Mostrando postagens com marcador Diplomacia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Diplomacia. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de março de 2020

Erdogan e Macron discutem sobre Idlib

0 comentários
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, conversou por telefone com seu colega francês, Emmanuel Macron, sobre a recente situação em Idlib, no noroeste da Síria, segundo a nota emitida neste domingo (1) pelo governo turco.
Erdogan e Macron discutiram relações bilaterais, a crise de refugiados e questões regionais, disse a nota.
O presidente da Turquia salientou que retaliará contra os ataques do regime de Assad, Erdogan disse ainda durante a conversa, que espera a solidariedade concreta e clara da OTAN.
Ele sublinhou que a crise humanitária na região será aprofundada à medida que o regime de Assad continuar seus ataques.
Observando que o fluxo de refugiados começou a pressionar as fronteiras europeias com a Turquia, Erdogan disse que esperava da Europa e da França oferecer soluções concretas e apoio às pessoas deslocadas.

Macron pede que Rússia  acabe imediatamente com ataques em Idlib.
No final da quinta-feira (27), pelo menos 34 soldados turcos foram mortos e dezenas de outros feridos durante um ataque aéreo lançado pelas forças do regime de Bashar al-Assad em Idlib, no noroeste da Síria.
Soldados turcos estão trabalhando para proteger civis locais sob um acordo assinado com a Rússia em setembro de 2018, o que proíbe atos de agressão na zona de Idlib.
Porém, mais de 1.300 civis foram mortos durante os ataques de Assad contra as posições turcas, com apoio das forças russas, o cessar-fogo continua sendo violado, segundo o presidente francês.

GBN Defense - A informação começa aqui
com agências de notícias
Continue Lendo...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Embaixador sírio diz que país aceita plano da Liga Árabe

0 comentários
A Síria aceita o plano estipulado no sábado no Cairo pelos ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe e da Rússia para solucionar o conflito no país, anunciou nesta segunda-feira o embaixador sírio em Moscou, Riad Haddad.

"Aceitamos os cinco pontos. Estamos de acordo com cessar a violência e estamos abertos ao diálogo para resolver os problemas", disse o diplomata, citado pela agência oficial russa "RIA Novosti".

O embaixador assegurou neste sentido que a reivindicação da oposição síria pela renúncia do presidente Bashar al Assad para iniciar o diálogo "é uma exigência prévia e uma intromissão nos assuntos internos de um país soberano".

A iniciativa da Liga Árabe e da Rússia, que será levada ao Conselho de Segurança da ONU, estipula a cessação da violência "seja qual for sua origem", a criação de um mecanismo neutro que supervisione o cessar-fogo e a não-intervenção estrangeira, detalhou no sábado o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

Além disso, contempla a chegada de ajuda humanitária "sem obstáculos" e o respaldo à missão do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, para estabelecer um diálogo entre o regime de Damasco e a oposição baseado nas resoluções de ambos organismos.

Precisamente, o Ministério de Emergências da Rússia anunciou hoje o envio de 80 toneladas de ajuda humanitária ao país árabe.

Fonte: EFE
Continue Lendo...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Irã e Iraque pretendem intensificar colaboração militar

0 comentários


Irã e Iraque pretendem intensificar a colaboração militar bilateral, relataram o comandante do Corpo de Guardiães da Revolução Iraniana, general Mohammad Ali Jafari, e o chefe do Estado-Maior Conjunto iraquiano, general Babaker Zebari, segundo divulgou nesta terça-feira a agência Irna.

Em reunião realizada na noite de segunda-feira na capital iraniana, Jafari propôs "harmonia e colaboração" entre os dois países no campo militar e também na luta contra grupos que ambos consideram terroristas: os esquerdistas Mujahedin Khalq (MKO) e os curdos do Partido por uma Vida Livre do Curdistão (PJAK).

Esses dois grupos atuam na fronteira e o alto comando militar iraquiano ressaltou que, antes do final do ano, as autoridades de Bagdá expulsarão os seguidores do MKO, qualificados como "inimigos dos dois países", do acampamento de Ashraf, próximo da divisa com o Irã.

Zebari disse que o Iraque decidiu "ampliar a cooperação militar com o Irã" e estreitar os laços bilaterais em outros campos.

Nos últimos meses, comandantes dos Guardiães da Revolução Iraniana informaram sobre diferentes ações contra o PJAK nos dois lados da fronteira com o Iraque, onde afirmou ter matado inúmeros membros desse grupo armado curdo.

A milícia do PJAK é uma cisão do principal movimento independentista curdo, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), implantado sobretudo na Turquia.

Jafari repetiu que "Estados Unidos e Israel são os verdadeiros inimigos do Irã e do Iraque" e que por isso a colaboração entre as duas nações vai continuar.

Os EUA anunciaram que irão retirar todas suas tropas do Iraque no final deste ano, visto que não conseguiram com que Bagdá aprovasse a imunidade jurídica para um grupo de militares que planejava deixar como assessores e instrutores das Forças Armadas iraquianas.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, advertiu o Irã para não interpretar sua retirada do Iraque como uma forma de aumentar sua influência na região, e que os militares americanos irão continuar em outros países da região, onde também têm aliados da Otan, como a Turquia.

A República Islâmica do Irã é governada por um regime teocrático muçulmano xiita, religião à qual pertencem 90% do país, e tem uma grande influência no Iraque.

Fonte: EFE
Continue Lendo...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Dia da Lembrança

0 comentários


Hoje é um dia significativo para o Brasil e o Canadá, assim como para os outros países junto aos quais continuamos a lutar para defender a paz e a liberdade. No Canadá, o Dia da Lembrança surgiu como forma de comemorar o fim das duas guerras mundiais e de batalhas travadas desde então. É um dia para prestar homenagem a todos aqueles que lutaram para defender nossos ideais e, ao fazê-lo, pagaram com a própria vida. Valorizar os sacrifícios feitos por dezenas de milhares de cidadãos corajosos nos faz lembrar o custo da democracia.

Ambos os países participaram da Segunda Guerra Mundial — em que o Brasil foi o único país da América Latina a se juntar às forças aliadas na Europa. Tropas brasileiras e canadenses desempenharam papel vital na campanha de 20 meses das tropas aliadas no Mediterrâneo que levou à libertação da Itália, em 1944. Dos 25.334 soldados que deixaram o Brasil para lutar na Europa, ao lado dos aliados, 467 não voltaram. Centenas desses pracinhas foram sepultados na Europa, marcando presença na Segunda Guerra, um dos mais sangrentos conflitos da humanidade. O Canadá perdeu 44.893 soldados nessa guerra.

O sacrifício de tantas vidas canadenses e brasileiras reflete os valores da paz, da liberdade e da justiça, que são tão caros para nossas sociedades. Segundo o escritor Rubem Braga, correspondente de guerra na Itália, o soldado inglês é um tommy, o francês é um poilu, e o brasileiro é um pracinha. Diz-se que, na guerra, a ação de um único soldado expressa a determinação de toda a sociedade.

Na Itália, o Brasil — como o Canadá e os outros aliados — pagou um tributo elevado para que a liberdade e a democracia viessem a prevalecer. Em memória desses heróis nacionais, nossos dois países possuem cemitérios na Itália — que servem para preservação da memória dos nossos patrícios. O cemitério brasileiro, próximo à cidade toscana de Pistoia, deixou de guardar os restos mortais dos soldados da Força Expedicionária Brasileira ainda na década de 1950. Esses pracinhas foram transladados para o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Mais de 5.900 canadenses mortos na Itália foram enterrados em 17 cemitérios — o principal deles é o Cemitério Agira, no centro da Ilha da Sicília.

Cabe a nós garantir que seu sacrifício e sua bravura não sejam esquecidos e que o legado de lutar por valores tão importantes continue hoje no empenho por um mundo mais democrático — com cidadãos corajosos que arriscam as vidas para ajudar.

Lembramos também os 22 funcionários das Nações Unidas que morreram no atentado com um caminhão-bomba em Bagdá, em 2003, incluindo o representante especial da Organização das Nações Unidas no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Sua morte foi uma perda para toda a comunidade internacional. Nossos pensamentos estão igualmente com as famílias dos 17 militares brasileiros e de outros mortos no Haiti, incluindo o diplomata Luiz Carlos da Costa, o segundo no comando, igualmente morto a serviço da ONU.

Trabalhando juntos para enfrentar as transformações do século 21, com a nossa forte e crescente cooperação, continuamos a lutar pela paz, pela segurança e pelo desenvolvimento. Por isso, quando a presidente Dilma e o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, se encontraram em Brasília, em agosto deste ano, concordaram em incentivar parcerias nas quais o Canadá e o Brasil cooperem para promover a paz no âmbito da ONU — como no Haiti.

O Brasil e o Canadá estão discutindo a possibilidade de estabelecer tropas canadenses sob o comando brasileiro na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah). O Canadá já tem oficiais destacados no Haiti sob o comando brasileiro do General Luiz Eduardo Ramos.

Para homenagear esses sacrifícios, o Canadá, a cada ano, realiza um evento especial com os pracinhas, em Brasília. Este ano, mais uma vez trouxemos um tocador de gaita de foles do Canadá para se unir aos gaitistas do Batalhão da Guarda Presidencial. Na Embaixada do Canadá há um monumento único — um cenotáfio consagrado — que existe para lembrar nossos soldados mortos, nossos colegas e nossos veteranos. Esquecer, jamais! É a força da nossa luta comum para defender e promover a paz no mundo inteiro que irá assegurar nossos países, nossos povos e nossos valores compartilhados.

Fonte: Correio Braziliense
Continue Lendo...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Irã volta alertar EUA e Israel sobre riscos de ataque ao país

0 comentários


O ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, afirmou nesta quinta-feira que seu país está preparado para o pior e advertiu os Estados Unidos sobre os riscos de um confronto com Teerã.

À margem de uma entrevista coletiva em Benghazi, leste da Líbia, Salehi foi questionado sobre informações da imprensa que indicavam uma eventual decisão dos EUA de acelerar o planejamento de um ataque contra o Irã por seu controverso programa nuclear.

"Lamentavelmente, os EUA perderam toda a sabedoria e prudência em termos de como abordar as questões internacionais", disse. "Eles perderam toda a racionalidade, nós estamos preparados para o pior, mas esperamos que eles pensem duas vezes antes de seguir para um confronto com o Irã".

Os EUA e outras potências ocidentais suspeitam que o Irã deseja fabricar armas nucleares, mas Teerã nega e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Em declarações publicadas nesta quinta-feira pela imprensa local, o chefe da Junta de Estado-Maior, general Hassan Firuzabadi, descartou um possível ataque americano ou israelense contra o Irã, e disse que os "EUA e o regime sionista sabem que se fizerem, sofrerão perdas enormes".

Segundo ele, um eventual ataque contra instalações nucleares no Irã teria graves consequências, e as forças iranianas estão preparadas para causar grandes danos.

Firuzabadi ressaltou que as Forças Armadas iranianas estão prontas para castigar quem fizer um movimento falso, em resposta a informações divulgadas na imprensa internacional sobre Israel e os EUA estudarem um possível ataque contra o Irã.

O alto comando militar também afirmou que um ataque dos países ocidentais contra o regime sírio de Bashar Assad, o principal aliado árabe do Irã, como o realizado na Líbia para derrubar Muammar Gaddafi, "colocaria fim à existência dos EUA e de Israel".

"Todos os muçulmanos do mundo se levantariam contra eles e não ficaria nada dos EUA nem da entidade sionista", disse Firuzabadi sobre um ataque militar da Otan, a aliança militar do Ocidente, à Síria. Para ele, os países ocidentais só falam de planos sobre o uso da força para "debilitar a posição do governo sírio, mas não seriam capazes de aplicá-los".

Otan descarta intervenção no Irã em resposta a programa nuclear

O secretário-geral da Otan, a aliança militar do Ocidente, Anders Fogh Rasmussen, pediu nesta quinta-feira que o Irã pare com seu programa de enriquecimento de urânio e descartou qualquer possibilidade da aliança participar de um ataque contra o país.

"A Otan não tem nenhuma intenção de intervir no Irã e não está envolvida na questão iraniana", ressaltou Rasmussen. Segundo meios de comunicação britânicos, tanto Washington como Londres estariam planejando uma possível ação militar pela preocupação crescente com as atividades nucleares de Teerã.

O secretário-geral disse nesta quinta-feira que a organização apoia "os esforços internacionais para buscar soluções políticas e diplomáticas ao problema do Irã" e pediu aos líderes iranianos que "cumpram as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e interrompam o programa de enriquecimento".

Nos últimos dias, também aumentaram as especulações em Israel sobre um possível ataque militar contra o programa nuclear iraniano, depois que vários jornais informaram que o assunto está sendo discutido pelo governo israelense.

Israel considera o desenvolvimento atômico iraniano como uma de suas maiores ameaças e um elemento desestabilizador de toda a região.

Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 41% dos israelenses são a favor que seu país ataque o Irã, enquanto 39% estão contra e 20% não sabem responder.

Fonte: Folha / EFE
Continue Lendo...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rússia: Ministro do Exterior explica política externa do país

0 comentários


O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, concedeu no fim de semana uma entrevista ao vivo, com mais de três horas de duração, para três emissoras de rádio do país:Voz da Rússia, Rádio Rússia e Eco de Moscou.

As perguntas foram feitas por jornalistas e ouvintes. O Ministro Lavrov falou sobre vários aspectos da política internacional e do posicionamento do governo russo acerca desses fatos.

Pergunta – Ministro Sergey Lavrov, a opinião pública internacional ainda comenta a morte do ex-líder líbio, Muammar Kadhafi. Como a Rússia se posiciona diante dos recentes acontecimentos na Líbia?

Sergey Lavrov – Para o governo russo, há muito tempo estava claro que o governo de Muammar Kadhafi havia perdido a sua legitimidade. Entretanto, a Rússia sempre sustentou que a solução dos problemas internos da Líbia competia exclusivamente à sociedade líbia e aos seus novos governantes. A Rússia sempre se opôs a intervenções militares externas na Líbia, ainda mais porque elas excederam o que havia sido acordado pelo Conselho de Segurança da ONU, ou seja, o fato de que essa intervenção militar externa só seria admitida, única e exclusivamente, para a defesa da população civil. Infelizmente, não foi isso o que aconteceu, e o mundo pôde assistir a uma série de excessos militares na Líbia. Agora, o governo da Rússia está solicitando esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte de Muammar Kadhafi. Essas circunstâncias exigem investigação com base no Direito Internacional.

P – Os fatos ocorridos este ano na Líbia e em outros países da África do Norte e do Oriente Médio demonstram que a sociedade está mais atenta às atitudes dos seus governantes. O que a Rússia tem a dizer desses fatos?

SL – Nossos parceiros ocidentais têm declarado que a forma como foi realizada a revolução na Líbia é um modelo para o futuro. Nós não queremos que futuros conflitos dessa natureza, se vierem a acontecer, adquiram tal forma. Nós não queremos, sobretudo, que a ingerência de forças externas aconteça como aconteceu, violando grosseiramente o Direito Internacional, inclusive as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, dedicada a esses casos concretos.

P – Voltando à questão específica da Líbia, como será o relacionamento da Rússia com o novo governo do país?

SL – A Rússia vai desenvolver as suas relações com o novo governo da Líbia na base dos tratados e acordos que já foram concluídos entre os dois países. A Rússia foi informada que a governança da Líbia seguirá a política e a lógica das vantagens mútuas.

P – A questão do abastecimento de gás russo para a Europa também tem suscitado muitos comentários internacionais. Da parte da Rússia, existe alguma questão polêmica em torno do gás que deva ser resolvida de imediato em prol da normalidade das relações internacionais?

SL – Do ponto de vista do governo russo, consideramos que a questão está sob pleno controle do Presidente Dmitri Medvedev e do Primeiro-Ministro Vladimir Putin, que mantêm acompanhamento permanente das vendas internacionais da empresa Gazprom. Portanto, a sua pergunta é plenamente pertinente ao se referir ao aspecto do relacionamento internacional da Rússia em relação ao fornecimento externo de gás. A Rússia se considera parceira próxima da União Europeia na questão energética e entende que cabe aos países-membros dessa entidade a harmonização do seu pensamento em relação à compra do gás russo. O nosso ponto de vista é que dúvidas e pendências devem ser resolvidas por meio de acordos e negociações diplomáticas. A possibilidade de recurso ao Poder Judiciário para a solução de dúvidas não nos entusiasma porque esta atitude prenuncia a existência de litígio. Posso lhe assegurar que o governo russo não possui qualquer interesse em alimentar litígios internacionais.

P – Rússia e Estados Unidos têm manifestado opiniões divergentes sobre a instalação do escudo antimísseis da Europa. O que o senhor tem a dizer sobre essas divergências?

SL – Antes de qualquer comentário sobre o enfoque específico da sua pergunta, é preciso dizer que os Presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev souberam construir um diálogo construtivo e de interação entre Estados Unidos e Rússia. Dito isto, devemos dizer que temos algumas divergências radicais em torno de alguns assuntos. Um deles é exatamente a questão da defesa antimísseis da Europa. A Rússia não aceita, categoricamente, o jogo do faz de conta de que a sua posição não é compreendida. Aceitamos as tentativas de fazer de conta que não nos entendem. Nós sabemos que somos muito bem compreendidos quando exigimos nosso direito de obter garantias formais de que as nossas fronteiras e a nossa integridade física não serão ameaçadas pelo escudo antimísseis da Europa montado pelos Estados Unidos e pela OTAN. Até 2020, será criada uma infraestrutura ramificada em todo o espaço euro-atlântico, de norte a sul, em volta de nossas fronteiras. Isto gera preocupações legítimas e o consequente direito de nos defendermos desde já contra uma realidade altamente perigosa para a Rússia.

P – Ministro, há pouco o senhor falou do relacionamento Rússia-Europa. Fala-se muito em abolição de vistos entre a Rússia e os países da União Europeia. Como estão esses entendimentos?

SL – Do nosso ponto de vista, temos tudo para acreditar que em pouquíssimos meses essa questão estará resolvida. Portanto, cidadãos russos e europeus podem estar certos de que brevemente sua circulação será livre e absolutamente mais fácil pelos territórios de cada país da Europa e da própria Rússia.

P – O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia está atuando ativamente no repatriamento dos compatriotas, cidadãos russos ou de origem russa que vivem em outros países. Como se dá a atuação do Ministério nesse setor?

SL – Esta é uma iniciativa muito feliz para o nosso Ministério. A Rússia precisa dos seus cidadãos em nosso país, porque aqui é o seu verdadeiro e originário lar. É claro que a questão demográfica nos preocupa, mas trabalhamos junto com vários outros órgãos do governo no sentido de incentivar a reacomodação, no território da Rússia, de cidadãos russos, ou, como você diz, de cidadãos de origem russa. O papel do Ministério dos Negócios Estrangeiros nesse aspecto é incentivar e facilitar o retorno dos russos à Rússia.

P – Ministro, vamos falar de outra importantíssima questão, a expectativa da Rússia de ter o seu ingresso na Organização Mundial do Comércio, algo que vem postulando desde 1993 e 1994. Pode-se esperar para este ano de 2011 a admissão da Rússia na OMC?

SL – A Rússia entende que já cumpriu todas as exigências da Organização Mundial do Comércio para obter a sua admissão. Neste momento, temos conversações com a Geórgia, e a intermediação está sendo feita pela Suíça. Para a Rússia, não creio que possam existir dificuldades adicionais. Nossos parceiros (Estados Unidos e Europa) dizem que falta muito pouco para a entrada da Rússia na OMC. O Ministério dos Negócios Estrangeiros não tem faltado com o seu empenho para que isso aconteça ainda este ano.

P – Ministro Sergey Lavrov, vamos encerrar esta entrevista falando do relacionamento da Rússia com o Japão em torno da soberania sobre as ilhas Curilas exercida pela Rússia como sucessora direta da União Soviética, já que a soberania russa foi adquirida ao fim da Segunda Guerra Mundial. O senhor entende que o Japão, ao reivindicar a devolução das Curilas, está exercendo um direito ilegítimo?

SL – De acordo com as decisões tomadas ao fim da Segunda Guerra Mundial e firmadas na Carta das Nações Unidas, as ilhas Curilas sempre foram, são e serão um território do nosso país. A Rússia gostaria de desenvolver todo um potencial de relações com o Japão, com quem o nosso país tem um crescente diálogo político e uma veloz ampliação da colaboração econômica.

Fonte: Diário da Rússia
Continue Lendo...

Israel oferece ajuda à Turquia apesar da crise diplomática

0 comentários


O Governo israelense ofereceu neste domingo ajuda à Turquia para fazer frente aos danos causados pelo terremoto em Van, apesar da profunda crise diplomática existente entre os dois países.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, deu instruções ao Exército para que ofereça assistência a Ancara nas tarefas de socorro, informou o Ministério em comunicado.

Além disso, o Ministério de Relações Exteriores israelense iniciou contatos com sua contraparte turca para oferecer a ajuda que for necessária.

Analistas turcos informaram que entre 500 e mil pessoas podem ter morrido no terremoto, de 7,2 graus de magnitude que sacudiu hoje a província de Van, no leste da Turquia.

O Centro Sismológico Kandilli da Universidade do Bósforo de Istambul declarou que o tremor aconteceu "muito perto da superfície", a apenas cinco quilômetros de profundidade, motivo pelo qual no epicentro "foi sentindo como um terremoto de entre 8 graus e 9 graus".

O terremoto foi sentido em alguns edifícios altos da cidade de Tel Aviv, no litoral mediterrâneo israelense, informou o Instituto Geofísico local.

A oferta de assistência à Turquia poderia ser um primeiro passo para melhorar as relações entre os países, estremecidas desde o assalto israelense à chamada "Flotilha da Liberdade" em 2010, no qual comandos especiais israelenses mataram nove ativistas civis turcos.

Ancara exige desculpas e compensações às famílias das vítimas por parte de Israel, que se nega a dá-las, ao entender a participação turca na pequena frota como uma provocação e uma tentativa de romper um bloqueio marítimo sobre Gaza, que considera legal.

Fonte: EFE
Continue Lendo...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Palestinos e israelenses se preparam para troca de prisioneiros

0 comentários


A Autoridade Penitenciária de Israel publicou neste domingo a lista oficial dos 477 prisioneiros palestinos que serão libertados em troca do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por grupos palestinos há mais de cinco anos.

Logo depois da publicação, as autoridades começaram a deslocar as 27 prisioneiras que serão libertadas para a cadeia Hasharon, e os 450 prisioneiros para a cadeia de Ktziot, no sul de Israel.

Tanto em Israel como nos territórios palestinos há preparativos intensos para a troca de prisioneiros, e nos dois lados cresce a comoção pública com a aproximação da data da libertação, prevista para a próxima terça-feira.

A Cruz Vermelha deverá identificar e examinar os prisioneiros nessas duas cadeias, das quais eles serão transportados para postos de checagem militares na entrada da Faixa de Gaza e da Cisjordânia na terça.

A policia de Israel armou um forte esquema de segurança para garantir o deslocamento dos prisioneiros, já que, segundo analistas militares, existe o receio de que grupos israelenses de extrema direita tentem atacar os ônibus nos quais os palestinos serão transportados.

Ao mesmo tempo, famílias de vítimas de atentados entraram com recursos na Justiça para impedir a libertação de responsáveis por ataques que causaram a morte de seus filhos. Porém, segundo precedentes, a Justiça de Israel não costuma interferir em decisões políticas do governo.

FAMÍLIA SHALIT

No vilarejo de Mitzpe Hila, no norte de Israel, os pais de Gilad Shalit se preparam para recebê-lo, e dezenas de veículos de comunicação, locais e internacionais, já se instalaram perto da casa da família Shalit.
Shalit é o prisioneiro de guerra israelense que ficou o período mais longo no cativeiro. A história dele causou profunda comoção em Israel e, segundo as últimas pesquisas de opinião, 90% da população apoia o acordo entre Israel e o grupo islâmico Hamas para obter a libertação do soldado.

A mídia local acompanha de perto todas as informações ligadas à libertação, inclusive detalhes mínimos como o nome exato da água de colônia que a mãe de Shalit colocou na sacola que ele deverá receber ao chegar no Egito, de onde deverá ser transferido para Israel.

Gideon Levy, colunista do jornal "Haaretz", chegou a qualificar a comoção que se instalou em Israel como "psicose".

Na faixa de Gaza, o braço armado do Hamas se prepara para transportar Shalit do local do cativeiro até o
Egito - operação considerada de alto risco, pois há receios de que grupos extremistas islâmicos, ligados à Al Qaeda, tentem sabotar a troca de prisioneiros.

De acordo com analistas, o Hamas também teme que Israel faça uma operação militar para soltar Shalit no momento em que sair do cativeiro, sem pagar o preço da soltura dos prisioneiros palestinos.

DÉCADAS NA CADEIA

Na faixa de Gaza, na Cisjordânia e em aldeias árabes em Israel, dezenas de famílias se preparam para se reunir com prisioneiros que estão há mais de 20 anos em cadeias israelenses.

O prisioneiro mais antigo é Sami Yunes, de 80 anos, da aldeia de Arara, no norte de Israel. Ele foi preso por assassinato em 1983.

Outro prisioneiro dos mais antigos é Tawfic Abdallah, 56 anos, marido da brasileira Lamia Maruf, condenado à prisão perpétua em 1986 pelo sequestro e assassinato de um soldado israelense.

O governo do Hamas começou a erguer um grande palanque na praça central da cidade de Gaza, no qual será realizada a recepção para mais de 300 prisioneiros, nesta terça-feira.

No entanto, nos territórios palestinos também há muitas famílias decepcionadas pelo fato de seus parentes não constarem da lista de libertados.

Depois da soltura dos 477 prisioneiros nesta semana, e de outros 550 dentro de dois meses, ainda restarão mais de 6 mil prisioneiros palestinos nas cadeias israelenses.

Fonte: BBC Brasil
Continue Lendo...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Israel é seu pior inimigo?

0 comentários


Durante décadas, os líderes palestinos às vezes pareciam ser os piores inimigos de seu próprio povo. Radicais palestinos antagonizavam o Ocidente, e, quando líderes militantes passaram a recorrer a sequestros e lançamentos de foguetes, enfraqueceram a causa palestina em todo o mundo. Eles empoderaram os colonos e os "falcões" israelenses e evisceraram os "pombos" de Israel.

Hoje em dia o mundo está virado de ponta-cabeça. Agora é Israel que corre perigo devido a seus líderes e sua postura maximalista. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está isolando seu país, e, para falarmos francamente, sua linha dura em relação aos assentamentos mais parece uma política de suicídio nacional.

Nada é mais corrosivo que a construção por Israel de mais casas nos assentamentos, porque isso joga por terra a esperança de um acordo de paz no futuro. O erro mais recente de Netanyahu se deu depois de a administração Obama se ter humilhado, fazendo pressão diplomática plena para bloquear a aceitação pelas Nações Unidas do Estado palestino. Em um momento em que o presidente Barack Obama já tinha várias outras coisas em sua pauta --por exemplo, evitar um derretimento econômico global--, os Estados Unidos desperdiçaram a boa vontade internacional ao ameaçarem vetar o reconhecimento do Estado palestino, algo de que todos afirmam estar a favor.

Na semana passada, com essa briga diplomática nas Nações Unidas já encaminhada, Israel anunciou planos para a construção de 1.100 novas unidades habitacionais em uma parte de Jerusalém que fica fora de suas fronteiras anteriores a 1967. Em lugar de mostrar apreciação pelo que Obama fizera, Netanyahu lhe deu um soco no olho.

Prevejo uma enxurrada de respostas iradas. Tenho consciência de que muitos insistem que Jerusalém precisará ser inteira de Israel de qualquer maneira em qualquer acordo de paz, de modo que novos assentamentos não têm importância. Se essa é sua posição, então você pode dizer adeus a qualquer acordo de paz. Todo negociador conhece os pontos básicos de um acordo de paz , fronteiras de 1967 sem trocas de terra, Jerusalém como capital dos Estados palestino e israelense, direito de retorno apenas simbólico, e insistir sobre uma Jerusalém inteiramente israelense significa que não haverá acordo de paz, nunca.

O ex-presidente Bill Clinton disse diretamente em setembro que Netanyahu é o culpado pelo fracasso do processo de paz no Oriente Médio. Um fator de pano de fundo, observou Clinton corretamente, é a transformação demográfica e política na sociedade israelense, que vem fazendo o país ser mais conservador em relação a questões de fronteiras e territórios.
É claro que Netanyahu está longe de ser o único obstáculo à paz. Os palestinos estão divididos, com o Hamas controlando a Faixa de Gaza. E o Hamas não apenas reprime seu próprio povo, mas também conseguiu devastar o movimento de paz em Israel. Essa é a coisa mais triste no Oriente Médio: setores de linha dura como o Hamas empoderam representantes da linha dura como Netanyahu.

Estamos diante de um período perigoso no Oriente Médio. A maioria dos palestinos parece sentir que o processo de paz de Oslo não deu em nada, e os israelenses parecem concordar: em uma sondagem recente publicada pelo jornal "Yediot Aharonot", dois terços dos entrevistados opinaram que não existe chance de um acordo de paz com os palestinos, nunca.

A melhor esperança dos palestinos estaria em um grande movimento de base de resistência pacífica não violenta contra os assentamentos ilegais na Cisjordânia, liderado por mulheres e inspirado no trabalho de Mahatma Gandhi e do reverendo Martin Luther King Jr. Um número crescente de palestinos está aderindo a variações sobre esse modelo, embora às vezes o estrague ao definir a não violência como algo que inclui atirar pedras e ao conferir o papel de liderança a homens jovens e de cabeça quente.

As Forças de Defesa de Israel podem lidar com homens-bomba e foguetes disparados pelo Hezbollah. Não tenho igual certeza de que poderiam derrotar mulheres palestinas que bloqueassem as estradas que levam aos assentamentos ilegais, dispondo-se a suportar gás lacrimogêneo e cassetadas com vídeos de tudo sendo prontamente postados no YouTube.
Netanyahu também prejudicou a segurança de Israel ao queimar as relações com o aliado mais importante de Israel na região, a Turquia. Agora há também o risco de enfrentamentos no Mediterrâneo entre embarcações navais israelenses e turcas. Essa foi uma razão pela qual o secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, repreendeu o governo israelense alguns dias atrás, por isolar-se diplomaticamente.

Então, partindo daqui, para onde vamos? Se um acordo de paz não surgir logo, e se Israel continuar com sua ocupação, então Israel deveria dar a todos os palestinos das áreas que controla o direito de votar nas eleições israelenses. Se os judeus na Cisjordânia podem votar, então os palestinos que vivem ali deveriam poder fazer o mesmo.

É isso o que significa a democracia: as pessoas têm o direito de votar no governo que controla suas vidas. Alguns de meus amigos israelenses pensarão que sou injusto e áspero, aplicando dois pesos e duas medidas por focar as falhas israelenses e prestar menos atenção às de outros países da região. É justo: me confesso culpado disso. Eu aplico padrões mais altos a um aliado estreito dos EUA como é Israel, que é receptor de assistência americana enorme.

Amigos não deixam seus amigos dirigir embriagados nem conduzir em um rumo diplomático que leva seu país a afastar-se de qualquer perspectiva de paz. Hoje os líderes de Israel às vezes parecem ser os piores inimigos de seu país, e chamar a atenção a isso é um ato de amizade.

Fonte: New York Times
Continue Lendo...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Palestinos avançam rumo a ingresso em agência da ONU

0 comentários


Os palestinos deram nesta quarta-feira mais um passo rumo ao ingresso na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), quando seu conselho executivo respaldou o pedido de adesão plena do Estado palestino à agência da ONU. Os EUA criticaram a medida, argumentando que tal decisão é incoerente com o pedido em curso no Conselho de Segurança, que ainda está sob análise.

A chancela da Unesco, uma das mais importantes agências das Nações Unidas, com sede em Paris, pode conceder mais peso ao pedido de ingresso palestino à ONU como Estado pleno, que atualmente está sendo discutido no Conselho de Segurança da entidade.

O pedido foi aprovado por 40 dos 58 membros do conselho executivo da Unesco, repassando o tema para a próxima etapa, a votação pelos 193 países-membros do organismo, no dia 25 deste mês.

Quatro países rejeitaram a solicitação, incluindo os EUA, e 14 optaram pela abstenção, entre eles França e Espanha.

Os palestinos têm status de observadores na Unesco desde 1974. Para ganhar status de membro pleno, os chamados "Estados" que não são membros da ONU podem ser admitidos na Unesco se forem aprovados por maioria de dois terços na Conferência Geral.

EUROPA

A notícia chega no mesmo dia em que Mahmoud Abbas, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), chegou a Estrasburgo, na França, para um encontro com os parlamentares europeus no Conselho da Europa, onde deve pedir apoio ao pedido de ingresso à ONU como Estado pleno.

Acompanhado pelo negociador-chefe Saeb Erekat e o chanceler palestino Riyad al Malki, Abbas deve se reunir com a chefe de diplomacia do bloco, Catherine Ashton, durante a viagem.

Ele discursará diante da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa nesta quinta-feira.

BATALHA DIPLOMÁTICA

O anúncio da Unesco pode ser considerado mais uma etapa da batalha diplomática que os palestinos travam para pressionar a comunidade internacional a aceitar seu ingresso nas Nações Unidas.
Fortemente rejeitada pelos EUA e Israel, que acusam os palestinos de quererem isolar os israelenses ao angariar apoio mundial para a criação de seu Estado, a pressão diplomática vem avançando.

Abbas já tem em curso um pedido de ingresso à OMC (Organização Mundial do Comércio) e recebeu nesta semana o status de "parceiro" no Conselho da Europa, o principal órgão de direitos humanos do bloco europeu.

EUA

Washington, que declarou antecipadamente seu veto também ao pedido palestino de ingressar na ONU --EUA, Rússia, China, França e Reino Unido detêm poder de veto no conselho-- mostrou indignação frente à decisão da Unesco, classificada como "incoerente".

"No Conselho de Segurança há um processo em curso. É, portanto, incoerente tomar decisões a respeito de organismos da ONU antes de o Conselho de Segurança se pronunciar", argumentou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado.

Em comunicado, o embaixador dos EUA na Unesco, David Killion, pediu a todos os delegados que se juntem aos Estados Unidos em votar "não".

Os EUA, que respondem por 22% do orçamento da agência da ONU, podem retirar seu financiamento à Unesco como represália.

A presidente do comitê de relações exteriores da Câmara dos Deputados americana, Ileana Ros-Lehtinen, sugeriu a medida caso o pedido palestino seja aprovado.

"Temendo que seus esforços junto ao Conselho de Segurança fracassem, a liderança palestina está buscando reconhecimento em outras partes do sistema da ONU. Esta tentativa de manipular o processo precisa ser interrompida. Nossas contribuições são a alavancagem mais forte que temos na ONU e devem ser usadas para defender nossos interesses e nossos aliados e sustar este esforço palestino perigoso", disse.

ISRAEL

O governo israelense rejeitou o anúncio da Unesco, argumentando tratar-se de uma "rejeição ao caminho das negociações, assim como ao plano do Quarteto para continuar o processo político [como tentativa de resolver o conflito israelo-palestino]".

"A medida nega os esforços da comunidade internacional para avançar o processo político. Um decisão como esta não ajudará os palestinos em suas aspirações rumo à criação de seu Estado", disse a Chancelaria israelense em comunicado.

Diplomatas de Israel se mobilizam agora para tentar convencer os Estados-membros a abandonarem o pedido e "não politizar a Unesco, deixando o assunto para Nova York", disse o embaixador de Israel na agência da ONU, Nimrod Barkan.



Fonte: Folha
Continue Lendo...

Reino Unido garantirá segurança das Malvinas

0 comentários


O ministro da Defesa britânico, Liam Fox, afirmou nesta quarta-feira que o Reino Unido "garantirá a segurança" das Ilhas Malvinas e protegerá a população do território, que é reivindicado pela Argentina, enquanto ela quiser permanecer sob o domínio britânico.

A posição de Fox, reiterada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, e pela diplomacia do país em diversas ocasiões, é de que o Reino Unido se compromete com a defesa do direito dos malvinenses de escolher seu futuro.

Fox ainda declarou sua admiração pela ex-primeira ministra britânica Margaret Tatcher (1979-1990) durante um discurso proferido no Congresso Anual do Partido Conservador, em Manchester.

O ministro disse que "uma vitória foi possível [nas Malvinas] graças à resolução de outro premiê conservador", referindo-se a Thatcher. Ele explicou que "foi durante seu governo, em 1982, que o Reino Unido travou uma guerra com a Argentina pelo domínio da região".

Fox, no entanto, relembrou que, diferentemente do ocorrido nos anos 1980, agora "estamos buscando relações mais próximas" com Buenos Aires.

A declaração foi feita poucas semanas após a companhia petroleira britânica Rockhopper Exploration Plc. ter anunciado um investimento de US$ 2 bilhões (R$ 3,7 bilhões) nas águas das Ilhas Malvinas para transformar a área em um polo de extração de petróleo.

As Ilhas Malvinas (conhecidas no Reino Unido como Ilhas Falkland), são um território inglês pelo qual a Argentina reclama posse desde o século 19. Em 1982, os dois países travaram uma guerra por seu domínio e, mesmo com o Reino Unido tendo sido vencedor, o governo argentino ainda reclama seus direitos sobre as ilha.

Fonte: ANSA
Continue Lendo...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Israel está cada vez mais isolado, diz secretário de Defesa dos EUA

0 comentários

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, afirmou no domingo que a primavera árabe deixa Israel "cada vez mais isolado" no Oriente Médio e que o poder militar do país não poderia compensar uma posição diplomática debilitada.

Em declarações a jornalistas a bordo do avião que o transportava a Israel como parte de uma viagem pelo Oriente Médio, Panetta disse que era crucial para Israel reforçar as relações com o Egito e outros países na região.

"Não tenho dúvidas de que eles mantêm uma vantagem (militar). Mas a pergunta que vocês devem fazer é: faz sentido manter uma vantagem militar se você está se isolando na arena diplomática?", declarou. "Neste momento espetacular no Oriente Médio, quando aconteceram tantas mudanças, não é uma boa situação para Israel ficar cada vez mais isolado. E é isto o que está acontecendo".

Panetta, que se reunirá com autoridades israelenses e palestinas antes de uma viagem ao Egito e de uma reunião da Otan em Bruxelas esta semana, disse que Israel precisa reparar os vínculos diplomáticos com países como Egito e Turquia, e destacou que Washington está disposto a colaborar com a questão.

Fonte: France Presse
Continue Lendo...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Rússia pede na ONU garantias sobre escudos antimísseis dos EUA

0 comentários


O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, pediu novamente nesta terça-feira, diante da Assembleia Geral da ONU, "garantias legais sólidas" sobre o projeto de escudo antimísseis americano que será montado na Europa.

"A mobilização de antimísseis em diferentes lugares do mundo altera a configuração global da segurança internacional", afirmou o ministro russo.

"Precisamos de garantias legais sérias sobre o fato de que o potencial da defesa antimíssil será realmente o adequado, de acordo com os objetivos declarados e não desestabilizará os equilíbrios mundiais e regionais", afirmou Lavrov.

"Esta questão é pertinente tanto para a Europa como para a região da Ásia-Pacífico, onde a defesa antimíssil é um fator que afeta a política estratégica", disse o responsável pela diplomacia russa.

O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, pediu no último mês de junho "garantias legais" para assegurar que o futuro escudo antimísseis dos EUA e da Otan não seja dirigido contra a Rússia.

Da mesma forma, Lavrov pediu mais uma vez que "todos os Estados com capacidade nuclear" se unam aos esforços russos e americanos para reduzir os armamentos nucleares.

Os progressos nesta área são apenas possíveis "sobre uma base multilateral", afirmou Lavrov.

A Otan e os Estados Unidos pretendem mobilizar um sistema de interceptação de mísseis por conta do que consideram ser uma crescente ameaça de disparos procedentes do Oriente Médio, particularmente do Irã.
A Rússia pediu em diversas ocasiões que a Otan abandonasse o projeto.

Fonte: France Presse
Continue Lendo...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Irã convida líder dos rebeldes líbios a visitar Teerã

0 comentários


O ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, convidou o chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafa Abdel Jalil, a realizar uma viagem oficial a Teerã, informou um comunicado do ministério nesta terça-feira.

Segundo nota divulgada pela pasta, durante conversa telefônica realizada na noite de segunda-feira, Salehi convidou Abdel Jalil a viajar a Teerã "na primeira ocasião" que tiver.

O chefe da diplomacia iraniana também cumprimentou "a vitória da revolução do povo muçulmano líbio e insistiu no desenvolvimento das relações entre a República islâmica do Irã e a Líbia".

O diálogo telefônico foi o primeiro contato oficial entre o Irã e o CNT desde a queda do ditador Muammar Gaddafi. O Irã, apesar de saudar a "vitória do povo líbio muçulmano", não anunciou o reconhecimento formal do CNT.

O comunicado afirma que o embaixador do Irã na Líbia, que havia saído de Trípoli "após o movimento de contestação do povo líbio", voltará em breve a seu posto.

Abdel Jalil, por sua vez, disse esperar que Salehi "viaje em breve à Líbia". O líder do CNT também agradeceu "a República islâmica do Irã pela ajuda e a assistência ao povo líbio nos momentos difíceis" e expressou seu desejo de "um reforço das relações entre os dois países".

Salehi afirmou no último domingo que o Irã havia enviado secretamente ajuda humanitária aos rebeldes líbios antes da queda de Gaddafi.

Apesar de expressar sua solidariedade com a luta dos rebeldes líbios, Teerã sempre condenou a intervenção militar da Otan na Líbia.

Fonte: France Presse

Continue Lendo...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EUA mantêm Cuba em lista de países patrocinadores do terrorismo

0 comentários


Os Estados Unidos mantiveram Cuba em sua lista de países patrocinadores do terrorismo em um relatório anual que foi divulgado na última quinta-feira (18) pelo Departamento de Estado.

"O governo de Cuba foi designado como Estado patrocinador do terrorismo em 1982 e, embora tenha se manifestado publicamente contra o terrorismo e seu financiamento em 2010, não houve evidência de que tenha cortado seus laços" com grupos considerados terroristas por Washington, ressaltou o informe.

Os Estados considerados patrocinadores do terrorismo não podem receber ajuda econômica dos Estados Unidos nem gozar de benefícios comerciais ou tratados financeiros, entre outras proibições.

Havana não cortou suas ligações com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, segundo recentes informações da imprensa, ex-membros do ETA, organização separatista armada basca, "continuam vivendo em Cuba", indicou o relatório.

Cuba "não colaborou com iniciativas antiterroristas nem participou de operações globais ou regionais contra o terrorismo", ressaltou o texto, que avaliou a situação do terrorismo no mundo em 2010.

A lista negra é integrada, além de Cuba, por Irã, Síria e Sudão

Fonte: France Presse

Continue Lendo...

domingo, 14 de agosto de 2011

De Riad a Teerã e a Ancara – Sauditas, Persas e Turcos disputam o controle do Oriente Médio

0 comentários


Arábia Saudita, Irã e Turquia disputam a Guerra Fria do Oriente Médio. Os três são Estados majoritariamente islâmicos, sendo que sauditas e turcos são sunitas e os iranianos, xiitas. Também há diferenças na etnia. Riad é árabe; Ancara, turca; e Teerã, persa. Para completar, a Turquia é uma democracia; a Arábia Saudita, uma monarquia absolutista extremista islâmica e viés wahabbita; e o Irã, um Estado teocrático com alguma forma de liberdade eleitoral desde que não se choque com os ideiais políticos do regime – o que chamaríamos de ditadura travestida de democracia.

Os iranianos exercem a sua influência através do treinamento de milícias xiitas, como o Hezbollah, no Líbano, e o Exército Mahdi, no Iraque. Também arma o Hamas, apesar de organização palestina ser sunita. Seu principal aliado é o regime de Bashar al Assad, na Síria, que tem combatido violentamente os protestos da oposição.

Os sauditas têm o poder do petróleo e o Conselho de Cooperação do Golfo. Nos atuais levantes árabes, são responsáveis por milícias que atuam na oposição síria contra Assad. Também são influentes nos grupos opositores libaneses através de sua relação com o ex-premiê Saad Hariri. Em Bahrain, ajuda na sanguinária repressão contra os manifestantes anti-monarquia. Estes, por sinal, contam com o apoio do Irã.

A Turquia, por sua vez, tem sido a nação mais responsável de todas. Não adota dois pesos e duas medidas em relação ao mundo árabe – a minha redação seria distinta se escrevesse dos curdos, dos cipriotas e dos armênios. Ancara não pensou duas vezes antes de condenar publicamente Assad, um aliado até poucos meses atrás. Desde o início, vem defendendo da democracia na região.

Estas três nações compõem tradicionalmente o Oriente Próximo. Turcos e persas foram inimigos por séculos. As tribos árabes da Península onde hoje está a Arábia Saudita também eram rivais de Istambul, na época capital do Império Otomano, e de Teerã.

Outras forças um pouco mais distantes como a Rússia também são poderosas e possuem seus interesses. Moscou, assim como os EUA, desenvolveu uma série de alianças nas décadas da Guerra Fria que ainda permanecem importantes. Uma delas é com a Síria. Os chineses também estabeleceram laços comerciais na região.

Ainda é cedo para dizer quem vai vencer este embate. Os Estados Unidos claramente adotaram aTurquia como aliada. As relações com os sauditas estão deterioradas desde que Obama não fez nada para ajudar Mubarak no Egito. Washington também se irritou com a intervenção de Riad em Bahrain. Os europeus, com seus problemas internos, também tem recorrido à Turquia.

Israel apenas observa. Não deve se envolver em nada por enquanto. Preferia Assad apenas pela previsibilidade do líder sírio. Os israelenses também estão insatisfeitos com os acontecimentos no Egito, onde um populismo tem crescido inclusive entre os militares. Internamente, enfrentam protestos contra o elevado custo de vida e a concentração de riqueza nas mãos de algumas famílias como os Dankner e os Tshuva, que controlam companhias de telecomunicações e energia. Para completar, setembro está chegando e os palestinos seguem com o ideal de conseguir a criação de seu Estado na Assembleia Geral.

Fonte: Estadão

Continue Lendo...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Oriente Médio: confusão total entre EUA e aliados

0 comentários

Nos últimos 50 anos, a política dos Estados Unidos no Oriente Médio foi construída a partir de estreitos laços com três países: Israel, Arábia Saudita e Paquistão. Em 2011, essa política apresenta diferenças significativas com esses três países. Além disso, tem divergências públicas com Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, China e Brasil acerca de suas atuais políticas na região. Parece que quase ninguém concorda com os Estados Unidos nem segue sua linha. É possível ouvir a frustração do presidente dos EUA, do Departamento de Estado, do Pentágono e da CIA, que percebem que a situação está fugindo do seu controle.

Por que os EUA criaram essa aliança tão estreita com Israel é um assunto de muito debate. Mas é visível que nos últimos anos essa relação vem se tornando cada vez mais tensa. Israel conta com a ajuda financeira e militar dos EUA e com seu veto sempre fiel no Conselho de Segurança da ONU. O que ocorreu agora é que tanto os políticos israelenses como sua base de apoio nos EUA se moveram de forma constante para a direita. Israel se mantem firme em duas coisas: as eternas demoras para estabelecer negociações sérias com a Palestina e a esperança de que alguém bombardeie os iranianos. Obama tem se movido na direção oposta, pelo menos até onde permite a política interna estadunidense.

As tensões são fortes e Netanyahu está rezando, se é que reza, para que haja uma vitória republicana em 2012. No entanto, o momento da crise pode vir antes disso, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas votar pelo reconhecimento da Palestina como estado membro. Os EUA se encontrarão em uma posição perdedora, ao lutarem contra isso.

A Arábia Saudita vem tendo uma confortável relação com Washington desde que o presidente Franklin Delano Roosevelt se reuniu com o rei Abdul Aziz em 1945. Eles foram capazes de controlar a política petroleira em todo o mundo. Colaboraram em assuntos militares e os Estados Unidos contaram com os sauditas para manter sob controle os regimes árabes. Mas agora o regime saudita sente-se bastante ameaçado pela segunda revolta árabe. Ficou muito contrariado pela aprovação da derrubada de Mubarak e pelas críticas estadunidenses – por mais leves que tenham sido – à intervenção saudita no Bahrein. As prioridades dos dois países são agora bastante diferentes.

Na era da Guerra Fria, quando Washington considerava que a Índia estava muito próxima da União Soviética, o Paquistão obteve o respaldo pleno dos EUA (e da China), sem importar que regime estivesse no poder. Trabalharam juntos para apoiar os mujahedins no Afeganistão e forçaram a retirada das tropas soviéticas. É de se supor que trabalharam juntos para impulsionar o crescimento da Al-Qaeda. Duas coisas mudaram. Na era pós-Guerra Fria, os EUA desenvolveram relações muito mais cordiais com a Índia, para frustração do Paquistão. Além disso, Paquistão e EUA estão em forte desacordo acerca de como manejar a sempre crescente força da Al-Qaeda e dos talibãs no Paquistão e no Afeganistão.

Um dos principais objetivos da política externa dos EUA desde o colapso da União Soviética tem sido evitar que os países europeus desenvolvam políticas autônomas. Mas agora os três principais países europeus – Inglaterra, França e Alemanha – estão desenvolvendo suas próprias políticas. Nem a linha dura de George W. Bush nem a diplomacia mais suave de Barack Obama parecem ter diminuído o ritmo desta tendência. O fato de que França e Inglaterra peçam agora aos EUA para assumir uma liderança mais ativa na luta contra Kadafi e o fato de a Alemanha dizer mais ou menos o oposto é menos importante que o fato de que os três estão dizendo estas coisas em voz alta e forte.

Rússia, China e Brasil jogam todas suas cartas em termos de suas relações com os EUA. Nos dias que correm, esses três países se opõem a quase todas as posições estadunidenses. Podem não ir às últimas consequências (não fazem uso de seu veto no Conselho de Segurança, no caso dos dois primeiros) porque os EUA ainda têm garras que pode utilizar. Mas certamente não estão cooperando. O fiasco da recente viagem de Obama ao Brasil, onde pensou que podia iniciar um novo enfoque com a presidenta Dilma Rousseff – e não conseguiu – mostra a pouca influência que os EUA têm na atualidade.

Por fim, a política interna dos EUA também mudou. A política externa bipartidária converteu-se em memória histórica. Agora, quando Washington vai à guerra com a Líbia, as pesquisas de opinião mostram apenas 50% de respaldo por parte da população. E os políticos de ambos partidos atacam Obama por ser demasiado “falcão” ou demasiado “pomba”. Todos tentam tirar algum proveito com essas críticas. Isso pode fazer com que o presidente Obama se veja forçado a aumentar o envolvimento estadunidense em toda a região, exacerbando as reações negativas de todos os que, alguma vez, foram aliados.

É bem conhecido que Madeleine Albright disse que os Estados Unidos eram a nação indispensável. Segue sendo ainda o gigante do cenário mundial. Mas é um gigante torpe, inseguro sobre onde vai e como faz para ir. A medida da decadência estadunidense é o grau no qual seus antigos aliados mais próximos estão prontos para desafiar seus desejos e dizê-lo de forma pública. A medida da decadência estadunidense é expressa também pelo grau no qual não se sente capaz de expressar em público o que está fazendo e insistir que, na verdade, tudo está sob controle. O fato é, por exemplo, que os EUA tiveram que aportar uma grande soma em dinheiro para tirar da prisão um agente da CIA no Paquistão.

As consequências disso tudo? Muito mais anarquia global. Quem se beneficia desse quadro? Até o momento, essa é uma questão que permanece muito aberta.

Fonte: Carta Maior
Continue Lendo...

domingo, 3 de abril de 2011

Revoltas árabes levam diplomatas a refazer vidas e carreiras

1 comentários
As empregadas domésticas que varriam o chão de mármore branco da residência do embaixador líbio na capital americana voltaram para as Filipinas depois que seus vistos foram revogados, assim que Ali Suleiman Aujali deixou o emprego. O motorista também foi embora. Muito em breve, Aujali acredita, o Departamento de Estado irá retomar as placas oficiais do mercedes e do audi estacionados em sua garagem. Mas Aujali está suspenso, preso em uma diplomática terra de ninguém.

A embaixada que ele dirigiu por mais de dois anos – um escritório no sétimo andar do Watergate, com vista para o rio Potomac – foi fechada pelo Departamento de Estado. Então Aujali, que renunciou ao cargo de embaixador da Líbia em Washington quando rompeu com Muamar Kadafi no fim de fevereiro, se estabeleceu em casa. A partir de uma série de computadores ligados na sua sala de jantar, ele está tentando se reinventar como representante oficial de um novo governo da Líbia de Washington – um que ainda não existe.

"Eu não estou mais representando o regime – eu estou representando o povo", declarou Aujali, com seu neto de 15 meses de idade sobre seu joelho. Ou, como Aly R. Abuzaakoouk, um líbio defensor dos direitos humanos e amigo de Aujali explica: "Agora, ele é o embaixador da revolução”.

Aujali, que serviu à Líbia durante 40 anos, faz parte de um amplo grupo de ex-diplomatas que estão exibindo coragem incomum ou, dependendo do ponto de vista, um instinto esclarecido de autopreservação. O embaixador da Líbia nas Nações Unidas e outros oficiais nos Estados Unidos também passaram a apoiar os revolucionários, assim como os diplomatas líbios na França, Índia e China. Três embaixadores iemenitas – na ONU, Síria e Líbano – pediram demissão de seus cargos em protesto contra a repressão às manifestações por parte do governo.

Esses rompimentos não são novos. Durante o governo Reagan, o embaixador do Panamá em Washington declarou a sua independência e relação ao general Manuel Noriega, que tinha acabado de perpetrar um golpe. Em julho de 2001, dois diplomatas iraquianos desertaram e procuraram asilo em Nova York. (Aujali disse que não está à procura de asilo.) O que faz da atual safra algo incomum, segundo David Mack, ex-embaixador americano na Líbia, é a sua dimensão.

"Houve casos que foram comemorados", disse Mack. "Mas eu não me lembro de tantos casos acontecerem ao mesmo tempo”.

Em Washington, onde os diplomatas muitas vezes não têm rosto, o fervor democrático que tem tomado conta do mundo árabe também os forçou a se ajustar. Embaixadores da Tunísia e Egito, onde as revoluções foram em grande parte pacíficas, permaneceram em seus postos. Mas para aqueles de países onde os protestos se tornaram violentos, como Bahrein, Iêmen e, especialmente, a Líbia, as escolhas parecem mais complexas.

Mundo árabe


O embaixador do Bahrein Houda Ezra Nonoo tem mantido um perfil discreto. Assim como o embaixador do Iêmen, Abdulwahab Abdulla Al-Hajjri - apelidado de "reitor da diplomacia de Washington” pela revista Time, em parte por seus jantares e festas noturnas, “alguns dos quais acabam nas primeiras horas da manhã”.

Al-Hajjri, cunhado do presidente do Iêmen, parece que irá permanecer no lugar. Mas o embaixador do Iêmen para a ONU, Abdullah Alsaidi, deixou o cargo. "Com atiradores nos telhados das casas atirando na cabeça e no pescoço das pessoas, eu não posso em sã consciência articular a posição do governo às autoridades da ONU", disse Alsaidi em uma entrevista por telefone na terça-feira.

Agora, ele está procurando um lugar para morar. O governo do Iêmen indicou seu substituto e deve desistir de seu apartamento governamental em Manhattan.

Seus três filhos foram educados nos Estados Unidos e ele obteve um mestrado em filosofia pela Universidade de Columbia. Mas agora, despojado de suas credenciais diplomáticas, ele talvez não possa permanecer no país. Ele tem algum dinheiro guardado e pretende tirar algum tempo "para ler e refletir".

Aujali, o ex-embaixador da Líbia, está tomando um rumo mais agressivo. Filho de um agricultor e de uma dona de casa de um oásis perto de Benghazi, Aujali, 66 anos, um homem franzino com olhos cor de chocolate, serviu na Malásia, Argentina, Brasil e Canadá antes de chegar a Washington em 2004 para abrir o “setor de interesse" da Líbia na capital americana. Kadafi tinha acabado de renunciar às armas nucleares, o que levou o presidente George W. Bush a restabelecer os laços diplomáticos entre os países.

Em janeiro de 2009, Aujali – que afirma não conhecer bem o líder líbio – tornou-se o primeiro embaixador do seu país nos Estados Unidos em 35 anos. Ele começou a renovar a mansão do grande embaixador perto da Avenida das Embaixadas, que cheirava a mofo depois de ter permanecido fechada por décadas. "Eu vim com a grande esperança de que seríamos capazes de estabelecer melhores relações", disse.

Sua relação com Kadafi parece ter envolvido o tipo de compromissos complicados que pessoas ambiciosas na vida pública às vezes aceitam. Ele ajudou a organizar reparações pelo bombardeio do voo 103 da Pan Am em de 1988, sobre Lockerbie, na Escócia, mas ficou do lado de Kadafi ao defender a transferência do responsável pelo bombardeio para a Líbia em 2009.

Ainda assim, ele foi elogiado por se encontrar com críticos de Kadafi e trabalhar para abrir os Estados Unidos a estudantes, empresários e turistas líbios. ''Ele era um profissional e um homem razoável'', disse Elliot Abrams, que aconselhou Bush sobre democracia e direitos humanos. "Eu não fiquei chocado quando a onda de deserções começou de saber que ele começou fazia parte dela”.

Desde que anunciou que iria deixar o governo Kadafi, Aujali tem defendido a quem queira ouvir – repórteres, senadores e até mesmo a secretária de Estado Hillary Rodham Clinton – que a Casa Branca deve reconhecer o governo paralelo dos rebeldes. Ele insiste que Kadafi deve ser deposto. "Não podemos confiar em Kadafi", disse ele.

Mas o que ele imediatamente é que o Departamento do Tesouro libere os US$ 30 bilhões em ativos líbio que congelou recentemente. “Assim poderemos abrir um escritório, comprar de ajuda humanitária para o nosso povo”.

Não tão rápido, disse um funcionário do governo, que falou anonimamente para discutir a situação de Aujali. Embora o Departamento de Estado aceite Aujali como um representante do conselho rebelde, disse o oficial, "nós o consideramos um cidadão comum agora" e ele deve "ajustar seu visto de acordo”. A reunião com Clinton, segundo ele, foi parte de um esforço para "ter uma noção de quem são essas pessoas e qual é a sua posição”.

Enquanto amigos de Aujali veem sua ruptura como um ato de coragem, alguns especialistas na Líbia enxergam conveniência política. Afinal, se os rebeldes prevalecerem, ele poderá conseguir seu emprego de volta – com suas empregadas domésticas, motorista e todo o resto.

"Eu acho que todas estas demissões aconteceram em um momento em que parecia que a oposição tinha uma chance muito boa de vitória", disse J. Diederick Vandewalle, um cientista político da Faculdade Dartmouth, que tem viajado extensivamente pela Líbia. "Eu acho que eles estavam apenas tentando proteger as suas costas".

Aujali insiste que ele está apenas tentando fazer o que acreditar ser melhor para o povo líbio. Em sua casa, sua família – incluindo um filho que frequenta a Universidade George Mason, dois netos, uma filha e um genro que se demitiu da missão da Líbia na ONU em Nova York – se reuniu na cozinha. Ele colocou de lado as perguntas sobre quanto tempo poderão permanecer no país dizendo que sua situação é a menor de suas preocupações. "Eu estou muito, muito ocupado", disse o ex-embaixador. "Há muitas coisas que temos de fazer”.

Fonte: Último Segundo
Continue Lendo...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Obama confirma discurso domingo no Rio.

0 comentários

Foi anunciado pelo consulado americano que o presidente dos EUA Barack Obama irá discurso aos cidadãos do Rio de Janeiro domingo na Cinelândia.

A área terá acesso livre apartir das 11:30hrs, sendo restrito ao acesso de pessoas portando qualquer tipo de bolsa, mochila ou volume. O discurso terá inicio as 15hrs e será proferido de uma das sacadas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Tal discurso contará com o auxilio de um tradutor para que todos possam compreender o discurso de Obama ao povo brasileiro.

Como não poderia deixar de ser, nós do GeoPolítica Brasil, estaremos presentes a este evento importante, e traremos uma cobertura completa do pronunciamento para você amigo leitor.

GeoPolítica Brasil
Continue Lendo...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ministra de Relações Exteriores da França anuncia renúncia

0 comentários

O escritório da ministra das Relações Exteriores da França, Michèle Alliot-Marie, afirmou que ela enviou uma carta pedindo sua demissão ao presidente Nicolas Sarkozy. Alliot-Marie esteve no centro de uma tempestade política após a revelação de que passeou pela Tunísia em dezembro enquanto protestos populares sacudiam o país e de que aceitou carona num avião particular de um empresário tunisiano próximo ao presidente deposto Zine al-Abidine Ben Ali.

Notícias subsequentes sobre Alliot-Marie e as ligações de sua família com o regime de Zine al-Abidine Ben Ali, além da oferta da ministra de que a França poderia oferecer conselhos à Tunísia sobre como controlar as manifestações no país, tornou sua posição no governo francês insustentável.

"Embora eu não sinta que tenha cometido qualquer irregularidade, eu decidi deixar meu trabalho como ministra das Relações Exteriores", escreveu Alliot-Marie, em sua carta de demissão enviada ao presidente francês, segundo uma cópia do documento que foi vista pela agência de notícias France Presse.

"Durante semanas, eu tenho sido alvo de ataques políticos e nos meios de comunicação, utilizados para criar suspeitas, meias verdades e generalizações", afirmou. Um porta-voz do gabinete de Sarkozy recusou-se a comentar se o presidente aceitou a demissão da ministra.


Sarkozy nomeia Alain Juppé como novo ministro de Exteriores

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou neste domingo que o atual ministro da Defesa, Alain Juppé, foi nomeado novo titular de Exteriores, substituindo Michèle Alliot-Marie, que apresentou sua renúncia nesta tarde.

Com a saída da até agora chefe da diplomacia aproveitou-se para realizar uma pequena remodelação ministerial, com Gérard Longuet, líder da União por um Movimento Popular (UMP), partido de Sarkozy, no Senado, à frente da Defesa.

Por sua parte, o Ministério do Interior, ocupado até agora por Brice Hortefeux, ficará nas mãos do secretário-geral da Presidência, Claude Guéant.

As mudanças foram anunciadas depois que aumentassem nas últimas semanas as críticas contra a política externa francesa por sua gestão perante as revoltas dos países árabes e se interpreta na imprensa como um reforço do Executivo perante as eleições presidenciais de 2012.

Em uma locução de sete minutos divulgada pela rádio e televisão, Sarkozy afirmou que tais remodelações foram realizadas perante as recentes mudanças nos países árabes e a necessidade de reorganizar o Governo francês para que a França esteja preparada para enfrentá-los.

"Meu dever é explicar os desafios e proteger os franceses", disse em seu discurso, no qual qualificou essas revoltas árabes como "mudança histórica" ao que os países ocidentais "não devem ter medo, porque os valores que defendem são os mesmos que os nossos".

Em sua mensagem perante os franceses, Sarkozy alertou, no entanto sobre o perigo que se voltem "incontroláveis" os fluxos migratórios provocados pelas "tragédias" vividas nesses países árabes após os protestos populares contra seus regimes.

"Devemos reagir com ambição e estar à altura dos eventos", apontou o presidente, segundo o qual Ocidente "não deve ter mais que um só objetivo: acompanhar os povos que escolheram ser livres e fazer todo o possível para que a esperança que acaba de nascer não morra".

Renúncia na Tunísia

O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghannouchi, também anunciou hoje sua renúncia, curvando-se à exigência de manifestantes depois que pelo menos cinco pessoas morreram após uma nova onda de violência no país do Norte da África.

Ghannouchi, de 69 anos, era um antigo aliado do presidente Zine El Abidine Ben Ali e havia prometido guiar o país até que as eleições pudessem ser realizadas, até meados de julho. Ben Ali fugiu do país em 14 de janeiro em meio a protestos.


Fonte: France Presse / EFE
Continue Lendo...
 

GBN Defense - A informação começa aqui Copyright © 2012 Template Designed by BTDesigner · Powered by Blogger