A velha justificativa norte americana de levar "liberdade e democracia" a outros países através de ataques e ocupações, mais uma vez esta em colisão com a realidade dos fatos, ocasionando uma situação preocupante, a violação deliberada das leis internacionais pelos EUA.
O ataque que resultou na morte do General Qassem Soleimani, colocou o presidente dos EUA, Donald Trump, no centro de um importante questionamento, até onde os norte americanos estão sob as leis internacionais? Não é a primeira vez que o país deliberadamente ignora todas as leis internacionais em prol de seus interesses e desrespeitam os direitos de outra nação. Mas por que ninguém condena suas ações à luz do direito internacional? Por que um peso e duas medidas quando se tratam de violações cometidas por Washington?
Neste domingo (5) o Parlamento Iraquiano aprovou uma resolução que determina a saída de todas as tropas estrangeiras do território iraquiano, medida adotada como resposta pela violação do território iraquiano, onde fora lançado o ataque que vitimou Soleimani sem o conhecimento do governo iraquiano, um claro desrespeito aquela nação.
Em resposta, Donald Trump ameaçou o Iraque, afirmando que não irá retirar suas tropas do país de forma amistosa, ameaçando com sanções contra o Iraque depois que seu parlamento votou pela retirada das tropas americanas do país, deixando claro que fará o uso da força se necessário para manter suas bases no Iraque.
Trump insiste em alegar que Soleimani estava planejando ataques contra cidadãos dos EUA segundo os relatórios de inteligência que o levaram a optar pelo assassinato do líder iraniano.
A posição adotada por Donald Trump em relação ao Irã, acende um alerta, e deve ser objeto de reuniões entre líderes mundiais nos próximos dias, uma vez que o mesmo declarou que os EUA teriam como 52 alvos iranianos, alguns "em um nível muito alto e importante para o Irã e a cultura iraniana", deixando claro que uma possível retaliação do Irã poderá desencadear uma resposta desproporcional.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, negou no domingo que Trump tenha dito que atacaria locais culturais iranianos, mas o presidente o contradisse quando perguntado sobre o assunto na noite de domingo (5).
"Eles têm permissão para usar bombas na estrada e explodir nosso povo, e não podemos tocar em seus locais culturais? Não é assim que funciona", disse Trump.
O ataque a áreas culturais é considerada crime de guerra sob o direito internacional, incluindo uma resolução do Conselho de Segurança da ONU apoiada pelo próprio governo de Trump em 2017 e a Convenção de Haia de 1954 para a proteção de bens culturais.
A Human Rights Watch, com sede nos EUA, disse no domingo que a ameaça de Trump de atacar locais de importância cultural seria crime de guerra se fosse realizado.
"O presidente Trump deve reverter publicamente suas ameaças contra a propriedade cultural do Irã e deixar claro que ele não autorizará nem ordenará crimes de guerra", disse Andrea Prasow, diretora interina da Human Rights Watch em Washington. "O Departamento de Defesa dos EUA deve reafirmar publicamente seu compromisso de cumprir as leis de guerra e cumprir apenas as ordens militares legais".
O presidente também lançou uma ameaça a Bagdá depois que o parlamento iraquiano apoiou uma resolução pedindo que as tropas americanas e outras estrangeiras deixassem o país.
Trump disse que se o Iraque pedir que as forças dos EUA saiam, ele não retirará as tropas de maneira amigável, "cobraremos sanções como nunca visto antes. Isso fará com que as sanções iranianas pareçam nada".
"Temos uma base aérea extraordinariamente cara que está lá. Custou bilhões de dólares para construir. Não sairemos a menos que nos paguem", disse Trump.
Nader Hashemi, diretor do Centro de Estudos do Oriente Médio da Universidade de Denver, disse que os comentários de Trump são "insanos demais" e motivo de preocupação.
"Este é alguém que está completamente cercado por falcões de guerra, é movido por seu ego e está em uma campanha de reeleição", disse Hashemi. "Acho que ele está calculando que esse tipo de retórica difícil favorecerá sua imagem internamente para disputar as eleições".
Um ponto interessante a ser levantado, quanto custou para o Iraque a invasão norte americana desde 2003? Não teria um custo superior aos investimentos na base aérea? Há muito o que refletir, e preocupa o silencio da ONU diante de toda essa retórica dos EUA e as violações cometidas nos últimos dias, para não citar as cometidas há anos em todo o mundo.
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