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Representante dos EUA na Unesco reage após adesão da Palestina à Unesco |
O governo de Barack Obama cortará o envio de fundos à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) pelo fato de ela ter aprovado a admissão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como membro pleno da organização.
Ao justificar a decisão de Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que a votação desta segunda-feira ativa uma legislação dos anos 1990 que obriga um corte completo de financiamento americano a qualquer agência da ONU que aceite os palestinos como membro pleno antes de que seja alcançado um acordo de paz israelo-palestino. A Unesco depende dos EUA para 22% de seu orçamento - ou cerca de US$ 70 milhões.
"Faríamos um pagamento de US$ 60 milhões à Unesco em novembro, mas não o faremos mais", disse em Washington a porta-voz do Departamento de Estado americanos, Victoria Nuland.
Segundo Nuland, a decisão da Unesco era "lamentável, prematura e prejudicial ao objetivo compartilhado de uma paz completa, justa e duradoura" entre israelenses e palestinos. De acordo com ela, porém, os EUA continuarão como membros do órgão.
O secretário-geral da ONU fez uma alusão ao corte de financiamento dos EUA em seu discurso, no qual ele evitou destacar a conquista palestina, mas, pelo contrário, demonstrou preocupação com o funcionamento da organização. "Esse passo pode ter possíveis implicações no financiamento fornecido por certos estados-membros. Os integrantes da organização devem assegurar um funcionamento completo das Nações Unidas", afirmou, em entrevista coletiva na sede da ONU, em Nova York.
Para os palestinos, a vitória na Unesco é vista como um passo adiante na tentativa de ter seu Estado reconhecido pela ONU. A agência cultural foi a primeira na qual os palestinos buscaram integração como membro total desde que o presidente Mahmoud Abbas entrou com o pedido de reconhecimento palestino nas Nações Unidas, em 23 de setembro.
Israel e EUA se opõem à tentativa, com Obama já tendo anunciado que vetará a medida no Conselho de Segurança da ONU.
Previamente, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, classificou como "prematuro" o reconhecimento da Palestina como membro da organização, afirmando que a medida não contribuirá para o processo de paz com Israel e para uma solução de dois Estados. Segundo Carney, o voto agride a meta de uma paz duradoura no Oriente Médio e distrai os esforços para conseguir o restabelecimento de conversas diretas.
A Conferência Geral da Unesco aprovou a admissão da ANP em uma votação em sua sede em Paris. O pedido de adesão da ANP teve os votos favoráveis de Índia, China e vários países latino-americanos. EUA, Alemanha e Canadá, entre outros, pronunciaram-se contra.
"Não podemos tomar atalhos", disse o representante dos EUA ao saber do resultado da votação, que teve 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções, sendo que apenas 87 votos positivos seriam necessários.
Israel reagiu à decisão da Conferência Geral da Unesco como um "freio para a paz", afirmando que os países que a apoiaram, como a França, verão sua influência sobre Israel "enfraquecer". "Isso vai enfraquecer a capacidade deles de influenciar na posição de Israel, principalmente em relação ao processo de paz", afirmou à AFP o embaixador israelense na Unesco, Nimrod Barkan.
O secretário-geral da ONU fez uma alusão ao corte de financiamento dos EUA em seu discurso, no qual ele evitou destacar a conquista palestina, mas, pelo contrário, demonstrou preocupação com o funcionamento da organização. "Esse passo pode ter possíveis implicações no financiamento fornecido por certos estados-membros. Os integrantes da organização devem assegurar um funcionamento completo das Nações Unidas", afirmou, em entrevista coletiva na sede da ONU, em Nova York.
Para os palestinos, a vitória na Unesco é vista como um passo adiante na tentativa de ter seu Estado reconhecido pela ONU. A agência cultural foi a primeira na qual os palestinos buscaram integração como membro total desde que o presidente Mahmoud Abbas entrou com o pedido de reconhecimento palestino nas Nações Unidas, em 23 de setembro.
Israel e EUA se opõem à tentativa, com Obama já tendo anunciado que vetará a medida no Conselho de Segurança da ONU.
Previamente, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, classificou como "prematuro" o reconhecimento da Palestina como membro da organização, afirmando que a medida não contribuirá para o processo de paz com Israel e para uma solução de dois Estados. Segundo Carney, o voto agride a meta de uma paz duradoura no Oriente Médio e distrai os esforços para conseguir o restabelecimento de conversas diretas.
A Conferência Geral da Unesco aprovou a admissão da ANP em uma votação em sua sede em Paris. O pedido de adesão da ANP teve os votos favoráveis de Índia, China e vários países latino-americanos. EUA, Alemanha e Canadá, entre outros, pronunciaram-se contra.
"Não podemos tomar atalhos", disse o representante dos EUA ao saber do resultado da votação, que teve 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções, sendo que apenas 87 votos positivos seriam necessários.
Israel reagiu à decisão da Conferência Geral da Unesco como um "freio para a paz", afirmando que os países que a apoiaram, como a França, verão sua influência sobre Israel "enfraquecer". "Isso vai enfraquecer a capacidade deles de influenciar na posição de Israel, principalmente em relação ao processo de paz", afirmou à AFP o embaixador israelense na Unesco, Nimrod Barkan.
Os EUA se opõem ao reconhecimento da Palestina como Estado nos fóruns internacionais e consideram que a criação do país deve nascer das negociações diretas com Israel.
As negociações estão estagnadas há 13 meses, quando expirou uma moratória israelense à construção de novas casas nos assentamentos na Cisjordânia. Desde então, os esforços para restabelecer as negociações não deram resultado.
O presidente dos EUA, Barack Obama, reuniu-se nesta segunda-feira a portas fechadas na Casa Branca com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido e atual enviado do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, para estudar possíveis vias que permitam a retomada das negociações.
Brasil felicita palestinos por adesão à Unesco
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro emitiu um comunicado nesta segunda-feira parabenizando a adesão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). "O governo brasileiro felicita a Palestina por sua admissão como membro pleno da Unesco", afirmou em breve comunicado.
O Executivo brasileiro foi um dos 107 países - entre eles a França, Índia, China e Espanha - a aprovar o pedido de adesão dos palestinos ao órgão da ONU. Dos 173 países que participaram da Conferência Geral da Unesco, 14 votaram contra e 52 se abstiveram. Os EUA reagiram à decisão anunciando que cortarão o envio de fundos à organização.
Para os palestinos, a vitória na Unesco é vista como um passo adiante na tentativa de ter seu Estado reconhecido pela ONU. A agência cultural foi a primeira na qual os palestinos buscaram integração como membro total desde que o presidente Mahmoud Abbas entrou com o pedido de reconhecimento palestino nas Nações Unidas, em 23 de setembro.
Israel também reagiu classificando a admissão de "manobra unilateral" palestina, dizendo que ela afasta as perspectivas de um acordo de paz. "Israel rejeita a decisão da Assembleia Geral da Unesco de aceitar a Palestina como Estado membro da organização", indica um comunicado do Ministério das Relações
Exteriores, ao estimar que "se trata de uma manobra palestina unilateral que não mudará nada no terreno, mas que afasta a possibilidade de um acordo de paz".
Ao justificar a decisão de Washington de cortar o envio de fundos à Unesco, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que a votação desta segunda-feira ativa uma legislação dos anos 1990 que obriga um corte completo de financiamento americano a qualquer agência da ONU que aceite os palestinos como membro pleno antes de que seja alcançado um acordo de paz israelo-palestino. A Unesco depende dos EUA para 22% de seu orçamento - ou cerca de US$ 70 milhões.
Washington se opõe ao pedido palestino de uma cadeira na ONU sob o argumento de que isso não ajudaria nos esforços de reviver as negociações de paz com Israel, que sofreram colapso no ano passado.
Fonte: Último Segundo