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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

BOPE: "Estamos ali para atuar quando tudo mais falha" - Conheça essa tropa de elite

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Na última terça-feira (20), a cena de um ônibus onde 37 pessoas foram tomadas reféns por um jovem de 20 anos que ameaçava atear fogo ao coletivo e mantinha o controle sobre as vítimas as ameaçando com uma arma de brinquedo, trazia à tona o pesadelo do dia 12 de junho de 2000, quando um criminoso tomou como reféns os passageiros de um coletivo, onde infelizmente após mais de cinco horas de negociações, a ação terminou com o criminoso e uma refém mortos, conhecido como “Assalto ao 174”.

Desta vez o desfecho foi diferente, e apenas o criminoso veio a óbito após mais de três horas de intensas negociações, quando foi neutralizado pela ação de um atirador de elite do BOPE, que atingiu o meliante e pondo fim ao sequestro, desta vez sem que houvesse quaisquer vítimas entre os reféns. A ação bem-sucedida trouxe a voga mais uma vez uma das forças especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) de maior prestígio e reconhecimento, o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

Muitos cariocas possuem uma forte admiração pelos “Caveiras”, como são conhecidos os policiais que integram aquele Batalhão, tendo sido criada toda uma mística sobre o treinamento e histórias envolvendo o emprego dessa tropa extremamente treinada e capaz de levar a cabo verdadeiras missões de combate, as quais diferem e muito do que seria o emprego convencional de uma força policial, sendo também conhecidos como “Homens de Preto” em alusão ao clássico uniforme negro, o qual deu lugar ao camuflado digital,

Nós do GBN Defense News conhecemos um pouco da história e rotina destes verdadeiros heróis anônimos, tendo tido um primeiro contato com essa formidável tropa no início desta década, onde visitamos a unidade e fomos recebidos pelo hoje Major Ivan Blaz. Diante de tudo isso e principalmente do drama ocorrido na Ponte Rio-Niterói, resolvemos contar um pouco sobre esta tropa.

Criado há mais de 41 anos, para ser exato, no dia 19 de janeiro de 1978, sendo fruto da necessidade identificada de instituir um grupo de operações policiais especiais, com treinamento específico para lhe dar com situações de risco envolvendo reféns, estando ainda bem forte na memória o ocorrido nas Olimpíadas de Munique em 1972, onde um grupo terrorista tomou como reféns atletas de Israel, ação que terminou com onze reféns, um policial e cinco sequestradores mortos. Além de uma ocorrência envolvendo uma tentativa de fuga de presos, onde o Major Darcy Bittencourt, feito refém pelos criminosos, veio a óbito durante a ação policial. Primeiramente denominado como Núcleo da Companhia de Operações Especiais (NuCOE), foi constituído por policiais voluntários que possuíam especialização em operações especiais nas forças armadas, onde muitos integrantes possuíam o Curso de Guerra na Selva, ou Curso de Contraguerrilha. Inicialmente estavam instalados em Sulacap, nas dependências do CFAP.

O símbolo que ficou famoso nas telas de cinema de todo Brasil, representado por um punhal atravessando uma caveira com duas garruchas cruzadas abaixo, surgiu no início dos anos 80 e passou a ser uma marca registrada da unidade, que ficou conhecida como “Faca na Caveira”. Ainda nos anos 80 a unidade passaria por novas mudanças, onde em abril de 1982 passou a ser designada como Companhia de Operações Especiais (COE), tendo sido transferida para o Batalhão de Polícia de Choque. Já no ano de 1984, foi renomeada como Núcleo de Companhia Independente de Operações Especiais (NuCIOE), subordinado ao BPChq e ocupando as instalações do “Regimento Marechal Caetano de Farias”. Por fim, em março de 1988 a unidade passou a ser denominada Companhia Independente de Operações Especiais, tendo sido pela primeira vez empregados em operações contra o narcotráfico. Mas foi no dia 1 de março de 1991 que a unidade passou a ser conhecida como Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), a qual ostenta até hoje e que ganhou grande notoriedade e importância no aparato de segurança pública do Rio de Janeiro.

O BOPE surgiu primeiramente como tropa especializada em ação de resgate de reféns, porém, o avanço da criminalidade e o aumento dos confrontos entre traficantes e policiais, onde os criminosos apresentavam um aumento em seu poder de fogo, algo que ficou patente com a apreensão do primeiro fuzil de assalto no Rio de Janeiro, onde um FAL 7,62mm foi apreendido na comunidade da Mangueira. Tal fato foi uma surpresa, o que colocava a PMERJ em enorme desvantagem, tendo em vista que há época a dotação policial contava com revolver Calibre 38 como padrão e não era adotado colete balístico. Tal fato levou a uma importante mudança, onde o BOPE passou a assumir a missão de combate ao narcotráfico, sendo a primeira unidade policial a adotar o colete balístico 24 horas, além de ter como dotação padrão pistolas, submetralhadoras e posteriormente fuzis de assalto.

Sendo uma força de operações especiais, o BOPE passou a desenvolver várias técnicas de progressão no terreno, alcançando um nível de eficiência e capacidade que leva todos os anos vários militares de nações amigas a realizar com os instrutores da unidade o curso de técnicas de progressão em zona de conflito urbano, tornando-se referência em todo mundo. Tal fato confere ao BOPE uma terceira missão, que é atuar como multiplicador de conhecimento tático e de emprego de tropas em ambiente urbano, fornecendo treinamento.

O BOPE hoje mantém basicamente três missões principais: Gerenciamento de Situações de Extremo Risco e Resgate de Reféns, Operações de Combate ao Narcotráfico em áreas urbanas, e por fim Adestramento e Instrução Especializada. Nesta última, o BOPE é capaz de adestrar cerca de dois mil homens ao ano.

O principal diferencial do BOPE as demais unidades com que conta a PMERJ, é a expertise adquirida pela unidade para atuar em situações extremas, sendo especificamente uma força de intervenção, sendo empregada quando tudo mais falha, como certa vez me disse um de seus membros “Estamos ali para atuar quando tudo mais falha, então nossa missão é essa, chegar lá e resolver o problema...”

Para ser um “Caveira” é preciso atender alguns requisitos, dentre estes é preciso estar na corporação há mais de dois anos, ser classificado como bom comportamento e ser aprovado nos testes médico, psicológico, físico e de habilidade específica, mas acima de tudo é preciso querer muito, ter muita força de vontade e perseverança. Pois os cursos são extremamente rigorosos e exigem muito da resistência física e do psicológico do candidato. Para ter uma ideia, de cerca de 250 inscritos, cerca de 65 conseguem ingressar no curso, porém, apenas 15 em média conseguem se formar.  Como diz o lema: “Nada é impossível para o Soldado do BOPE”.

Em breve pretendemos retornar as instalações do BOPE para uma nova entrevista, afim de trazer um pouco mais sobre essa unidade de elite e seus meios, bem como apresentar um pouco mais sobre o preparo das equipes que lidam com gerenciamento de crises com reféns e o treinamento dado aos atiradores de elite da unidade. Aproveitamos para prestar uma justa homenagem a todos homens e mulheres que compõe esta unidade de elite, nossos heróis anônimos que diariamente arriscam suas vidas para que tenhamos um pouco de paz e segurança.



Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança.

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Grupo de trabalho brasileiro vai avaliar Pantsir-S1 em janeiro

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Em visita à Rússia, militares analisarão sistema de defesa russo que deverá ser usado como reforço do esquema de segurança para a Copa do Mundo 2014.  
 
Um grupo de trabalho composto por militares do Exército e da Marinha do Brasil viajará à Rússia em janeiro de 2014 para avaliar o sistema de defesa antiaérea Pantsir-S1.
 
A viagem, anunciada pelo ministro da Defesa brasileiro Celso Amorim, contará com 10 integrantes, incluindo um general de brigada do Exército e dois oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
 
A expectativa é que o grupo de trabalho permaneça na Rússia entre os dias 28 de janeiro e 10 de fevereiro. De acordo com a portaria publicada Diário Oficial da União na semana passada, todas as despesas serão cobertas pelo Ministério da Defesa brasileiro.
 
Fonte: Gazeta Russa
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dilma confirma construção de satélite para defesa

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O governo federal já está em fase final para contratar a construção e o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), confirmou nesta terça-feira, 05, a presidente Dilma Rousseff. "Para isto, foi criada a Visiona, uma parceria entre a Embraer e a Telebrás. Esta empresa é responsável pela elaboração dos requisitos técnicos, pela busca e seleção das propostas e pela absorção de tecnologia", explicou Dilma na edição desta terça-feira, 05, da coluna "Conversa com a Presidenta", publicada semanalmente em cerca de 200 jornais do País.
 
Conforme Dilma, o governo está investindo cerca de R$ 1,4 bilhão no projeto, incluindo a montagem e lançamento do satélite, seguros e as plataformas terrestres. Esse projeto prevê ainda o lançamento de mais dois satélites. "Vamos aumentar a segurança das comunicações e da troca de dados entre os órgãos públicos, nas redes do governo, além de massificar o acesso à internet no âmbito do Plano de Banda Larga", destacou.
 
As empresas responsáveis pelo fornecimento e lançamento do satélite já foram selecionadas, seguindo padrões técnicos e operacionais aplicados internacionalmente, informou a presidente. Segundo ela, esse satélite operará dentro o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o que representará melhoras na internet disponível no Brasil. "Para o Plano de Banda Larga, o satélite complementará a rede terrestre da Telebrás e permitirá levar a internet de qualidade a municípios localizados em áreas de difícil acesso, aonde não conseguimos chegar por via terrestre com fibra óptica", afirmou.
 
Dilma ressaltou que o projeto atuará nas comunicações estratégicas civis e militares do governo brasileiro. "Para a segurança das instalações e das informações, os centros de controle do satélite geoestacionário ficarão em instalações militares e serão operados, conjuntamente, pelo Ministério da Defesa e pela Telebrás", explicou. A presidente pontuou que, na área da defesa, será beneficiado o sistema de monitoramento das fronteiras terrestres, "o Sisfron".
 
Satélite brasileiro é soberania tecnológica, dizem especialistas

O programa brasileiro de Satélite Geosteacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi avaliado como promissor na reunião da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) desta segunda-feira dentro do ciclo de debates sobre o tema “Investimento e gestão: desatando o nó logístico do país”. Para os especialistas consultados, o satélite - que deverá ser levado à órbita terrestre em 2016 - ampliará a cobertura das redes de dados brasileiras, alcançando municípios que atualmente têm dificuldade para acesso à telefonia e à internet, e dificultará a interceptação de dados estratégicos, além de proporcionar demanda por tecnologia desenvolvida no país.

Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, tratou da contribuição do futuro satélite para a massificação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), especialmente em áreas distantes que não estão cobertas pela rede de dados convencional e dependem de conexão direta com satélites particulares - um serviço que, conforme frisou, é caro e lento no Brasil.

Coimbra espera que o projeto aumente a segurança e a soberania da transmissão de dados no Brasil e aumente a capacidade do país no desenvolvimento de satélites.

- O primeiro satélite permitirá que o Brasil adquira uma capacidade muito boa de desenvolvimento - afirmou, avaliando que no quarto satélite da série prevista seja possível usar somente componentes brasileiros.

Caio Cezar Bonilha Rodrigues, presidente da Telebras, também lembrou a prioridade no programa de absorção e transferência de tecnologia. Ele criticou as operadoras dos satélites comerciais, que, segundo ele, apontam com mais ênfase para áreas de maior demanda e não cobrem adequadamente áreas como a Amazônia. Ao ressaltar o papel da estatal - que não fornece acesso a consumidores finais - no incentivo aos pequenos provedores e na redução do preço do acesso no atacado, condenou o "monopólio" das operadoras de telefonia que exploram serviços de internet.

- Quando chegamos a uma determinada cidade, a demanda dobra - disse.

O capitão-de-mar-e-guerra Fabio Martins Raymundo da Silva, chefe da Seção de Comando e Controle da Chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, alertou que a capacidade satelital da Banda X - usada desde os anos 90, especialmente em operações conjuntas das Forças Armadas - está "chegando ao limite". Entre as vantagens do satélite brasileiro, ele citou a cobertura de toda a América do Sul, podendo ainda alcançar operações como aquelas desenvolvidas pelo país na Antártida e no Haiti, e a arquitetura de rede de voz e dados totalmente segregada.

Fabio Martins Raymundo da Silva ainda minimizou a possibilidade de violação de dados, frisando que o satélite virá com defesa contra tentativa de interferência na frequência de transmissão - caso detectada, a comunicação poderá ser realizada por meio alternativo - e que todas as comunicações estrategicamente sensíveis são criptografadas usando-se protocolos sob o domínio de técnicos brasileiros.
 
Fonte: GBN com agências de notícias
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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Quatro países mantêm antenas para sistema próprio de comunicação no Brasil, segundo Anatel

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Um documento elaborado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a pedido da CPI da Espionagem (Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o tema no Senado) mostra que quatro países mantém no Brasil sistema próprio de comunicação.
 
Todos eles solicitaram e conseguiram na agência reguladora licenças para instalação de antenas em território nacional.
 
Nesta lista estão: Chile, com duas antenas; França, com cinco antenas; Romênia, com 20 e os Estados Unidos, que mantém 841 antenas no Brasil --inclusive em outros endereços que não de suas embaixadas.
 
O levantamento com o número de países que conseguiram licença para instalar antenas no Brasil foi divulgado nesta terça-feira (5) pela senadora e presidente da CPI da Espionagem, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
 
A senadora, porém, não deu explicações sobre o uso que esses países fazem dos equipamentos.
 
Especialistas ouvidos pela Folha explicam que as antenas servem para fazer funcionar equipamentos como walkie talkies, ou seja, rádios para comunicação sem uso de operadoras tradicionais de telefonia.
 
O sistema de cada país, portanto, usa uma frequência específica, que também é definida pela Anatel.
 
A opinião de técnicos e especialistas é de que essas antenas só poderiam se tornar equipamentos de espionagem caso fossem acompanhados de outros aparelhos específicos para escuta, mas esse uso não foi identificado pelo governo brasileiro.
 
ESTADOS UNIDOS
 
Segundo informado pela Folha, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) monitorou um conjunto de salas alugadas pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília por suspeitar que eram usadas como estações de espionagem.
 
A operação "Escritório" foi descrita em relatório elaborado pelo Departamento de Operações de Inteligência da Abin. O documento dizia que os agentes brasileiros concluíram que os americanos tinham ali equipamentos de comunicação, rádios e computadores.
 
Nesta terça-feira (5), a Folha mostrou também que essas salas abrigam dez antenas para comunicação privada e segura do governo americano.
 
Fonte: Folha
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sábado, 2 de novembro de 2013

Combate aéreo virtual acontecerá nos céus de Natal e Recife

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Considerado o maior treinamento de combate aéreo da América Latina, a sétima edição do Exercício Cruzeiro do Sul – CRUZEX Flight 2013 – vai levar aos céus do Nordeste brasileiro, entre 4 e 15 de novembro, caças supersônicos, aeronaves e helicópteros, de nove países.
 
Organizada pela Força Aérea Brasileira (FAB), a operação multinacional, que ocorre desde 2002, simula missões no ambiente de guerra moderna e até o salto de paraquedistas de forças especiais. Ao todo, irão participar da CRUZEX, em Natal (RN) e em Recife (PE), 96 aeronaves, envolvendo 2.000 militares da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Equador, Uruguai e Venezuela.

De acordo com o diretor do exercício, brigadeiro Mário Jordão, o padrão adotado durante a CRUZEX é o mesmo usado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), no qual caças realizam combates em velocidades supersônicas a centenas de quilômetros de altura (Air Superiority) ou em situações em que helicópteros voam baixo para resgatar um piloto amigo em território hostil (Combat Search and Rescue - C-SAR).

 
A CRUZEX exibe a perícia e as habilidades dos pilotos em manobras audaciosas, a bordo de aeronaves com alto grau tecnológico. Os pilotos executarão ações, por exemplo, de reabastecimento em voo com aviões-tanque.
 
O brigadeiro Jordão explica que apesar dos voos de dezenas de aeronaves juntas roubarem a cena, a interação e a cooperação entre os países são mais importantes. "Você tem um momento de uma ou duas horas na missão e as outras 22 horas do dia para conversar, para trocar informação. E é nessa hora que a gente aprende. Além disso, teremos ciclos de debates e aulas setorizadas, para cada tipo de atividade. Com isso, a Força Aérea Brasileira agrega bastante. E não só a brasileira, porque os outros países também estão interessados no que nós estamos realizando", diz.
 
Serão utilizados no exercício caças (A-1, A-4AR Skyhawk, A-29 Super Tucano, A-37 Dragonfly, F-16 Fighting Falcon, F-5M Tiger II, F-2000 Mirage e IA 58 Pucará), aeronaves de reabastecimento (KC-135 Stratotanker, KC-767 Júpiter e KC-130 Hercules), aviões de transporte e busca (C-130 Hercules, C-105 Amazonas e SC-105 Amazonas), aeronaves de reconhecimento (E-99 e RA-1) e helicópteros (AH-2 Sabre, H-34 Super Puma, H-1H Iroquois e H-60L Black Hawk).
 
Shot Validation
 
Uma das novidades da CRUZEX Flight 2013 é um pequeno aparelho levado no bolso dos pilotos que simulará o abate da aeronave (shot validation), já que o lançamento de mísseis só ocorre de forma fictícia.
 
Segundo o brigadeiro, agora será possível baixar todos os dados obtidos pelas aeronaves para saber, detalhadamente, o que aconteceu lá em cima. O shot validation é bastante útil para os debriefings, pois aumenta o nível de aprendizado dos pilotos.
 
Em Recife, controladores de tráfego aéreo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) vão monitorar os movimentos das aeronaves e, em tempo real, validarão os disparos virtuais.
 
Enquanto isso, em solo, os pilotos discutirão os combates e como aconteceram as vitórias. “Será talvez um dos momentos mais interessantes dessa CRUZEX”, diz o brigadeiro Jordão. Para ele, é nesta hora que os pilotos vão entender suas vulnerabilidades e pontos fortes.
 
Portões Abertos
 
No dia 9 de novembro (sábado), em Natal, a FAB irá promover o “Portões Abertos”, evento gratuito ao público com a exposição de aviões e helicópteros. A programação também inclui demonstrações de paraquedismo, shows e atrações infantis.
 
Fonte: Ministério da Defesa
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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Brasil vai aprofundar cooperação em defesa com países da Europa Central

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Os países da Europa Central que compõem o chamado Grupo de Visegrád (Hungria, Polônia, República Checa e Eslováquia) manifestaram interesse em ampliar a cooperação com o Brasil na área militar. Os ministros da Defesa dos quatro países que compõem o fórum, também conhecido como V4, foram unânimes em reconhecer o Brasil como um parceiro relevante, com o qual pretendem desenvolver novas iniciativas e ampliar os projetos já existentes em campos como a fabricação de equipamentos e treinamento de pessoal.

A intenção de aprofundar relações na área de Defesa foi explicitada pelos representantes dos países do V4 durante o encontro dos ministros de Defesa realizado nesta terça-feira, em Bratislava, capital eslovaca.

Numa deferência concedida a poucas nações, o Brasil foi o primeiro país não europeu a ser convidado a participar do encontro, que ganhou o formato V4 + 1. Criado em 1991, o Grupo de Visegrád é uma aliança de ex-países comunistas da Europa Central de raízes comuns com o objetivo de firmar parcerias em diversos campos, entre eles o da Defesa. “A presença do Brasil é um exemplo da nossa vontade de cooperar fora da Europa”, disse o ministro da Defesa da Polônia, Tomas Siemoniak, durante a abertura do encontro.

A representação do Brasil no encontro ficou a cargo do ministro da Defesa, Celso Amorim. Ele aproveitou a viagem para realizar encontros bilaterais com os ministros da Defesa dos quatro países centro-europeus, além de audiências com autoridades do primeiro escalão do governo e do parlamento eslovaco.

Na avaliação de Amorim, os encontros bilaterais e a participação no fórum V4 abriram possibilidades concretas de cooperação em áreas de interesse do Brasil, tais como o desenvolvimento do avião cargueiro militar KC-390. A aeronave, que tem projeto da Força Aérea Brasileira (FAB) e está sendo desenvolvida pela Embraer, tem participação direta da República Checa.

Uma empresa desse país, a Aero Vodochody, produzirá peças do KC-390, como a fuselagem traseira e as portas da tripulação. A participação dessa companhia no projeto, como foi ressaltado durante as conversas realizadas em Bratislava, também significa o envolvimento indireto da Eslováquia na iniciativa, uma vez que parte dos acionistas da Aero são eslovacos.

A República Checa assinou com o Brasil, em 2010, um acordo de cooperação em defesa e uma declaração de intenção para desenvolvimento do avião KC-390. Na abertura do encontro do V4, o ministro da Defesa, Vlatimil Picek, reiterou a intenção de seu país em adquirir duas unidades do avião (KC-390) em 2020.

Defesa cibernética e formação militar

Durante os encontros realizados entre Amorim e seus contrapartes europeus também houve tratativas sobre a cooperação em setores como o de defesa cibernética, formação de militares e Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBN). “Acho que estamos abrindo um terreno novo”, afirmou Amorim na abertura do encontro. “É dessas parcerias aparentemente improváveis que nascem cooperações inovadoras”, completou. Segundo ele, o fato de os países do V4 pertencerem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não exclui a possibilidade de cooperação.


A partir de uma sugestão do ministro da República Checa, o Brasil deverá passar a integrar o grupo criado no âmbito do V4 para troca de experiências e informações sobre o avião espanhol de transporte militar Casa C-295 ( A FAB possui 12 unidades da aeronave). Com a Polônia, foi reiterada, entre outros aspectos, a disposição do Brasil de incrementar a já existente cooperação na formação de militares integrantes de unidades de elite, como as forças especiais.

Como decorrência das tratativas ocorridas, o ministro da Defesa da Eslováquia, Martin Glvác, anunciou a intenção de seu país de abrir uma adidância militar no Brasil. Anfitrião do encontro, o ministro eslovaco fez à Amorim e comitiva uma breve exposição sobre a defesa de seu país, que conjuntamente com os outros membros do Grupo de Visegrád realiza, atualmente, a modernização de suas forças armadas.

Amorim participou de audiência com Glvác na sede do Ministério da Defesa da Eslováquia, onde a comitiva brasileira foi recebida com honras militares. Ao final do encontro, houve visita a uma exposição montada em frente à sede do MD Eslovaco, com equipamentos militares produzidos por empresas do país, dentre os quais veículos blindados.

Na abertura do encontro do V4, Amorim convidou os ministros da Defesa dos países do Grupo a se reunirem novamente durante a Feira Internacional de Defesa e Segurança (LAAD), que ocorrerá no Brasil em 2015. Ele também agradeceu o convite que, em sua avaliação, permitiu ao Brasil diversificar suas parcerias . “O convite foi uma ótima oportunidade de dialogar bilateralmente e multilateralmente com os componentes desse grupo”, disse.

A participação brasileira no encontro e nas reuniões bilaterais teve o apoio da embaixadora do Brasil na Eslováquia, Susan Kleebank, e equipe. A comitiva do Ministério da Defesa contou ainda com a participação de assessores civis e de oficiais das Forças Armadas, dentre os quais o almirante e chefe de Assuntos Estratégicos do MD, Carlos Augusto de Sousa, e o brigadeiro e chefe do Departamento de Produtos de Defesa do MD, José Euclides Gonçalves.

Fonte: Ministério da Defesa
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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Novo navio vai reforçar patrulha da Marinha no litoral pernambucano

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O navio-patrulha oceânico Araguari, mais recente aquisição da Marinha do Brasil, atracou no Porto do Recife nesta quinta-feira (24). Construído na Inglaterra, a embarcação chegou ao Brasil em setembro e vai ajudar no patrulhamento da costa nordestina. Após passar pela capital pernambucana, o navio seguiu para Natal, onde fica o Comando do 3º Distrito Naval.
O Araguari vai atuar no litoral do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, do Ceará e de Alagoas. Ele tem 90,5 metros de comprimento e pesa mais de duas mil toneladas. Tem autonomia para navegar por até 35 dias seguidos, pode levar 51 militares e transportar até um helicóptero.
 
A principal característica da embarcação é a flexibilidade que possibilita a execução de diversas tarefas, como operações de patrulha naval, assistência humanitária, busca e salvamento, fiscalização, repressão a atividades ilícitas e prevenção contra a poluição hídrica. O investimento do Governo Federal foi de R$ 40 milhões.
 
Fonte:
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sábado, 19 de outubro de 2013

Exército testa míssil com alcance de 300 km

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O Exército testou, em setem­bro, o MTC 300, seu primeiro míssil tático de cruzeiro, com alcance na faixa de 300 quilô­metros. Foi um ensaio virtual durante a Operação Laçador, um jogo de guerra que mobili­zou 8,2 mil militares das três Forças, no sul do País, em trei­namento de combate. A simu­lação foi bem-sucedida.
"Teríamos destruído o alvo", garante um oficial. O teste seguiu o procedimento de comba­te real. Os veículos lançadores blindados tomaram posição de fogo. O objetivo foi definido, en­gajado e, hipoteticamente, des­truído. "Serviu para alinhamen­to da doutrina, que define os padrões de como usar e como apli­car o sistema", disse o oficial.

MTC 300 é capaz de fazer na­vegação inteligente. Leva, na ogiva, a carga explosiva de 200 quilos. O programa de constru­ção do míssil integra o sistema de artilharia Astros 2020, uma das sete prioridades estratégi­cas no processo de moderniza­ção da Força Terrestre.

Está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2014 com recursos es­timados em R$ 300 milhões, dos quais R$ 92 milhões garantidos. Cada míssil custará € 670 mil.

As encomendas iniciais devem envolver um lote de 100 unidades. A empresa que executa o projeto, é a Avibrás Aeroespa­cial, de São José dos Campos. O total dos investimentos no As­tros 2020 é avaliado em R$ 1,246 bilhão. O custo, só da fase de desenvolvimento do míssil, vai bater em R$ 195 milhões. Se­gundo Sami Hassuani, presiden­te da Avibrás, todas as etapas do empreendimento estarão integralmente cumpridas até 2018, "mas, o primeiro lote, será en­tregue já em 2016".

Em nota, o Comando do Exér­cito informou que no período de 2011 e 2012 aplicou, diretamente no plano, R$ 220 milhões.

Mercado - Há boas possibilida­des para o produto no mercado internacional. Uma prospecção feita com clientes tradicionais do modelo atual, o Astros II, co­mo a Arábia Saudita, a Malásia e a Indonésia, indicou um poten­cial de negócios de US$ 2,5 bi­lhões, valor que "se somará ao representado por novos usuá­rios, que é um pacote de US$ 3,5 bilhões até 2022", diz Hassuani.

A atual versão do MTC 300 é o resultado de 10 anos de aper­feiçoamento. O desenho é mo­derno, compacto, e dispensa as asas retráteis da primeira confi­guração. O míssil mede 5,5 me­tros e utiliza materiais compos­tos. O motor de aceleração usa combustível sólido e só é ativa­do no lançamento.

Durante o voo de cruzeiro, sub-sônico, o míssil tem o comporta­mento de uma pequena aerona­ve - a propulsão é feita por uma turbina, de tecnologia nacional, construída também pela Avibrás.

A arma está no limite do Regi­me de Controle de Tecnologia de Mísseis, o MTCR, do qual o Bra­sil é signatário. O acordo restrin­ge o raio de ação máximo a 300 quilômetros e as ogivas a 500 qui­los. "O MTC-300 está dentro da distância fixada e atua com folga no peso", explica Sami Hassuani.
 
O Comando do Exército des­taca que o Astros 2020 é a plata­forma para que a Força tenha "apoio de fogo de longo alcance com elevados índices de preci­são e letalidade". A navegação do AV-TM é feita por uma com­binação de caixa inercial e um GPS. O míssil faz acompanhamento do terreno com um sensor eletrônico, corrigindo o cur­so em conformidade com as coordenadas armazenadas a bordo. Seu objetivo ideal é uma instalação estratégica - refina­rias, usinas geradoras de ener­gia, centrais de telecomunica­ções, concentrações de tropa, depósitos, portos, bases milita­res, complexos industriais.
 
Ainda não tem o radar necessá­rio para buscar alvos móveis, O recurso permitiria multiplicar a capacidade realizando, por exemplo, um disparo múltiplo contra uma frota naval, liderada por um porta-aviões, navegando a até 300 quilômetros do litoral - no caso do Brasil, eventualmente ameaçando províncias petrolífe­ras em alto-mar. Uma bateria do sistema Astros é composta por seis carretas lançadoras, com su­porte de apoio de outras seis remuniciadoras, um blindado de comando, um carro-radar de ti­ro, um veículo-estação meteoro­lógica e um de manutenção.
 
O míssil MTC 300 é dispara­do por rampas duplas - cada car­reta levará quatro unidades. O SS-30 atua em salvas de 32 fogue­tes e o SS-40, de 16; os SS-60 e SS-80 de três em três. O grupo se desloca a 100 km/hora em es­trada preparada e precisa de ape­nas 15 minutos de preparação an­tes do lançamento. Cumprida a missão, deixa o local deslocan­do-se para outro ponto da ação, antes que possa ser detectado.
 
Fonte: Estadão
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Decreto regulamenta benefícios fiscais para a indústria de defesa

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Decreto presidencial publicado nesta quinta-feira, no Diário Oficial da União, regulamenta o Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa (Retid). Criado pela Lei 12.598/2012, que estabelece mecanismos de fomento à Base Industrial de Defesa (BID), o regime diferenciado visa promover a isonomia tributária da cadeia produtiva da indústria desse setor.




Pelas regras contidas no Decreto 8.122/2013, assinado pela presidenta Dilma Rousseff e pelos ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Fazenda, Guido Mantega, o Retid vai beneficiar, com isenção de tributos nas compras ou importação de insumos, a Empresa Estratégica de Defesa (EED) que produza ou desenvolva bens de defesa nacional; empresas de peças, ferramentas, componentes e sistemas empregados no desenvolvimento dos bens de defesa e também estabelecimentos comerciais que prestem serviços nesta área.

O decreto estipula o perfil das empresas que poderão ser credenciadas no Regime Especial, como aquelas que fornecem equipamentos para o Ministério da Defesa (MD) e para as Forças Armadas.

Firmas que estão no início de atividade e que não se enquadrem como fornecedoras em potencial por causa da receita ou faturamento também poderão se habilitar no programa, desde que assumam o compromisso de atingir percentuais mínimos estabelecidos no Decreto.

Benefícios

Entre os benefícios previstos está a suspensão de contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), no caso de venda para o mercado interno.

No caso de importação efetuada por empresa beneficiária pelo Retid, também haverá suspensão da exigência de contribuição para Pis/Pasep-Importação e Confins-Importação. Empresas do setor de defesa que se enquadrarem no regime ainda ficarão isentas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Condições

O MD e a Receita Federal do Brasil (RFB) ficarão responsáveis por credenciar as empresas que se enquadrarem no Regime Especial e acompanhar a regularidade fiscal em relação aos impostos e contribuições, respectivamente.

A habilitação na RFB poderá ser cancelada se constatado que a pessoa jurídica não cumpriu a regularidade fiscal ou teve o credenciamento cancelado no Ministério da Defesa.
Fonte: Ministério da Defesa
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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Espionagem abre discussão sobre preparo do Brasil para uma guerra cibernética

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Alvo de espionagem estrangeira, a presidente Dilma Rousseff disse em um discurso na ONU que "o Brasil sabe proteger-se" de ameaças vindas pela rede. O sistema de defesa cibernética do país, no entanto, ainda dá os primeiros passos e está longe de garantir segurança contra ataques, apesar de o tema já figurar como prioridade na Estratégia Nacional de Defesa.
Entre as medidas discutidas pelo governo estão a criação de uma agência nacional de segurança cibernética e a implementação de ações integradas entre os muitos órgãos envolvidos na proteção da rede de computadores brasileira. Atualmente, a segurança das redes brasileiras não é centralizada.
 
De acordo com o general José Carlos dos Santos, chefe do Centro de Defesa Cibernética do Exército brasileiro (CDCiber), um dos dois principais órgãos responsáveis por garantir a segurança das redes no país, o país precisa se preparar para a possibilidade de uma "guerra em rede".
Na tarde de domingo, a presidente Dilma Rousseff, anunciou ter determinando ao Serviço Federal de Processamento de Dados a implantação de "um sistema seguro de e-mail em todo o governo federal", nas palavras dela, publicadas no Twitter. "É preciso + segurança nas mensagens p/ prevenir possível espionagem", acrescentou.
Fragilidade
A fragilidade do sistema de segurança cibernético brasileiro foi escancarada em meio ao escândalo envolvendo o vazamento promovido por Edward Snowden, ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). Documentos mostraram que a presidente foi alvo de espionagem, assim como o Ministério das Minas e Energia a a gigante Petrobras, com suspeitas de espionagem comercial nesse último caso.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil reforçam que "nenhum país está 100% protegido" da ação de hackers, sejam eles ativistas, integrantes de grupos criminosos ou funcionários de agências de inteligência de outros países.
Todos também destacaram que o Brasil está dando passos importantes na construção de um sistema de defesa e segurança cibernética, embora esteja em um estado ainda inicial. Nenhum deles se disse surpreso pelos casos de espionagem revelados por Snowden.
 
A espionagem em si é sobretudo resultado de uma vulnerabilidade do sistema de segurança cibernética (que inclui a proteção de dados de instituições governamentais, privadas e de cidadãos em geral).
Há também o conceito de defesa cibernética, nos moldes militares. Redes de órgãos públicos e de empresas estratégicas podem ser vítimas - agora e, principalmente, no futuro - de ataques que se assemelham aos de uma campanha de guerra.
A fronteira entre segurança e defesa pode ser tênue. E as batalhas não são convencionais - travada na rede mundial de computadores, essa guerra silenciosa pode ter caráter destrutivo, mas os que estão no front geralmente não vestem o uniforme de um país, embora estejam a serviço de interesses de Estados nacionais.
Estratégia de guerra
Em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa recomendou o "fortalecimento de três setores de importância estratégica: o espacial, o cibernético e o nuclear".
Boa parte desta responsabilidade recai sobre o general José Carlos dos Santos, chefe do CDCiber, um dos dois principais órgãos responsáveis por garantir a segurança das redes no país.
"Baseados nas lições recentes, estamos plenamente conscientes de que isso é possível, uma guerra em rede", disse o general, em entrevista à BBC Brasil.
 
Entre as "lições" mencionadas pelo general estão os ataques virtuais a sites do governo, de bancos e jornais da Ucrânia, em 2007. Outro caso similar ocorreu durante a invasão russa à Geórgia, quando a ex-república soviética sofreu um "apagão" virtual. Nos dois episódios, pesaram suspeitas sobre Moscou.
Outro caso emblemático foi o ataque às instalações nucleares de Natanz, no Irã. O vírus autorreplicante Stuxnet destruiu várias centrífugas, retardando o programa nuclear do país, segundo a narrativa de especialistas da área. Israel foi apontado como provável responsável pelo ataque.
 
"Temos que estar preparados para essas eventualidades", diz o general. Ele conta que as academias militares já incluíram programas de tecnologia e segurança da informação em seus currículos.Em 2009, segundo o general, o ministério da Defesa teve aprovado um orçamento de R$ 400 milhões a ser executado em quatro anos, apenas com a segurança e defesa cibernética. Já as verbas destinadas a operações especiais durante a Copa do Mundo são de R$ 40 milhões.
Vulnerabilidades
Para o professor Adriano Cansian, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto, o principal desafio do Brasil é se proteger contra os chamados "ataques de negativa de serviço".
Tais ataques ocorrem quando sistemas são bombardeados com falsos acessos, que acabam congestionando e derrubando sites.
Foi o que ocorreu em 2011, quando o site da Presidência e de vários ministérios e órgãos da administração federal foram alvo de ataques ao longo de vários dias. O braço brasileiro do movimento de hackers LulzSec assumiu a ofensiva que, segundo o grupo, tinha a intenção de mostrar a vulnerabilidade do sistema.
 
Cansiam diz que as redes de determinados órgãos podem requerer atenção especial por serem estratégias em caso de guerra virtual.
"Considero a infraestrutura física mesmo. Em caso de conflito, emissoras de TV, rádio, centrais elétricas, ramificações de fibra ótica e data center de grandes empresas precisam ser protegidas", argumenta, apontando para alvos que também ficariam na linha de ataque em caso de guerras convencionais.
O pesquisador, que é consultor de segurança cibernética de órgãos governamentais, diz no entanto que "o maior problema é perder a conectividade da rede, por negativa de serviço".
"Como criamos dependência muito grande da rede, seja no comércio, no setor de serviços e entretenimento, se um ataque se prolongar, as consequências podem ser danosas. Imagina se por causa de um ataque a China ficar impossibilitada de fazer comércio com o mundo durante 20 dias… Isso vai ser sentido em todo lado", diz.

'A infraestrutura nacional de tecnologia de informação é ruim'

A segurança das redes brasileiras não responde a um comando único. Descentralizada em dois principais órgãos, com iniciativas e contribuição de vários ministérios, a estrutura é questionada por especialistas que defendem uma maior centralização, capaz de gerar respostas mais eficazes e evitar a sobreposição de tarefas.

A estratégia de defesa e boa parte das políticas gerais de segurança está a cargo do Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber), que responde ao Ministério da Defesa. Outro órgão importante é o Departamento de Segurança da Informação e Comunicações, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Segundo o relatório "A Segurança e a Defesa Cibernética do Brasil", publicado em julho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, "a organização institucional tende a não favorecer ações integradas".

Além dos dois órgãos citados, parte da política de segurança e defesa é feita ou tem contribuição de instituições como a Agência Brasileira de Inteligência, a Polícia Federal e o Ministério de Ciência e Tecnologia.

"Apesar de algumas ações estarem em andamento, a infraestrutura nacional de tecnologia de informação é ruim", afirma o documento produzido pelo atual assessor de defesa da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel César da Cruz Júnior.

Articulação

Em entrevista à BBC Brasil, Cruz disse que "falta articulação institucionalizada" e que, hoje, boa parte dessa integração "depende de um relacionamento informal entre os órgãos".

"Como se fala em defesa cibernética sem envolver outros órgãos como Comunicações e Secretaria de Assuntos Estratégicos?", questiona.

Assim como Cruz, o general José Carlos dos Santos, diretor do CDCiber, destaca a importância de ações integradas. O tema já vinha sendo discutido em fóruns de especialistas, segundo ambos. Após o caso Snowden a discussão deve ganhar corpo.

A primeira iniciativa nessa direção foi a decisão que põe nas mãos do Gabinete de Segurança Institucional a edição de resoluções normativas para a área, a partir deste ano de 2013.

O general Santos diz ainda que "a ideia de uma agência nacional de segurança cibernética está sendo discutida". Cruz, por sua vez, propõe a instalação de uma escola nacional de segurança cibernética.

Mundo

A falta de uma estrutura clara de combate a ataques e crimes cibernéticos não é exclusividade brasileira. Cruz disse que "todo mundo está tentando se organizar internamente".

Cruz compara a estrutura brasileira a de outros países, como os Estados Unidos, onde todo esse arcabouço fica a cargo do Departamento de Defesa. O US Cyber Command cuida da política de defesa, enquanto a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) trabalha com a segurança das redes.

Segundo dados reunidos no relatório "A Segurança e a Defesa Cibernética do Brasil", o orçamento anual do US Cyber Command é de US$ 119 milhões (2012). O similar brasileiro, o CDCiber, teve no mesmo ano R$ 100 milhões, menos de 50% dos recursos do órgão americano, de acordo com o diretor do órgão, general José Carlos dos Santos.

O autor do relatório, Samuel César da Cruz Júnior, citou Japão, China e França como países com um sistema de segurança e defesa desenvolvidos, mas pontuou que sua avaliação é subjetiva, já que, por razões óbvias, faltam dados para uma comparação a contento.

"Mesmo os Estados Unidos são vulneráveis. Eles se autointitulam um país vulnerável, até porque sistemas computacionais não são 100% seguros e os americanos dependem muito deles", disse Cruz.

Segundo ele, "a China é superprotegida", mas há que se considerar "que o regime chinês é um caso à parte". "Não há internet na China, há uma grande intranet", diz, referindo-se ao isolamento chinês em relação à rede mundial de computadores.
 
Fonte: BBC Brasil
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Black blocs e polícia vivem guerra de táticas

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As polícias de São Paulo e do Rio de Janeiro estão tentando se adaptar às táticas de enfrentamento utilizadas em protestos de rua pelo grupo de manifestantes conhecidos como Black Blocs.
Por outro lado, participantes do grupo estariam estudado procedimentos da polícia e adotado medidas para dificultar a identificação de seus membros.
 
Um dos protocolos de ação que está sendo revisto pela polícia, ao menos em São Paulo, é o de levar todos os suspeitos detidos em protestos para uma mesma delegacia, segundo disseram à BBC Brasil policiais civis envolvidos com a investigação dos Black Blocs no Estado.
A medida vem sendo repensada porque, nas duas capitais, delegacias (a 9ᵃ DP do Rio e o 78º de São Paulo) foram cercadas por multidões de manifestantes que exigiam a libertação de seus companheiros.
A polícia teme que seus prédios sejam invadidos. Por isso devem passar a dividir os grupos de suspeitos detidos em diferentes locais durante os protestos.
A Secretaria de Segurança de São Paulo tenta também unificar as ações das diversas unidades da polícia com a criação, na semana passada, de uma força-tarefa formada por diversas unidades das polícias civil e militar, além de membros do Ministério Público.
Táticas
Policiais relacionados à investigação dos Black Blocs em São Paulo afirmaram à reportagem suspeitar que o grupo elabora táticas não só para evitar sua identificação pela Polícia Civil, como também para atacar os policiais militares durante os protestos.
Policiais disseram que grupos de manifestantes organizados estão a par de um procedimento comum da polícia, o de investigar pessoas que buscam tratamento em prontos-socorros logo após um grande protesto ou choque com policiais.
Para evitar identificações, os Black Bloc teriam copiado um modelo usado pelo Movimento Passe Livre - que organizou protestos massivos pela redução das tarifas do transporte público em julho – no qual teriam criado uma equipe própria para oferecer cuidados médicos a seus membros feridos.
Seus membros também estão apagando informações pessoais da internet e aprendendo a usar softwares que codificam mensagens enviadas pela rede, dificultando sua interceptação.
Segundo a polícia, eles também teriam estudado a forma de organização de unidades de contenção de multidões da PM. O objetivo seria aprender sobre quais são as reações da polícia a cada tipo de ação dos manifestantes.
Para atacar os policiais, adotaram como tática de confronto o uso de bombas incendiárias (coquetéis molotov) e também estilingues – que usam para disparar bolas de gude contra forças de segurança. Os alvos dos estilingues seriam preferencialmente os policiais do patrulhamento regular (e não as unidades de choque), que não possuem capacetes de proteção.
Um policial disse à BBC Brasil que a tática é eficiente pois o estilingue pode causar traumatismo craniano, o usuário não pode ser acusado de usar uma arma e o instrumento pode ser reposto a custos muito baixos.
Imagens
Tanto em São Paulo como no Rio, as polícias tentam usar as imagens gravadas durante protestos – seja por cinegrafistas ou achadas em câmeras apreendidas com suspeitos – para identificar integrantes dos black blocs participando de ações violentas em diferentes protestos. As imagens devem servir ainda como provas no caso de os manifestantes serem indiciados ou denunciados.
No Rio, esse tipo de investigação com uso de imagens deve ser facilitada por uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governo que impede o uso de máscaras durante manifestações. Na capital paulista, a Câmara estuda adotar medida semelhante.
Policiais paulistas e cariocas também tentam encontrar o melhor embasamento jurídico para indiciar os manifestantes flagrados cometendo atos de violência e depredação.
Em São Paulo, um delegado indiciou dois manifestantes presos no início do mês com base na Lei de Segurança Nacional, criada durante o regime militar. O argumento não convenceu a Justiça, que determinou a libertação dos manifestantes.
Ainda no Rio, o governo anunciou que manifestantes detidos cometendo atos de violência podem ser indiciados pelo crime de organização criminosa, que em tese pode até render uma pena de oito anos de prisão.
Ação da PM
Na opinião do pesquisador Rafael Alcadipani, especialista em estudos organizacionais da Fundação Getúlio Vargas, apesar das semelhanças nas táticas e abordagens, a Polícia Militar de São Paulo estaria adotando um estilo de resposta às manifestações mais adequado do que o usado pelos policiais cariocas.
"Em São Paulo as bombas de efeito moral estão sendo usadas apenas como último recurso, e os policiais não estão caindo em provocação", afirmou o pesquisador, que entrevistou quase 100 manifestantes que se denominavam black blocs durante a recente onda de protestos no país como parte de seu trabalho de pesquisa.
Segundo ele, a melhor estratégia para lidar com o vandalismo durante protestos e passeatas é tentar abrir canais de diálogos entre os manifestantes e os políticos.
De acordo com o pesquisador, o grupo Black Blocs não pode ser classificado como organização criminosa e tratada como tal.
Ele diz acreditar que, diferente dos criminosos comuns, os black blocs não têm nas ações violentas sua atividade primária, nem obtém vantagens financeiras com suas ações, o que não tornaria adequado classificá-los como uma organização criminosa.
Para Alcadipani, ainda não é possível atribuir um grau elevado de organização aos manifestantes radicais. Ele vê o Black Blocs mais uma forma de protestar, importada da Alemanha e dos Estados Unidos, do que um grupo específico com uma agenda própria.
Nos círculos policiais prevalece o entendimento de que manifestantes presos por vandalismo devem ser combatidos e responsabilizados pelos seus crimes.
 
Fonte: BBC Brasil
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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Falta de orçamento dificulta o desenvolvimento de um sistema de segurança contra espionagem

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O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou que entre as principais limitações para o aprimoramento da defesa cibernética e de outras áreas tecnológicas do país está a orçamentária. Amorim reconheceu que sempre há um dilema na hora de definir o peso que cada área terá no orçamento, mas que é preciso entender a importância da Defesa. “O fato de o Brasil ter tido o privilégio de não ter se envolvido em um conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, por sua formação política e cultural, mas também por sorte, nos coloca em uma falsa posição de conforto".
 
Não sabemos o futuro e as rivalidades que virão”, argumenta o ministro, que destaca também a necessidade de proteger os recursos naturais do país, que ganharão ainda mais importância em um futuro de escassez mundial. “Vale enfatizar que só teremos segurança nesse campo quando desenvolvermos tecnologias nacionais, tanto em hardware quanto em software”, defendeu o ministro, ao ministrar aula magna no Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio.
 
“A posse desses equipamentos de defesa é muito importante não para ir à guerra ou para ganhar uma guerra, mas para ter a capacidade de causar dano e afastar conflitos. Estados também precisam ser equipados para serem levados a sério”, alega. Um dos desafios do país no sentido de modernizar a defesa, segundo Amorim, é conseguir manter quadros altamente especializados, “já que o salário do funcionalismo público, nesse caso, está muito abaixo do que é pago na iniciativa privada”.
 
Fonte: Brasil Econômico
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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Amorim defende desenvolvimento de tecnologia nacional para proteção de redes informatizadas

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O ministro da Defesa, Celso Amorim, voltou a defender hoje a necessidade de o Brasil desenvolver tecnologias próprias para a proteção de suas infraestruturas e redes de transmissão de dados. “Só teremos segurança nesse campo se desenvolvermos tecnologias nacionais, tanto em hardware quanto em software, suscetíveis de evitar a existência dos chamados backdoors”, disse.
 
A manifestação de Amorim ocorreu esta manhã durante aula magna proferida aos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) no bairro da Gávea, na capital fluminense.
Durante sua exposição, intitulada Segurança Internacional: Novos Desafios e o Papel do Brasil, o ministro enfatizou a relevância da área cibernética no mundo atual. “A cibernética tem sido tratada por muitos autores como uma nova dimensão da guerra, para além das dimensões terrestre, naval, aérea e espacial”, observou.

Amorim lembrou que o setor cibernético é, juntamente com o nuclear e o espacial, uma das áreas definidas como prioritárias pela Estratégia Nacional de Defesa (END), documento que contém as diretrizes da defesa brasileira, e cuja atualização foi recentemente aprovada pelo Congresso Nacional.

Segundo o ministro, o setor cibernético é parte do esforço que vem sendo empreendido pelo país para ampliar sua dissuasão e nacionalizar sua produção. “Hoje o desenvolvimento de capacidades autônomas na indústria de defesa é um objetivo fundamental de nossa política”, ressaltou.

No decorrer da aula, o ministro da Defesa mencionou as recentes denúncias de espionagem eletrônica de cidadãos, empresas e órgãos estatais brasileiros, incluindo a Presidência da República, pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). Essa denúncias levaram a presidenta Dilma Roussef a adiar a viagem que faria este mês a Washington.

Amorim reproduziu as palavras da presidenta do Brasil na abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no mês passado, alertando a comunidade internacional para a necessidade de se evitar o uso do espaço cibernético como arma de guerra, por meio da espionagem e ataques contra sistemas de outros países.

Ele também classificou como “infundada e descabida” a utilização da ideia de combate ao terrorismo como justificativa para a coleta de informações de cidadãos e órgãos públicos de países como o Brasil.

Grupo de defesa cibernética

No início de setembro, o Ministério da Defesa criou um grupo de trabalho para estudar medidas com o objetivo de fortalecer os mecanismos de proteção das redes das instituições que compõem a defesa nacional, tais como os comandos das três Forças Armadas e o próprio Ministério.

O ato de constituição do grupo dá a ele 60 dias para elaboração de relatório com as conclusões finais e recomendações. O grupo tem realizado encontros e levantamentos de dados e informações, e contado com o apoio de especialistas.

Em entrevista à imprensa após a aula magna, Amorim afirmou que o Brasil não é a única nação a estar sujeita a eventuais ataques cibernéticos. “Todos os países do mundo são vulneráveis a esses ataques em grau menor ou maior”, disse. “A questão não é saber se estamos preparados. E sim se estamos nos preparando. E a esse respeito posso dizer que, sim, nós estamos”, completou.

Fonte: Ministério da Defesa
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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Brasil pode comprar complexo russo de defesa aérea

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No início da próxima semana uma delegação militar, chefiada pelo ministro da Defesa da Rússia Serguei Shoigu, deve visitar o Brasil e o Peru para manter nesses países uma série de negociações sobre o desenvolvimento da cooperação técnico-militar. Nas negociações no Brasil, provavelmente, será discutida a questão de aquisição de sistemas de defesa aérea Pantsir-S1. No Peru, as negociações incidirão sobre o tema de blindados. Anteriormente, os peruanos já manifestaram sua prontidão de comprar um grande lote de tanques T-90S e dos mais recentes veículos blindados russos.
O ministro da Defesa da Rússia planeja voar para o Brasil em 14 de outubro. Primeiro, deverá ser realizada uma reunião da delegação russa com o ministro da Defesa do Brasil Celso Amorim, o Chefe de Estado-Maior general José Carlos De Nardi, e, possivelmente, com a presidente Dilma Rousseff.
Em termos de cooperação técnico-militar, a América Latina sempre foi secundária para a Rússia em comparação, por exemplo, com a Ásia. Agora é hora de recuperar o tempo perdido, sublinhou em entrevista à Voz da Rússia o chefe do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias Ruslan Pukhov:
"Outro aspecto está relacionado com que agora tanto o Peru planeja comprar armamentos em quantias bastante significants, como o Brasil tem um ambicioso programa de rearmamento. Por isso a Rússia está envolvida lá e ela tem boas chances. Se trata da área de equipamentos terrestres, no Peru, e no Brasil, de sistemas de defesa aérea. Obviamente, o ministro da Defesa Serguei Shoigu fará todos os esforços para promover as propostas russas. Então, a indústria russa de defesa vai conseguir dinheiro, o qual tão pouco será redundante no contexto de uma possível redução do orçamento militar. Outro momento ainda é que o Brasil, juntamente com a Índia, China, Rússia e África do Sul é um membro dos BRICS. É necessário reforçar os laços com esta associação. O Peru é também um jogador regional bastante grande que está ligado à rússia por laços de cooperação desde a era soviética."
O Brasil mostrou um interesse especial no complexo Pantsir-S1. Este é o mais recente sistema de defesa aérea de curto alcance. Inicialmente, o complexo foi projetado por encomenda dos Emirados Árabes Unidos e destinado para exportação, nota Ruslan Pukhov:
"O segundo país que quis comprar este complexo foi a Síria, e o terceiro foi a Argélia. O exército russo foi o quarto usuário. Atualmente, estão sendo mantidas com vários países, incluindo o Brasil, negociações sobre o complexo que estão em fase de conclusão. O Brasil necessita deste sistema, inclusive a fim de proteger seu céu pacífico de possíveis incidentes, de ataques terroristas no âmbito da Copa do Mundo e da Olimpíada num futuro previsível. Eu acho que as chances de compra do complexo são altas, embora isso não signifique que tudo será assinado agora, durante a visita. Mas será feito mais um passo nessa direção."
Quanto ao fornecimento ao Peru de um grande lote de tanques T-90S, as chances são bastante grandes. Recentemente foi realizada uma demonstração dessa máquina de combate à liderança militar do Peru. Ela incluiu tiros prático contra vários alvos. O T-90S fez uma grande impressão, nota o editor do jornal Revista Militar Independente Viktor Litovkin:
"Além dos fornecimentos, nós podemos criar no Peru um sistema de manutenção e atualização destes tanques, empresas conjuntas que depois permitirão expandir os nossos negócios nesse país. Além de tanques, a Rússia pode também fornecer os mais recentes veículos blindados BTR-80A, que estão agora sendo fornecidos ao Exército russo. Já foram entregues ao Peru cerca de duas dezenas de helicópteros. Assim que os peruanos têm um grande respeito ao equipamento militar russo."

Se o acordo de fornecimento de 110 tanques T-90S e um lote igual de veículos blindados será finalizado, seu custo será de pelo menos 700 milhões de dólares. O acordo de fornecimento de sistemas de defesa aérea ao Brasil é estimado em um bilhão de dólares.

Fonte: Voz da Rússia
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Espionar não é ilegal, diz chefe de órgão de inteligência do Canadá

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O chefe da agência de monitoramento eletrônico do Canadá falou pela primeira vez nesta quarta-feira (9) depois das acusações de que o governo do país espionou o Ministério das Minas e Energia do Brasil, afirmando que esse trabalho é legal e não tem canadenses como alvo.
 
John Forster, diretor do Organismo de Segurança das Comunicações canadense (CSE, nas siglas em inglês), se pronunciou em uma conferência de tecnologia em Ottawa, depois de o Fantástico ter informado no domingo que o governo brasileiro tinha sido alvo de espionagem industrial por parte da agência.
 
A reportagem foi baseada em documentos vazados pelo ex-funcionário de inteligência do governo americano Edward Snowden.
 
"Posso dizer a vocês que não temos canadenses como alvo, em casa ou em outros lugares, em nossas atividades de inteligência no exterior, nem temos como alvo alguém no Canadá. De fato, isso é proibido por lei. Proteger a privacidade dos canadenses é o nosso princípio mais importante", disse.
 
Forster se negou a entrar mais na polêmica desencadeada pelas supostas atividades de espionagem envolvendo o CSE e o governo do Brasil.
'Devido à natureza confidencial do nosso trabalho, estou certo de que vão entender que não posso dizer muita coisa', disse.
'Tudo o que o CSE faz em termos de inteligência externa segue as leis canadenses', completou.
A Globo apresentou documentos vazados com informações detalhadas do Ministério das Minas e Energia, incluindo ligações telefônicas e trocas de correspondências eletrônicas.
O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, disse na terça-feira que estava "muito preocupado" com as alegações, e declarou que um comissário independente vai analisar as atividades do CSE para verificar se as ações respeitam as leis canadenses.
 
Fonte: AFP
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Programa vai destinar R$ 6,5 milhões para projetos acadêmicos sobre o setor de defesa

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O Ministério da Defesa vai financiar, ao longo de quatro anos, dez projetos oriundos de universidades e instituições de ensino civil e militar do país. A iniciativa, que conta com a parceria da Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, prevê recursos financeiros na ordem R$ 6,5 milhões para os projetos selecionados. Entre as áreas prioritárias estão Sociologia e História das Forças Armadas e Estudos Estratégicos em Defesa Nacional.
A ação faz parte do Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Defesa Nacional (Pró-Defesa), que visa incentivar a produção de pesquisas científicas e tecnológicas e a formação de recursos humanos qualificados no setor.
Lançado em 2008, o Pró-Defesa constitui ação do Governo Federal destinada a fomentar a cooperação entre instituições civis e militares para implementação de projetos voltados ao ensino. O programa, que está em sua terceira edição, prevê benefícios como bolsas de mestrado, doutorado e sanduíche, além de estágio pós-doutoral de docentes, entre outros.
De acordo com o gerente da Divisão de Cooperação do Ministério da Defesa, coronel Celso Bueno da Fonseca, a expectativa desta edição é "formar, no mínimo, 10 pós-doutores, 20 doutores e 30 mestres até março de 2018”. O Pró-Defesa é considerado pela Capes um dos programas mais exitosos da instituição, servindo, inclusive, de modelo para outros editais.
 
Fonte: Ministério da Defesa
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Militares alegam falta de verba para projetos de tecnologia

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A falta de recursos para o desenvolvimento de tecnologias nas Forças Armadas é o que mais dificulta o progresso do setor. Essa foi a conclusão de participantes de debate realizado ontem sobre a pesquisa e os investimentos nos centros de tecnologia das Forças Armadas, em audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
 
De acordo com o brigadeiro Wander Golfetto, do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da Força Aérea, o Brasil investe apenas 0,004% do PIB na área espacial. Ele mostrou que projetos da Aeronáutica para os anos de 2012 a 2016 precisariam de R$ 195 milhões, mas só receberam do Orçamento R$ 34 milhões.
Walter Pinheiro (PT-BA) disse que o orçamento para as Forças Armadas deve ser prioridade. Para ele, além dos recursos, é necessária uma sinergia entre as três Forças para que a tecnologia desenvolvida sirva não apenas para o setor militar, mas também para outros campos da ciência que podem ajudar a sociedade:
— Sem sinergia e recursos, é difícil fazer avanços nas áreas de ciência e tecnologia, em benefício também de serviços como a saúde.
De acordo com o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa, vice-almirante Wagner Zamith, a pasta tem a função de apoiar os projetos ligados à ciência e à tecnologia das Forças Armadas.

Fonte: Jornal do Senado
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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Espionagem expõe linha tênue entre segurança nacional e liberdade civil

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Enquanto o governo brasileiro manifesta sua indignação com a coleta de informações potencialmente sensíveis sobre seus ativos de petróleo e mineração, perguntas cruciais sobre a espionagem americana e canadense continuam sem resposta.
 
Afinal, o Brasil foi vítima de espionagem industrial por parte das agências de inteligência desses países? Ou figurava, para surpresa das autoridades brasileiras, em uma lista supersecreta de alvos considerados chave para a segurança do hemisfério?
 
Qualquer das duas hipóteses possivelmente será incômoda para o Planalto.
 
Mas o esclarecimento pode implicar uma tênue diferença entre operações válidas e operações que violem a missão central dos serviços de inteligência, de focar seus esforços em questões de segurança nacional.
 
Tanto a agência de inteligência dos Estados Unidos quanto a do Canadá insistem que não fazem espionagem industrial ou comercial: não utilizam informações obtidas através de meios secretos em benefício de companhias de seus países.
 
Entretanto, nenhum dos dois países esclareceu satisfatoriamente a razão pela qual suas agências de espionagem monitoraram a Petrobras e o Ministério das Minas e Energia, responsáveis por gerenciar alguns dos ativos mais valiosos do Brasil.
 
Falando especificamente sobre o caso americano, o professor do centro legal da Universidade de Georgetown, em Washington, Timothy Edgar, disse à BBC Brasil que não crê que a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) agisse sem um mandato discutido e aprovado em instâncias muito superiores.
 
"Não cabe somente à NSA decidir que operações de monitoramento de inteligência estrangeira eles vão conduzir", disse o especialista.
 
"Seria preciso haver um nível muito alto de decisão ou discussão sobre o tipo de operações que você quer conduzir, e isso certamente não seria feito no nível da NSA. Teria de ser em um nível muito mais alto."
 
INTERESSES
 
Ex-diretor de privacidade e liberdades civis da Casa Branca sob o presidente Barack Obama, Edgar chefiou o setor encarregado de buscar o equilíbrio entre segurança nacional e liberdades civis nas iniciativas de ciberinteligência americanas.
 
Ele é um dos especialistas que contribuem com o Senado americano nas atuais discussões sobre a revisão das atividades da NSA.
 
O professor nota que a contrapartida do enorme sistema de inteligência americano - que consome recursos da ordem de US$ 75 bilhões por ano e conta com uma extensa rede exposta pelas denúncias do ex-funcionário da NSA Edward Snowden - é um sistema de fiscalização que "submete todo o processo a uma série de regras muito específicas".
 
Anualmente, o governo americano estabelece, em um documento confidencial, as suas prioridades nacionais de inteligência. Nela, figuram tópicos relacionados ao terrorismo internacional, à proliferação de armas de destruição em massa eao tráfico internacional de narcóticos, entre outros.
 
Mas também podem ser consideradas prioridades de inteligência informações sobre líderes políticos e militares de outros países, principalmente aqueles percebidos como adversários dos EUA no campo internacional.
 
Apesar da recente aproximação entre Washington e Brasília, muitos analistas avaliam que não seria uma surpresa que o Brasil estivesse dentro dessas prioridades de monitoramento.
 
BRASIL
 
Dotado de ativos estratégicos econômicos em abundância, como o petróleo e o gás natural, o país tem buscado exercer influência geopolítica concentrando-se no hemisfério sul emergente, e frequentemente se opõe aos EUA em temas como a guerra na Síria e a estratégia de contenção do programa nuclear iraniano.
 
Porém, Edgar ecoa a linha do governo americano ao dizer que "os EUA não realizam espionagem industrial".
 
"Se há razões de segurança para coletar informações no Brasil, a prática será legítima se for realizada sob as linhas gerais das prioridades de segurança. Se for para fins industriais, seria basicamente uma violação da política americana", ele diz.
 
DESCONFIANÇA
 
Mas o que o especialista chama de "nexo legítimo de inteligência" é precisamente o que tem faltado nas manifestações públicas do governo americano - e agora canadense - sobre o tema.
 
As suspeitas de espionagem industrial foram reforçadas no domingo, depois que o programa Fantástico, da TV Globo, veiculou denúncias de que também a agência canadense de inteligência mapeou as comunicações telefônicas e por email do Ministério das Minas e Energia (MME).
 
A reportagem, feita em conjunto com o jornalista Glenn Greenwald, observou que o monitoramento dos dados foi realizado em uma área de grande interesse comercial para as empresas canadenses, o setor brasileiro de mineração.
 
"A denúncia de que (o) Ministério (de) Minas e Energia foi alvo de espionagem confirma as razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos", manifestou-se a presidente Dilma Rousseff através da sua conta do Twitter.
 
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, convocou o embaixador canadense para transmitir o "repúdio do governo à violação da soberania nacional e dos direitos de pessoas e de empresas" no Brasil, segundo o Itamaraty.
 
As agências americana e canadense, e mais as de Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, trocam informações e realizam operações conjuntas através de uma rede conhecida como Five Eyes (os cinco olhos).
 
Mas as informações repassadas ao programa não indicam ter havido qualquer operação conjunta para escutar o conteúdo das comunicações do MME.
 
"Obviamente, os canadenses são aliados muito próximos dos EUA, mas não acho que participaríamos de uma operação conjunta com os canadenses a não ser que houvesse uma razão muito forte do ponto de vista americano", afirma o professor Timothy Edgar.
 
"Se os canadenses estiverem tentando coletar inteligência para melhorar as chances das empresas canadenses em negócios no Brasil, não seria do nosso interesse e não vejo por que a NSA os ajudaria nisso."
 
REVISÃO
 
O retrato ainda nebuloso dos "comos" e "porquês" da espionagem contra o Brasil motivou a presidente Dilma Rousseff a cancelar uma visita de Estado a Washington, marcada para outubro. A decisão esfriou as relações Brasil-EUA a níveis inéditos desde a tensão bilateral em torno do programa nuclear iraniano em 2010.
 
Enquanto isso, o Congresso americano discute legislação para elevar a transparência e a prestação de contas da NSA.
 
O presidente Barack Obama prometeu que a revisão buscará acalmar "aliados", como o Brasil, assegurando que cada peça de informação seja coletada pela NSA somente quando possa contribuir para completar o quebra-cabeças de segurança nacional, que é sua missão completar.
 
O processo provavelmente incluirá tentativas de incrementar o controle das agências de inteligência e sobre o conteúdo que coletam.
 
A multiplicação do sistema, com a contratação de milhares de funcionários terceirizados como Edward Snowden, abre brechas para que informações críticas sobre indivíduos, empresas e nações caiam em mãos de mal-intencionados.
 
Essa foi uma preocupação manifestada pela presidente Dilma Rousseff, que notou que Snowden "estava havia só três meses na empresa que prestava serviços à NSA" e dizia ter acesso aos dados de indivíduos, autoridades estrangeiras, como ela, entidades e empresas.
 
"Trabalhei no governo Obama tentando melhorar as salvaguardas dos nossos sistemas classificados. Francamente, não acho que chegamos nem perto do que deveríamos", disse Timothy Edgar.
 
"Não acho que as lideranças e a comunidade de inteligência estejam conscientes da facilidade para uma pessoa com um pouco de conhecimento de informática, que tenha acesso a redes classificadas, obter mais informações do que precisam para fazer o seu trabalho."
 
Fonte: BBC Brasil
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