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terça-feira, 17 de setembro de 2019

Embarcação norte-coreana abre fogo contra Guarda de Fronteiras da Russia

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Membros da tripulação de um navio norte-coreano atacaram guardas de fronteira russos no mar do Japão, ferindo três militares, informou o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) nesta terça-feira (17).
"A tripulação de uma embarcação norte-coreana com mais de 45 pessoas a bordo realizou um ataque armado contra equipe de inspeção de um navio de patrulha de fronteira.. Três militares foram feridos na ação", afirmou o FSB.
Os guardas de fronteira do FSB na região de Primorye estão tomando medidas decisivas para conter atividades ilegais, disse o comunicado.
Segundo o FSB, dois navios norte-coreanos e 11 barcos a motor, que estavam caçando na zona econômica exclusiva da Rússia no mar do Japão, foram detidos depois que um deles atacou um navio de patrulha da  Rússia Um navio, com 21 pessoas a bordo, foi apreendido. 
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse terça-feira que convocará o principal representante diplomático da Coréia do Norte em Moscou após a detenção.

GBN Defense News - A informação começa aqui
com agências
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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Quase 70 anos após a Segunda Guerra, caçadores buscam criminosos nazistas

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Quando se pergunta a Andreas Brendel se é legítimo levar uma pessoa de 92 anos às barras do tribunal, a resposta é sucinta: "Crime de morte não prescreve", e, na qualidade de promotor, ele é obrigado a investigar acusações de assassinato. A mídia costuma lhe fazer perguntas como essa - afinal, nos últimos dez anos ele tem levado à Justiça um nazista atrás do outro.
 
Brendel, que é diretor da Central para a Elucidação de Crimes Nazistas, em Dortmund, sempre responde com dois argumentos. Primeiro, do ponto de vista puramente jurídico. Depois vem o adendo: "Temos ainda as vítimas e as famílias das vítimas. Para elas, é muito importante que haja um processo penal na Alemanha e que a culpa dos criminosos seja constatada.
 
Independente de se o veredicto virá a ser executado, mais tarde. É importante que os investigadores alemães levem em consideração o destino dessas pessoas."
 
CONFIANÇA NOS INVESTIGADORES
 
Já Stefan Willms é chefe de comissariado em Düsseldorf. Ele dirige a equipe de investigação de crimes nazistas no Departamento Estadual de Investigações, único órgão da Alemanha voltado exclusivamente para esse tipo de delito. Assim, Willms é o colega mais próximo de Brendel na luta contra esses crimes praticados, na maioria das vezes, há 70 anos ou mais.
 
Willms lembra-se de um caso na Itália, o assassinato de 60 homens. Um a um, foram levados para um porão e executados. Seus últimos minutos foram passados diante de uma montanha de corpos. Somente um jovem sobreviveu.
 
Depois de relatar o curso dos acontecimentos ao comissário-chefe alemão, esse sobrevivente o abraçou e lhe agradeceu. "Ele disse que havia esperado por mim quase 60 anos, e que estava muito grato por eu ter vindo", lembra-se o comissário. "Aí se percebe como isso é importante para as pessoas."
 
Sentado em seu escritório em Düsseldorf, usando calça jeans e camisa quadriculada, o cabelo castanho encaracolado, Willms tem algo de jovem rebelde, apesar de algumas mechas grisalhas. Atrás dele, vê-se um grande cartaz de exposição: A polícia no Estado nazista.
 
Ele afirma que o fato de ter nascido muito depois da guerra, em 1959, talvez o ajude nas investigações. As vítimas sabem que ele é jovem demais para que pudesse estar envolvido nas ações cruéis dos nazistas. Mesmo assim, "nota-se que, na condição de alemão, tem-se certa responsabilidade pelo que aconteceu". O fato é que ele nunca se sente à vontade nas investigações nos locais dos crimes.
 
JUSTIÇA ATRASADA?
 
De terno escuro, camisa e gravata branca, óculos de tartaruga, Andreas Brendel entra no prédio. O caso Siert Bruins está sendo julgado na sala do júri do Tribunal Regional de Hagen. Hoje com 92 anos, ele é acusado de participar do assassinato de um membro da resistência no porto holandês de Delfzijl, quando atuava no serviço de segurança e de fronteiras, em setembro de 1944.
 
Não há mais testemunhas vivas do crime. Assim, os participantes de um processo anterior contra Bruins estão sendo ouvidos. Brendel olha concentrado, anota, raramente faz uma pergunta adicional às testemunhas.
 
Nascido na Holanda, Bruins já esteve perante um tribunal em Dortmund em 1980. Na ocasião, o fuzilamento do combatente da resistência foi considerado homicídio culposo. Segundo ele, hoje em dia a questão da malevolência é muito importante, explicou Brendel. "A vítima sabia que ia morrer?", exemplifica. Segundo o promotor, essa questão é avaliada hoje de forma diferente do que na década de 1980. Por esse motivo, Bruins está novamente diante do tribunal.
 
A Justiça alemã foi particularmente branda durante décadas com criminosos de guerra nazistas? Brendel prefere não comentar, afirma ser uma questão que ele não se coloca - o que soa antes como uma saída pela tangente. Brendel tem outras coisas a fazer: ele quer que seja feita justiça, em vez de questionar por que isso não aconteceu antes.
 
POUCO TEMPO E MUITO A FAZER
 
Brendel e Willms estão em contato durante todas as etapas. "Não passa uma semana sem nos falarmos ao telefone", diz Willms. "Nós nos encontramos pelo menos uma vez por mês." Eles se ajudam um ao outro, também psicologicamente. Afinal de contas, muitas vezes eles não leem nada além que detalhes de assassinatos terríveis, dias a fio. "Não é algo que você simplesmente esqueça numa gaveta."
 
E há também cartas iradas de protesto, que Brendel recebe de vez em quando, reclamando do fato de ele perseguir idosos. "Via de regra, eu as arquivo", comenta secamente. Mas uma vez recebeu ameaças graves, sua família foi mencionada. "Aí, para mim, acabou-se a brincadeira."
 
"Havia colegas aqui no escritório que não conseguiam lidar com isso", conta Willms, "então trocaram de cargo". Para os dois investigadores, porém, isso está fora de cogitação. Eles vão continuar, "provavelmente, até que o último criminoso nazista esteja morto", diz Brendel. "O tempo urge. Quando encontramos um criminoso, damos a maior prioridade".
 
Recentemente anunciou-se que a Alemanha está investigando 30 ex-guardas do campo de concentração de Auschwitz. Alguns dos dossiês foram enviados para Andreas Brendel e Stefan Willms. Eles ainda têm muito que fazer.
 
Fonte: Deutsche Welle
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Auditoria da ONU vê irregularidade no Haiti

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Auditorias secretas às quais o 'Estado' teve acesso alertaram para suspeitas de irregularidade na Missão de Paz no Haiti (Minustah), criada em 2004 e, desde então, sob o comando militar do Brasil. Entre os problemas identificados, há contratos superfaturados, pagamentos de serviços sem nota fiscal e licitações com suspeita de favorecimento de uma das empresas que obtiveram um contrato milionário.
Dois anos depois do início da missão, um primeiro relatório interno da ONU apontou as primeiras irregularidades. Numa carta de 20 de março de 2006 a Juan Gabriel Valdés, então representante especial do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a Divisão de Auditoria Interna revela sua preocupação com o que encontrou no Haiti. Uma das constatações foi que, dos US$ 8,4 milhões pagos pela Minustah a fornecedores locais, US$ 3,8 milhões foram feitos sem contrato escrito.
Outro alerta: as empresas fornecedoras estão "inflando recibos". Foi o caso da Haytian, que teria fornecido seus produtos com um ágio de 87% em comparação aos preços estabelecidos pelo governo. Segundo a auditoria, a empresa "começou a cobrar esse exorbitante valor adicional desde outubro de 2004, quando a missão estava iniciando as exigências por um plano de produção de energia". De acordo com a auditoria, o preço extra cobrado pela empresa levou a ONU a perder cerca de US$ 452 mil entre junho de 2004 e janeiro de 2006.
No mesmo relatório, os auditores revelam que a Minustah pagou US$ 7 mil por um serviço que foi realizado pelos próprios funcionários da ONU, além do gasto de US$ 56 mil para a compra de espaços nas rádios e camisetas sem a autorização do Departamento de Licitações.
Outro problema identificado foi com a compra de combustível para os mais de 2 mil carros, caminhões, tanques e aviões da ONU que estavam no país de 2005 a 2006. Dessa vez, a informação faz parte do relatório da Divisão de Auditoria Interna da ONU que foi publicado no dia 11 de janeiro de 2007.
A constatação é que mecanismos para evitar fraude nos combustíveis dos tanques não foram plenamente adotados. "Uma série de irregularidades ocorreu no processo de licitação de compra de combustíveis", afirma o documento. "A confidencialidade das propostas (das empresas que concorreram à licitação) não foi preservada e, no geral, faltou integridade ao processo", alerta o documento. Houve, segundo a análise, favorecimento de uma das empresas, a Dinasa, que conseguiu um contrato de US$ 8,7 milhões.
Na licitação para um dos contratos, as empresas Total, Dinasa e Skylink se apresentaram. "A Total ofereceu um preço muito menor que a oferta da Dinasa. Portanto, a Total deveria ter ganhado a licitação", afirmou a auditoria, sobre a primeira rodada de ofertas. Um motivo para isso, conclui o relatório, seria o acesso a "informações internas" da ONU.
Procurada pelo Estado, a agência responsável pela auditoria confirmou ter investigado o caso, mas se recusou a dar mais detalhes. Em Nova York, a ONU constatou novas suspeitas. "Os pagamentos (feitos pela missão) aos vendedores (de combustível) não eram embasados. Documentos necessários para justificar pagamentos não eram transmitidos para a Seção de Finanças", diz o documento.
 
Fonte: Estadão
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Alstom recomenda uso de lobistas e fala em 'amigos políticos' no governo tucano

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Novos documentos enviados pela Procuradoria da Suíça ao Brasil há 20 dias reforçam, segundo investigadores do caso Alstom, suspeitas de corrupção e pagamento de propina em contratos da multinacional francesa no setor de transportes públicos em São Paulo. Em e-mail de 18 de novembro de 2004, o então presidente da Alstom no Brasil, engenheiro José Luiz Alquéres, "recomenda enfaticamente"a diretores da empresa que utilizem os serviços do consultor Arthur Gomes Teixeira, apontado pelo Ministério Público como lobista e pagador de propinas a servidores de estatais do setor metroferroviário do governo paulista, entre 1998 e 2003.
 
Alquéres, que não está mais no comando da Alstom, destaca o "bom relacionamento" com governantes paulistas. Teixeira, segundo as investigações em curso, era o elo da multinacional com estatais do setor de transporte público de massa.
 
"Temos um longo histórico de cooperação com as autoridades do Estado de São Paulo, onde fica localizada nossa planta", escreveu. "O novo prefeito recém-eleito participa das negociações que vão nos permitir a reabertura da Mafersa como Alstom Lapa. O atual governador também participa."
 
Na época, José Serra acabara de vencer o pleito municipal e o Palácio dos Bandeirantes estava sob gestão de Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. A unidade Alstom Lapa claudicava, em 2004. Com uma carteira minguada de contratos públicos e reduzidos investimentos, aquele setor da empresa, na zona oeste da capital, esteve na iminência de cerrar as portas.
 
Ao pedir empenho a seus comandados, Alquéres assinala a importância de conquistar novos contratos com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Cita vagamente quatro empreendimentos das estatais. "Tais projetos representam um total de cerca de 250 milhões de euros", observa. "Nesse período de mudanças sofremos duas grandes derrotas em leilões públicos, coisa que não ocorria há anos. Mas ainda podemos ter sucesso nos 4 projetos que o Estado de São Paulo vai negociar ou leiloar nas próximas semanas."
 
O então presidente da Alstom cita os "amigos políticos do governo" e diz confiar na recuperação da empresa. "O processo está avançando, começo a receber mensagens de parceiros em potencial, e, principalmente, dos amigos políticos do governo que apoiei pessoalmente. A Alstom deve estar presente, como no passado."
 
Um dos projetos que Alquéres mirava foi conquistado por um consórcio liderado pela Alstom, em 2005 - aditamento a um contrato firmado originalmente em 1995, no valor de R$ 223,5 milhões, que resultou na compra de 12 trens para a CPTM. O negócio tornou-se alvo de ação por improbidade movida pela promotoria de São Paulo, que identificou "grave irregularidade no sexto aditamento, verdadeira fraude à licitação e desvirtuamento total do contrato inicial". A investigação mostrou aumento de 73,69% no valor da compra.
 
Propina
 
O e-mail do engenheiro, endereçado aos diretores de quatro áreas, com cópia para os mandatários mundiais da Alstom, na França, foi captado pela Procuradoria da Suíça em meio à investigação de polícia criminal que cita João Roberto Zaniboni - ex-diretor de operações e manutenção da CPTM entre 1998 e 2003 - como recebedor de propinas do esquema Alstom.
 
Há 20 dias chegaram ao Brasil cópias de documentos bancários que mostram depósitos de US$ 836 mil na conta Milmar, alojada no Credit Suisse de Zurique, de titularidade de Zaniboni. Os extratos revelam que Teixeira transferiu US$ 103,5 mil, em maio de 2000, para Zaniboni, por meio da offshore Gantown Consulting. Em dezembro daquele ano, um sócio de Teixeira enviou mais US$ 113,3 mil para o ex-diretor da CPTM. O Ministério Público suíço diz que é dinheiro de propina.
 
A Procuradoria da Suíça mandou para o Ministério Público cópia do e-mail de Alquéres, que governou a Alstom/Brasil entre os anos de 2000 e 2006. O dossiê faz referência a outra mensagem do engenheiro, que teria sido enviada três dias depois da primeira, para Philippe Mellier, presidente mundial do setor de transporte da Alstom. A Procuradoria assinalou: "E-mail Alquéres para Mellier de 18 de novembro de 2004, com possíveis indícios de atos de corrupção no contexto de projetos de transporte no Brasil".
 
No e-mail, Alquéres cita que cinco dirigentes, "pessoas chave bem conhecidas", haviam deixado o setor de transportes da Alstom. E fala das relações com o poder. "Três das cinco pessoas que foram dispensadas recentemente, como Carlos Alberto (diretor-geral) e Reynaldo Goulart (Desenvolvimento de Negócios) ou transferidas como Reynaldo Benitez (diretor financeiro) desenvolveram fortes e robustos relacionamentos pessoais com membros da CPTM e do Metrô-SP." Sugere aos pares que busquem os serviços de Teixeira e da empresa dele, a Procint, "que demonstra grande competência em condições 'favoráveis ou desfavoráveis'".
 
Fonte: Estadão
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Anac e Aeronáutica investigam queda de avião em Maricá, no RJ

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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta terça-feira (22) que está acompanhando de perto o trabalho de investigação do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Aeronáutica, para identificar a causa do acidente com o bimotor ocorrido na segunda-feira (21) em Maricá, Região dos Lagos do Rio, que causou a morte do juiz Carlos Alfredo Flores da Cunha e do piloto Adelmo Louzada de Souza.
 
Segundo a Anac, as causas deste acidente só serão evidenciadas após o término da investigação realizada pelo Cenipa. A agência informou ainda que as documentações da aeronave e do piloto estavam regulares. De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) da aeronave de matrícula PT-KGK estavam válidos.
 
Também segundo a Anac, o aeródromo de Maricá (RJ) está aberto ao trafego aéreo, sem emissão de aviso aos aeronavegantes sobre restrições em relação à pista de pousos e decolagens. O aeródromo de Maricá é público, operado e administrado pela prefeitura, que é a responsável pelo controle de acesso ao sítio aeroportuário.
 
Recentemente, a prefeitura solicitou à Secretaria de Aviação Civil (Sac) a interdição do local. O pedido está em análise pelo órgão. Caso seja aceito, a solicitação de interdição será enviada à Anac para que seja emitido um aviso aos aeronavegantes sobre o fechamento ou exclusão do mesmo do cadastro de aeródromos, conforme a solicitação. Portanto, até o momento, o aeródromo continua aberto ao trafego aéreo.
 
Em entrevista à Rádio CBN, pilotos do terminal de Maricá contaram que frequentemente carros da Guarda Municipal interrompem a pista de pouso no momento em que aviões vão aterrissar.
 
Sobre às denúncias de que um carro da prefeitura estaria impedindo o pouso de aeronaves na pista do aeródromo de Maricá (RJ), a Anac informou que abriu um processo para apurá-las. Entretanto, segundo a Anac, o operador aeroportuário tem prerrogativas legais para utilizar veículos em inspeções e verificações na pista e eventuais riscos às operações aéreas. O resultado da apuração da Agência poderá ser encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal, caso a ANAC identifique possíveis condutas deliberadas que possam causar riscos às operações aéreas do aeródromo.
 
Avião será retirado nesta terça-feira

Está programada para esta terça-feira (22) a retirada de dentro da água do avião bimotor que caiu no dia anterior em Maricá, no interior do Rio, causando a morte de duas pessoas na Lagoa do Marine. O dono de uma escola de aviação da cidade, Luiz Sérgio Guimarães, alegou que veículos da Guarda Municipal ficam em pontos da pista, colocando as manobras em risco. Mas a Prefeitura de Maricá, por meio de nota, negou a informação. Disse que as viaturas ficam em pontos afastados, sem interferir nas atividades aéreas.
 
O acidente com o bimotor aconteceu por volta das 17h de segunda-feira (21). Carlos Alfredo Flores da Cunha, de 48 anos, Juiz de Direito da 5ª Vara de Órfãos e Sucessões da Capital, e Adelmo Louzada de Souza, que não teve a idade divulgada, morreram no local. A aeronave decolou de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, segundo informou nota divulgada pela prefeitura da cidade.
 
Bombeiros do quartel de Maricá e agentes da Defesa Civil, com a ajuda de pescadores, retiraram os corpos das vítimas da água. Segundo a Polícia Militar, os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal de Itaboraí.
 
Outra aeronave caiu na cidade no mês passado

Em outubro deste ano, um homem morreu e outro ficou ferido após a queda de um monomotor também em Maricá. O avião partiu da pista de instrução do AeroClub, que funciona no aeroporto da cidade. Segundo informações da Polícia Civil e do AeroClub, o instrutor João Antonio Soares, de 36 anos, morreu no local do acidente. Caio Freitas, de 19 anos, que era aluno de uma escola de aviação da cidade, ficou ferido.
 
Pilotos acusam prefeitura do RJ de obstruir pista

 
Pilotos de avião que usam o aeródromo - pista de pouso, sem torre de controle nem equipamentos de navegação - de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, acusam a prefeitura de estacionar veículos da Guarda Municipal na via para impedir seu uso.
 
Anteontem, um monomotor que pousaria na pista caiu em uma lagoa a 8 km, matando os dois ocupantes. A causa está sendo investigada pela Aeronáutica, mas pilotos afirmam que o avião foi impedido de pousar por causa da presença de veículos e não conseguiu arremeter por conta de uma pane.
 
O acidente de ontem foi o segundo em 40 dias e o quinto desde 2012. Em 11 de setembro, um monomotor caiu sobre o muro de uma casa no Parque Eldorado, área urbana do município. O piloto morreu e o segundo ocupante ficou ferido.
 
Fonte: G1 e Estadão
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terça-feira, 22 de outubro de 2013

AI denuncia ataques de drones dos EUA: "ferem direito internacional"

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O governo dos Estados Unidos deve acabar com o "sigilo" dos ataques com aviões teleguiados (drones) no Paquistão e julgar os responsáveis pelas ações "ilegais", afirma um relatório da Anistia Internacional (AI) divulgado em Islamabad.
"O sigilo que cerca o programa dos drones concede ao governo americano um direito de matar superior aos tribunais e às normas fundamentais do direito internacional", afirmou Mustafa Qadri, analista da organização de defesa dos direitos humanos.
Desde 2004, entre 2.000 e 4.700 pessoas, incluindo centenas de civis, segundo diferentes avaliações, morreram em quase 300 ataques de drones americanos nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, principal reduto dos talibãs e de outros grupos vinculados à Al-Qaeda na fronteira com o Afeganistão.
A divulgação do relatório coincide com uma visita do primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Shari, aos Estados Unidos.
 
Fonte: AFP
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domingo, 13 de outubro de 2013

Pesquisas confirmam que Arafat foi envenenado com polônio-210

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O ex-líder palestino, Yassir Arafat, falecido em 2004, foi possivelmente envenenado com polônio-210, diz um relatório publicado na revista médica The Lancet.
A revista publicou uma sinopse de pesquisas efetuadas nos últimos anos na Suíça. Após analisarem as amostras recolhidas em objetos pessoas de Arafat, os pesquisadores suíços detectaram neles um elevado nível de radiação.
Com base no relatório emitido pelos investigadores suíços, o tribunal de Paris instaurou um processo tendo por objeto o suposto envenamento de Yassir Arafat e em 27 de novembro de 2012 se procedeu à exumação do corpo. Os peritos russos envolvidos nas pesquisas concluirão a investigação dos restos mortais de Arafat até final de 2013.
Fonte: Voz da Rússia
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sábado, 28 de setembro de 2013

Pilotos de jato que derrubou voo da Gol podem ficar livres

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Sete anos após o acidente aéreo que matou 154 pessoas do voo 1907, da Gol, é possível que os principais e únicos acusados pela tragédia jamais cumpram pena em regime fechado. A afirmação é de Osnir Belice, procurador do MPF (Ministério Público Federal), em Brasília, que pediu à Justiça a condenação dos pilotos norte-americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore.
 
O caso que ficou conhecido mundialmente como um dos piores na história da aviação civil brasileira foi registrado no dia 29 de setembro de 2006 em uma área de mata no Estado do Mato Grosso. O avião caiu na região de Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá.
 
Há um mês, o processo dos dois pilotos chegou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) em um agravo. Belice tenta reformar a condenação de três anos e um mês de reclusão imposta em 2012 aos pilotos do jato Legacy, que colidiu o Boeing 737 da Gol. Em medida judicial semelhante à do MPF, Paladino e Lepore brigam para que o STJ extinga ou reduza a pena.
 
Relembre o acidente com avião da Gol, que completa 7 ano.
 
"É ridícula uma pena dessas, frustrante. Se fosse nos Estados Unidos, certamente Lepore e Paladino pegariam prisão perpétua. Dificilmente cumprirão em regime fechado, apesar das provas serem contundentes", afirmou o procurador, que completou: "As leis brasileiras --o julgamento do mensalão está aí para confirmar --são muito benéficas para os réus", declarou o procurador, em entrevista ao UOL.
 
O representante do MPF ainda aguarda que o STJ aprecie o agravo de instrumento por meio do qual requer o aumento da pena. Até a última sexta (27), porém, apenas a medida judicial dos dois réus estava em trâmite na instituição.
 
"A primeira sensação que fica é a de que nosso Código Penal, da década de 1940, está completamente defasado: essa pena não corresponde à gravidade do delito", afirmou. "Mas acreditamos que até o final de 2014, ou começo de 2015, no máximo, haverá uma resposta –nem que eles tenham de cumprir a pena em regime semiaberto nos EUA, onde essa modalidade tem critérios muito mais rigorosos de acompanhamento do que aqui", disse.
 
A partir da pena a que Paladino e Lepore foram condenados, com base em tabela do Código Penal e da publicação do acórdão com a decisão –do primeiro semestre deste ano --, o MP calcula que o crime prescreva no primeiro semestre de 2017.
 
"Certamente o STJ julga antes, e esperamos que seja assim. Não é possível que esses pilotos tenham viajado quase uma hora sem comunicar a torre, com equipamento anticolisão desligado, causado a morte de 154 pessoas e fiquem impunes. Isso gera uma frustração não apenas nas famílias, mas na sociedade", afirmou.
 
Em seu recurso, o MPF pediu que a pena dos pilotos seja aumentada ao máximo do estipulado em lei --como foram condenados por crime de atentado contra a segurança de transporte, poderão receber, no máximo, cinco anos de prisão. Depois do STJ, porém, o processo ainda deve seguir também para o STF (Supremo Tribunal Federal).
 
Pena já havia sido reduzida
 
A pena que é objeto de contestação no STJ já é resultado de uma redução: ela era de quatro anos e quatro meses de prisão, por homicídio culposo, e havia sido determinada pela Justiça Federal de Mato Grosso. Foi revista em 2012 pelo TRF-1, que analisou pedido dos pilotos para que ela convertida em prestação de serviços comunitários nos EUA.
 
O tribunal ainda estabeleceu que Paladino e Lepore cumpram os três anos e um mês em regime aberto, ou seja: podem trabalhar, mas precisam se apresentar periodicamente à Justiça, além de pedir permissão para viagens ao exterior e participação em eventos públicos.

Controladores de voo são absolvidos

Em outubro do ano passado, o STJ manteve a decisão do TRF-1 e absolveu dois controladores de voo acusados de negligência no acidente. Para a ministra Laurita Vaz, responsável pela análise do recurso, os dois controladores receberam a informação errada de que a aeronave Legacy mantinha seu nível de voo, quando, na verdade, estava no mesmo nível do avião da Gol, que ia em sentido contrário.
 
O MPF havia denunciado quatro controladores de voo, além dos dois pilotos. No entanto, a Justiça de primeira instância decidiu pela absolvição sumária de dois dos quatro funcionários.
 
Em outros processos relativos ao acidente, familiares buscam a reparação na Justiça por furto de bens das vítimas –julgado procedente em primeira instância, o caso foi encaminhado no dia 12 deste mês ao TRF-4, em Porto Alegre, onde será julgado em segundo grau. Equipes que participaram do resgate das vítimas negaram participação no sumiço dos bens, à época.
 
Na esfera cível, de acordo com a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 –entidade criada em 18 de novembro de 2006 --, apenas cinco famílias não aceitaram até hoje acordos de indenização propostos pela Gol e seguem no polo passivo dos demais processos.
 
Em julho passado, parentes das vítimas do acidente pediram que o governo brasileiro cobrasse das autoridades dos EUA uma punição administrativa para os pilotos norte-americanos. O objetivo era impedir que Lepore e Paladino continuassem voando enquanto o processo criminal a que os dois respondem no Brasil não fosse encerrado. Segundo a associação de familiares, Paladino hoje trabalha na companhia American Airlines, enquanto Lepore segue trabalhando na ExcelAire, empresa de táxi aéreo a que pertencia o jato Legacy que se chocou contra o Boeing da Gol.

Missa em homenagem às vítimas

Neste domingo (29), os sete anos do acidente serão lembrados com uma missa em homenagem às 154 vítimas. A organização, por conta da associação dos familiares, marcou a cerimônia para as 10h, em Brasília, na igreja Rainha da Paz. Além da missa, está prevista uma doação de alimentos não perecíveis, além de material de higiene e escolar, ao Lar Casa de Ismael, localizado na capital federal.

Avião ia de Manaus ao Rio

O Boeing havia decolado de Manaus (AM) com destino ao Rio, com escala em Brasília, mas foi atingido pelo Legacy da empresa de táxi aéreo americana ExcelAire, fabricado pela Embraer, pilotado pelos norte-americanos.
 
O choque com a aeronave da Gol ocorreu a 37 mil pés de altitude, na região norte de Mato Grosso, próximo ao município de Peixoto de Azevedo. O Boeing caiu, mas o Legacy conseguiu pousar cerca de 20 minutos depois.
 
Fonte: UOL
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Atiradores deixam ao menos 4 mortos em Washington

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Um atirador foi morto e outros dois se encontram foragidos depois dos disparos realizados nesta segunda-feira em um complexo naval em Washington que deixou um número ainda não definido de mortos, informou a chefe da polícia local.
 
Os disparos ocorreram por volta das 8h20 da manhã (horário local, 9h20 em Brasília) na instalação Washington Navy Yard, onde trabalham 3 mil pessoas, a algumas quadras de distância do Congresso americano.
 
"Um dos atiradores que, acreditamos que esteve envolvido no caso, foi morto" afirmou Cathy Lanier. "A principal preocupação agora é que potencialmente temos outros dois atiradores que ainda não foram localizados".
"Também temos outras vítimas. Não posso dar um número exato neste momento, mas eu diria que temos várias vítimas fatais. Atualizaremos as informações assim que tivermos estes números confirmados", acrescentou. Lanier disse ainda que ao menos um policial ficou ferido, mas alertou que as informações são preliminares e podem mudar.
 
Ela descreveu um potencial suspeito como um homem branco usando uniforme da marinha.
 
"Temos um outro potencial suspeito que é um homem negro, de aproximadamente 50 anos, e que foi visto com um fuzil", acrescentou.
 
Segundo ela, este segundo homem também usava uniforme militar, mas não confirmou que se tratem realmente de militares.
 
Tiroteio de Washington foi um ato covarde, diz Obama
 
O presidente Barack Obama condenou nesta segunda-feira o tiroteio ocorrido numa base naval em Washington e afirmou que os autores serão levados perante a justiça. "Enquanto a investigação prossegue, faremos de tudo em nosso poder para assegurar que quem fez este ato covarde seja responsabilizado", afirmou Obama.
O presidente lamentou o fato de os americanos enfrentarem outro "tiroteio em massa" e destacou que as pessoas na linha de fogo sabiam dos perigos de servir no exterior, mas agora enfrentam o perigo dentro de sua própria casa.
 
Fonte: GBN com agências de notícias
 
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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Agência Nacional de Segurança dos EUA violou regra judicial ao vasculhar telefonemas

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A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos violou repetidamente regras de privacidade entre 2006 e 2009 ao realizar buscas em registros telefônicos sem indícios suficientes que ligassem determinados números a suspeitos de terrorismo, segundo relato de autoridades e documentos liberados do sigilo nesta terça-feira.
 
A Corte de Vigilância da Inteligência Estrangeira, um tribunal secreto que supervisiona solicitações de agências de espionagem para grampear telefones e capturar e-mails como parte de investigações sobre terrorismo, exige que a NSA tenha uma "suspeita articulável razoável" de que determinados números telefônicos estão associados a suspeitos de terrorismo.
 
Só com isso os agentes poderiam vasculhar os gigantescos bancos de dados de ligações para ver com quais outros telefones esse número fez contato, com que frequência e com que duração.
 
Mas, entre 2006 e 2009, a lista de alerta usada pela agência para vasculhar o volume total de telefonemas coletados diariamente cresceu de 3.980 para 17.350, dos quais só 2.000 atendiam a critérios para que fosse considerados razoavelmente suspeitos, segundo autoridades de inteligência.
 
As novas revelações conferem uma nova perspectiva a recentes declarações do diretor da NSA, Keith Alexander, de que apenas cerca de 300 números foram confrontados com o banco de dados de telefonemas em 2012. Isso pode ter ocorrido porque as solicitações foram restringidas depois de a NSA admitir ao tribunal que não havia seguido as orientações anteriores.
 
Os documentos foram liberados do sigilo pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, após uma longa disputa com a Fundação Fronteira Eletrônica, grupo de liberdades civis que abriu há dois anos um processo judicial nesse sentido, com base na Lei da Liberdade de Informação.
 
O processo judicial ganhou fôlego depois que o ex-técnico de inteligência Edward Snowden revelou milhares de documentos detalhando as práticas da agência, incluindo uma decisão anterior da corte secreta determinando à operadora de telefonia Verizon que entregasse os registros de todas as ligações feitas.
 
O monitoramento do serviço de espionagem abrangia apenas os contatos estabelecidos, mas não o conteúdo das conversas.
 
O diretor de Inteligência Nacional, Joseph Menn, disse em nota que os documentos agora revelados mostram que as autoridades de inteligência detectavam problemas internamente e os corrigiam.
 
Fonte: Reuters
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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Agência dos EUA derruba barreiras de proteção na internet, diz "New York Times"

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A NSA, Agência de Segurança Nacional dos EUA, consegue corromper parte da proteção digital do comércio global e dos sistemas bancários, além de proteções automáticas de e-mails, pesquisas na web, chats na internet e chamadas de telefone de americanos e cidadãos ao redor do mundo, afirma reportagem publicada nesta quinta-feira (5) pelo "The New York Times".
 
O jornal americano afirma ter tido acesso aos mais novos documentos divulgados por Edward Snowden. O esquema revelado pelo ex-técnico da CIA (agência de inteligência americana) mostra que diversos programas da NSA permitiram a investigação de dados e conteúdo de conversas entre milhões de pessoas em todo o mundo --até mesmo a presidente Dilma Rousseff teria sido alvo de monitoramento da NSA, o que causou uma crise diplomática entre os países.
 
As denúncias foram publicadas pela primeira vez em junho deste ano, pelos jornais britânico "Guardian" e americano "Washington Post". Procurado pelos EUA desde então, Snowden recebeu asilo em agosto do governo russo.
 
Segundo o "NYT", o NSA consegue corromper a criptografia, que protege dados e confere privacidade na internet, utilizando supercomputadores, truques técnicos, ordens judiciais e persuasão nos bastidores.
 
A agência trata seus recentes sucessos em decifrar dados protegidos na internet como informação sigilosa, já que, segundo o jornal, a NSA quer manter a crença dos usuários de internet de que seus dados estão a salvo do governo.
 
Em 2000, poucos anos após perder uma batalha pública para inserir uma espécie de porta de acesso em todos os sistemas de segurança de informação utilizados na internet, a NSA decidiu investir bilhões de dólares em escutas clandestinas.
 
Este investimento incluiu supercomputadores e colaboração com empresas de tecnologia nos EUA e em outros países para construir portas de entrada que a NSA pudesse acessar. Segundo o jornal, que cita entrevistas com membros da indústria e outros documentos, os papeis não deixam claro quais empresas foram contratadas.
 
O jornal afirma ainda que a NSA entrou ilegalmente em computadores específicos para criar pontos de acesso antes que eles fossem protegidos e usou sua influência como uma das maiores criadoras de códigos (sua especialidade desde sua criação, em 1952) para inserir pontos fracos em sistemas de segurança que se tornarão o padrão utilizado por desenvolvedores de hardware e software em todo o mundo.
 
Os documentos citados pelo "NYT" indicam ainda que a NSA trabalhou por várias vezes em conjunto com analistas britânicos. Segundo um memorando de 2010 obtido pelo jornal, a Central de Comunicações do Governo britânico foi informada sobre os esforços da agência americana e que "vastas quantidades de informação na internet que eram até então descartadas agora podem ser exploradas".
 
Outro documento citado pelo jornal, um documento de orçamento da inteligência americana, indica que a campanha da NSA para quebrar a proteção da internet continua até os dias de hoje.
 
Fonte: Folha
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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

EUA podem vigiar 'quase tudo' o que um internauta faz

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Um sistema de vigilância secreto conhecido como XKeyscore permite à inteligência dos Estados Unidos monitorar "quase tudo o que um usuário típico faz na internet", de acordo com documentos divulgados nesta quarta-feira pelo jornal britânico The Guardian.
 
Citando documentos secretos vazados pelo ex-consultor de inteligência Edward Snowden, o Guardian observa que o programa é o de maior alcance operado pela Agência Nacional de Segurança (NSA).
 
O jornal indica que a existência do XKeyscore corrobora a afirmação de Snowden, rejeitada pelas autoridades americanas, de que a NSA poderia realizar "qualquer monitoramento, com você ou seu contador, com um juiz federal ou mesmo o presidente".
 
As informações podem ser obtidas através dos IPs (endereços de rede), telefones, nomes completos, apelidos de usuários e palavras-chave em diversas redes sociais e provedores de e-mail.
 
Em seu site, The Guardian publicou uma série de slides sobre o que parece ser um treinamento interno da inteligência americano, mostrando recursos do programa XKeyscore.
 
O jornal indicou ter omitido 32 imagens, porque "revelam detalhes específicos das operações da NSA".
 
Os slides estão marcados como "Top Secret" e o acesso é restrito a funcionários autorizados dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Este material foi produzido em 2007, e não poderia ser desclassificado antes de 2032.
 
De acordo com esses slides, o XKeyscore permite aos Estados Unidos monitorar em tempo real e-mails, pesquisas na web, acesso a sites, redes sociais e praticamente qualquer atividade de um determinado usuário.
 
A operação do sistema é assegurada por uma infraestrutura baseada em um grande cluster Linux com cerca de 500 servidores distribuídos em todo o mundo.
 
Esses servidores foram distribuídos entre países aliados e rivais de Washington, incluindo Rússia, China e Venezuela.
 
Ao contrário de outros sistemas de monitoramento, o XKeyscore pode iniciar uma vigilância indexando virtualmente qualquer tipo de atividade on-line.
 
Entre os exemplos fornecidos está a capacidade do sistema de detectar ações incomuns, como a realização de uma pesquisa em uma língua raramente usada em uma determinada região, por exemplo, em alemão a partir do Paquistão, ou uma busca no Google Maps de locais considerados potenciais alvos para ataques.
 
Nestes casos, o programa pode isolar e controlar os dados por conta própria.
 
O documento observa que o XKeyscore permitiu Estados Unidos a detectar "mais de 300 terroristas".
Os gráficos revelados pelo Guardian mostram que o XKeyscore está sendo atualizado para torná-lo mais potente e mais rápido, bem como expandir a gama de dados que podem ser pesquisados, incluindo informações incrustada dentro de fotos digitais.
 
As novas revelações acontecem num momento em que os funcionários das três agências de inteligência dos Estados Unidos e do Departamento de Justiça devem marcar uma audiência no Senado.
 
Na semana passada, a Câmara dos Representantes rejeitou uma proposta para reduzir o financiamento de programas de inteligência.
 
Fonte: AFP
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

EUA e Paquistão fizeram acordo secreto para uso de "drones"

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Nek Muhammad sabia que estava sendo seguido. Em um dia quente de junho de 2004, esse membro da tribo pashtun estava dentro de uma construção de barro no Waziristão do Sul conversando por telefone via satélite com um dos muitos jornalistas que regularmente o entrevistavam a respeito de como ele enfrentara e humilhara o Exército do Paquistão nas montanhas do oeste do país. Ele perguntou a um dos seus seguidores sobre o estranho pássaro metálico que pairava acima dele.
 
Menos de 24 horas depois, um míssil destruiu o casebre, arrancando a perna esquerda de Muhammad, que morreu junto com várias outras pessoas, incluindo dois meninos. Os militares paquistaneses rapidamente assumiram a autoria do ataque.
 
Era mentira.
 
Muhammad e seus seguidores haviam sido mortos pela CIA, que, pela primeira vez, usava no Paquistão um "drone" (avião teleguiado) Predator para realizar um "assassinato seletivo". O alvo não era um dirigente da Al Qaeda, mas um aliado paquistanês do Taleban que comandava uma rebelião tribal e estava marcado pelo Paquistão como inimigo do Estado. Num acordo secreto, a CIA concordou em matá-lo em troca de acesso ao espaço aéreo paquistanês para poder caçar os seus próprios inimigos com os "drones".
 
A barganha, descrita em entrevistas com mais de uma dúzia de funcionários públicos no Paquistão e nos Estados Unidos, é crucial para entender a origem de uma dissimulada guerra com "drones" que começou no governo Bush, foi ampliada pelo presidente Barack Obama e é agora motivo de intenso debate nos EUA.
 
O acordo, um mês depois de um cáustico relatório interno sobre abusos nas prisões secretas da CIA, abriu caminho para que a agência priorizasse a morte de terroristas (em vez da sua captura) e contribuiu para que ela -um serviço de espionagem da época da Guerra Fria- se transformasse em um serviço paramilitar.
 
A CIA, desde então, já conduziu centenas de ataques com "drones" no Paquistão que mataram milhares de pessoas -militantes e civis. Ela acabou por definir a nova forma americana de combate, criando um atalho nos mecanismos pelos quais os EUA vão à guerra.
 
Nem as autoridades americanas nem as paquistanesas jamais admitiram o que realmente aconteceu com Muhammad -os detalhes continuam sob sigilo.
 
Mas, nos últimos meses, parlamentares dos EUA fizeram apelos por transparência, e críticos à direita e à esquerda passaram a pressionar Obama e seu novo diretor da CIA, John Brennan, para que eles ofereçam uma explicação mais completa sobre os objetivos dos "drones".
 
Ross Newland, que ocupava um cargo graduado na CIA quando a agência foi autorizada a matar integrantes da Al Qaeda, diz que a CIA parece ter ficado muito à vontade com as mortes por controle remoto.
 
ASTRO INCONTESTE
 
Em 2004, Muhammad havia se tornado o astro inconteste das áreas tribais, as ferozes terras montanhosas habitadas pelos wazirs, mehsuds e outras tribos pashtuns que há décadas vivem de forma independente do governo paquistanês.
 
Muhammad, um ousado membro da tribo wazir, havia montado um exército para combater as forças oficiais e forçara o governo a negociar.
 
Muitos nas áreas tribais viam com desdém a aliança forjada pelo então presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, com os EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
 
Nascido perto de Wana, centro comercial do Waziristão do Sul, Muhammad passou a adolescência como ladrão de carros e balconista no bazar da cidade. Achou sua vocação em 1993, mais ou menos aos 18 anos, quando foi recrutado para lutar pelo Taleban no Afeganistão. Ele ascendeu rapidamente na hierarquia militar do grupo.
 
Quando os EUA invadiram o Afeganistão, em 2001, ele aproveitou a oportunidade para hospedar combatentes árabes e tchetchenos da Al Qaeda, que entravam no Paquistão ao fugir dos bombardeios americanos.
 
Para Muhammad, isso era um ganha-pão, mas ele também viu outra utilidade nos recém-chegados. Com a ajuda deles, nos dois anos seguintes, lançou ataques contra instalações militares paquistanesas e bases americanas no Afeganistão.
 
Agentes da CIA em Islamabad pediram a espiões paquistaneses que pressionassem membros da tribo wazir a entregar os combatentes estrangeiros. Relutantemente, Musharraf enviou tropas às montanhas para caçar Muhammad e seus homens. Em março de 2004, helicópteros paquistaneses bombardearam Wana.
 
Um cessar-fogo foi negociado em abril, durante uma reunião no Waziristão do Sul na qual um comandante paquistanês pendurou uma guirlanda de flores no pescoço de Muhammad.
 
A trégua deu mais fama a Muhammad, mas logo se revelou um blefe. Ele retomou seus ataques contra as forças paquistanesas.
 
OFERTA AMERICANA
 
A CIA vinha monitorando a ascensão de Muhammad, mas as autoridades o viam mais como um problema do Paquistão do que dos EUA. Em Washington, havia crescente alarme quanto à presença de membros da Al Qaeda nas áreas tribais, e George Tenet, então diretor da CIA, autorizou seus agentes em Islamabad a pressionar as autoridades paquistanesas para permitir os "drones" armados.
 
Enquanto as batalhas eram travadas no Waziristão do Sul, o chefe do escritório da CIA em Islamabad fez uma visita ao general Ehsan ul Haq, chefe da Inteligência Interserviços (ISI, a espionagem paquistanesa), e lhe apresentou uma oferta: se a CIA matasse Muhammad, a ISI autorizaria voos de "drones" armados sobre as áreas tribais?
 
A barganha foi selada. Autoridades paquistanesas insistiram em aprovar cada ataque, o que lhes dava controle sobre os alvos. A ISI e a CIA concordaram que todos os voos de "drones" no Paquistão seriam operados sob a autoridade dissimulada da CIA -o que significava que os EUA jamais admitiriam ter conhecimento dos ataques e o Paquistão assumiria o crédito por eles ou ficaria em silêncio.
 
NOVA DIREÇÃO
 
Enquanto as negociações transcorriam, o inspetor-geral da CIA, John Helgerson, havia acabado de concluir um duro relatório sobre os abusos a detentos em prisões secretas da CIA. Era talvez a mais importante razão individual para que a CIA passasse a matar suspeitos em vez de prendê-los.
 
Autoridades de contraterrorismo começaram a repensar a estratégia para a guerra secreta. Os "drones" armados ofereciam uma nova direção. Matar por controle remoto era a antítese do trabalho duro e íntimo do interrogatório. Os assassinatos seletivos foram saudados por republicanos e democratas.
 
Três anos antes da morte de Muhammad e um ano antes de a CIA realizar seu primeiro assassinato seletivo fora de uma zona de guerra -em 2002, no Iêmen-, houve um debate sobre a legalidade e a moralidade do uso de "drones" para matar supostos terroristas.
 
John McLaughlin, então subdiretor da CIA, disse que não se podia subestimar a mudança cultural que advém da obtenção da autoridade letal. "Quando as pessoas me dizem que 'não é grande coisa', eu lhes digo: 'Você já matou alguém?'", afirmou. "É grande coisa. Você começa a pensar de um jeito diferente."
 
Depois do 11 de Setembro, porém, essas preocupações foram rapidamente postas de lado.
 
Depois que Muhammad foi morto, o general Shaukat Sultan, um porta-voz paquistanês, disse a jornalistas que o "facilitador da Al Qaeda" Nek Muhammad e quatro outros "militantes" haviam sido mortos por um foguete disparado por forças paquistanesas. Qualquer insinuação de que Muhammad teria sido morto por americanos ou com assistência americana, disse ele, era "totalmente absurda".
 
Fonte: The New York Times
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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Hacker consegue controle total de uma aeronave comercial com um modesto aparelho Android

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Hugo Teso é um piloto de aviões comerciais e consultor de segurança. Durante uma conferência chamada “Hack In The Box”, que ocorreu em Amsterdam, Teso deixou a plateia impressionada com um software desenvolvido por ele.
 
De acordo com o analista, é possível assumir o controle total de uma aeronave comercial através de um simples aplicativo para Android.
O software busca alvos se infiltrando em transmissões de rádio entre os aviões e a torre de comando e depois utiliza um segundo sistema de comunicação para enviar mensagens maliciosas e assumir o controle total da aeronave.
 
Teso demonstrou, inclusive, que é possível utilizar os próprios acelerômetros dos aparelhos para controlar fisicamente o voo dos aviões e executar manobras que podem resultar em acidentes. O analista também contou que, quando entrou em contato com as empresas aéreas para discutir o problema, ficou surpreso com a rapidez com que elas se comprometeram em ajudá-lo a encontrar soluções.

Piloto automático

Segundo Teso, caso um avião seja alvo desse tipo de “sequestro” a única saída para o piloto é desativar o piloto automático e assumir o controle manual. Porém, é preciso que ele perceba a situação a tempo, o que não é algo muito simples de se fazer.
A parte boa da notícia é que esse aplicativo é apenas a prova de um conceito, e já está sendo utilizado para implementar novas medidas de segurança nos sistemas de comunicação dos aviões mais modernos.
 
Fonte: Net Security via Hangar do Vinna
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sexta-feira, 29 de março de 2013

ONU fracassa em nova tentativa de regulamentar comércio de armas

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Após dez dias de negociações, os países membros da ONU fracassaram em mais uma tentativa de concluir um tratado para regulamentar o comércio internacional de armas convencionais devido a oposição do Irã, da Coréia do Norte e da Síria. Os três países afirmaram formalmente sua oposição ao texto.
 
“Não houve consenso para a adoção (do texto)”, afirmou o diplomata australiano Peter Woolcott  presidente da Conferência Internacional sobre Armas realizada em Nova York.
 
Vários países, entre eles da Europa, da África e da América Latina e os Estados Unidos, apoiaram a iniciativa apresentada pelo Kênia de enviar o texto para ser analisado e adotado pela Assembléia Geral da ONU assim que possível.
 
A Assembléia previu essa possibilidade quando convocou a conferência, definida por uma resolução adotada em dezembro. A Assembleia poderá retomar as discussões sobre o assunto a partir da semana que vem com grandes chances de que o texto seja adotado por uma maioria de dois terços (130 dos 193 países membros).
 
O México sugeriu superar o bloqueio de Teerã, Damasco e Pyongyang, mas a Rússia se opôs, denunciando uma “manipulação do consenso”.
 
“Um tratado bom e rigoroso foi bloqueado, mas a maioria dos países quer uma regulamentação”, afirmou a negociadora britânica Jô Adamson. Segundo ela não houve um fracasso, mas "um sucesso que foi adiado".
 
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ter ficado “extremamente decepcionado com o fracasso”. Ele disse que o tratado era "equilibrado" e expressou o desejo de que os país membros continuem seus esforços para que entre em vigor o mas rápido possível.
 
Refém
 
“O mundo tornou-se refém de três países”, reagiu Anna MacDonald, da ONG OXFAM. “O tratado será uma realidade, é uma questão de tempo”, defendeu.
 
Para Brian Wood, da Anistia Internacional, a atitude da Coréia do Norte, Irã e Síria foi “profundamente cínica”. Ele pediu que a Assembleia Geral da ONU adote o tratado assim que possível.
 
O embaixador iraniano na ONU, Mohammed Khazaee, afirmou que o tratado “abria as portas para politização, manipulação e discriminação” e que “ignorava o direito dos Estados de comprar armas convencionais para se defender de uma agressão”.
 
O representante norte-coreano Ri Tong-Il julgou que o texto não “era equilibrado” e poderia ser facilmente “manipulado politicamente pelos principais exportadores de armas".
 
Negociado há 7 anos, o tratado tem como objetivo moralizar as vendas de armas tradicionais, um mercado avaliado em 80 bilhões de dólares por ano. Seu princípio estabelece que cada país avalie, antes de qualquer transação, se as armas negociadas ameaçam contornar um embargo internacional, cometer genocídio ou outras “violações graves” de direitos humanos, ou se elas podem cair nas mãos de terroristas ou criminosos.
 
O documento se refere a pistolas e até aviões e navios de guerra, e inclui também mísseis.
 
Fontes: RFI
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sexta-feira, 22 de março de 2013

Washington prepara drones para uma operação militar na Síria

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Os EUA estão se preparando para um ataque preventivo mediante veículos não tripulados contra alvos sírios onde alegadamente existirão armas químicas.
 
Apesar de o presidente Obama, em visita a Israel, ter pedido para aguardar por "provas definitivas " sobre um presumível uso de armas químicas nos arredores de Aleppo, a CIA procedeu aos preparativos necessários para a utilização de drones. No Congresso foi lançada uma campanha de aprovação de operações desse gênero. Conforme a Constituição, os congressistas têm o direito de aprovar qualquer ingerência militar externa dos EUA.
 
Em Langley foi formado um grupo especial, encarregado de avaliar e identificar os alvos concretos – materiais e humanos. Do Paquistão e do Iêmen foram transferidos oficiais da CIA especializados em comando de drones naqueles países, bem como no Afeganistão e na Somália. O novo diretor da CIA, John Brennan, tem a reputação de principal ideólogo da "guerra à distância" com o emprego de drones.
 
Representantes da CIA promoveram briefings secretos para ambas as comissões parlamentares de contra-inteligência (do Senado e da Câmara dos Representantes). Normalmente, tal procedimento ocorre antes da tomada de decisões importantes.
 
A presidente da respetiva comissão do Senado, a democrata Dianne Feinstein, esquivou-se a responder à pergunta sobre um eventual ataque contra a Síria. Disse literalmente o seguinte:
 
"Foi-nos facultada informação confidencial durante a reunião que decorreu à porta fechada. A Casa Branca também a tem, cabendo-lhe a ela tomar a decisão definitiva. Parece-me estarem chegando tempos difíceis. O regime sírio está cada vez mais desesperado. Sabemos onde se encontram as armas químicas. Estamos entrando numa época de trevas e a Casa Branca tem que estar pronta para qualquer cenário."
 
O presidente da comissão especial de inteligência da Câmara dos Representantes, Mike Rogers, do Partido Republicano, anunciou que a situação explosiva está perto da "linha vermelha" após a transposição da qual o regime de Assad não será perdoado.
 
"Creio que estamos perante certos compromissos morais ao abrigo dos quais devemos fazer alguma coisa com a capacidade do regime sírio de usar armas químicas. Isto significa um golpe militar limitado, pelo qual temos que assumir a responsabilidade moral."
 
Um grupo especial da CIA está mantendo contatos diretos com os serviços homólogos da Arábia Saudita, Jordânia, Turquia e outros países da região. O grupo foi encarregado de recolher informações sobre os alvos, suas características e os sistemas de proteção. Ao mesmo tempo, escreve o periódico Los Angeles Times, estão sendo preparados dossiers pormenorizados sobre os partidários da Al-Qaeda que fazem parte dos grupos de resistência na Síria. Ultimamente Washington tem estado preocupado pelo fato de os destacamentos oposicionistas islâmicos mais radicais terem ganho muitas batalhas. Por isso, os dossiers poderão ser utilizados para que os elementos de ânimos moderados possam, segundo o jornal, levar a melhor. Tudo indica tratar-se do aniquilamento físico daqueles que os EUA consideram agentes da Al-Qaeda.
 
Fonte: Voz da Rússia
 
Nota GBN: Vem ai, Iraque parte II? Pois mais uma vez os EUA estão preparando ataques contra um Estado árabe sob a alegação de estar defendendo a população de armas de destruição em massa. Pelo visto assistiremos a continuação da política da OTAN que visa derrubar os governos opositores aos seus interesses na zona de influência do Oriente Médio e Norte da África.
 
A preocupação dos EUA e seus aliados da OTAN deveria recair sobre a oposição que tenta derrubar o governo de Assad, pois há informações de que alguns de seus membros são simpatizantes de grupos extremistas ligados á redes terroristas.
 
 
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quinta-feira, 21 de março de 2013

Como dois espiões ajudaram a causar a guerra no Iraque

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O principal argumento que levou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha a invadir o Iraque há dez anos, o de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, foi baseado em informações falsas divulgadas por dois espiões iraquianos.
É o que revela uma investigação conduzida pelo programa de televisão Panorama, exibido nesta semana pela BBC na Grã-Bretanha.
 
Mesmo antes da ação militar no Iraque, várias fontes confiáveis de serviços secretos ocidentais diziam que Saddam não tinha as supostas armas de destruição em massa.
No dia 24 de setembro de 2002, o governo do primeiro-ministro Tony Blair apresentou um dossiê sobre a suposta ameaça das armas de Saddam. "O programa de armas de destruição em massa do Iraque não foi encerrado", disse Blair. "Ele permanece ativo."
No entanto, o dossiê - preparado para o público doméstico e com um prefácio pessoal de Tony Blair assegurando "não haver dúvidas" de que Saddam Hussein continuava a produzir armas de destruição em massa - omitiu questionamentos feitos por agências de inteligência como o MI6 (serviço secreto britânico voltado para o exterior).
Frases e adjetivos como "esporádico e inconsistente" ou "permanece limitado" foram cortados do texto original, o que conferiu ao documento um grau de certeza que ele não deveria ter.
'Ouro de tolo'
Boa parte da informação-chave usada pela Casa Branca e por Downing Street (sede do governo britânico) foi baseada em invenções e mentiras.
No Panorama, o general Mike Jackson, então chefe do Exército britânico, diz que "o que parecia ser ouro em termos de inteligência acabou se revelando ouro de tolo, porque parecia, mas não era".
Frederick Butler, que chefiou o primeiro inquérito parlamentar sobre o dossiê após a guerra, diz que Blair e os organismos de inteligência britânicos "enganaram a si mesmos".
Butler e o general Jackson concordam que Blair não mentiu. Segundo eles, o primeiro-ministro realmente acreditava que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa.
Seja como for, boa parte da base das acusações contra Saddam no dossiê - que "justificou" uma guerra violenta que devastou um país e deixou mais de uma centena de milhares de mortos - derivara de informações falsas passadas por um desertor iraquiano, o espião Rafid Ahmed Alwan Al-Janabi.
Suas invenções e mentiras contribuíram para consolidar uma das maiores falhas de inteligência de que se tem memória.
Janabi ficou conhecido como Curveball (bola com efeito), codinome dado a ele pelos serviços secretos americanos - e que acabaria se mostrando bastante apropriado.
Dúvidas
Janabi chamou a atenção do serviço de inteligência alemão, o BND, ao se apresentar como engenheiro químico quando chegou a um centro de refugiados iraquianos na Alemanha, em 1999, pedindo asilo político.
Ele disse ter visto laboratórios biológicos móveis montados em caminhões para evitar sua detecção.
Os alemães tinham dúvidas sobre as informações passadas por Janabi e alertaram os serviços secretos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha sobre isso.
 
O MI6 também tinha dúvidas, expressas em um telegrama secreto à CIA: "Elementos do comportamento [dele] nos desafiam por serem típicos de indivíduos que normalmente avaliaríamos como mentirosos, [mas estamos] inclinados a acreditar que uma parte significativa [do que dizia Curveball] é verdade."
O serviço de inteligência britânico decidiu aceitar as informações de Curveball, como fizeram os americanos - só bem mais tarde é que o ex-espião iraquiano viria a admitir que as informações eram fabricadas.
E, para azar dos serviços americano e britânicos, apareceram, na mesma época, informações de outro espião que pareciam confirmar as informações passadas por Curveball.
Tratava-se de um ex-oficial de inteligência iraquiano chamado Muhammad Maj Harith, que disse ter sido sua a ideia de desenvolver laboratórios biológicos móveis. Ele chegou a dizer que encomendou sete caminhões Renault para tal propósito.
Harith tinha desertado para a Jordânia, onde se entregou aos americanos. Aparentemente, ele inventou sua história porque queria um novo lar. Suas informações também viriam a ser descartadas como falsas.
O MI6 também havia acreditava ter uma confirmação da história de Curveball quando outra fonte, de codinome Rio Vermelho, revelou ter estado em contato com uma fonte secundária que disse ter visto fermentadores em caminhões.
Mas essa fonte jamais afirmou que esses fermentadores tinham a ver com a produção de armas biológicas. Depois da guerra, concluiu-se que Rio Vermelho também não era confiável como fonte.
Terno feito à mão
Mas nem todas as provas e evidências estavam erradas. Informações de duas fontes altamente qualificadas próximas a Saddam Hussein estavam corretas. Ambas disseram que o Iraque não tinha qualquer arma de destruição em massa ativa.
A primeira fonte, da CIA, era o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri.
Ex-membro da CIA, Bill Murray - então chefe da agência em Paris - negociou com ele por meio de um intermediário, um jornalista árabe, a quem deu cerca de US$ 200 mil (cerca de R$ 400 mil) em dinheiro vivo como pagamento.
 
Murray disse que Sabri "parecia ser uma pessoa confiável - alguém com quem realmente deveríamos estar falando" e montou uma lista de perguntas para o ministro, com armas de destruição em massa no topo.
O intermediário se reuniu com Naji Sabri em Nova York, em setembro de 2002, quando o ministro estava prestes a prestar esclarecimentos à ONU - seis meses antes do início da guerra, e apenas uma semana antes de o dossiê britânico ser concluído.
O intermediário comprou um terno feito à mão para o ministro iraquiano, que este acabou usando nas Nações Unidas, um gesto que Murray interpretou como sinal de que Naji Sabri estava colaborando.
Murray diz que a informação era de que Saddam Hussein "tinha algumas armas químicas abandonadas no início dos anos 90, que havia dado a diversas tribos leais a ele".
"Ele teve a intenção de ter armas de destruição em massa - químicas, biológicas e nucleares - mas naquele momento praticamente não tinha nada", afirma o ex-agente da CIA.
A agência americana, por outro lado, insiste que o relato de Sabri indicava que o ex-presidente iraquiano tinha programas para desenvolver essas armas porque mencionava que "o Iraque estava atualmente produzindo e estocando armas químicas" e, "como último recurso, tinha plataformas móveis para lançamento de mísseis armados com armas químicas".
Murray contesta essa avaliação.
'Sem explicação'
 
A segunda fonte altamente qualificada que passou informações corretas foi o chefe de inteligência do Iraque, Tahir Jalil Habbush Al-Tikriti - o "valete de ouro" no baralho dos "mais procurados" pelos Estados Unidos, como eram classificados os membros procurados do governo de Saddam Hussein.
Um importante funcionário do MI6 o encontrou na Jordânia em janeiro de 2003 - dois meses antes da guerra.
Pensava-se que Habbush queria negociar um acordo para evitar a invasão iminente. Ele também disse que Saddam Hussein não tinha um programa ativo de armas de destruição em massa.
Surpreendentemente, Frederick Butler - que diz que os britânicos têm "todo o direito" de se sentir enganados pelo seu então primeiro-ministro - só tomou conhecimento da informação de Habbush depois que seu relatório foi publicado.
"Não posso explicar isso", diz Butler. "Foi algo que perdemos em nossa análise. Quando perguntamos sobre isso, fomos informados que não era um fato muito significativo, porque o MI6 encarava aquela informação como algo plantado por Saddam."
Butler diz que também não sabia de nada sobre os relatos de Naji Sabri.
Já Bill Murray faz questão de frisar que não ficou satisfeito com a forma como a informação destas duas fontes altamente qualificadas foram utilizadas.
"Acho que provavelmente produzimos a melhor informação gerada no período pré-guerra, que se provaram - no longo prazo - precisas. Mas essa informação foi descartada."
 
Fonte: BBC Brasil
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