir, também em nossa página. Petraeus é uma força em declínio. Gostaria de ver um general com mais cérebro e menos medalhas de ouro?

Esses signos de solidariedade e apoio mútuo na Praça Tahrir e ao redor do prédio do Capitólio em Madison, Wisconsin, tiveram um forte suporte econômico. Tiveram apoio moral nas expressões de confiança, respeito e autoestima, e o Império do Capital estabelecido desde o colapso da União Soviética em 1991 está irremediavelmente desmoronando, enquanto o neoliberalismo cria seus milhares de bilionários e seus bilhões de pobres ao redor do mundo.

Como escreveu Andrew Levine em nossa página, a propósito da importância de Madison:

“O que está em jogo é o fim do jogo da assim chamada Revolução Reagan. Um ataque vitorioso e organizado contra o mundo do trabalho iria resolver o assunto de uma vez por todas. Scott Walker e sua laia sabem o que está em jogo. Graças às suas predações, trabalhadores e aliados agora sabem também...a financeirização do capitalismo contemporâneo, a globalização da indústria e do comércio e, mais genericamente, a tomada ao redor do mundo dos ganhos econômicos teve um grande custo sobre o último século e meio. O problema, em resumo, é que, para o capitalismo sobreviver, deve se expandir – e, com tão poucas áreas restantes para expansão, a esfera pública se tornou um alvo muito tentador para se resistir. O que está sob ataque é a esfera pública ela mesma. Os sindicatos dos servidores públicos são sua primeira (e última?) trincheira de defesa”.

O que teria sido bom de ver ao redor do prédio do Capitólio em Madison seria sinais – talvez eu sinta saudade deles – do apoio dos estudantes da Universidade de Porto Rico que enfrentaram ocupação militar, prisões e pancadas por suas greves contra os preços das mensalidades e a privatização crescente. Durante o levante no Egito, estudantes e faculdade entraram em greve pela segunda vez no ano e forçaram o governador, que estava assistindo à republicana Conferência Anual da Ação Política Conservadora [CPAC em sua sigla em inglês] em Washington a retornar e ordenar a retirada dos militares do campus.

Eu sempre achei que a receita Piven-Cloward para derrotar o capitalismo, nos anos 60 de levar o bem estar a todos era uma coisa reformista. O capital poderia descobrir isso. Acabem com o bem estar! Ponham Bill Clinton para acabar com o AFDC [programa do governo federal estadunidense chamado Ajuda a Famílias com Crianças Dependentes, ou Aid to Families with Dependent Children, que vigorou de 1935 a 1997] e então ter esse dócil negro Obama para garantir o Medicare e talvez o Social Security.

Osama teve uma ideia melhor. Deixar a guerra sangrar até o Império secar. Pensem nos confetes do lado esquerdo do peito de Petraeus como o aumento do orçamento militar desde as modestas condecorações de Eisenhower.

Da próxima vez que Petraeus se mover por uma promoção terá de ter uma ajuda do idiota do Taylor [Taylor Marsh] por trás dele para acomodar todas as medalhas simbolizando como o orçamento militar dos EUA vai aparecer daqui a uma década ou mais, no futuro.

Fonte: Carta Maior
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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Politização e verba escassa freiam renovação militar

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De um lado, 36 caças modernos e uma conta que não sai por menos de R$ 10 bilhões. Do outro, oito carcaças estocadas no deserto do Arizona de um avião dos anos 1960, arrematadas por R$ 390 mil. Incomparáveis, os dois negócios ajudam a resumir problemas da modernização militar do Brasil.

Desde que começou a buscar espaço internacional comparável à sua crescente estatura econômica, e principalmente após descobrir um mar de petróleo sob a camada do pré-sal em 2007, o Brasil colocou em sua agenda a necessidade de ter Forças Armadas compatíveis às suas pretensões.

Hoje, o país não enfrenta ameaças, mas é vulnerável -e modernização militar é um processo de vários anos.

Aí entra o primeiro negócio, a concorrência para a compra dos novos aviões de combate da FAB, que já se arrastava havia dez anos, afetada por pressões políticas e falta de verba.

Depois de idas e vindas e de ter fechado com franceses e seu caro Rafale, contra a preferência da Aeronáutica pelo sueco Gripen, o governo Lula deixou a questão para Dilma Rousseff. Pesou na decisão a contrariedade com a falta de apoio francês à posição brasileira sobre o programa nuclear do Irã.

Os EUA reforçaram então o lobby de seu F-18. Mas nada será gasto este ano, já que o governo está decidindo o corte de R$ 50 bilhões do Orçamento. Mesmo sendo uma conta a ser paga em vários anos, não há clima para um anúncio desses -estão na geladeira caças, novas fragatas e controle de fronteiras.

"POLITIZAÇÃO"

"É o maior exemplo de politização de um contrato de compra militar no Brasil. Isso causa preocupação para as empresas internacionais de defesa que buscam explorar oportunidades no país. E, claro, isso causa impacto nas capacidades militares brasileiras", resumiu à Folha Guy Anderson, analista-chefe da Jane"s Defence Industry, unidade da principal consultoria de defesa do mundo. Ele assina um detalhado estudo sobre o Brasil, publicado no dia 27 passado, no qual prevê um aumento de 35% nas encomendas militares do país até 2015.

O relatório aponta questões como corrupção e burocracia, e um ponto central: "A modernização só será bem-sucedida se houver uma mudança nos processos de compra. Hoje elas são feitas pelas três Forças, em vez de um órgão central no Ministério da Defesa".

Aí entram os aviões estocados desde 1985 no deserto do Arizona. A Marinha decidiu que tinha de colocar um aparelho de apoio em seu porta-aviões, o São Paulo, para adquirir capacidade de operação. O navio acaba de passar cinco anos parado para reparos, e seus caças A-4 servem só para treino.

Assim, a Força comprou em agosto as carcaças do americano C-1A Trader. Quer colocar quatro deles voando até 2014, e canibalizar o resto. Segundo estimativas, a modernização pode custar até R$ 6,5 milhões a unidade.

"A Marinha terá o status orgulhoso de possuir o mais antigo porta-aviões e os mais velhos aviões em atividade nele", ironizou a publicação russa "Periskop".


Na Marinha, argumenta-se que ou é isso ou é esperar o governo dispor de dezenas de bilhões para um porta-aviões que use os caças que serão comprados pela FAB.

O jeitinho parece funcionar para os almirantes, que modernizaram navios antigos com recheio eletrônico novo. "A Marinha é a mais equipada das Forças", diz Felipe Salles, editor da "Base Militar Web Magazine".

A Defesa, que não respondeu à Folha sobre o tema, criou em 2010 um órgão centralizado de compras. Mas só este ano ele será implantado.

Nem tudo é má notícia. A compra em 2009 de 50 helicópteros franceses para Aeronáutica, Marinha e Exército é um divisor de águas. Na rigorosa Copac, órgão da FAB que seleciona aeronaves, as três Forças discutem juntas pontos do programa.

A compra não impediu a FAB de ter adquirido, a conta-gotas, modelos de transporte Black Hawk americanos, com logística diversa. Mas é um começo.

A falta de dinheiro é outra questão. O orçamento militar brasileiro vem crescendo na década, saindo do patamar regional de 1,5% do PIB para 2,3% para 2011. Só que os números enganam: dos R$ 60,2 bilhões previstos para defesa neste ano, 73% são para pagamento de pessoal, 45% só para pensões. Para comprar equipamento, apenas R$ 2,5 bilhões. Isso se não caírem nos cortes.

Fonte: Folha
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

EUA: Câmara de Representantes estende poderes da Lei Patriota antiterrorista

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A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou uma extensão das atribuições da controversa Lei Patriota antiterrorista, adotada após os ataques de 11 de setembro de 2001, e que expirava no fim de fevereiro.

Por 275 votos a favor e 144 contra, os legisladores votaram por estender a vigência da lei até 8 de dezembro, depois que, há uma semana, a proposta foi rejeitada em uma votação que requeria uma maioria de dois terços na Câmara para ser aprovada.

Três grandes medidas estão em jogo: a "vigilância móvel" das comunicações de suspeitos através da interceptação de várias linhas telefônicas; a perseguição de estrangeiros suspeitos de ser "lobos solitários", ou terroristas que não respondem a nenhum grupo terrorista.

E, por último, a possibilidade de que as autoridades tenham acesso a todos os "dados tangíveis" sobre o suspeito, como os e-mails ou dados bancários particulares.

No Senado, prevê-se que o debate sobre o tema será mais complicado, já que há vários projetos de lei a respeito.

A União americana para as Liberdades Civis (ACLU, em inglês) condenou o alcance da lei por dar às autoridades atribuições "muito amplas" e fora das garantias constitucionais.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressionou os legisladores para estender estas permissões até dezembro de 2013.

Fonte: AFP
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Revisão de estratégia no Afeganistão aponta avanços

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Uma revisão da estratégia militar dos EUA no Afeganistão divulgada nesta quinta-feira revelou que as forças aliadas estão avançando contra o Taliban e a Al Qaeda, mas graves desafios persistem.

"No Afeganistão, o avanço alcançado pelo Taliban nos últimos anos tem sido detido em grande parte do país e revertido em algumas áreas-chave, apesar de essas conquistas seguirem frágeis e reversíveis", diz um resumo do documento.

"Mais importante, a liderança da Al Qaeda no Paquistão está mais fraca e sob mais pressão do que em qualquer outro lugar desde a fuga (de seus líderes) do Afeganistão, em 2001", relatou.

A revisão estratégica, que vinha sendo muito aguardada, também avalia que os Estados Unidos estão dentro do cronograma para reduzir seu número de soldados no país e colocar em 2011 as forças afegãs na liderança. No entanto, foram apontados obstáculos, como a dificuldade de reconstruir o Afeganistão e a necessidade do Paquistão de "negar constantemente" a presença de bases insurgentes em seu território.

Apesar do otimismo cauteloso da Casa Branca, um ano depois que o presidente Barack Obama determinou o envio de 30 mil soldados adicionais ao Afeganistão, o governo deve superar o ceticismo de parlamentares e da opinião pública, já cansados desse conflito, que dura nove anos e está em seu momento de maior violência.

"Tem havido sucessos isolados em termos de segurança, mas não um progresso abrangente", disse Caroline Wadhams, especialista em sul da Ásia na entidade Centro para o Progresso Americano. "Toda a dinâmica que está permitindo a insurgência permanece."


"ANO VIOLENTO"

Este é o ano mais violento para as tropas ocidentais desde o início da ocupação, em 2001 - quase 700 soldados estrangeiros já morreram em 2010.

Além disso, os insurgentes estão ampliando sua área de atuação, de seus redutos tradicionais, no leste e sul, para áreas outrora pacíficas no norte e oeste. Os civis continuam sendo as principais vítimas da guerra.

A força militar de 150 mil soldados dos EUA e da Otan, sendo 100 mil norte-americanos, empurrou o Taliban para cidades como Kandahar, ao sul, em uma medida encorajadora no momento em que Washington tenta aumentar a participação afegã entre os soldados em comando.

Mas diante da falta de grandes avanços por parte das forças afegãs -- que estão aumentando rapidamente em número, mas ainda estão aprendendo a atirar e, em alguns casos, até a ler --, os avanços "não podem ser mantidos sem o envolvimento continuado dos EUA, em termos militares e financeiros", disse Wadhams.

Segundo a revisão, o Paquistão é "central" para o sucesso na região, onde a Al Qaeda perdeu força mas ainda consegue planejar ataques contra os Estados Unidos.

O documento não deve encerrar os debates dentro do governo norte-americano sobre estratégias para a região. Segundo autoridades, o setor de inteligência tem uma visão mais pessimista sobre a situação do que os líderes militares.

O New York Times divulgou nesta semana dois documentos secretos da inteligência dizendo que a estratégia no Afeganistão teria poucas chances de sucesso, a não ser que o Paquistão tome medidas contra os ataques insurgentes de bases na fronteira.

Embora o reforço nas tropas esteja tendo algum efeito, especialistas acreditam que as conquistas na área da segurança não serão sustentáveis se o Estado afegão, fraco e corrupto, não for fortalecido em breve.

Segundo o relatório da revisão, reduzir a corrupção seria uma medida-chave para "sustentar o governo afegão".

Fonte: Reuters
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domingo, 22 de agosto de 2010

A retirada americana

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Livros de história talvez apontem o dia 19 de agosto de 2010 como o fim da guerra no Iraque. Ou, pelo menos, de uma delas. A retirada das últimas tropas de combate dos Estados Unidos de território iraquiano põe um ponto final no engajamento de Washington em confrontos armados no país, mas isso é apenas parte da história.

A guerra iniciada em 2003 foi vencida rapidamente, com Bagdá sendo tomada após menos de um mês. Pode-se dizer que em seguida veio um segundo conflito, que misturou insurgência e disputas étnicas. Durou bem mais do que a primeira, um total de sete anos. Os Estados Unidos agora encerram seu envolvimento em combates no país, mas o Iraque segue marcado por atentados suicidas da Al-Qaeda e uma paralisia política. Apenas dois dias antes da retirada final, militantes promoveram mais uma carnificina na capital, com um atentado que deixou 51 mortos. Um alto comandante do Exército do Iraque diz que o país não está preparado para a retirada total das tropas americanas, prevista para o ano que vem (até lá 50 mil soldados continuarão dando treinamento e protegendo interesses dos EUA). O governo americano ensaia dizer que a missão está encerrada, após avanços na redução da violência. Mas não ousa declarar missão cumprida. Para os iraquianos, a paz ainda é um sonho distante.

Os Estados Unidos estão deixando o conflito por vários motivos, entre eles porque sabem que não têm como promover mais avanços significativos. Após gastar quase US$ 1 trilhão ao longo de sete anos, Washington entrega uma nação que ainda não conseguiu formar um governo, cinco meses após as últimas eleições. Atentados suicidas são uma constante, e o Iraque corre o risco de se tornar palco de uma grande disputa por influência, envolvendo o Irã, o fanatismo da Al-Qaeda, grupos iraquianos sunitas e os curdos, que controlam o norte do país. O Iraque está muito longe de ser uma moderna e pacífica democracia, mas a superpotência não se considera capaz de fazer muito mais a respeito.

A retirada das tropas americanas diz muito mais sobre o futuro papel dos Estados Unidos no mundo. Quando podia gastar, o país jogou centenas de bilhões de dólares no Iraque e outras centenas de bilhões no Afeganistão, outra guerra em que enfrenta dificuldades sérias. Mas, após a crise financeira, que quase virou depressão, os americanos mal conseguem manter a recuperação da sua economia. Sua estrutura militar não terá mais recursos, pelo contrário, sofrerá cortes. Se quisessem invadir o Irã para conter o programa nuclear persa, haveria muitas dúvidas sobre suas chances de sucesso. O momento, ao que tudo indica, não é de imperialismo ou interferência militar de Washington em nações mundo afora. É de recuo.

O secretário da Defesa, Robert Gates, promete o início da saída das tropas americanas do Afeganistão para 2011. No Oriente Médio, atores locais, como Irã e Turquia, têm cada vez mais prestígio e influência. A América Latina hoje é muito mais do Brasil e das nações ibéricas do que dos Estados Unidos. Na África, China, Brasil, Índia ganham cada vez mais espaço. No Extremo Oriente a influência americana ainda é grande, com a Coreia do Sul ciente de que precisa de suas tropas para conter a retórica bélica dos comunistas do norte. Mas, na Europa, os Estados Unidos perderam espaço para os russos, que se beneficiam da sua importante posição de exportador de energia. Barack Obama gosta do mundo exterior, onde é admirado por suas ideias e por sua postura multilateral e diplomática. Mas o presidente sabe que o momento é de cuidar das mazelas internas, como a alta taxa de desemprego, os danos ambientais causados pelo vazamento da BP ou a violência na fronteira com o México. A retirada americana vai muito além do Iraque.

Fonte: BBC Brasil
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Obama garante que está cumprindo promessa de retirar tropas do Iraque

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje que está cumprindo seu compromisso assumido durante as eleições de terminar as missões de combate no Iraque e completar a retirada de milhares de soldados americanos do país.

"Estamos mantendo a promessa que fiz quando comecei minha campanha para a Presidência. No fim deste mês, teremos tirado 100 mil soldados do Iraque e nossa missão de combate terminará", disse Obama durante um ato político em Ohio.

O líder americano fez as afirmações durante o último de três dias de viagem por cinco estados para apoiar candidatos democratas nas eleições para governador.

Em paralelo, a Casa Branca divulgou uma mensagem na qual Obama destacou novamente seu compromisso com a retirada das tropas americanas do Iraque, enquanto as Forças de Segurança iraquianas assumem as tarefas do Exército dos EUA.

Nos últimos 18 meses, mais de 90 mil soldados americanos deixaram o país do Oriente Médio e, segundo Obama, sob um acordo com o Governo iraquiano, "todas as tropas estarão fora do Iraque até o fim do ano que vem".

O líder disse também que, uma vez concluída a Guerra do Iraque e que os soldados tenham voltado para casa, seu país tem a "obrigação moral" de velar pelo bem-estar dos veteranos de guerra que lutaram em território iraquiano.

Durante o ato em Ohio, Obama agradeceu o apoio dos eleitores que lhe deram a vitória em 2008 e atacou as políticas dos republicanos que, em sua opinião, "não funcionaram muito bem".

Nesse sentido, Obama criticou as políticas econômicas do então presidente George W. Bush e pediu aos eleitores locais que não votem nos republicanos: "quando há tempos difíceis, pode acontecer de nos cedermos facilmente ao cinismo e ao medo".

Atualmente, algumas pesquisas indicam que a popularidade de Obama continua em baixa, sobretudo por sua gestão no que diz respeito à recuperação econômica.

Fonte: EFE
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Justiça congela acordo Colômbia-EUA sobre bases militares

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A Corte Constitucional da Colômbia rejeitou nesta terça-feira a aplicação do acordo firmado em 2009 entre Washington e Bogotá sobre a presença de tropas americanas em sete bases no território colombiano, afirmando que o tratado exige a aprovação do Congresso.

Sem o aval do Legislativo, "o acordo não terá efeito no ordenamento interno da Colômbia até que se satisfaça tal exigência", disse o presidente da Corte, Mauricio González.

O tratado, que provocou o rompimento das relações diplomáticas com a vizinha Venezuela, foi firmado em outubro de 2009 com base na cooperação entre Colômbia e EUA para combater o narcotráfico.

"A Corte Constitucional decide reenviar ao presidente" Juan Manuel Santos o texto para que seja apresentado ao Congresso e devidamente ratificado.

O presidente colombiano já manifestou que acatará a decisão da Justiça.

González explicou que "o acesso a bases militares não estava previsto nos acordos anteriores", o que exige sua aprovação no Congresso, dominado pelos governistas.

A Corte Constitucional foi provocada pela ONG Colectivo José Alvear Restrepo, que questiona, entre outras medidas, a imunidade concedida aos militares americanos no país.

Em sua decisão, o tribunal destaca que o uso de bases por parte de tropas estrangeiras deve ser amparado por um tratado internacional, e não pelos acordos de cooperação já existentes entre os dois países.

A Corte Constitucional esclarece que sua decisão "não inclui juízo sobre a validade ou eficácia de outros acordos de cooperação e assistência nas áreas de segurança e defesa "pactados anteriormente com Estados Unidos ou outros países".

"As relações de ajuda, assistência e cooperação entre Colômbia e Estados Unidos continuarão sendo regidas pelos tratados, convênios e acordos simplificados ou complementares vigentes", destaca o tribunal.

O tratado, negociado pelo próprio Juan Manuel Santos, então ministro da Defesa da Colômbia, permite que tropas dos Estados Unidos utilizem sete bases colombianas para seu trabalho de combate ao narcotráfico.

"O governo acata a decisão da Corte Constitucional", assinalou o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, mas ela "não afeta os acordos previamente firmados e vigentes com os Estados Unidos", que "são cumpridos e seguirão vigentes de boa fé".

Fonte: AFP
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