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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Em Cuba, Lula pede fim do bloqueio e afirma que EUA “perderam a guerra”

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 Horas depois de ter se encontrado em Havana com o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva criticou o bloqueio norte-americano à ilha caribenha. No discurso de encerramento da 3ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, realizado na noite desta quarta-feira (30/01), o ex-presidente afirmou que a única razão para o embargo de 50 anos continuar existindo é a teimosia dos Estados Unidos em “não reconhecer que perdeu a guerra para Cuba”. As informações são da multiestatal Telesur e do Instituto Lula.
 
“Não existe mais nenhuma razão de se manter o bloqueio [de Cuba] a não ser a teimosia de quem não reconhece que perdeu a guerra, e perdeu a guerra para Cuba”, afirmou. “Espero que [o presidente reeleito dos EUA, Barack] Obama, neste mandato, tenha um olhar mais igualitário e mais justo para com nossa querida América Latina”, defendeu o ex-presidente. “Como sou otimista, eu acredito que um dia os Estados Unidos vão rever a sua posição, e espero que seja no governo Obama”, completou.

No evento, que reuniu mais de 700 delegados de 41 países no Palácio de Convenções de Havana, Lula também defendeu o fortalecimento da integração latino-americana. “Vocês não podem voltar para suas casas e simplesmente colocar isso [a participação no evento] nas suas biografias. É necessário que vocês saiam daqui cúmplices e parceiros de uma coisa maior, de uma vontade de fazer alguma coisa juntos mesmo não estando reunidos”, disse aos presentes.

A Conferência, terceira realizada em 10 anos, é patrocinada pela Oficina do Programa Martiano, que se propõe a debater internacionalmente a contribuição intelectual do herói da independência cubana, José Martí. O evento coincide com os 160 anos de Martí e com o aniversário de 60 anos da invasão do Quartel Moncada, um importante marco da revolução cubana, e reuniu cerca de 1500 participantes, dos quais 800 estrangeiros de 44 países. Na terça, o ex-presidente depositou flores no memorial de Martí, em Havana.

Em outro trecho do discurso, Lula defendeu o presidente da Bolívia, Evo Morales. “Quem imaginava que um índio, com cara de índio, jeito de índio, comportamento de índio, governaria um país e, mais do que isso, que seu governo daria certo?”, questionou. Lula afirmou que a direita brasileira queria que ele brigasse com Evo, quando este estatizou a empresa de gás boliviana, então operada pela brasileira Petrobras. “Aí eu pensei: eu não consigo entender como um ex-metalúrgico vai brigar com um índio da Bolívia”, contou o ex-presidente, sob os aplausos da plateia.

O ex-presidente também abordou temas como a mídia, ao afirmar que a interação permitida pelos meios de comunicação modernos, como a internet, abre grandes possibilidades ao processo de integração latino-americana: “Nunca tivemos tanta oportunidade de sermos tão independentes”.
 
"Nem reclamo, porque no Brasil a imprensa gosta muito de mim", ironizou. "Nasci assim, cresci assim e vou continuar assim, e isso os deixa muito nervosos", disse, sobre suas relações com a imprensa tradicional brasileira.

Segundo Lula, o mesmo tipo de relação se aplica aos outros governos progressistas da América Latina: “Eles não gostam da esquerda, não gostam de [Hugo] Chávez, não gostam de [Rafael] Correa [presidente do Equador], não gostam de [José] Mujica [presidente do Uruguai], não gostam de Cristina [Kirchner, presidente da Argentina], não gostam de Evo Morales [presidente da Bolívia]. E não gostam não pelos nossos erros, mas pelos nossos acertos”, disse. Para Lula, as elites não gostam que pobre ande de avião, compre um carro novo ou tenha uma conta bancária.
Lula abriu o seu discurso pedindo um minuto de silêncio para as vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e fez uma homenagem a Chávez, que se encontra internado em Havana, em tratamento contra um câncer na região pélvica. O ex-presidente afirmou estar usando uma Guayabera vermelha em sua homenagem.

Agenda
Lula também participou, nesta quarta, do lançamento do livro Os últimos soldados da guerra fria, do escritor brasileiro Fernando Morais. Não foram divulgados maiores detalhes sobre o encontro entre Lula e Fidel.
Pela manhã, o ex-presidente brasileiro também visitou o presidente Raúl Castro e acompanhou as obras do Porto de Mariel, destinado a ser uma "zona econômica exclusiva" na ilha, autorizada a receber capital estrangeiro.

O ex-presidente, em Havana desde segunda-feira (28), deve deixar Cuba em direção à República Dominicana, onde se encontrará com o presidente Danilo Medina Sánchez e o ex-presidente Leonel Fernández.

No dia 2, Lula irá a Washington, onde no dia seguinte, fará o discurso de abertura em um evento do sindicato dos trabalhadores da indústria automobilística e aeroespacial.
 
Fonte: Operamundi
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EUA mantêm Cuba em lista de países patrocinadores do terrorismo

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Os Estados Unidos mantiveram Cuba em sua lista de países patrocinadores do terrorismo em um relatório anual que foi divulgado na última quinta-feira (18) pelo Departamento de Estado.

"O governo de Cuba foi designado como Estado patrocinador do terrorismo em 1982 e, embora tenha se manifestado publicamente contra o terrorismo e seu financiamento em 2010, não houve evidência de que tenha cortado seus laços" com grupos considerados terroristas por Washington, ressaltou o informe.

Os Estados considerados patrocinadores do terrorismo não podem receber ajuda econômica dos Estados Unidos nem gozar de benefícios comerciais ou tratados financeiros, entre outras proibições.

Havana não cortou suas ligações com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, segundo recentes informações da imprensa, ex-membros do ETA, organização separatista armada basca, "continuam vivendo em Cuba", indicou o relatório.

Cuba "não colaborou com iniciativas antiterroristas nem participou de operações globais ou regionais contra o terrorismo", ressaltou o texto, que avaliou a situação do terrorismo no mundo em 2010.

A lista negra é integrada, além de Cuba, por Irã, Síria e Sudão

Fonte: France Presse

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Documentos da CIA revelam erros na invasão da Baía dos Porcos

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Documentos ultrassecretos da CIA divulgados ontem revelam novos detalhes sobre a tragédia de erros dos EUA na invasão da Baía dos Porcos (1961), em Cuba, incluindo relatos de fogo amigo derrubando aviões americanos no calor da batalha.

Os arquivos desclassificados podem ser consultados no site do NSA.

Também se tornaram públicos os relatos oficiais sobre a cooperação de países latinos contra Fidel Castro, a resistência da agência de inteligência americana contra o caráter secreto da operação e vários outros episódios inéditos ou pela primeira vez contados pela própria investigação que a CIA conduziu depois do fracasso da invasão.

Os arquivos foram obtidos pelo grupo National Security Archives (NSA), de Washington, que processou a CIA pela liberação do material. "Esses são alguns dos últimos arquivos que continuavam secretos sobre a agressão dos EUA a Cuba", disse Peter Kornbluh, que dirige o projeto do NSA sobre os cubanos.

O processo na Justiça foi iniciado por volta do aniversário de 50 anos da invasão da Baía dos Porcos, em abril, e ainda não terminou. Um último volume da "História Oficial da Operação da Baía dos Porcos" continua em poder da agência.

No material, o historiador oficial da CIA, Jack Pfeiffer, joga a responsabilidade pelo fiasco para o presidente John Kennedy (1961-63), que proibiu terminantemente uma invasão aberta.

Ao mesmo tempo, porém, ele documentou extensamente erros dos agentes da CIA.

ERROS

Um deles foi fornecer para exilados recrutados para a operação aeronaves B-26 configuradas para se confundirem com a Força Aérea cubana --o que fez com que os pilotos não conseguissem distinguir colegas dos inimigos.

"Acabamos atirando contra dois ou três [aviões americanos]", relata no material o oficial Grayston Lynch.

"Atingimos alguns porque, quando vieram para cima de nós, só víamos silhuetas."

A "História Oficial" documenta a contrariedade da agência. Planejadores declararam em reuniões internas que "o conceito original [da operação] é visto como inatingível diante do controle que [o ditador Fidel] Castro instituiu".

"O segundo conceito (1.500-3.000 homens para conquistar uma praia) também é considerado inatingível, exceto como ação conjunta da agência e do Departamento da Defesa", continuam.
Kennedy não chegou a ser brifado nesses termos, e com apenas a CIA a frente de 1.200 homens, a invasão foi esmagada.

A agência tentou contornar as limitações. Apesar das advertências em contrário da Casa Branca, pilotos americanos foram autorizados a voar para Cuba (na costa, sem se adentrar pela ilha) no meio da operação. Quatro deles morreram.

A CIA ainda derrubou a proibição do uso de bombas incendiárias Napalm quando viu que os cubanos estavam vencendo.

Mas reclama, por exemplo, de ter tido negado um pedido para detonar "bombas de som" em Havana para distrair Fidel durante a invasão. O Departamento de Estado descartou a tática por ser "muito obviamente americana".

APOIO DE GOVERNOS

Ficaram expostas ainda as negociações com outros governos para apoio à operação.

Com a Nicarágua, a conversa foi fácil. O general Anastacio Somoza (que mais tarde liderou o país), segundo a CIA, exagerou a necessidade de alguns empréstimos e conseguiu garantias para US$ 10 milhões em troca de ajuda. A agência americana pressionou o Departamento de Estado a apoiar os empréstimos, um dos quais veio do Banco Mundial.

Já a República Dominicana tentou entrar no jogo, mas não conseguiu. O ditador Rafael Trujillo ofereceu ajuda em troca de "viver o resto dos seus dias em paz", mas foi rejeitado; acabou assassinado mais tarde por grupos ligados a CIA.

Brasil mantém arquivos secretos sobre invasão da Baía dos Porcos

Não são só os EUA que mantêm secretos documentos oficiais da história da invasão da Baía dos Porcos. Segundo Peter Kornbluh, um dos diretores do grupo National Security Archives, o Brasil faz o mesmo --e até com mais firmeza.

"Acredito que o Brasil tem arquivos importantes guardados sobre esse episódio", disse ele à Folha. "Claro, o Brasil não apoiou a invasão em 1961. Mas não há dúvidas de que ainda existem documentos e telegramas militares brasileiros secretos que jogariam luz sobre o que aconteceu e sobre o envolvimento do Brasil com Cuba a partir de 1960."

O problema, para Kornbluh, é que o país não possui uma lei de liberdade de informação tão ampla quanto o FOIA ("Freedom of Information Act) dos EUA.

A lei americana garante acesso público a arquivos do governo americano. Salvo exceções, há presunção de acesso: se o governo não quiser divulgar algo, a responsabilidade de explicar o porquê é dele, não de quem pediu.

O National Security Archives usa o FOIA e outros recursos para obter, estudar e divulgar arquivos históricos americanos, que narram inclusive a história das relações Brasil-EUA.

Kornbluh quer aumentar o acesso ao lado brasileiro dos documentos, além dos relacionados ao "papel do Brasil no golpe no Chile (1973), na Operação Condor, em operações contra Cuba nos anos 1970, na saída de Juan Torres da Bolívia (1971)" etc.

"O Brasil foi e é uma superpotência regional. Seus arquivos deverão refletir o uso e abuso de poder na região, particularmente durante a era militar, quando o Brasil colaborou com os EUA para reprimir a esquerda no Cone Sul", afirmou.

Fonte: Folha

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cuba e China reforçam relações com novos acordos econômicos

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Os governos de Cuba e China assinaram neste domingo em Havana dez acordos, convênios e memorandos econômicos que incluem créditos, donativos e a cooperação nas áreas financeira, técnica, petrolífera, informática e comunicações para reforçar as relações bilaterais.

Os convênios foram assinados na presença do líder cubano Raúl Castro e do vice-presidente chinês, Xi Jinping, que se encontra em visita oficial à ilha.

Segundo um dos acordos, Cuba e China ampliarão sua cooperação no setor petrolífero mediante as respectivas empresas do setor Cupet (União Cuba Petroleo) e a CNPC (China National Petroleum Corporation).

A China é um dos países que está em negociações com Cuba para concluir e estabelecer novos contratos de prospecção petrolífera nos blocos da ZEE (Zona Econômica Exclusiva) que a ilha caribenha possui nas águas do Golfo do México, segundo indicaram especialistas do Ministério da Indústria Básica cubano.

Ambos os governos assinaram memorandos para a expansão da refinaria de Cienfuegos (sudeste) e a execução de um projeto de gás natural nesse complexo.

Em matéria de cooperação econômica, a China concederá a Cuba um donativo e uma linha de crédito sem juros, mas não foram divulgados detalhes das quantias.

Os governos de Cuba e China também assinaram um memorando para a elaboração da agenda econômica bilateral dos próximos cinco anos.

Havana e Pequim se propõem a fomentar a cooperação tecnológica em matéria de televisão digital e em outros campos, como supervisão e controle bancário.

Empréstimos para a modernização do setor da saúde na ilha, para provisões de laboratórios e para a reabilitação das redes hidráulicas cubanas foram outras das áreas onde a China pretende colaborar com Cuba.

O reforço da cooperação entre Cuba e China ocorre quando a ilha se encontra imersa em processo para "atualizar" seu ineficiente modelo econômico e tratar de superar a grave crise que atinge sua economia há décadas.

Antes da assinatura desses acordos, Raúl Castro se reuniu neste domingo com o vice-presidente chinês, Xi Jinping, durante um encontro realizado no Palácio da Revolução de Havana.

Em sua chegada à ilha no sábado passado, Xi Jinping - considerado o favorito para suceder o atual presidente, Hu Jintao - antecipou que o objetivo desta visita era "'ampliar as coincidências, aumentar a amizade e aprofundar a cooperação à procura conjunta do desenvolvimento".

Cuba é o primeiro ponto da viagem latino-americana de Xi, que pretende visitar ainda Uruguai e Chile, com o objetivo declarado de aumentar as relações econômicas da China com a região.

O vice-presidente chinês viaja acompanhado de uma delegação integrada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Wan Gang; o vice-ministro das Relações Exteriores, Zhang Zhijun; o vice-presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (principal órgão de planejamento econômico), Zhu Zhixin; e o presidente do CDB (Banco de Desenvolvimento da China), Chen Yuan.

A China é o segundo maior parceiro comercial de Cuba, atrás apenas da Venezuela. O comércio bilateral Havana-Pequim aumentou para US$ 1,8 bilhão em 2010, valor US$ 254 milhões a mais que em 2009, segundo dados oficiais.

Fonte: EFE
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terça-feira, 19 de abril de 2011

Congresso comunista de Cuba aprova reformas de Raúl Castro

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.O VI Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC) aprovou o programa de reformas de abertura proposto pelo presidente Raúl Castro para ratificar o modelo socialista em vigor há meio século, segundo documentos publicados nesta segunda-feira.

Os 1.000 delegados do Congresso votaram em plenário o projeto que inclui em torno de 300 medidas de abertura para o setor privado, cortes de empregos, redução de subsídios, autogestão empresarial, impostos e descentralização do aparato estatal.

"Na atualização do modelo econômico primará o planejamento, que levará em conta as tendências do mercado", diz a resolução, divulgada no site Cubadebate.cu, depois de afirmar que "apenas o socialismo é capaz de vencer as dificuldades e preservar as conquistas da revolução".

Pela 1ª vez desde 1959, Cuba vai permitir compra e venda de imóveis

Pela primeira vez desde a Revolução Comunista de 1959, os cubanos poderão comprar e vender seus imóveis.

Nos últimos 50 anos, só era permitido passar propriedades para os filhos ou trocá-las através de um sistema complicado e muitas vezes corrupto.

A decisão foi tomada durante o primeiro congresso do Partido Comunista de Cuba em 14 anos, que busca revitalizar o sistema político e econômico no país.

O presidente cubano, Raúl Castro alertou que a concentração de terras não será permitida, mas nenhum detalhe do novo sistema foi divulgado.

'Rejuvenescimento'

Durante o congresso, Raúl Castro também disse que altos cargos políticos serão limitados a dois mandatos de cinco anos e prometeu o "sistemático rejuvenescimento" do governo.

Ele disse que a liderança do partido precisa de renovação e que deveria se submeter a uma severa auto-crítica.

A proposta é sem precedentes para o comunismo cubano.

Em um editorial publicado pela imprensa estatal do país, o ex-presidente e líder da Revolução de 1959, Fidel Castro, apoiou as mudanças.

Fidel escreveu que uma nova geração é necessária para corrigir os erros do passado e garantir que o sistema comunista sobreviva uma vez que a atual geração de líderes se vá.

A mídia estatal também informou que os integrantes do partido votaram por uma nova liderança, mas os resultados não foram imediatamente divulgados.

Fonte: AFP / BBC Brasil
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CIA sabia que invasão da baía dos Porcos fracassaria

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Documentos secretos da CIA que vem sendo gradualmente divulgados mostram que a agência sabia muito bem que a invasão da Baía dos Porcos, uma tentativa dos Estados Unidos de sufocar a revolução cubana em 1961, seria um "fracasso perfeito".

A invasão de exilados cubanos patrocinada pela CIA, que completou 50 anos ontem, acabou se tornando "a maior catástrofe pública da história da agência".

Segundo Peter Kornbluh, diretor do projeto Cuba do National Security Archives, que estuda arquivos do governo americano, os papéis mostram em detalhes como o presidente John Kennedy (1961-63) mudou os planos da CIA e minou as chances de sucesso da operação.

Mas também revelam a responsabilidade da agência na comédia de erros que se tornou a invasão, inclusive por esconder do presidente que os planejadores do ataque tentaram se demitir uma semana antes.

FOLHA- O que os documentos mostram sobre como os EUA chegaram a decidir lançar a invasão da Baía dos Porcos?

PETER KORNBLUH- Documentos de dezembro de 1959 mostram que a visão dos EUA sobre Cuba passou por uma evolução no primeiro ano após a revolução. Quando Fidel veio aos EUA, se encontrou com o vice-presidente Richard Nixon, que ficou muito impressionado com seu carisma e escreveu um memorando ao presidente [Dwight] Eisenhower [1953-61] que dizia: "vamos ter que trabalhar com esse cara, ele tem um carisma tremendo, é um líder, e não temos escolha a não ser tentar guiá-lo na direção dos nossos interesses".

A CIA também se encontrou com Fidel secretamente nesta viagem também e disse, "sabe, achamos que você será o líder espiritual das forças democráticas na América Latina, mas há esse monte de comunistas soltos em seu governo, e achamos que você devia saber quem são para poder fazer algo a respeito. Então vamos armar um canal secreto para podermos te passar informações sobre comunistas em seu governo para que você se livre deles". E Fidel disse, "claro".

A visão da CIA e do Departamento de Estado passou disso para decidir por volta do verão (austral) de 1959 que Fidel Castro era tão anti-americano em sua retórica, tão perigoso por sua popularidade entre as massas do hemisfério, que precisava ser eliminado.

Em dezembro de 1959, foi escrito um grande memorando da CIA para o diretor da agência denominado "o problema cubano" no qual sugerem que o plano é se livrar de Fidel em um ano e o substituir por uma junta amigável aos EUA.

O que causou uma mudança tão rápida?

Houve todo um ciclo de indas e vindas, com a expropriação de propriedades americanas em Cuba, inclusive indústrias controladas por empresas americanas, como a açucareira, telefônicas, etc. Fidel recebeu delegações da União Soviética por razões comerciais e decidiu que as refinarias americanas em Cuba teriam que refinar petróleo soviético e não apenas americano. E havia cada vez mais inteligência sobre operativos cubanos em outros países e apoiando movimentos revolucionários por lá.

Isso os levou a planejar uma operação secreta?

Bem, foi a expropriação, a defecção da classe média alta... há documentos da CIA que mostram a expectativa [americana] de mais atividade subversiva [em outros países]. E havia [temor] de dano drástico à liderança já enfraquecia dos EUA na região.

Quando começaram com os encontros para decidir como seria a operação, como foi?

Primeiro pensaram em criar pequenas células de infiltrados que seriam levados a Cuba e teriam armas fornecidas por aviões que as jogariam do ar. Previam um orçamento de US$ 4,4 milhões.

Isso chegou a US$ 45 milhões um ano depois, quando a operação foi lançada. Então você pode ver como se expandiu.

Tentaram levar os infiltrados, mas os camponeses os entregaram às autoridades imediatamente. Foram presos, interrogados, e contaram onde as armas seriam jogadas e as datas. Quando os aviões levaram as armas, os militares cubanos estavam lá esperando por elas. Acabamos armando o Exército.

Em novembro [de 1960] abandonaram esse plano e passaram a um esquema completo de invasão paramilitar, assim como um plano secreto para assassinar Fidel.
Então a invasão foi planejada em um período de novembro a abril de 61. Começaram um esforço frenético para recrutar exilados, levá-los a campos na Guatemala, treiná-los em operações militares e organizar essa invasão.

O problema é que o governo Nixon/Eisenhower acabara de perder a eleição [para John Kennedy]. Então a CIA teve que convencer Kennedy de que a operação devia prosseguir.

Enviaram para falar com ele alguém muito persuasivo, Richard Bissel, [vice-diretor de planos da CIA], que foi o arquiteto de tudo isso. Mas ele não entendia nada sobre Cuba. Se baseava em uma série de presunções falsas de que essa força [de exilados] chegaria e todos os cubanos se uniriam para derrubar Castro.

Se não conseguissem estabelecer um campo de resistência, iriam para as montanhas e formariam uma guerrilha, assim como Castro fez.

Na ata da primeira reunião do grupo que planejou a invasão dizem que entre 60% e 70% da população apoiava Fidel e que o inimigo "sob hipótese alguma poderia ser subestimado". O plano que se seguiu não foi totalmente incoerente com essas afirmações?

Exatamente. O plano final ignora esses avisos, e não só isso: ignora os membros da CIA que sabiam que isso não ia funcionar e disseram isso repetidamente. Mas Bissel disse a Kennedy que daria certo, e que mesmo se não funcionasse da forma como planejaram, daria certo no longo prazo.

Há toda uma questão parte do folclore da Baía dos Porcos chamada "o problema da eliminação". Basicamente não poderiam cancelar o plano porque teriam 1.500 exilados voltando de campos da Guatemala para Miami que diriam que o presidente os vendeu e foi o elo fraco da operação.

Seria impossível manter tudo em segredo se fosse cancelado. Então a forma de "eliminar" o problema seria levá-los a Cuba e os apoiar, e na pior das hipóteses formar uma guerrilha nas montanhas.

O quanto Kennedy alterou o plano?

Muito. Tanto Kennedy quanto Eisenhower queriam que essa fosse uma operação secreta, pois seria completamente ilegítimo para o "superpoder" EUA invadir Cuba sem nenhum motivo.

Cuba não nos havia atacado, não era ameaça para nossa segurança [física], não estávamos em guerra, assinamos a convenção da ONU sobre os direitos soberanos de países, toda a América Latina pegaria em armas se invadíssemos, e ajudaríamos a radicalizar a região. O Departamento de Estado também não estava muito ansioso por uma invasão aberta.

Mas quando a CIA abordou Kennedy, o plano era chegar a Cuba durante o dia em uma cidade --Trinidad. Ele exigiu algo "menos barulhento' e ordenou que a invasão fosse a noite em um lugar isolado.

Isso foi em março de 1961. Então tiveram quatro dias, depois de planejar por um ano, para encontrar um novo local de chegada. O único lugar que encontraram que atendia aos critérios da Casa Branca foi a Baía dos Porcos. Lá havia uma praia, era isolado, e havia uma faixa de terra onde todos os aviõezinhos que chegariam da América Central poderiam pousar depois que a praia fosse conquistada.

De lá poderiam lançar ataques às forças em Havana.

O plano mudou. O gerente da operação na CIA, Jacob Esterline, me disse ter pensado: "Baía dos Porcos... não é um nome que soa a sucesso". Não havia nada lá a não ser crocodilos e patos.

Esterline e Jack Hawkins, que comandou a parte militar, tentaram se demitir uma semana antes. Foram até a casa de Bissel em 8 de abril [cerca de uma semana antes do início da operação] para dizer que não achavam que o presidente entendia o que era necessário e que todas as restrições exigidas para manter a operação secreta prejudicavam as chances de ela ser bem sucedida.

Bissel disse que falaria com Kennedy e os convenceu a ficar. Mas não fez isso.

Kennedy fez várias outras coisas, como cortar o número de aviões que participariam de um ataque aéreo preliminar de 16 para oito, pois ele achava que 16 não seriam muito discretos.

Esse ataque preliminar foi armado porque os estrategistas militares americanos sabiam que sem isso os aviões de Castro poderiam atacar a praia, matar todo mundo e afundar nossos navios.

E foi exatamente o que fizeram. Afundaram o navio que tinha alimentos, combustível e munição. Todas as armas e gasolina foram perdidas.

Outro problema era que para manter a história os aviões não podiam partir de Miami, tinham que vir da América Central, de lugares mais afastados, e só tinham uma hora para fazer os ataques e voltar antes que o combustível acabasse. Como a faixa de terra nunca foi conquistada, não podiam aterrissar por lá.

De toda forma a mentira de que os EUA não estavam envolvidos não se sustentou, e Kennedy mandou cancelar o segundo ataque aéreo.

Kennedy havia sido humilhado na frente do mundo inteiro. A CIA estupidamente deixou que a invasão coincidisse com uma conferência na ONU sobre as reclamações de Cuba a respeito das agressões crescentes dos EUA.

A CIA foi até o embaixador americano na ONU e contou uma grande mentira, dizendo que um piloto cubano decidiu deserdar e jogou um monte de bombas e depois fugiu para Miami. Era e história de fachada. Enquanto o embaixador tentava contar essa história para a comunidade internacional, repórteres em Miami relatavam que o avião que apresentaram a eles como prova da deserção do piloto cubano era de fato americano e a coisa toda era um embuste.

A operação "secreta" foi exposta em minutos.

Houve vários outros detalhes que não deram certo...

Vários. Um dos planos era enviar proteções para os aviões dos exilados no meio do ataque. Os aviões dos exilados vinham da América Central e usavam o fuso horário local; as aeronaves de proteção partiram de porta-aviões da Marinha americana que estavam em águas internacionais usando o horário de Washington. Resultado: chegaram uma hora atrasados.

Esse acúmulo de erros de planejamento foram resultado do pouco tempo de reajuste do plano após a posse de Kennedy?

Em um documento interno da CIA que obtive em 1998, há as seguintes afirmações do inspetor-geral da CIA: "A agência fracassou em reconhecer que quando o projeto avançou para além do padrão de uma negativa plausível, estava indo além da área de responsabilidade e também de capacidade da agência".

"A agência acabou tão envolvida no planejamento militar que não conseguiu avaliar as chances de sucesso realisticamente. E mais: fracassou em manter os que ditavam as políticas adequadamente informados sobre temas considerados essenciais para o sucesso e não pressionou suficientemente por decisões em uma situação que se movia muito rápido."

As coisas deram errado desde o princípio. O que os memorandos indicam sobre as reações de Kennedy?

Seus assessores foram até ele e disseram que era preciso transformar a operação em algo declarado e deixar os militares entrarem atrás dos exilados e os salvar. E sua posição foi manter tudo secreto e dizer que os EUA não invadiriam Cuba. Só cedeu em permitir os aviões de proteção, mas eles não chegaram a tempo e foi uma oportunidade única. Pelo terceiro dia, as forças de Castro já haviam basicamente vencido. A brigada não tinha mais munição nem comida, não podia ficar na praia e acabou no pântano, onde era impossível lutar. Eventualmente foram todos capturados ou se renderam.

Kennedy errou totalmente ou foi mal informado?

Bem, não quero tirar sua responsabilidade. Ele deu o sinal verde, mesmo estando cético e só aprovando a operação no último minuto.

Mas ele realmente não estava bem informado. Ouviu de Bissel uma história irreal sobre as chances de sucesso e a necessidade de ir em frente. O próprio inspetor-geral da CIA culpou Bissel em sua avaliação.

A CIA mais tarde concordou com a avaliação de que a baía dos Porcos foi uma vitória política para Cuba?

Do ponto de vista analítico, certamente. [A invasão] deu a Cuba uma reputação tremenda no Terceiro Mundo. Foi a verdadeira história de Davi e Golias. Foi parte do que fez a Baía dos Porcos um "fracasso perfeito". A intenção era minar a revolução, e a impulsionou. Era remover aliados soviéticos potenciais do hemisfério Ocidental, e levou Castro direto para os braços da União Soviética. Foi no meio da invasão que Fidel declarou a ilha um Estado socialista. E, claro, era para ser uma operação secreta, e se tornou uma das maiores catástrofes públicas da história da CIA.

Fonte: Folha
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domingo, 17 de abril de 2011

Fidel diz ser 'soldados das ideias'

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.O líder cubano, Fidel Castro, afirmou neste domingo que, apesar de suas limitações de saúde, ainda pode ser "um soldado das ideias", para justificar o fato de que não participou do desfile pelos 50 anos de socialismo em Cuba, realizado neste sábado.

"Eu prometi que seria um soldado das ideias e esse dever ainda posso cumprir", escreveu o ex-presidente cubano em mais um artigo publicado na imprensa oficial.

Fidel explicou que gostaria de ter ido à Praça da Revolução, mas que não poderia ter ficado muito tempo por causa do sol forte e do calor.

"Vale a pena ter vivido para ver o espetáculo (...) e vale a pena recordar sempre os que morreram para torná-lo possível", afirmou Fidel, referindo-se ao desfile que também comemorou o aniversário de 50 anos da derrota da invasão anticastrista da Baía dos Porcos.

Ele também mencionou que viu pela televisão a abertura do VI Congresso do Partido Comunista Cubano, mas não comentou o discurso de seu irmão, o presidente Raúl Castro.

No discurso, Raúl falou da contribuição de Fidel com a publicação de seus artigos e destacou que o "aporte moral e a liderança indiscutível" do "Comandante-em-chefe" não dependem de cargo algum.

Cuba celebra neste fim de semana até o dia 19 o VI Congresso do Partido Comunista (PCC), o primeiro em quase 14 anos, que aprovará as reformas do modelo econômico e decidirá se Fidel Castro, afastado do governo desde 2006, continua como seu primeiro secretário.

Único partido legal, o PCC é "a força dirigente superior da sociedade e do Estado", segundo a Constituição; elege a cada congresso o primeiro e o segundo secretários - os irmãos Fidel e Raúl Castro desde sua fundação em 1965.

O Congresso do PCC é decisivo em um sistema comunista porque define as políticas de defesa, assim como as políticas e o programa econômico para o quinquênio seguinte.
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Fonte: AFP
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Comitê da ONU pede democracia em Cuba

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A ONU pediu a democratização de Cuba, e aguarda os resultados do próximo congresso do governo de Havana, anunciou em Genebra o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da ONU, do qual participa o brasileiro José Augusto Lindgren Alves, que evocou o caso da blogueira cubana Yoani Sánchez, cujo convite para visitar o Brasil não pôde ser atendido por proibição do governo cubano.

"A comunidade internacional (...) tem esperado ansiosamente a democratização de Cuba", disse o colombiano Pastor Murillo Martínez, um dos 18 especialistas e relator deste comitê.

"O mundo inteiro espera com grande expectativa o Grande Congresso, anunciado pelo governo cubano, para abril de 2011, no qual prevê que serão anunciadas e legitimadas profundas reformas em Cuba", acrescentou.

"Os recentes acontecimentos que sacodem o mundo árabe, apesar das diferenças históricas e culturais, também foram um chamado claro e contundente aos governos de todo o mundo para que se igualem nos caminhos da democracia", destacou Martínez.

"Por décadas, a questão dos presos políticos, alguns dos quais são afrodescententes, tem sido um fator de tensão no interior de Cuba e em suas relações exteriores", destacou o especialista, citando o caso de Orlando Zapata Tamayo, afrodescendente, "que faleceu ao longo de seu protesto".

Martínez também mencionou o caso de Guillermo Fariñas Hernández, "que por fim desencadenou nas libertações (no exílio) registradas recentemente", animando o Estado cubano "a continuar dando passos na boa direção".

O especialista francês Régis de Gouttes criticou, perante este comitê, o relatório apresentado pelo governo cubano, que diz respeitar as liberdades de expressão e opinião no país, quando "informações provenientes de Organizações Não Governamentais indicam detenções de dissidentes, jornalistas e defensores dos direitos humanos".

O especialista brasileiro José Augusto Lindgren Alves evocou o caso da blogueira cubana Yoani Sánchez, que foi convidada a visitar o Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mas o governo de Cuba não a deixou sair do país.

Lindgren Alves questionou, assim, o informe do governo cubano que assegura que "a liberdade de viajar no caso cubano ficou submetida às irregularidades e arbitrariedades que derivaram da manipulação imposta por sucessivas administrações americanas às relações migratórias com a ilha".

"O Comitê dispõe de informações nas quais destaca que 80% a 90% da população reclusa é afrodescendente", enquanto as estatísticas de Cuba indicam que os 11.177.743 habitantes do país, "65%" são brancos, "10,1%" são negros e "24,9%" são mestiços, disse o relator Martínez.

Ele acrescentou que "os afrodescendentes são o grupo populacional que, em menor medida, recebe as remessas que chegam do exterior", demonstrando estranheza de que Cuba não ofereça dados de "denúncias, julgamentos e sentenças pelos atos de discriminação racial".

O Comitê pediu ainda a Cuba que assine a Convenção da ONU de 1951 para os Refugiados e ratifique os dois pactos fundadores das Nações Unidas, dedicados aos Direitos Civis e Políticos e aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

A delegação cubana poderá responder a estas críticas na quinta-feira. Em 11 de março próximo, o Comitê entregará a Cuba suas observações e recomendações finais.

Fonte: AFP
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Fidel: Otan é uma máfia militar e Obama um encantador de serpentes

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O líder cubano Fidel Castro afirmou em mais um artigo publicado pela imprensa local nesta segunda-feira que a Otan é uma máfia militar comprometida com os Estados Unidos na guerra genocida contra o Afeganistão e que o presidente Barack Obama é um encantador de serpentes.

"Na sexta-feira, dia 19 de novembro de 2010, em Lisboa, Portugal, os 28 membros dessa belicosa instituição, engendrada pelos Estados Unidos, decidiram criar o que, com cinismo, classificam de 'a nova Otan'", afirmou Fidel em seu artigo "Otan, a polícia do mundo".

O ex-presidente cubano destacou que a reunião da Otan, "organização comprometida pelos Estados Unidos na guerra genocida no Afeganistão", "não se pronunciou uma palavra capaz de transmitir esperança a milhões de pessoas que sofrem com a pobreza, o subdesenvolvimento, a insuficiência de alimentos, moradia, saúde, educação e emprego".

"Ao contrário, o convencido personagem que figura como chefe da máfia militar da Otan, Anders Fogh Rasmussen, declarou, em tom nazista, que o 'novo conceito estratégico' era para 'atuar em qualquer lugar do mundo'", acrescentou.

"Obama já admitiu que sua promessa de retirar os soldados americanos do Afeganistão pode dilatar-se (...) Depois do Prêmio Nobel, seria necessário conceder um prêmio ao 'maior encantador de serpentes que já existiu', concluiu Fidel.

Fonte: AFP
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

ONU vota pela 19ª vez resolução contra embargo dos EUA a Cuba

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Os 192 países-membros da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) votarão novamente nesta terça-feira uma resolução de condenação do embargo comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba há quase 50 anos.

A reunião será a 19ª ocasião consecutiva na qual o governo cubano apresenta na ONU um projeto de resolução para pedir o fim das sanções americanas contra a ilha.

No ano passado, uma resolução similar foi aprovada com os votos favoráveis de 187 países, três contrários (EUA, Israel e Palau) e abstenções de Ilhas Marshall e Micronésia.

Para a rodada de votação desta terça-feira, espera-se um respaldo parecido da comunidade internacional ao documento que será apresentado pela delegação cubana, que será liderada pelo chanceler Bruno Rodríguez.

Na apresentação de um relatório sobre os efeitos do embargo em Havana, no mês passado, o titular de Exteriores cubano lamentou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenha ficado "muito abaixo das expectativas" criadas sobre uma possível mudança na política de seu país para com a ilha caribenha.

Rodríguez ressaltou que considera Obama um "político inteligente e honesto" que, devido a prováveis razões de política interna, mantém o bloqueio que "afasta os Estados Unidos de seus interesses nacionais e trai os melhores interesses do povo americano".

O chanceler destacou que seu país "trata o presidente Obama com todo respeito". No entanto, ele criticou que, após ter anunciado uma mudança de política para Cuba e prometido que ouviria seus aliados, a política de Obama se traduz em "um abismo entre seu discurso e seus atos em relação a Cuba".

Segundo o relatório do governo cubano, o embargo imposto em 1962 acarretou danos econômicos diretos ao povo cubano de US$ 100 bilhões a preços correntes, que equivalem a US$ 239 bilhões tomando como base a inflação de preços no varejo americano ou de US$ 751 bilhões ao se medir em termos da cotação do ouro no mercado internacional.

O documento também contesta a impossibilidade, por causa das sanções, de adquirir placas de iodo radioativo, temozolamida e contraste iodado não-iônico.
Segundo o texto, isso faz com que os tratamentos contra câncer e outras doenças sejam muito mais custosos para o regime cubano e menos precisos, algumas vezes pondo em risco a saúde dos pacientes e particularmente das crianças.

Obama, durante sua campanha presidencial, havia declarado intenções de melhorar as relações entre EUA e Cuba, frente às várias medidas de embargo contra Havana impostas por Washington entre 1959, quando Fidel Castro assumiu o governo da ilha, e 1962, pior momento histórico da diplomacia bilateral.

A votação desta terça-feira ocorre um dia depois da decisão adotada pelos ministros de Exteriores da União Europeia (UE) de estabelecer contatos políticos com Cuba e começar a explorar vias para uma nova aproximação com a ilha.

Fonte: EFE
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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

UE abre via para iniciar uma nova política para Cuba

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A União Europeia (UE) fez um acordo hoje para estabelecer contatos políticos com Cuba e começar a analisar vias para uma nova aproximação com a ilha que superaria - embora não revogue por enquanto - a chamada "posição comum".

Os ministros de Relações Exteriores do bloco encarregaram a alta representante, Catherine Ashton, de estabelecer contatos políticos com Cuba a fim de analisar possíveis formas de avançar em uma relação bilateral.

A decisão representa um compromisso da UE que pode pôr fim à chamada "posição comum", que limita as relações de ambas as partes e desagrada ao Governo de Havana.

O acordo foi apoiado por um grupo de países que, liderados pela Espanha, defendem um reconhecimento às mudanças ocorridas nos últimos meses em Cuba - como a libertação de 42 presos políticos e o anúncio de algumas reformas econômicas. No entanto, há alguns membros mais céticos, que acham as medidas de Havana insuficientes.

A ministra de Relações Exteriores espanhola, Trinidad Jiménez, considerou a decisão de hoje muito positiva, pois a partir dela a "posição comum" "fica superada" e abolida "de fato", já que o marco existente até agora "muda completamente".

"Demos um passo fundamental para avançar em direção a um marco bilateral de relações entre a UE e Cuba", ressaltou Trinidad após o Conselho de Ministros de Relações Exteriores da UE, o primeiro que integra desde que substituiu Miguel Ángel Moratinos na pasta.

Já a alta representante destacou que em dezembro planeja apresentar um relatório sobre os resultados de seus contatos ao Conselho da UE.

Catherine explicou que o bloco procura abrir um "período de reflexão" para, dentro do marco da "posição comum", "ver se é possível avançar". A alta representante não deve ir a Cuba para fazer os contatos, mas funcionários da UE podem representá-la na ilha e discussões devem ser mantidas por telefone.

A decisão foi tomada após meses de prolongadas discussões no bloco e um intenso debate hoje, no qual Trinidad defendeu a postura espanhola de forma "apaixonada", segundo destacaram fontes da União.

As fontes também destacaram que a grande maioria dos membros da UE concorda sobre a necessidade de "aproveitar o bom momento", possibilitado após a libertação de presos políticos em Cuba e a partir das ações lideradas por Moratinos nos últimos meses, que teve o trabalho reconhecido na reunião.

Moratinos vinha defendendo o fim da "posição comum", a política vigente desde 1996 que vincula as relações entre a UE e Havana aos progressos nos direitos humanos e na democratização da ilha, e que foi sempre rejeitada pelo Governo cubano.

Trinidad destacou que o bloco reconheceu hoje os gestos "inegáveis" de Cuba nos últimos meses e afirmou confiar que o Governo de Havana "vai apreciar este gesto" da UE.

Vários ministros insistiram que, apesar de acolherem de forma positiva as libertações de presos políticos, acreditam que ainda restam muitos deles, incluindo detidos que são apresentados como comuns por Cuba, mas que na realidade são de caráter político, acrescentou uma fonte diplomática que assistiu à discussão.

O ministro britânico William Hague usou um tom bastante duro ao se referir ao regime cubano, cuja política definiu como "comunismo puro", enquanto países como Suécia e República Tcheca foram os mais contrários ao fim da "posição comum".

A própria ministra espanhola não deixou de reconhecer que alguns países da UE querem "sinais mais claros" sobre futuras reformas políticas, além de esperarem detalhes sobre o "calendário" do Governo de Havana nesse sentido.

Fonte: EFE
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fidel Castro alerta em vídeo sobre riscos de uma guerra nuclear

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O ex-presidente cubano Fidel Castro alertou sobre os riscos de uma "iminente" catástrofe nuclear se Estados Unidos e Israel vierem a atacar o Irã, em inusitado vídeo gravado e veiculado em sete línguas na quinta-feira em um site do governo na Internet.

As advertências de Fidel, de 84 anos, se transformaram em um importante tema de sua agenda política nos últimos meses, período em que retomou sua participação em eventos públicos depois de quatro anos afastado enquanto se recuperava de uma doença intestinal.

O líder tem tratado sobre esse tema em colunas de opinião, em entrevistas em veículos de comunicação oficiais, em eventos públicos com estudantes e com distintas autoridades do governo.

"Hoje existe um risco iminente de guerra com o uso desse tipo de armas, e não tenho a menor dúvida de que um ataque dos Estados Unidos e de Israel contra a República Islâmica do Irã se transformaria inevitavelmente em um conflito nuclear global", disse ao site Cubadebate (www.cubadebate.cu).

"Qualquer governo do mundo está obrigado a respeitar o direito à vida de qualquer nação e do conjunto de todos os povos do planeta", destacou.

A mensagem foi gravada em espanhol, inglês, francês, alemão, italiano, russo e árabe. É uma das poucas vezes que o governo divulga opiniões do líder histórico da Revolução Cubana dessa forma.

De acordo com o Granma, jornal do Partido Comunista, o ex-presidente cubano se reuniu com o acadêmico Michel Chossudovsky, principal editor do site Global Research, em meados deste mês, quando gravou a mensagem em vídeo contra a guerra nuclear.

Fonte: Reuters
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domingo, 19 de setembro de 2010

Brasil e Cuba dizem que relação bilateral é "excelente"

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O presidente de Cuba, Raúl Castro, se reuniu no sábado com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, que realiza uma visita à ilha, em outro sinal de sintonia política entre o dois países.

A televisão estatal mostrou imagens do encontro, em que Amorim entregou a Raúl uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo conteúdo não foi revelado.

"No encontro foi abordado o estado atual das relações bilaterais, que ambas as partes qualificaram de excelentes, assim como temas regionais e internacionais", informou uma nota oficial lida na TV.

Nos últimos três anos, Lula viajou algumas vezes para Cuba para reunir-se com Raúl e com seu irmão e líder cubano Fidel Castro.

O Brasil tem reforçado sua aliança com Cuba, oferecendo linhas de crédito para incentivar a exportação de produtos brasileiros à ilha e está investindo em infraestrutura no país.

Além disso, a Petrobras, por exemplo, contratou um bloco para a exploração petrolífera na região cubana do Golfo do México.

Fonte: Reuters
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sábado, 11 de setembro de 2010

Fidel diz que foi mal interpretado ao falar que modelo cubano 'não funciona'

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O ex-presidente cubano Fidel Castro disse nesta sexta-feira que foi mal interpretado por um repórter da revista The Atlantic, à qual teria dito que o modelo de comunismo em Cuba "já não funcionava nem mesmo para os cubanos".

Segundo Fidel, sua afirmação foi interpretada ao pé da letra pelo jornalista da Atlantic, Jeffrey Goldberg, e "significava exatamente o contrário", já que ele se referia ao fracasso do capitalismo.

Em discurso na Universidade de Havana, Fidel explicou o "mal entendido", dizendo que deu uma resposta "despreocupada" para o repórter. "E agora me divirto vendo como ele interpretou tudo literalmente."

"Minha ideia, como todo mundo sabe, é que o sistema capitalista não serve nem para os Estados Unidos, nem para restante do mundo", afirmou.

"E ele (o capitalismo) leva a uma crise global em seguida da outra; (crises) cada vez mais sérias e das quais não se consegue escapar. Como esse sistema poderia funcionar em país socialista como Cuba?", questionou o ex-presidente.

A rara entrevista de Fidel, concedida à Atlantic e divulgada na última quarta-feira, vinha sendo tema de especulações no mundo todo. De um lado, foi interpretada como um sinal de apoio de Fidel às reformas feitas por seu irmão e atual presidente, Raúl Castro.

De outro lado, serviria de munição para os dissidentes cubanos, num momento em que Cuba atravessa forte crise econômica.

França

Fidel, de 84 anos, deixou o poder em Cuba em 2006.

O ex-presidente falou nesta sexta-feira durante o lançamento de seu livro La contraofensiva estratégica.

Ele também discursou contra a expulsão do povo roma (ciganos) promovida pelo governo francês.

"A última (coisa) que se poderia esperar eram as notícias da expulsão dos ciganos franceses, vítimas da crueldade da extrema direita (...), vítimas de outra espécie de holocausto social", afirmou.

Fonte: AFP
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Fidel critica ameaça de queima do Alcorão e expulsão de ciganos da França

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O líder cubano Fidel Castro classificou nesta sexta-feira de "descomunal show midiático", próprio "de um império que afunda", a ameaça de um pastor da Flórida (Estados Unidos) de queimar no próximo sábado exemplares do Alcorão e chamou de "holocausto racial" a expulsão de ciganos da França.

É "um descomunal show midiático, um caos, coisas próprias de um império que afunda", disse Fidel, de 84 anos, em uma mensagem lida após a apresentação da segunda parte de seu livro autobiográfico em Havana.

Terry Jones, pastor de uma pequena igreja evangélica de Gainesville, Estados Unidos, havia ameaçado queimar exemplares do Alcorão no sábado, no aniversário de nove anos dos atentados de 11 de Setembro, o que desencadeou uma onda mundial de condenação, do Vaticano aos países islâmicos, passando pela UE.

"Ontem, quinta-feira 9, à noite, chegaram notícias de que o pastor tinha desistido. Seria necessário saber o que disseram a ele os agentes do FBI que o visitaram 'para persuadi-lo'", acrescentou o líder comunista, que está fora do poder desde julho de 2006.

Fidel destacou que "até os chefes militares ianques e europeus em missões punitivas de guerra tremeram diante de uma notícia que consideravam arriscada para seus soldados".

O pastor Jones, que condicionava a queima dos exemplares à mudança de local da construção de uma mesquita que ficaria localizada no Marco Zero, cancelou nesta sexta-feira a sua iniciativa, apesar do fracasso de uma reunião com o imã de Nova York para abordar o tema, indicou o líder evangélico K. A Paul em uma entrevista coletiva à imprensa em Gainsville.

O líder cubano também disse nesta sexta que os ciganos expulsos da França são "vítimas" da "extrema direita" daquele país, o que chamou de uma espécie de "holocausto racial".

"A última coisa que se podia esperar eram as notícias da expulsão de ciganos franceses, vítimas da crueldade da extrema direita francesa, que já atinge 7.000 deles, as vítimas de outra espécie de holocausto racial", disse Fidel.

O ex-presidente cubano referiu-se à expulsão de 7.000 ciganos romenos da França ordenada pelo presidente Nicolas Sarkozy, que desencadeou fortes protestos e condenações na Europa, inclusive críticas do Parlamento Europeu

Fonte: AFP
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fidel critica modelo econômico cubano: "não serve nem para nós"

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O líder cubano Fidel Castro declarou hoje que considera o modelo econômico do país ultrapassado e considerou excessiva a interferência do Governo na vida financeira local.

"O modelo cubano não nos serve nem para nós", disse o ex-presidente de Cuba, em entrevista à revista americana "The Atlantic".

O jornalista correspondente da publicação em Cuba, Jeffrey Goldberg, esclareceu que o líder fez questão de explicar que não estava criticando alguns conceitos empregados por ele mesmo durante anos.

"Com as declarações, Fidel não quis rejeitar as ideias da Revolução. Entendi o que ele disse como um reconhecimento de que, sob o 'modelo cubano', o Estado tem um papel grande demais na vida econômica do país".

O jornalista considera que um possível efeito desse sentimento seria criar um espaço para que o atual presidente cubano e irmão de Fidel, Raúl Castro, mude alguns aspectos em sua forma de governar

"Raúl deverá iniciar reformas necessárias frente à resistência que com certeza virá por parte dos comunistas ortodoxos dentro do Partido".

No dia 1º de agosto, o atual presidente cubano anunciou a redução do trabalho estatal, medida que, na época, classificou de "mudança estrutural e de conceito".

Fonte: EFE
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

EUA pretendem atenuar restrições de viagens a Cuba, diz assessor

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O governo Obama se prepara para atenuar as restrições de viagens a Cuba para alguns norte-americanos, mas sem suspender o embargo comercial e a proibição do turismo dos Estados Unidos para a ilha, disse um assessor parlamentar nesta terça-feira.

Com pequenas medidas, determinados grupos de norte-americanos voltariam a ter a ilha comunista como parte de seus intercâmbios acadêmicos, culturais ou religiosos, como ocorria durante o governo de Bill Clinton, disse essa fonte à Reuters, pedindo anonimato.

Os funcionários estão tentando concluir as novas regras para que possam ser anunciadas ainda durante o recesso do Congresso, que vai até meados de setembro, e bem antes das eleições parlamentares, em 2 de novembro.

Alguns parlamentares norte-americanos de origem cubana se opõem terminantemente à melhoria das relações com o regime comunista, ao qual os EUA impõem um embargo econômico que já dura quase 50 anos.

Mas outros parlamentares, como o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, John Kerry, querem que os EUA se abram mais a Cuba. Vários projetos que tramitam no Congresso promovem o comércio e as viagens à ilha.

Restrições a remessas financeiras também podem ser atenuadas, facilitando doações para organizações comunitárias ou religiosas cubanas, segundo a fonte parlamentar.

A motivação das sanções dos EUA à ilha é estimular sua redemocratização, mas críticos dizem que esse objetivo nunca foi cumprido nestes quase 50 anos.

O presidente Barack Obama tomou posse no ano passado prometendo "remodelar" as relações com Cuba, e logo revogou restrições a viagens de reunificação familiar e remessas financeiras de cubano-americanos a parentes seus na ilha.

Partidários de uma melhoria nas relações bilaterais esperam que o governo Obama vá além, especialmente depois de Cuba ter decidido libertar 52 presos políticos.

"Haverá uma enorme ênfase nas viagens pessoa a pessoa. Esse é todo o mantra (do governo Obama)", disse Sarah Stephens, diretora-executiva do Centro para a Democracia nas Américas, uma ONG de Washington que é contra as sanções a Cuba.

Ela lembrou que Cuba pretende prospectar petróleo na sua costa do golfo do México, e que as empresas dos EUA ficarão de fora caso depósitos sejam encontrados e o embargo não seja suspenso.

Bill Burton, porta-voz da Casa Branca, disse que não há nenhuma novidade na política relacionada a Cuba, mas que "o presidente vai continuar fazendo coisas que sejam do melhor interesse dos Estados Unidos e que ajudem as pessoas a criarem um ambiente mais democrático e ampliarem as liberdades para o povo cubano."

Nas mudanças a serem anunciadas, segundo o assessor parlamentar, a lei que proíbe viagens de norte-americanos a Cuba não seria revogada, mas seriam abertas mais exceções, analisadas caso a caso pelo Departamento do Tesouro.

Isso já acontecia no governo do democrata Bill Clinton, e deixou de ocorrer durante os dois mandatos do republicano George W. Bush.

Fonte: Reuters
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domingo, 25 de abril de 2010

Governo cubano desafia EUA a suspenderem embargo

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O governo de Cuba desafiou neste domingo os Estados Unidos a suspenderem o embargo, "nem que seja por um ano", em declarações do presidente do Parlamento de Havana, Ricardo Alarcón.

Ele respondeu assim às declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que afirmou que apesar dos esforços de Washington ela acredita que os irmãos Fidel e Raúl Castro "não desejam o fim do embargo e não querem normalizar as relações com os Estados Unidos".

"Se ela de verdade acredita que o bloqueio beneficia o governo cubano - que ela quer socavar -, a solução é muito simples, que o suspendam, nem que seja por um ano para provar se de verdade era interesse nosso ou interesse deles", declarou Alarcón à imprensa, depois de votar nas eleições municipais deste domingo.

A chefe da diplomacia americana acrescentou na ocasião que no caso de uma normalização das relações, as autoridades cubanas "perderiam todas as desculpas sobre tudo o que não aconteceu em Cuba em 50 anos".

"Além desta conversa fiada há outras coisas que ela poderia fazer com uma assinatura. Ela é a única pessoa no planeta que pode autorizar as visitas das esposas de dois dos cinco cubanos que cumprem condenações nos Estados Unidos por acusações de espionagem", disse Alarcón.

Após uma trégua inicial com o governo de Barack Obama, a tensão entre os dois países, que não têm relações diplomáticas desde 1961, voltou a ser elevada.

Havana acusa Washington de uma campanha para desestabilizar a ilha, após a morte em 23 de fevereiro do preso dissidente Orlando Zapata, depois de 85 dias de greve de fome, e também da greve de fome que já dura dois meses de Guillermo Fariñas.

Fonte: AFP
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Raúl Castro: Cuba não cederá à "chantagem" da greve de fome

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O presidente cubano, Raúl Castro, afirmou neste domingo que Cuba não cederá diante das greves de fome dos opositores, que segundo ele são uma "chantagem" organizada pelos Estados Unidos e a Europa, que reagiram duramente à morte, em fevereiro passado, do dissidente Orlando Zapata, após uma greve de fome de 80 dias.

"Não cederemos jamais à chantagem, de nenhum país ou conjunto de nações, por poderosas que sejam, aconteça o que acontecer. Temos direito a nos defender. Se pretendem nos encurralar, saibam que saberemos nos resguardar, em primeiro lugar na verdade e nos princípios", disse Castro, de 78 anos, no discurso de encerramento do IX Congresso da União dos Jovens Comunistas (UJC).

Ele acusou os Estados Unidos e a Europa de desencadearem uma "descomunal campanha de descrédito" contra Cuba, apoiada pela "grande imprensa ocidental", "agitando hipocritamente as bandeiras dos direitos humanos".

Vestindo um terno azul, Raúl Castro, que estava acompanhado da alta hierarquia do Partido Comunista (PCC, único) opinou que tem sido "manipulada com cinismo e desfaçatez" a morte de Zapata, um pedreiro de 42 anos, que morreu após uma greve de fome de mais de dois meses, o que provocou uma forte reação internacional e inclusive a condenação do Parlamento Europeu.

Zapata, que foi sentenciado por 14 acusações comuns, tornou-se "por obra e graça da mentira repetida e do afã em receber apoio do exterior, em um 'dissidente político'", disse Castro.

"Apesar dos esforços dos nossos médicos, faleceu, o que também lamentamos em seu momento e denunciamos os únicos beneficiários deste fato os mesmos que hoje estimulam outro indivíduo a continuar em uma atitude similar de chantagem inaceitável", acrescentou, em alusão a Guillermo Fariñas, um jornalista e psicólogo de 48 anos.

O dissidente mantém uma greve de fome e sede desde 24 de fevereiro, pedindo a libertação de 26 presos políticos com a saúde comprometida.

Fariñas "cumpriu sanção por crimes comuns, em específico por agredir e machucar uma mulher, médica e diretora de um hospital, a quem além do mais ameaçou de morte, e posteriormente a um ancião de quase 70 anos, a quem foi preciso extirpar o baço", acrescentou Raúl Castro.

"Assim como no caso anterior, está se fazendo o possível para salvar sua vida, mas se não mudar sua atitude autodestrutiva, será responsável, junto com seus patrocinadores, pelo desenlace que tampouco desejamos", enfatizou.

Raúl Catro acusou a "grande imprensa ocidental" de atacar Cuba e de um "implacável terror midiático contra os políticos, intelectuais, artistas e outras personalidades" que se pronunciam a favor da ilha.

Fonte: AFP
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