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domingo, 20 de dezembro de 2020

O Brasil e o Gripen E/F - Um pouco sobre o novo caça brasileiro

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O SAAB Gripen E (no Brasil denominado F-39E Gripen) venceu no final de 2013 a concorrência para fornecer à Força Aérea Brasileira inicialmente 36 modernas aeronaves de combate, tendo sido ao longo de todo desenrolar do programa FX-2 apontado como o "azarão", por se tratar naquela época de uma aeronave em pleno desenvolvimento, mas surpreendeu quando foi anunciada sua vitória na disputa que tinha concorrentes de peso, como o francês Dassault Rafale e o norte americano Boeing F-18 E/F Super Hornet. 

Porém, após sete anos desde o anúncio de sua escolha, o desenvolvimento atingiu todas as fases programadas em acordo com o previsto, tem rebatido os críticos de plantão, devendo ser entregue o primeiro lote de quatro aeronaves "IOC" no próximo ano (2021). Considerando que a definição pela aeronave se deu em dezembro de 2013 e a assinatura do contrato só em 24 de outubro de 2014, temos menos de cinco anos desde a concretização do acordo e o primeiro voo do primeiro exemplar do Gripen E pertencente ao Brasil, feito realizado em 26 de agosto de 2019, com este exemplar iniciando os testes visando as certificações em setembro deste ano, o que demonstra o sucesso do empreendimento.

Além disso, o contrato avaliado em 4,1 bilhões de dólares, prevê não apenas a aquisição inicial de 36 aeronaves, mas uma extensa capacidade logística e industrial transferida ao Brasil, capacitando nossa industria e corpo de engenheiros e técnicos, estabelecendo não apenas uma venda SAAB (Suécia) x Brasil, mas uma importante parceria, tornando o parque industrial aeroespacial brasileiro (Embraer, Akaer, AEL Sistemas, Atech, Inbra, Atmos...) um importante parceiro e fornecedor da SAAB, atuando no desenvolvimento da aeronave, sendo responsável pelo desenvolvimento da variante biposto, o Gripen F, inicialmente desenvolvida exclusivamente para atender as necessidades brasileiras, mas que poderá ser ofertada à outras nações. 

Recentemente, vem sendo cogitada a produção do Gripen no Brasil afim de atender a demanda de clientes na região, com a grande possibilidade da Colômbia vir a se tornar o segundo operador do Gripen E na América Latina.


Muitos leigos tem realizado comentários desconexos à realidade, comparando o Gripen E brasileiro ao "venezuelano" Sukhoi Su-30MK2V, em termos de capacidades e potenciais, apontando uma enganosa vantagem ao caça de fabricação russa, cabendo a nós do GBN Defense pontuar alguns pontos relevantes sobre a tecnologia embarcada que o novo caça brasileiro traz consigo, algo que por si só nos confere uma enorme vantagem frente ao caça de nossos vizinhos, não apenas venezuelanos, mas de toda América Latina, apresentando uma consciência situacional sem paridade na região, com uma poderosa capacidade de transmissão/recepção de dados, sensores de última geração, ótima interface homem/maquina, sistemas de guerra eletrônica avançados, somados a capacidade de operar em áreas remotas com pouco suporte em solo, um variado leque de armamentos e as doutrinas de combate aéreo brasileiras, as quais contam com importantes meios no "estado da arte", como nossas plataformas E-99 e demais sistemas de defesa e monitoramento, podemos afirmar com toda certeza, nenhum de nossos vizinhos teria a ousadia de enfrentar o Brasil na arena aérea.

Há quem critique a escolha do Gripen sob uma óptica míope, alegando se tratar de uma aeronave "leve", justificando isso pelo simples fato de ser monomotor, o que é um erro, uma vez que suas capacidades são comparáveis aos seus principais concorrentes, porém, apresentando um menor custo da hora de voo. O conceito por trás do Gripen, apresenta uma capacidade avançada, aliada ao baixo custo em todo seu ciclo de vida, isso quando somado a tecnologia embarcada no mesmo, sua diminuta assinatura radar (RCS), simplicidade e robustez, entrega ao seu operador uma solução ímpar, constituindo o mesmo num sistema de defesa, o qual faz frente a toda ameaça no atual cenário aéreo e o futuro próximo.

A escolha do Gripen E/F se mostra a cada dia ser a mais acertada para o cenário brasileiro, representando ganho não apenas operativo, mas capacidade intelectual, técnica e industrial, porém, é preciso que o programa não pare em apenas 36 aeronaves, ou no hipotético segundo lote, é preciso que toda essa capacidade e expertise adquiridos sejam empregados em outros programas estratégicos, os quais não devem se limitar no projeto do Gripen E/F, mas resultar em novas conquistas, como a concepção de novos meios aéreos, sendo eles tripulados e remotamente tripulados, pois a tecnologia que temos recebido, será um ponta pé inicial na abertura de novos campos de domínio tecnológico e independência, abrindo novos mercados e perspectivas.

Recentemente foram divulgadas belas imagens do primeiro Gripen E brasileiro nos céus do Rio de Janeiro e na ALA 12, Base Aérea de Santa Cruz (BASC), as quais ilustram nosso artigo.

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN Defense, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança.

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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Conheça o Futuro da Marinha - PEM 2040, o que se esperar nos próximos 20 anos? (Parte-1)

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No último mês de setembro, acompanhamos a entrega, pela Marinha do Brasil do Plano Estratégico da Marinha (PEM 2040), um documento de grande importância, que apresenta o planejamento de médio e longo prazo com os rumos que deverão ser adotados pela Marinha do Brasil pelos próximos 20 anos. Neste documento constam as diretrizes, objetivos e os Programas Estratégicos da Marinha do Brasil (MB), segundo a Visão de Futuro da Marinha. 

O PEM 2040 é resultado de um amplo trabalho de pesquisa, contando com a participação de vários setores da sociedade brasileira, elaborado após diversas discussões e a contribuição de grupos de trabalho multidisciplinares, nos quais tiveram a participação tanto de militares, como também de civis, tendo sido ouvidos importantes formadores de opinião, além de representantes das comunidades científica e acadêmica, provendo transparência e clareza para a sociedade sobre os rumos que a MB adota, em consonância com sua missão. 

O documento traz seu conteúdo dividido em cinco capítulos e seus tópicos, torna sua leitura simples e de fácil compreensão para a sociedade como um todo. O PEM 2040 apresenta o cenário no qual estamos inseridos, bem como ameaças e oportunidades para a MB, condicionado pelos documentos de alto nível da Defesa, como a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional, além da plena consonância com a Constituição Federal e as atribuições legais da MB. 


No dia 25 de setembro, o GBN Defense na figura de seu editor/fundador Angelo Nicolaci, junto a outras renomadas mídias d
e defesa, foram convidados pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, para uma breve entrevista, onde puderam conhecer um pouco melhor o PEM 2040 e dirimir algumas dúvidas sobre este documento e os rumos que a MB adotará no período 2020-2040.

A Marinha demonstra uma visão bastante clara dos desafios que se apresentam no presente e no horizonte de nossa nação, com este planejamento indo muito além dos conhecidos programas estratégicos em andamento, com uma inserção maior da participação da Marinha em variados cenários e missões, bem como uma importante mudança em determinados conceitos e doutrinas de emprego do poder naval.
Um dos pontos de grande relevância apontados pelo PEM, diz respeito às ameaças e desafios que se apresentam à nossa nação, e isso ficou bem exposto pelo Alte.Esq (CM) Ilques Barbosa Junior, questionado sobre as medidas adotadas pela Marinha do Brasil para mitigar as múltiplas ameaças que se apresentam, que vão além das "tradicionais" ameaças comumente elencadas quando se aborda as questões de soberania e controle de nossas águas jurisdicionais, somando-se a estas, cenários de desastres ambientais, como o derramamento de óleo no nordeste de nossa costa no ano passado, bio-ameaças como a Pandemia do COVID-19, o crime organizado que vem crescendo como um todo no mundo, com  o narcotráfico, contrabando, pirataria, além do terrorismo e a expansão dos interesses internacionais.
Foto: Angelo Nicolaci - GBN Defense

Segundo o Comandante da Marinha (CM), o Plano Estratégico da Marinha (PEM) tem como pilares fundamentais a Política Nacional de Defesa (PND) e a Estratégia Nacional de Defesa (END), com isso quando se vislumbram as questões relacionadas às fronteiras e o nosso entorno estratégico, a visão é mais ampla e envolve não somente a Marinha do Brasil, mas sim as nossas três Forças e os desafios que englobam ações mais complexas envolvendo um conceito tridimensional, no qual é de suma importância a interação não apenas entre as Forças Armadas (FFAA), como também de outras agências e órgãos do estado brasileiro, para garantir a segurança e os interesses de nossa nação do norte ao sul, de lestes à oeste. O cenário global hoje tem apontado para uma concepção de duplo emprego das Forças Armadas, onde elas vem agregando além de seu papel constitucional, novas missões e responsabilidades, e isso exige das mesmas um nível de prontidão elevado, hoje atingindo um nível com 100% de prontidão. Sendo assim, não há espaço mais para que por exemplo, se prepare nossa indústria para responder a determinadas ameaças, tal como ficou evidente diante da Pandemia do Covid-19.

Diante das questões ligadas ao controle e gerenciamento de nossas fronteiras e território nacional dispostas pelo PND e a END, temos três importantes e complexos sistemas que são de suma importância citados na fala do Comandante da Marinha (CM), com a tríade composta pelo SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) na faixa de fronteira terrestre, concebido por iniciativa do Comando do Exército, em decorrência da aprovação da END em 2008, a qual orienta a organização das Forças Armadas sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença; o SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) conduzido pelo Comando da Aeronáutica; e o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul) que tem a missão de monitorar, de forma contínua e integrada, as Águas Jurisdicionais Brasileiras e as áreas internacionais de responsabilidade brasileira para realização, quando necessário, de operações de Socorro e Salvamento, sendo este importante sistema concebido pela Marinha do Brasil.

Nosso entorno estratégico inclui a Costa Oeste da África, Caribe, Antártica e parte oeste do território continental, suas dimensões por si só já se apresentam como um grande desafio, onde soma-se a esse ambiente operacional a crescente atuação do crime organizado no âmbito global, o que leva a necessidade do emprego de nossas Forças Armadas no apoio irrestrito a segurança nacional, esse um ponto destacado pelo CM com relação ao questionamento sobre o cenário de ameaças que se apresenta ao Brasil.

Prosseguindo em sua resposta, o CM frisou a importância que tem sido dada a capacitação de seus militares, sendo um dos pontos chave do PEM, com a Marinha do Brasil atenta a necessidade de capacitar seu pessoal, algo que faz parte do Programa Estratégico (PE) de quaisquer forças armadas. Seguindo nessa linha, o CM ressaltou os esforços da Marinha do Brasil em aprimorar ainda mais esse importante ponto estratégico, alterando o procedimento de entrada no Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores (CEMOS), ampliando as exigências na escola de formação, nesse sentido tem sido realizadas alterações nas normas de carreira, adequando a nova lei que destaca a meritocracia e incentiva a constante qualificação dos homens e mulheres que compõe a Marinha. "Não adianta entramos com o mais moderno navio na Baía de Guanabara, se não soubermos como operar", disse o Comandante da Marinha.

Um de nossos questionamentos apresentado ao Comandante da Marinha, diz respeito aos desafios que são impostos pelo PEM à Marinha do Brasil, tendo em vista que a mesma se encontra diante de um extenso processo de renovação de meios, dado o avançado estado de obsolescência que boa parte dos meios operativos apresentam, bem como a baixa de muitos meios sem substituição, dada as limitações impostas pelo orçamento concedido à Força Naval e outros fatores de ordem política, os quais nas últimas décadas não deram o devido aporte às necessidades de nossa Esquadra. Perguntamos como seria realizada a captação dos recursos necessários para tocar os programas estratégicos em andamento e os que se fazem necessários para o cumprimento das missões constitucionais e compromissos internacionais assumidos pela nossa MB, bem como as missões que vem a se somar no âmbito da Marinha e seu Corpo de Fuzileiros Navais (CFN)?

Esse importante ponto foi esclarecido pelo CM onde, em consonância com a PND e a END, durante todo processo de criação do PEM, houveram muitas conversas com Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, após sua concepção, o Plano foi apresentado ao Conselho de Defesa Nacional, ocasião em que estiveram presentes ministros de estado, o Presidente da República Jair Bolsonaro e seu Vice-Presidente, Hamilton Mourão, além do Presidente do Senado e posteriormente apresentado ao presidente da Câmara dos Deputados, mostrando a classe política brasileira a real situação de nossas Forças Armadas, porque eles são os representantes do povo, e a eles cabe atribuir as prioridades de nosso país, e como estamos num estado democrático de direito, esse é o caminho a ser trilhado, e fora apresentado o PEM aos líderes do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Esse foi o primeiro movimento realizado, esclarecendo aos três poderes a real situação das Forças Armadas, ao mesmo tempo que foram apresentadas as ameaças às quais estamos submetidos à sociedade brasileira, seguindo nos esforços de se tirar o velho estigma de que os militares vêem ameaças onde não existem, por exemplo, a Pandemia de Covid-19 que resultou na perda de 140 mil vidas no Brasil, ou ainda a agressão perpetrada pelo derramamento de óleo no nordeste do Brasil, um crime que o Alte.Esq. (CM) Ilques Barbosa deixou bem claro: "Posso assegurar, como objetivo naval permanente até quando for necessário, até o fim dos tempos, nós vamos estar atrás dele, até achar e punir, porque uma agressão daquela magnitude não pode ficar impune". Existe uma vasta gama de ameaças as quais não se pode ignorar, e a sociedade brasileira tem sido alertada, conforme deixou claro o Comandante da Marinha, onde várias providências tem sido tomadas no sentido de neutralizar esses riscos. Hoje enfrentamos ameaças como o crime organizado e as Organização Não Governamentais, que na verdade não são legitimamente ONGs, e sim fachadas para outras atividades e interesses, "Nós não podemos ter a inocência de não constatar um fato e sermos envolvidos em discussões que nos tirem do foco que é a defesa do nosso futuro, a defesa dos nossos cidadãos", disse o Almirante.

Apesar do cenário internacional apresentando importantes mudanças nos níveis de ameaça, as ameaças interestatais não desapareceram e continuam sob a observância de nossos militares, como explicitou em sua fala o Comandante da Marinha, e isso trás a imprescindível necessidade de estarmos prontos e capacitados a responder aos desafios, pois uma das mais eficazes formas de se evitar um conflito é estarmos prontos para ele, é uma máxima que segue desde os primórdios da humanidade, a dissuasão é um importante ativo de defesa. 

Um ponto enfatizado pelo Almirante Ilques, diz respeito ao retorno gerado pelo investimento em defesa, algo que constantemente vem sendo ignorado de forma proposital pelos críticos aos programas de reaparelhamento de nossas Forças Armadas. Os Programas Estratégicos não apenas suprem as necessidades diretas de nossa defesa por meio da aquisição de sistemas,  mas representam a geração de muitos empregos diretos e indiretos, arrecadam impostos, fomentam o desenvolvimento e a capacitação de nosso parque industrial, criam novas oportunidades para exportação de produtos com alto valor agregado, além de prover segurança a nossa soberania. 

"Só o ProSub, não estou mencionando nenhum outro programa em andamento, gera 900 milhões em impostos. Quantas escolas foram construídas com esses impostos? Quantos empregos, quantas famílias estão vivendo através dessa segurança gerada pela Base Industrial de Defesa (BID)? Todos os nossos programas estão sendo auditados/controlados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), gerando conforto para o Comando da Marinha. O TCU esta a contrabordo da Marinha, dizendo o que pode e o que não pode ser feito, e assim será enquanto durarem os programas"
, disse o Almirante Ilques, e prosseguindo, "A sociedade brasileira precisa entender que num planeta que sofre pandemias, tem assimetrias, tem insegurança, desastres naturais, movimentos geopolíticos agressivos, terrorismo dentre outros, o Brasil não esta isento de tudo isso. Um país como Brasil, que tem um solo fértil, um país que tem água, um país que tem um espaço geográfico imenso, possui reservas energéticas imensas, tanto solar, eólica, petróleo, hídrica, urânio dentre outras, precisa de atenção, precisa ser cuidado com posicionamento maiúsculo em defesa de nossos interesses", complementou.

Uma questão levantada durante o encontro com Comandante da Marinha, teve como alvo o futuro da capacidade desenvolvida em Itaguaí, que hoje conta com uma moderna estrutura destinada a construção dos quatro submarinos convencionais da Classe Riachuelo (SBR), os quais estão em avançado estágio de construção, devendo em breve ser concluído o programa de submarinos convencionais, o que deverá ocasionar uma lacuna temporal entre a conclusão dos submarinos convencionais e o início da construção de nosso primeiro submarino nuclear (SNBR). 


Com relação ao Complexo de Itaguaí, foi esclarecido que a Marinha do Brasil possui planos para manter ativa a capacidade conquistada com o ProSub, com o complexo não sendo limitado à construção e manutenção dos meios submarinos, mas também atendendo a demando pela construção e manutenção de outros meios. Sendo revelado que existem estudos em andamento no intuito de avaliar a possibilidade de atracação das futuras fragatas da Classe Tamandaré no Complexo Naval de Itaguaí. Há elevada probabilidade de que isso aconteça, e com isso surge a demanda da criação de toda uma estrutura voltada a operação desses meios naquela região, pois envolve mais do que apenas as facilidades para os meios em si, mas toda uma infraestrutura para receber todos tripulantes e demais militares envolvidos, com a construção de casas e todo suporte necessário a estes. 

Outra questão que envolve o Complexo Naval de Itaguaí, diz respeito a outro importante programa da Marinha, o qual prevê a retirada de boa parte do poder naval da cidade do Rio de Janeiro, o que não significa sair do estado, mas sim se adequar às novas necessidades estratégicas identificadas pela Marinha. 

A Força de Submarinos será transferida para Itaguaí, que deverá operar os quatro modernos submarinos da Classe Riachuelo (SBR), assim como os remanescentes da Classe Tupi. E a intenção não é parar com a conclusão do quarto exemplar da Classe Riachuelo, podendo em futuro próximo se iniciar a construção de um quinto submarino da classe, incorporando aperfeiçoamentos em relação aos primeiros submarinos da classe.

"Não é nada contra a cidade do Rio de Janeiro, é que não existe no mundo uma Marinha do porte da nossa, numa cidade como Rio de Janeiro. Não existe Marinha dos EUA em Los Angeles ou Nova York, a Marinha inglesa não esta em Londres, porque as cidades grandes de certa maneira impõe desafios de mobilidade e segurança. Então, nossa intenção é paulatinamente, na medida do possível fazer essa transição", disse o Almirante Ilques.

Quando questionado sobre a criação de uma 2ª Esquadra, o Comandante da Marinha explicou como se dá todo processo para que seja criada a 2ª Esquadra, citando que o cronograma está sendo readequado, pois demanda uma série de estudos e uma capacidade logística adequada, o que envolve Belém, Recife, Itaqui e Aratu, sendo o primeiro passo para criação dessa nova Esquadra, o fortalecimento da capacidade logística como um todo, a qual deve garantir a capacidade de receber a Esquadra onde quer que ela vá, provendo toda capacidade não apenas de atracar os navios, mas inclusive manuteni-los quando se faça necessário.

Foram citadas características de três localidades elencadas, como Belém, que conta com terminal portuário, calado necessário para operar os navios, um retroporto e um píer adequado para receber os navios da Esquadra. Já Recife possui uma infraestrutura vital, contando com os estaleiros Atlântico Sul e Vard Promar, ambos capazes de prover suporte, e por último se salientou a importância estratégica de Itaqui.

Ou seja, antes de se pensar na criação de uma 2ª Esquadra, é preciso equacionar nossas capacidades logísticas, pois não há lógica em se pensar uma 2ª Esquadra, se não houver primeiro uma real capacidade logística, por exemplo, nós temos capacidade de atracar e docar uma fragata em Belém? Sim temos.


Nota: Devido a complexidade e a riqueza de informações obtidas durante o encontro, o GBN Defense resolveu dividir essa entrevista em partes, para que possamos possibilitar ao nosso leitor uma melhor absorção das informações reveladas.


Por Angelo Nicolaci

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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

F-39 Gripen-E: Iris-T ou A-Darter?

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A publicação de uma matéria por um site estrangeiro falando da aquisição de misseis Íris-T pela FAB deu um verdadeiro nó na cabeça de muitos que acompanham o programa de modernização da Força Aérea Brasileira, o qual congrega importantes projetos como o Gripen-E e o desenvolvimento do míssil A-Darter.

Diante do avanço no programa de certificação e ensaios de voo do moderno Gripen-E, a Força Aérea Brasileira se viu diante da necessidade de realizar a aquisição de um lote de mísseis Íris-T afim de cumprir o processo de certificações das capacidades da nova aeronave, a qual já conta em seu leque de armamentos integrados o míssil europeu, porém, tal notícia levou a uma equivocada informação sobre um hipotético cancelamento do programa A-Darter, onde segundo alguns teria sua aquisição suspensa pela FAB, o que de fato não é verdade, uma vez que o míssil continua nos planos brasileiros e deverá em breve ser integrado ao novo vetor brasileiro.

O desenvolvimento do A-Darter esbarrou em alguns obstáculos, desde os sucessivos cortes no orçamento de defesa brasileiro, a extinção da Mectron, e que apesar da conclusão da fase de desenvolvimento do novo missil, levou a um significativo atraso na montagem e abertura da linha de produção do míssil no Brasil, a qual ainda demandará um tempo considerável até ser estabelecida e finalmente esteja operacional e apta a entregar o novo armamento de nossos caças.

A opção mais lógica é a aquisição de lotes do Íris-T, tendo em vista a necessidade de realizar todo processo de certificação do novo caça brasileiro, além de garantir que o mesmo disponha de armamento necessário para o cumprimento de sua missão, o que não exclui de forma alguma a futura integração do A-Darter ao leque de opções do Gripen brasileiro, segundo fontes ouvidas pelo GBN Defense.

solicitamos mais informações a FAB, e tão logo nossa solicitação seja atendida, traremos uma nota oficial sobre o assunto e pondo termo a discussão que tem tomado os fóruns e grupos de defesa.

por: Angelo Nicolaci

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Gripen-E chega ao Brasil em setembro

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Após muita especulação sobre quando e como o primeiro exemplar do novo caça da Força Aérea Brasileira chegaria ao país, foi revelado através de um Boletim do Comando da Aeronáutica (BCA) que foi emitida nesta segunda-feira (3) autorização para sobrevoo da aeronave 39.6001 do Gripen E, sendo o primeiro Gripen-E brasileiro de série, o qual irá iniciar a fase de certificações e homologação da aeronave e sistemas no Brasil, dando prosseguimento ao programa iniciado na Suécia. A primeira aeronave F-39 Gripen-E irá chegar de navio ao Brasil, onde será desembarcada em Navegantes, devendo ser realizado o processo de montagem e testes para no dia 25 de setembro realizar seu primeiro voo no Brasil, onde será transladado em voo entre Navegantes e Gavião Peixoto.

O exemplar em questão é de propriedade da SAAB, e será empregado em uma série de avaliações e certificações de sistemas e envelopes de voo, dando inicio a fase de testes no cenário de emprego brasileiro, onde será submetido as condições climáticas e de operação as quais deverá encontrar em serviço, processo no qual terá a célula levada aos limites previstos no projeto da aeronave para que a mesma receba as devidas certificações.

O prazo da autorização compreende o período entre 25 de setembro de 2020 e 31 de dezembro de 2025, onde serão realizados os  voos previstos na campanha de testes na área de ensaios destinadas à Embraer. O Boletim também autoriza um voo específico em Brasília, o qual apresentará a nova aeronave brasileira em ocasião do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, no dia 23 de outubro de 2020.
O exemplar em questão realizou seu primeiro voo em 26 de agosto de 2019, sob comando de Richard Ljungberg, piloto de testes da SAAB. Esta é a primeira aeronave a receber a configuração brasileira, contando com Wide Area Display (WAD), e demais aviônicos requisitados pela FAB, se apresentando como a mais moderna variante da família Gripen, recebendo em sua fuselagem o indicativo de matrícula FAB-4100, sendo o primeiro Gripen-E de série na configuração final brasileira.
por: Angelo Nicolaci
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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Poder Executivo entrega atualizações da PND, END e LBDN ao Congresso Nacional

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O Poder Executivo entregou, nesta quarta-feira (22), as atualizações da Política Nacional de Defesa (PND), Estratégia Nacional de Defesa (END) e Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN) ao Congresso Nacional.



O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, acompanhado dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea, passou os documentos para as mãos do Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, logo após reunião do Conselho de Defesa Nacional, no Palácio do Planalto.

"Não é uma nova política. A essência é completamente a mesma. Como é uma política de Estado, independe de governo, ela perpassa os governos. É praticamente a mesma política e a mesma estratégia de 2012 e de 2016 com algumas atualizações", afirmou o Ministro da Defesa.



As atualizações são encaminhadas ao Congresso Nacional pelo Executivo, atendendo ao que estabelece a Lei Complementar 136/2010, segundo a qual os três documentos devem ser enviados ao Legislativo a cada quatro anos, com suas respectivas atualizações, a partir de 2012.


Como são documentos de Estado, consolidados ao longo dos anos, não há grandes diferenças em relação às versões anteriores. As atualizações apresentadas são pontuais, incluindo alguns desafios contemporâneos.

PND, END e LBDN

A Política Nacional de Defesa é o principal documento de planejamento da defesa do país. Ele estabelece objetivos e diretrizes para o preparo e emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas de poder.

A Estratégia Nacional de Defesa, por sua vez, pretende definir como fazer o que se determinou na PND.

Já o chamado Livro Branco de Defesa Nacional apresenta uma visão geral da defesa e das Forças Armadas, tendo como principal propósito permitir transparência, promovendo assim a confiança mútua entre os países.

Fonte: Ministério da Defesa
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sexta-feira, 27 de março de 2020

"FOXTROT" - SAAB dá importante passo na produção do Gripen-F

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A Saab estabeleceu um importante marco no programa Gripen NG, realizando o primeiro corte de metal que será empregado na construção da versão biposto do seu caça de nova geração, o Gripen F, um importante passo no desenvolvimento do programa que envolve a participação da indústria brasileira.

O "Foxtrot" está sendo desenvolvido especialmente para atender aos requisitos da Força Aérea Brasileira (FAB) e compartilha do mesmo design e avançada suíte aviônica da variante monoposto, o Gripen-E. O Gripen "F" pode ser empregado tanto para realização de instrução e qualificação de pilotos, no modo de treinamento, como podem ser empregados em combate, neste modo os dois tripulante da aeronave dividem a carga de trabalho, contando com duas diferentes configurações do display.

A primeira peça destinada ao "Foxtrot" foi fabricada recentemente nas instalações da Saab, em Linköping, na Suécia, e será destinada a seção de dutos de ar, localizada logo atrás do cockpit da aeronave.

Primeira corte de metal do "Foxtrot", peça será destinada à seção de dutos de ar logo atrás do Cockpit do Gripen-F

“Esse é um marco importante para o projeto Gripen, pois demonstra que a fase de desenvolvimento está acontecendo adequadamente. Isso sinaliza o início da produção da aeronave de dois lugares, o Gripen F, muito aguardado pela Força Aérea Brasileira”, diz o Coronel Renato Leite, integrante da Força Aérea Brasileira e chefe do Grupo de Acompanhamento e Controle da Saab (GAC-Saab).

O Programa Gripen F (Foxtrot) acontece em conjunto entre a Saab e as empresas brasileiras que atuam em parceria no desenvolvimento da nova aeronave, entre ela estão a Embraer, AEL Sistemas, Akaer e Atech. Atualmente, cerca de 400 engenheiros estão trabalhando no desenvolvimento do Gripen-F, principalmente no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN, do inglês Gripen Design and Development Network), localizado na planta fabril da Embraer em Gavião Peixoto, interior de São Paulo. A fabricação ocorrerá na Suécia e no Brasil.



“Este foi um trabalho de equipe onde tivemos muitas pessoas dedicadas, tanto na Suécia como no Brasil, construindo o caminho para este importante marco da nova versão do Gripen. Estes marcos são momentos especiais devido a sua raridade e faz com que estejamos realizados”, diz Jonas Hjelm, head da Saab Aeronautics.

O Brasil encomendou 28 caças monoposto Gripen-E, que serão entregues no Brasil a partir de 2021, e 8 caças biposto Gripen-F, com entregas acontecendo a partir de 2023.

O Gripen-F também participa de importantes concorrências, onde está sendo oferecido pela Saab ao governo da Finlândia no âmbito do Programa HX que visa a substituição de seus caças.


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com informações da SAAB
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quinta-feira, 19 de março de 2020

Esquadrão HA-1 realiza voo de adestramento com AH-11B, o novo "Wild Linx" da Marinha

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Na manhã desta quinta-feira (19), observamos através do site FlightRadar24.com, a movimentação de uma das aeronaves AH-11B pertencente ao EsqdHA-1 "Lince", o exemplar em questão, matrícula N-4001, recentemente modernizada, estava realizando um voo entre o Complexo Aeronaval de São Pedro da Aldeia e a cidade de Campos dos Goitacazes no Norte Fluminense. 

Nosso editor acompanhou todo voo, o qual pode ser monitorado através do site que apresenta todo trafego aéreo no mundo em tempo real.


Após sobrevoar Campos, o N-4001 regressou rumando para Macaé, chegando a sobrevoar a Zona Industrial de Rio das Ostras no limite entre os municipios, realizando um circuito sobre Macaé e tomando a proa rumo distrito de Unamar sobre o Atlântico a poucas milhas da costa.


Curioso sobre o exercício que estava em andamento, nosso editor, Angelo Nicolaci, contatou a Comunicaçáo Social da BAeNSPA, e pediu informações sobre o adestramento em curso.

Em resposta a nossas perguntas, a ComSoc nos informou se tratar de um voo de adestramento, no qual foram feitos procedimentos de aproximação simulando condições meteorológicas adversas nos aeródromos de Campos, Macaé e São Pedro da Aldeia. Este estágio de adestramento tem como objetivo transicionar a qualificação dos pilotos da aeronave Super Lynx (AH-11A) para o modelo modernizado Wild Lynx (AH-11B).

No dia 22 de janeiro de 2019, os dois primeiros exemplares das aeronaves modernizadas chegaram ao Complexo Aeronaval de São Pedro da Aldeia, tendo sido recebido o terceiro helicóptero no dia 15 de janeiro de 2020, o qual encontra-se em fase de aceitação. Com a aeronave N-4001 disponível operativamente e a N-4004 compondo a missão de paz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), o Esquadrão conta ainda com mais cinco aeronaves em diferentes fases de modernização na sede da Leonardo Marconi Westland (LMW), em Yeovil, no Reino Unido.

AH-11B Wild Linx do EsqdHA-1 "Lince" - foto: Angelo Nicolaci

Dentre os diversos sistemas modernizados, destacam-se a instalação de novos motores CTS-800-4N, gerenciados através do sistema FADEC (Full Authority Digital Engine Control), e de um Glass Cockpit compatível com Night Vision Google (NVG). Ganhos operacionais essenciais para melhor integrar os sistemas de armas dos navios da Esquadra.

Nós agradecemos a equipe da ComSoc, que prontamente nos prestou esclarecimento aos nossos questionamentos, sendo a ocasião oportuna para mostrar o trabalho contínuo de nossa Força Aeronaval para manter um alto nível de proficiência de nossos Esquadrões e suas equipagens.

GBN Defense - A informação começa aqui.
Fotos e reportagem: Angelo Nicolaci GBN Defense

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terça-feira, 10 de março de 2020

Brasil lidera importações de equipamentos de defesa na América do Sul

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Instituto sueco diz que apesar da queda de 37% nas compras, país ultrapassou Venezuela no ranking da região entre 2015 e 2019. EUA reforçam liderança global em vendas, com aumento de 23% nos últimos cinco anos.
O Brasil se tornou o maior importador de equipamentos de defesa na América do Sul, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira (09) pelo Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri). O país superou a Venezuela, que liderou a lista de importadores sul-americanos no relatório anterior publicado há cinco anos.

Entre 2015 e 2019, o Brasil foi responsável por 31% das compras de armas entre as nações sul-americanas, apesar de uma queda de 37% em comparação ao período 2010-2014. O país também possui a maior encomenda pendente na região, que inclui aeronaves de combate suecas e submarinos franceses.

Em relação à exportação, o Brasil também fica em primeiro da lista na América do Sul, sendo responsável por 0,2% das vendas globais, e figurando em 24ª posição no ranking mundial.
A Venezuela, que liderou a lista de importadores sul-americanos em 2010-2014, viu suas compras caírem 88% nos últimos cinco anos, como resultado da grave crise econômica que está sofrendo.
A pesquisa, que compara o período de 2015 a 2019 com o de 2010 a 2014, também destaca um aumento de 5,5% no tráfico global de armas entre os dois períodos.
"No geral, as transferências de armas aumentaram. Entre os países importadores de armas, a demanda é alta e parece até ter aumentado um pouco", disse Pieter Wezeman, pesquisador sênior do Sipri.
O relatório confirmou que os Estados Unidos reforçaram sua condição de maior exportador mundial de armas nos últimos cinco anos, com um aumento de 23%, enquanto a Arábia Saudita se consolidou como o maior importador.
Os EUA, que venderam armas para 96 ​​países, aumentaram sua participação no total de exportações globais para 36% (cinco pontos percentuais a mais), 76% a mais que o segundo exportador mundial, a Rússia.
"Metade das vendas foi para o Oriente Médio e metade destas, para a Arábia Saudita. Ao mesmo tempo, a demanda por aviões militares avançados dos EUA aumentou, especialmente na Europa, Austrália, Japão e Taiwan", destaca o estudo.
A Rússia mantém o segundo lugar, apesar de uma queda de 18%, devido à perda de peso nas vendas para a Índia, que continua sendo seu principal cliente; à frente da França, Alemanha e China, nessa ordem.
Os cinco primeiros países da lista foram responsáveis ​​por 76% das vendas globais de armas nos últimos cinco anos, observa o Sipri.
A Alemanha manteve seu quarto lugar entre maiores exportadores de armas do mundo. O governo alemão afirma visar uma política "restritiva" de exportação de armas. No entanto, entre 2015 e 2019, as exportações do país aumentaram 17%. Desde o outono de 2018, a Arábia Saudita é um grande cliente para os fabricantes de armamentos alemães. Berlim interrompeu a exportação de armas para o país em resposta ao assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Com um aumento de 72%, a França teve o maior crescimento de exportações, graças à demanda por armas em Egito, Catar e Índia.
Maior importador
Com um aumento de 130% em comparação a 2010-2014 e uma participação global de 12%, a Arábia Saudita se estabeleceu na liderança entre os importadores mundiais de armas.
"Apesar das preocupações nos EUA e no Reino Unido sobre a intervenção militar saudita no Iêmen, os dois países continuaram a vender armas. Do total das importações sauditas, 73%  vêm dos EUA e 13%, do Reino Unido", destaca o estudo.
Índia, Egito, Austrália e China completam a lista dos cinco principais compradores de armas globais.
Por região, a Ásia-Oceania foi o principal destinatário de armamento nos últimos cinco anos, com 41% do total, seguido pelo Oriente Médio (35%), Europa (11%), África (7,2%) e América (5,7%).
As importações na América Central e no Caribe aumentaram 23% nos últimos cinco anos, com o México como líder regional com 70% do total, coincidindo com suas operações militares em andamento contra cartéis de drogas.
Na América do Sul, as importações caíram 59%, sendo os Estados Unidos (19%), França (16%) e Itália (8,6%) os principais fornecedores.

Fonte: Deutsche Welle
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quinta-feira, 5 de março de 2020

Nota da Diretoria-Geral de Material da Marinha sobre o contrato de construção da Classe Tamandaré

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A Marinha do Brasil, por intermédio da Diretoria-Geral de Material da Marinha (DGMM), informa que no dia 5 de março, às 15h, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) “Águas Azuis” (thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech) assinaram os contratos para a construção da Classe “Tamandaré”, em cerimônia presidida pelo Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
O evento contou com a presença do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, entre outras autoridades.
Na ocasião, foram assinados o contrato principal para aquisição, por construção no País, de quatro Fragatas, e o contrato coligado, que trata do Acordo de Compensação. Este último tem como objeto, as Transferências de Conhecimento e de Tecnologia (ToK/ToT) referentes ao Sistema de Gerenciamento de Combate (Combat Management System) e ao Sistema Integrado de Gerenciamento da Plataforma (Integrated Platform Management System)”, bem como cursos de operação e manutenção das futuras Fragatas.
O Programa Classe “Tamandaré” (PCT) advém de uma necessidade imediata de renovação dos meios navais da Esquadra, visando incrementar a capacidade de defesa (monitoramento e proteção) da Amazônia Azul.
O PCT tem como alguns de seus alicerces: a produção de navios com elevados índices de conteúdo local (nacional), incluindo a gestão do conhecimento e a consequente transferência de tecnologia; a inserção da mentalidade da gestão do ciclo de vida, criando um novo paradigma de manutenção e evolução de conhecimento para a Marinha do Brasil; e um caráter de auto sustentabilidade, que dê perenidade e consistência ao Programa Estratégico “Construção do Núcleo do Poder Naval”.
As quatro Fragatas inicialmente previstas serão escoltas versáteis e de significativo poder combatente, capazes de se contraporem a múltiplas ameaças e destinadas à proteção do tráfego marítimo, podendo realizar missões de defesa, aproximada ou afastada, do litoral brasileiro. Poderão ser empregadas na proteção às unidades componentes do Corpo Principal de Forças Navais, bem como em áreas afastadas, compondo Grupos de Ação de Superfície ou como Unidades de Busca e Ataque a submarinos. Também serão empregadas na patrulha das Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), com ênfase na fiscalização e proteção das atividades econômicas, principalmente a petrolífera e a pesqueira.
Após a assinatura dos contratos, inicia-se o detalhamento do projeto de engenharia, com a previsão do início da construção do primeiro navio em 2021. A entrega é prevista para ocorrer entre 2025 e 2028.

FONTE: Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil
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thyssenkrupp, Embraer e Atech assinam o contrato de construção dos Navios Classe Tamandaré da Marinha do Brasil

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Nesta quinta-feira (5), no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, a EMGEPRON, empresa estatal independente vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando da Marinha do Brasil, e a Águas Azuis, empresa formada pela thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech, assinaram o contrato para a construção dos quatro navios de última geração da Classe Tamandaré, com entrega prevista entre 2025 e 2028.
A construção será realizada 100% no Brasil, em Itajaí (SC), com expectativa de taxas de conteúdo local acima de 30% para o primeiro navio e de 40% para os demais. A thyssenkrupp fornecerá a tecnologia naval de sua comprovada plataforma de construção de navios de defesa da Classe MEKO®, que já opera em 15 países. A Embraer integrará sensores e armamentos ao sistema de combate, incorporando ao programa seus 50 anos de experiência em soluções de tecnologia de sistemas e suporte em serviço.
A Atech, uma empresa do Grupo Embraer especializada em engenharia de sistemas para aplicações de Defesa, será a fornecedora do CMS (Combat Management System) e do IPMS (Integrated Platform Management System, da L3 MAPPS) e receptora de transferência de tecnologia em cooperação com a ATLAS ELEKTRONIK, subsidiária da thyssenkrupp Marine Systems que produz o CMS e sistemas de sonar.
“Somos gratos em poder participar novamente de um marco tão importante na história da defesa naval do Brasil com os navios mais avançados em sua classe. Relembramos as grandes conquistas que tivemos, desde a construção dos submarinos da Classe Tupi na década de 1980, e este é o reconhecimento da excelência tecnológica, confiabilidade e longevidade das soluções que oferecemos há quase dois séculos. O Programa Classe Tamandaré irá fortalecer nossos laços, por meio da transferência de tecnologia e da geração de empregos altamente qualificados para o país”, afirma Dr. Rolf Wirtz, CEO da thyssenkrupp Marine Systems.


“Essa parceria valida os esforços para expandir nosso portfólio de defesa e segurança além do segmento aeronáutico. Nos últimos anos, adquirimos experiência no desenvolvimento e na integração de sistemas complexos, entre outros, a fim de tornar a Embraer qualificada para atender às necessidades da Marinha do Brasil, além de fortalecer nossa posição como parceiro estratégico do Estado Brasileiro”, diz o CEO da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider.
Além da construção, o contrato inclui uma robusta transferência de tecnologia em engenharia naval para fabricação de navios militares e sistemas de gerenciamento de combate e de plataforma, bem como o apoio logístico integrado e o gerenciamento do ciclo de vida das embarcações.


O Programa Classe Tamandaré tem potencial de gerar empregos diretos e indiretos de alta qualificação. Prevê um sólido modelo de parceria nacional com habilidade comprovada de transferência de tecnologia e de qualificação de mão de obra local, o que garante o desenvolvimento de futuros projetos estratégicos de defesa no Brasil.
A aliança naval entre a thyssenkrupp Marine Systems e a Embraer Defesa & Segurança também permitirá criar bases para a exportação de produtos de defesa naval a partir do Brasil.
MEKO®: Um autêntico navio para águas azuis
Os novos navios multimissão serão baseados nas soluções comprovadas de construção naval da Classe MEKO® da thyssenkrupp Marine Systems, já utilizada em 82 embarcações em operação em Marinhas de 15 países, entre eles Portugal, Grécia, Austrália, Argentina e Argélia. O conceito exclusivo MEKO® de design modular facilita a integração local e a transferência de tecnologia, ajudando a reduzir os custos de manutenção e modernização. Combinando tecnologia de ponta, inovação e capacidades robustas de combate, a Classe MEKO® é um autêntico navio-escolta para águas azuis com qualidades excepcionais de autonomia e robustez.
Sobre a Águas Azuis
Águas Azuis é uma sociedade de propósito específico estabelecida entre a thyssenkrupp Marine Systems, a Embraer Defesa & Segurança e a Atech, subsidiária da Embraer, para a construção dos quatro novos navios Classe Tamandaré, a fim de ampliar e modernizar a esquadra da Marinha do Brasil. Ela terá forte presença no país e conta com a sólida experiência das suas empresas controladoras em diversas áreas.
As empresas integrantes têm um sólido e longo histórico de relacionamento, além de forte presença em diversos países. Líder da parceria naval Águas Azuis, a thyssenkrupp Marine Systems, empresa do Grupo thyssenkrupp, é um dos fornecedores líderes mundiais de sistemas para submarinos e embarcações de superfície naval, bem como tecnologias de segurança marítima com histórico secular de construção naval. A Embraer Defesa & Segurança, unidade de negócio da Embraer, está presente em mais de 60 países e é líder na indústria aeroespacial e de defesa na América Latina.
A Atech, subsidiária da Embraer, desenvolve soluções inovadoras para controle de tráfego aéreo, sistemas de comando e controle, segurança cibernética, sistemas de instrumentação e controle, sistemas embarcados, simuladores e logística. Também atua em outros projetos estratégicos da Marinha do Brasil, como o LABGENE (laboratório de geração de energia nuclear), para o qual desenvolve sistemas de Controle e Proteção e o sistema tático de missões de combate para o H225M/H-XBR SUPER COUGAR da Marinha do Brasil.


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