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domingo, 1 de dezembro de 2013

Brasil fecha contrato para novo satélite estratégico de comunicações

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A estatal de telecomunicaçõesTelebras assinou um contrato de 560 milhões dólares para aquisição de um satélite para comunicações seguras na quinta-feira (28) , após meses de indignação com as revelações da cyber- espionagem praticada pelos EUA.
A declaração disse que uma joint venture entre a Telebrás e Embraer vai entregar o satélite geoestacionário para comunicações estratégicas até o final de 2016.
A Embraer disse que o satélite irá garantir ao Brasil "soberania em suas comunicações estratégicas em ambas as áreas civis e militares. "
Brasília tem demonstrado irritação diante dos relatos de espionagem eletrônica dos EUA sobre as comunicações do governo brasileiro, bem como dados das chamadas telefônicas e e-mails de milhões de brasileiros .
Essas informações , provenientes das divulgações feitas pelo ex agente da NSA, Edward Snowden , levou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff a repreender os Estados Unidos na Assembléia Geral da ONU em setembro, e ao cancelamento de uma visita de Estado a Washington.
A Visiona Tecnologia Espacial , uma joint venture entre a Embraer e a Telebras , será responsável pela integração do sistema de Defesa e o Strategic Communications Geostationary Satellite ( SGDC ), disse a Embraer .
"O sistema SGDC não só sirá atisfazer as necessidades de Programa Nacional de Banda Larga da Telebrás ( PNBL ) e as comunicações estratégicas das Forças Armadas Brasileiras , mas também é uma oportunidade para o Brasil de garantir a soberania de suas comunicações estratégicas , tanto no âmbito civil como nas áreas militares ", disse o presidente da Telebrás Caio Bonilha .
O sistema SGDC envolve os ministérios das comunicações , defesa, ciência e tecnologia , disse um comunicado da Embraer .
Ele disse que o satélite será operado pela Telebrás na banda civil e pelo Ministério da Defesa sobre a banda militar.
A empresa franco-italiana Thales Alenia Space (TAS) irá fornecer o satélite enquanto a empresa de lançamento de satélites europeu Arianespace irá colocá-lo em órbita.
Os fornecedores irão transferir tecnologia para as empresas brasileiras , um processo que será supervisionado pela Agência Espacial Brasileira, disse Embraer.
Ele ressaltou que o sistema SGDC irá proporcionar segurança completa para comunicações estratégicas do governo e comunicações militares , uma vez que " será controlada no Brasil em estações que estão localizadas em áreas militares , sob a coordenação da Telebrás e o Ministério da Defesa . "
" Os satélites que atualmente prestam serviços para o Brasil são controlados por estações fora do país ou o controle está nas mãos de empresas geridas por capital estrangeiro ", disse a Embraer .
 
" Em qualquer dos casos há riscos dos serviços  sofrerem interrupção em situações de conflito internacional ou devido a interesses políticos ou econômicos de outras pessoas ", acrescentou .
 
Fonte: GBN com agências de notícias
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Após 3 anos de atraso, Brasil lança satélite na China

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Dia 9 de dezembro, 11h26 no horário de Pequim, 1h26 em Brasília. Enquanto a maioria dos brasileiros estiver dormindo, um seleto grupo de engenheiros, cientistas, empresários e autoridades estará atento a uma contagem regressiva no Centro de Lançamento de Taiyuan, na China, sonhando acordado com o futuro do programa espacial brasileiro.
 
Se tudo correr bem, e a meteorologia colaborar, um foguete de 45 metros, modelo Chang Zheng 4B, deverá subir aos céus no horário indicado, levando a bordo o novo Satélite Sino-brasileiro de Recursos Terrestres, conhecido como CBERS-3. Metade construído no Brasil, metade na China.
 
As expectativas são as maiores possíveis. Um fracasso na missão poderá significar um golpe quase que fatal para o já fragilizado programa espacial brasileiro, que luta para se manter vivo e relevante em meio a uma série de limitações financeiras, tecnológicas e estruturais.
 
O programa CBERS (pronuncia-se "sibers") é uma das poucas coisas que já deram certo para o Brasil na área espacial. Apesar do número 3 no sobrenome, este será o quarto satélite da série, depois dos CBERS-1, 2 e 2B - o último dos quais parou de funcionar em maio de 2010, o que significa que o País está há 3,5 anos cego no espaço, dependendo exclusivamente das imagens de satélites estrangeiros para observar seu próprio território.
 
O plano original acertado com a China era lançar o CBERS-3 até 2010, no máximo, mas uma série de problemas levou a sucessivos adiamentos. O último deles, de ordem tecnológica, envolveu a detecção de falhas nos conversores elétricos usados na metade brasileira do projeto, quando o satélite já estava quase pronto para ser lançado, no final de 2012.
 
As peças defeituosas foram retiradas e agora, após mais um ano de testes e revisões, o CBERS-3 parece estar finalmente pronto para entrar em órbita. Posicionado a 778 quilômetros de altitude, ele terá quatro câmeras para observar a superfície do planeta: duas construídas pelo Brasil e duas pela China, com diferentes resoluções e características espectrais.
 
"São câmeras extremamente sofisticadas, que representam um salto tecnológico significativo em relação aos satélites anteriores", disse ao Estado o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi. "É o projeto espacial mais sofisticado que já produzimos."
 
Uma das câmeras brasileiras, chamada MuxCam, vai observar uma faixa de terra de 120 quilômetros de largura, permitindo escanear toda a superfície do planeta a cada 26 dias, com 20 metros de resolução. A outra, chamada WFI, terá uma resolução menor (de 64 m), mas enxergará uma faixa muito maior (de 866 km), o que permitirá observar qualquer ponto da Terra repetidamente a cada cinco dias.
 
"É como se tivéssemos um supermercado de imagens", diz o coordenador do Segmento de Aplicações do Programa CBERS no Inpe, José Carlos Epiphanio. "Poderemos optar por uma câmera ou outra, dependendo do tipo de fenômeno que queremos observar, em maior ou menor grau de detalhe."
 
Apesar de trabalhar com satélites, Epiphanio é engenheiro agrônomo por formação, o que serve como um bom exemplo da variedade de empregos que se pode dar ao CBERS. A aplicação mais famosa é a de monitoramento de florestas, principalmente na Amazônia, mas há muitas outras, incluindo o monitoramento de atividades agrícolas e ocupações urbanas, processos de erosão, uso de recursos hídricos, desastres naturais e até vazamentos de petróleo.
 
As imagens produzidas pelo CBERS-2B, por exemplo, foram baixadas por mais de 50 mil usuários, de mais de 5 mil instituições, em mais de 50 países. "Não tem uma universidade, um órgão de governo no Brasil que não seja usuário do CBERS", destaca Epiphanio. Todas as imagens geradas pelo programa são distribuídas gratuitamente na internet pelo Inpe desde 2004.
 
Ainda que as imagens de satélites estrangeiros também estejam disponíveis gratuitamente, Epiphanio diz que o País não pode abrir mão de ter seu próprio equipamento no espaço. "Vale a pena investir em satélites? Sem dúvida nenhuma. O Brasil não pode ficar sem isso."
 
A fabricação do CBERS-3 custou cerca de US$ 125 milhões para cada país.
 
Fonte: Estadão
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dilma confirma construção de satélite para defesa

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O governo federal já está em fase final para contratar a construção e o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), confirmou nesta terça-feira, 05, a presidente Dilma Rousseff. "Para isto, foi criada a Visiona, uma parceria entre a Embraer e a Telebrás. Esta empresa é responsável pela elaboração dos requisitos técnicos, pela busca e seleção das propostas e pela absorção de tecnologia", explicou Dilma na edição desta terça-feira, 05, da coluna "Conversa com a Presidenta", publicada semanalmente em cerca de 200 jornais do País.
 
Conforme Dilma, o governo está investindo cerca de R$ 1,4 bilhão no projeto, incluindo a montagem e lançamento do satélite, seguros e as plataformas terrestres. Esse projeto prevê ainda o lançamento de mais dois satélites. "Vamos aumentar a segurança das comunicações e da troca de dados entre os órgãos públicos, nas redes do governo, além de massificar o acesso à internet no âmbito do Plano de Banda Larga", destacou.
 
As empresas responsáveis pelo fornecimento e lançamento do satélite já foram selecionadas, seguindo padrões técnicos e operacionais aplicados internacionalmente, informou a presidente. Segundo ela, esse satélite operará dentro o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o que representará melhoras na internet disponível no Brasil. "Para o Plano de Banda Larga, o satélite complementará a rede terrestre da Telebrás e permitirá levar a internet de qualidade a municípios localizados em áreas de difícil acesso, aonde não conseguimos chegar por via terrestre com fibra óptica", afirmou.
 
Dilma ressaltou que o projeto atuará nas comunicações estratégicas civis e militares do governo brasileiro. "Para a segurança das instalações e das informações, os centros de controle do satélite geoestacionário ficarão em instalações militares e serão operados, conjuntamente, pelo Ministério da Defesa e pela Telebrás", explicou. A presidente pontuou que, na área da defesa, será beneficiado o sistema de monitoramento das fronteiras terrestres, "o Sisfron".
 
Satélite brasileiro é soberania tecnológica, dizem especialistas

O programa brasileiro de Satélite Geosteacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi avaliado como promissor na reunião da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) desta segunda-feira dentro do ciclo de debates sobre o tema “Investimento e gestão: desatando o nó logístico do país”. Para os especialistas consultados, o satélite - que deverá ser levado à órbita terrestre em 2016 - ampliará a cobertura das redes de dados brasileiras, alcançando municípios que atualmente têm dificuldade para acesso à telefonia e à internet, e dificultará a interceptação de dados estratégicos, além de proporcionar demanda por tecnologia desenvolvida no país.

Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, tratou da contribuição do futuro satélite para a massificação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), especialmente em áreas distantes que não estão cobertas pela rede de dados convencional e dependem de conexão direta com satélites particulares - um serviço que, conforme frisou, é caro e lento no Brasil.

Coimbra espera que o projeto aumente a segurança e a soberania da transmissão de dados no Brasil e aumente a capacidade do país no desenvolvimento de satélites.

- O primeiro satélite permitirá que o Brasil adquira uma capacidade muito boa de desenvolvimento - afirmou, avaliando que no quarto satélite da série prevista seja possível usar somente componentes brasileiros.

Caio Cezar Bonilha Rodrigues, presidente da Telebras, também lembrou a prioridade no programa de absorção e transferência de tecnologia. Ele criticou as operadoras dos satélites comerciais, que, segundo ele, apontam com mais ênfase para áreas de maior demanda e não cobrem adequadamente áreas como a Amazônia. Ao ressaltar o papel da estatal - que não fornece acesso a consumidores finais - no incentivo aos pequenos provedores e na redução do preço do acesso no atacado, condenou o "monopólio" das operadoras de telefonia que exploram serviços de internet.

- Quando chegamos a uma determinada cidade, a demanda dobra - disse.

O capitão-de-mar-e-guerra Fabio Martins Raymundo da Silva, chefe da Seção de Comando e Controle da Chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, alertou que a capacidade satelital da Banda X - usada desde os anos 90, especialmente em operações conjuntas das Forças Armadas - está "chegando ao limite". Entre as vantagens do satélite brasileiro, ele citou a cobertura de toda a América do Sul, podendo ainda alcançar operações como aquelas desenvolvidas pelo país na Antártida e no Haiti, e a arquitetura de rede de voz e dados totalmente segregada.

Fabio Martins Raymundo da Silva ainda minimizou a possibilidade de violação de dados, frisando que o satélite virá com defesa contra tentativa de interferência na frequência de transmissão - caso detectada, a comunicação poderá ser realizada por meio alternativo - e que todas as comunicações estrategicamente sensíveis são criptografadas usando-se protocolos sob o domínio de técnicos brasileiros.
 
Fonte: GBN com agências de notícias
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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Parceria entre Brasil e Ucrânia para lançar foguetes enfrenta atraso

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Dez anos depois, o projeto da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) ainda não decolou. Assinado em 21 de outubro de 2003, o acordo de cooperação a longo prazo entre Brasil e Ucrânia apresenta não apenas atraso no cronograma divulgado inicialmente, mas também elevação dos custos previstos e ceticismo quanto a seu modelo de ingresso no mercado internacional de lançamentos espaciais.
É difícil encontrar, no mundo, local melhor para uma base de lançamentos espaciais do que o município de Alcântara, no Maranhão. Como fica a apenas 2° ao sul da Linha do Equador – onde a velocidade de rotação da Terra é maior e, assim, o impulso natural para o voo do foguete também – oferece a possibilidade de realizar lançamentos para qualquer direção a partir de um único ponto. A economia de combustível é bastante significativa em comparação a outros centros de lançamento (com condições mais próximas há o de Kourou, na Guiana Francesa, 5° ao norte do Equador, utilizada pelas agências espaciais europeia e francesa, além da companhia Arianespace SA, da França).
 
Além disso, Alcântara é privilegiada com um vasto oceano à sua frente, o que diminui o valor do seguro, já que não há risco de o nariz do foguete, ejetado antes de atingir o espaço, cair em regiões habitadas. “Outra vantagem é a possibilidade de voos todo ano, sem estações preferenciais. Alcântara oferece todas as condições para um lançamento seguro”, garante José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB).
 
A localização geográfica é, portanto, o que o Brasil oferece de mais valioso. Da parte ucraniana, a contribuição é a tecnologia da família Cyclone. Em Alcântara, deverá ser lançado o Cyclone-4, sucessor do Cyclone-3, um bem sucedido foguete que funcionou de 1977 a 2009. Apesar de ser elogiado pela sua eficiência, o foguete ucraniano foi aposentado nos lançamentos espaciais europeus por utilizar como combustível propelentes hipergólicos, de alto potencial tóxico. No Cyclone-4, os combustíveis são tetróxido de nitrogênio e dimetil hidrazina, classificados pela União Europeia como altamente tóxicos e perigosos ao meio ambiente.
 
Meio ambiente
 
O possível dano ambiental causado pelo foguete é um dos pontos que motivou a criação de um abaixo-assinado propondo mudanças no acordo ou o seu destrato. O criador, Duda Falcão, que mantém o blog Brazilian Space, sugere que, além da utilização de propelentes menos danosos ao meio ambiente, a ACS seja transformada em uma empresa de capital misto (público e privado), com poder de veto a ambos países; que o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e universidades parceiras participem no desenvolvimento do novo sistema de propulsão; que sejam criados mais convênios entre os dois países, com intercâmbios universitários e profissionais; e a ratificação de um acordo de salvaguardas tecnológicas com o governo norte-americano.
 
Retorno financeiro
 
André Mileski, editor do blog Panorama Espacial e editor-adjunto da revista Tecnologia & Defesa, é outro crítico do acordo nos moldes atuais. Ele defende a exploração comercial de Alcântara, mas sua opinião é de que o grande investimento do governo brasileiro na Alcântara Cyclone Space não terá o retorno desejado. “O problema é que a ACS, como foi criada, hoje acaba retirando recursos de outros projetos do Programa Espacial Brasileiro. Isto é, o orçamento está tendo que pagar uma iniciativa comercial que jamais vai se pagar”, opina.
 
Para ser competitivo em relação às demais alternativas, segundo Mileski, o preço de uma missão com o Cyclone-4 teria de ser incrivelmente baixo, o que não compensaria o dinheiro investido. Ele vê o foguete como grande demais para a maior parte dos satélites que integram o plano espacial brasileiro e pequeno demais para missões mais específicas. “Para compensar, a ACS diz que o foguete poderá lançar mais de um satélite em uma missão. Mas primeiro precisa encontrar outros passageiros, e para isso o preço tem que ser muito competitivo, algo muito abaixo de US$ 50 milhões, pois atualmente há opções mais confiáveis e baratas na China e Rússia.”
 
Conflito entre projetos
 
Monserrat, da AEB, não vê o Cyclone-4 como conflitante em relação a outros projetos como o Veículo Lançador de Satélites (VLS), projeto de desenvolvimento de um foguete brasileiro. “A base do projeto Cyclone não é cientifica nem de transferência de tecnologia, mas sim comercial. As duas partes chegaram à conclusão de que se você utilizar o Cyclone-4, que vem de uma família muito eficiente, a partir de uma base como Alcântara, essa é uma forma de entrar no mercado comercial de lançamentos de maneira segura, econômica e competitiva”, garante. Já o VLS engloba o desenvolvimento de toda a tecnologia exigida para um lançamento. “É fruto ainda do primeiro programa espacial brasileiro. Inclui o foguete VLS-1 e quatro satélites, dois por funcionamento remoto. É uma missão composta por todas as atividades necessárias para uma missão espacial”, conclui.
 
Nas duas primeiras tentativas de lançamento, em 1997 e 1999, falhas exigiram que o comando acionasse a autodestruição do VLS-1 logo após iniciar o voo. Na terceira tentativa, em 2003, uma ignição prematura fez com que o foguete explodisse dias antes do lançamento, matando 21 técnicos que estavam na plataforma. O projeto foi reestruturado, passando a contar com consultoria russa, e o próximo lançamento do foguete, na sua quarta versão, está previsto para meados de 2014, embora ainda não conte com os recursos necessários e sofra de sucessivos atrasos no cronograma .
 
Paralisações
 
De acordo com Sergiy Guchenkov, diretor comercial da Alcântara Cyclone Space, o projeto é desenvolvido em três frentes. De responsabilidade total da Ucrânia é o foguete Cyclone-4, o qual, segundo Guchenkov, está 78% pronto. De responsabilidade da empresa, está a construção do sítio de lançamento, cujas obras civis encontram-se 48% acabadas. Da parte do Brasil, está a infraestrutura geral do Centro de Lançamento de Alcântara.
 
Cronograma
 
Esses números não correspondem à previsão original. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente na época em que o acordo foi firmado, esperava ver o primeiro lançamento do Cyclone-4 ainda como chefe do executivo – o prazo inicial para o voo era até o final de 2010. Imprevistos e percalços orçamentários fizeram com que as obras paralisassem em alguns momentos. Entre 2008 e 2009, o impasse ficou por conta de uma disputa judicial entre a ACS, que pretendia transformar toda a península de Alcântara em um parque tecnológico, e comunidades quilombolas, representadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que reivindicaram parte da área. A empresa binacional teve de abrir mão desse território. “Houve também dificuldade para conseguir uma licença para iniciar as obras, porque a região faz parte da Amazônia Legal, com regras muito rígidas”, completa Guchenkov.
 
Mais recentemente, as paralisações ocorreram em decorrência de atraso no envio de recursos e em homologações. “Existe o compromisso dos dois países de fornecer recursos financeiros, e, devido a burocracias, às vezes o dinheiro atrasa. Tudo isso impactou de maneira bastante considerável”, explica o diretor comercial da ACS. Segundo ele, o prazo oficial de lançamento do foguete, para o final de 2014, é bastante otimista. “O prazo mais provável é que o Cyclone-4 seja lançado em 2015, já em caráter comercial. Temos dois contratos, com uma empresa japonesa e uma italiana, para esse primeiro voo. O foguete já tem uma história e deve levar ao espaço muitos satélites”, conta Guchenkov.
 
Investimento
 
Ainda segundo informações de Sergiy Guchenkov, cada país já investiu mais de US$ 200 milhões na ACS. Em meados deste ano, a assembleia geral da empresa resolveu aumentar o capital de US$ 487 milhões para US$ 918 milhões – injeção monetária que será dividida igualitariamente entre Brasil e Ucrânia. Motivo suficiente para deixar André Mileski ainda mais cético quanto ao retorno financeiro. “As margens de lucro de cada missão de lançamento são muito pequenas, na casa de um dígito, então você pode imaginar quantos lançamentos seriam necessários para ter algum retorno. Eu acompanho esse projeto há mais de dez anos e lembro-me bem que, no início da década de 2000, falava-se em um investimento de US$ 180 milhões”, recorda.
 
Fonte: Terra
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terça-feira, 8 de outubro de 2013

C&T: Prazo para projetos do Inova Aerodefesa termina nesta quinta-feira

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Termina na próxima quinta-feira (10) o prazo para que interessados apresentem projetos que irão disputar uma linha de financiamento de R$ 2,9 bilhões destinados ao desenvolvimento de iniciativas à inovação nos setores Aeroespacial, de Defesa e Segurança. O anúncio foi feito nesta terça-feira (8) pelo diretor Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa (MD), vice-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith, em audiência no Senado Federal.
 
Intitulado Inova Aerodefesa, o programa faz parte do Inova Empresa, plano de investimento do governo federal que prevê a articulação de diferentes ministérios e o apoio financeiro por meio de crédito, subvenção econômica, investimento e o financiamento a instituições de pesquisa. O Aerodefesa foi lançado em maio deste ano.
Os recursos são oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
 
O programa prevê apoio a empresas brasileiras e instituições científicas tecnológicas no ciclo produtivo de diversos equipamentos, desde as fases de pesquisa e desenvolvimento até a industrialização. Serão contemplados quatro setores: aeroespacial, de defesa, de segurança e de materiais especiais. Cada uma dessas áreas corresponde ao desenvolvimento de produtos específicos.
 
A parte aeroespacial inclui tecnologias para foguetes de sondagem e veículos lançadores de satélites, plataformas espaciais e produtos da indústria aeronáutica. A de defesa contempla sensoriamento remoto, sistemas de comando e controle e inovação tecnológica em projetos e programas prioritários. Na área de segurança, os produtos referem-se a sistemas de identificação biométrica e de informações, além de armas não letais. O último setor, o de materiais especiais, reúne fibras de carbono e ligas metálicas, resinas e propelentes sólidos, tubos e demais equipamentos.
 
Base Industrial de Defesa (BID)
 
A audiência no Senado teve por finalidade reunir representantes do MD, da Marinha, do Exército e da Aeronáutica que atuam nos setores de Ciência e Tecnologia. A iniciativa partiu do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Na abertura da reunião, o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, senador Zezé Perrela (PDT-MG), explicou que o objetivo era debater as atividades de pesquisa e inovação e os investimentos nos centros de tecnologia das Forças Armadas.
 
Coube ao vice-almirante Zamith a primeira apresentação. Ele iniciou a exposição com as iniciativas do governo na elaboração da Estratégia Nacional de Defesa, da Política Nacional de Defesa e do Livro Branco de Defesa Nacional, documentos orientadores da defesa brasileira. Depois, Zamith falou da estrutura do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial e a relação do setor com as respectivas áreas das Forças Armadas.
 
Em seguida, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, almirante Wilson Barbosa Guerra, apresentou os principais programas da Força Naval, com destaque para os programas de construção de submarinos, em Itaguaí (RJ), e de energia nuclear, em Aramar (SP). O almirante Guerra relatou sobre o trabalho no âmbito da Amazônia Azul.
 
O chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Sinclair James Mayer, detalhou os programas no âmbito da Força Terrestre. Ele relatou que o Exército vem desenvolvendo um polo de ciência e tecnologia em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, para onde serão deslocados os principais centros de tecnologia da Força, inclusive o Instituto Militar de Engenharia (IME), hoje instalado na Praia Vermelha, na capital fluminense.
 
Para o general Mayer, o Exército tem projetos estratégicos para o país, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), cujo piloto iniciará a etapa de testes no estado do Mato Grosso. A Força Terrestre tem ainda o Astros 2020, o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), o sistema Proteger e o blindado Guarani – carro anfíbio que, além de atender ao Exército Brasileiro, já desperta o interesse de países sul-americanos.
 
Os projetos da Aeronáutica foram apresentados pelo brigadeiro Walder Almodovar Golfetto. Na exposição, o chefe do Subdepartamento Técnico do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCTA) tratou do programa espacial brasileiro, com destaque para o Veículo Lançador de Satélite (VLS), projeto desenvolvido na Base de Alcântara, no Maranhão, interrompido há dez anos em função de tragédia que destruiu a unidade.
 
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) concluiu a sessão na comissão defendendo maior interação do Senado e destinação de recursos para os projetos das Forças Armadas. Num discurso em defesa do fortalecimento das instituições militares, o senador lembrou a necessidade de mais mobilização para que o setor disponha de investimentos para atender todos os projetos em pauta. Pinheiro explicou que as Forças Armadas não podem ficar a mercê de emendas parlamentares e orçamento engessado.
 
Em seguida, o presidente da comissão solicitou que os diretores dos Departamentos de Ciência e Tecnologia do MD e das Forças Armadas fizessem os comentários finais. Após esse procedimento, Perrela deu por encerrada a audiência.
 
Fonte: Ministério da Defesa
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Após dez anos, o acordo entre Brasil e Ucrânia na área espacial avança.

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As vésperas de completar dez anos, o acordo entre o Brasil e a Ucrânia para desenvolver, construir e lançar foguetes entrou na reta final. Com a injeção extra de 420 milhões de dólares na Alcântara Cyclone Space, os dois países esperam que a empresa binacional, enfim, termine sua missão e conclua, depois de muito atraso, o foguete lançador na base de Alcântara, no Maranhão. Diante das revelações da intensa espionagem cibernética dos Estados Unidos, parece salutar qualquer passo em áreas relacionadas à soberania e à defesa nacionais.
 
A ACS nunca foi, porém, uma ideia bem recebida por pesquisadores e pela Aeronáutica, e o recente impulso financeiro dado pelo governo ao projeto reacendeu a polemica. A atual onda de queixas repisa uma visão antiga existente entre entidades participantes do programa espacial brasileiro. O governo investiria demais em uma iniciativa sem resultados e que só alimentaria o conhecimento e os negócios no exterior, pois o foguete é fabricado na Ucrânia com tecnologia daquele país. Esse caminho prejudicaria as pesquisas empreendidas por brasileiros com o apoio de empresas locais. Entre 2006, quando a ACS saiu do papel, e 2012, o Brasil gastou 1,2 bilhão de reais no programa espacial. O empreendimento binacional recebeu cerca de 450 milhões de reais, quase um terço do total.
 
"O projeto ACS está vagarosíssimo e não tem nada a ver com defesa nacional ou desenvolvimento da indústria, ele é puramente comercial. E, mesmo quanto à sua rentabilidade, somos céticos", diz o presidente da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), Aydano Barreto Carleial. "A ACS divide esforços e recursos. Por isso, o programa espacial brasileiro não decola", afirma o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ciência e Tecnologia, Fernando Morais.
 
Sem a ACS no páreo por fatias do orçamento federal, o plano de um foguete 100% nacional poderia estar mais avançado ou até finalizado, apesar da necessidade de submeter o projeto a uma "revisão profunda" na avaliação de Carleial. O chamado VLS é um protótipo em desenvolvimento pela Aeronáutica desde a década de 80. Já passou por três testes, todos fracassados. A última tentativa completou dez anos em agosto e terminou em tragédia, com a morte de 21 trabalhadores. A próxima está programada para 2015.
 
Um funcionário civil embrenhado no dia a dia do projeto VLS conta nunca ter visto os militares da Força Aérea tão irritados quanto agora. Enquanto o governo reitera sua prioridade à ACS com a injeção de capital, o Instituto Aeronáutico e Espacial, condutor do VLS, sofre com um déficit de pessoal estimado em 600 funcionários. E o tipo de reclamação que os militares fazem apenas nos bastidores e de forma anônima.
 
A própria AAB teve momentos de timidez. Em 2010, elaborou um documento sobre o programa espacial de cuja versão final foram excluídas referências contundentes à ACS. A época, o setor alimentava a expectativa de que, na passagem do governo Lula, responsável por selar a sociedade com a Ucrânia, para a administração Dilma, pudesse haver alteração das prioridades. O grupo político à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia e de seus órgãos vinculados realmente mudou em 2011. Saiu o PSB, entrou o PT. Mas a postura perante a ACS, não.
 
À reafirmação do compromisso do governo com o projeto ocorreu depois de uma viagem do então presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Raupp, à Ucrânia em julho de 2011. Historicamente crítico da ACS, Raupp foi conferir a construção do foguete Cyclone 4. Ficou satisfeito com o que viu e com as possibilidades de absorção de conhecimento por técnicos brasileiros. Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) desde janeiro de 2012, virou um defensor do projeto entre os países.
 
Se no Brasil a troca de poder não interferiu nos rumos da empreitada, não se pode dizer o mesmo em relação às mudanças ocorridas na Ucrânia. De 2005 a 2010, o país teve um governo de oposição àquele que assinara anteriormente o acordo com Brasília em outubro de 2003. Esse fato e uma crise econômica interna levaram a modificações nos rumos e no orçamento do projeto. Os repasses à ACS minguaram e o desenvolvimento do foguete foi afetado.
 
No cargo desde fevereiro de 2010, o atual presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, pertence ao mesmo grupo político responsável pelo acordo com o Brasil. Dias depois da posse da presidenta Dilma Rousseff, ele telefonou e disse que se empenharia para retomar os investimentos. E reiterou o compromisso, desta vez publicamente, em uma visita oficial a Brasília em outubro de 2011.
 
Com a normalização do financiamento ucraniano, em 2013 os dois países praticamente igualaram suas cotas na empreitada, cerca de 250 milhões de dólares cada um. Por isso, e diante da necessidade de reforçar o caixa para finalizar o projeto, os sócios decidiram em maio fazer uma capitalização de 420 milhões de dólares na empresa. Cada lado entra com metade. No fim de agosto, um decreto do governo federal liberou uma primeira parcela brasileira, de 33 milhões de reais. Dias depois, o Parlamento ucraniano incluiu o foguete no seu programa espacial 2013-2017 e abriu o orçamento para transferir recursos à empresa.
 
Com o fôlego financeiro proporcionado pela capitalização, a construção do centro de lançamento em Alcântara será retomada. A obra começou em 2010, mas está parada desde março, por falta de pagamentos à empreiteira. A paralisação custou o emprego de 2 mil operários. A expectativa oficial é de que a obra fique pronta em 2015. E quando o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, estima que o foguete vá decolar. "O Cylone 4 está muito avançado. E não prejudica outros programas em curso", diz, em referência ao VLS.
 
O foguete permitirá à ACS colocar em órbita satélites de médio porte do Brasil, da Ucrânia ou de estrangeiros dispostos a pagar pelo serviço, a ser prestado a partir da base com a melhor localização do planeta. Com mais e maiores satélites, um país pode, entre outras estratégias, refinar a previsão do tempo e o controle do desmatamento, com ganhos para a agricultura e o meio ambiente. Ou aprimorar suas comunicações e a vigilância de suas fronteiras, tornando-se um pouco mais preparado para encarar a espionagem planetária dos EUA.
 
Responsável pela assinatura brasileira no tratado firmado com a Ucrânia e primeiro presidente da ACS, Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, não vê a hora de o foguete decolar. A empresa, diz ele, levou o Brasil a "pular etapas" no programa espacial.
 
O País teria conseguido, com rapidez, uma tecnologia disponível, de eficácia comprovada e capaz de atender às necessidades brasileiras. Segundo Amaral, o VLS da Aeronáutica pode até ser 100% nacional, mas não gerou resultados em 30 anos e está apto a carregar somente satélites pequenos. "O programa espacial brasileiro só tem uma alternativa, a ACS. O VLS não é viável."
 
Essa "alternativa" única tem ido adiante, apesar do boicote dos Estados Unidos. Washington é contra a ideia de o Brasil manter um programa espacial, foguetes e tecnologia fornecida pela Ucrânia, herdeira de conhecimento da antiga União Soviética, Documentos divulgados pelo WikiLeaks em 2011 mostram que os americanos enviaram telegramas à embaixada do país no Brasil para tentar forçar o fim da parceria.
 
A revelação não surpreendeu as autoridades brasileiras. Antes do WikiLeaks, Brasília tinha recebido do governo ucraniano a cópia de uma carta escrita por Washington com o mesmo teor. A sabotagem americana remonta às primeiras negociações para se criar uma parceria na área, nos anos 90. A Itália, que também seria sócia na empresa, desistiu. Motivo: ameaças dos EUA, que invocaram um tratado internacional de controle de tecnologia de mísseis do qual os italianos eram signatários.
 
Por causa da resistência dos EUA à conquista de conhecimento espacial pelo Brasil, o tratado de 2003 com a Ucrânia não cita a transferência de tecnologia para brasileiros, uma omissão frequentemente apontada por críticas do acordo. Essa transferência ocorre, porém, de uma forma até certo ponto clandestina, por meio do contato entre técnicos dos dois países e pelo envio à Ucrânia de estudantes brasileiros de cursos de mestrado.
 
O mesmo tipo de solução deverá ser usado em uma parceria com a França na área de satélites. Até o fim de setembro, o governo vai assinar um contrato de 650 milhões de dólares com os franceses. O satélite ficará encarregado das comunicações das Forças Armadas e das principais redes federais, e também da expansão da internet de banda larga. Entrará em órbita entre 2015 e 2016. O Brasil deixará assim de se expor à bisbilhotice alheia, pois hoje aluga equipamento de terceiros. "Nossas comunicações passarão a ser totalmente controladas pelo governo e serão invioláveis" diz o presidente da Telebrás, Caio Cezar Bonilha.
 
O contrato principal será acompanhado de um segundo. O objetivo do documento adicional será permitir ao Brasil absorver a tecnologia francesa e, depois do um tempo, produzir um equipamento do mesmo porte no País. O documento terá de ser redigido de um modo que contorne as restrições que os EUA, a partir de tratados internacionais, certamente tentarão impor.
 
Fonte: Carta Capital
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Dez anos de estagnação no programa espacial brasileiro

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Passados dez anos da explosão na torre de lançamento do Veículo Lançador de Satélites, na Base de Alcântara (MA), o programa espacial brasileiro permanece onde sempre esteve no chão, A tragédia, ocorrida ém 22 de agosto de 2003, que matou 21 engenheiros e técnicos, evidenciou o atraso do País nessa área crucial Agora, como a provar que o mundo gira, o governo petista negocia com os Estados Unidos a utilização da Base de Alcântara - em 2001, quando estavam na oposição, os petistas ajudaram a bombardear um acordo semelhante, sob a alegação de que se tratava de um atentado à soberania nacional, Esse nacionalismo juvenil capitalizado pelo então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que o Brasil não era "quintal para experiências" dos americanos - ajudou a retardar ainda mais a entrada do Brasil na lucrativa área de lançamento de satélites. Uma vez eleito, porém, Lula firmou com a Ucrânia, em 2003, um acordo muito parecido com aquele que fora fechado com os Estados Unidos pelo governo de Fernando Henrique Cardoso - e que foi qualificado de "eritreguista" pelos petistas.
 
A negociação com os americanos, concluída em fevereiro de 2000, tinha como base uma série de salvaguardas tecnológicas - uma exigência óbvia, ciado que 85% dos satélites de comunicação são feitos pelos Estados Unidos, Essa garantia, portanto, viabilizaria todas as demais cláusulas para a utilização do centro de lançamentos. Além disso, o acordo com os americanos impedia explicitamente que o Brasil aplicasse, em seus programas de desenvolvimento de veículos lançadores, os recursos obtidos com a utilização da base.
 
Os petistas alegam que os acordos são diferentes porque, no contrato com os ucranianos, não há proibição expressa para o uso do dinheiro para o desenvolvimento de veículos lançadores por parte dos brasileiros. Mas não é bem assim: no tratado, a questão está enquadrada nos termos do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR), que impede a proliferação de mísseis. Além disso, ao aceitar o veto explícito ao uso do dinheiro, o governo de Fernando Henrique tinha em mente aplicar recursos próprios no programa espacial, sem ter de se submeter às exigências de financiadores externos,
 
Outra feroz crítica petista ao acordo com os americanos foi a restrição à presença de brasileiros na área de lançamento. Mas o acordo com os ucrania-nos, celebrado por Lula, prevê, em seu artigo VI, que o acesso à área de lançamento "será controlado exclusivamente pelo governo da Ucrânia".
 
Ademais, ao contrário da retórica antiamericana dos petistas, o acordo com os ucranianos não difere daquele celebrado com os americanos por uma razão muito simples: eles respeitam o mesmo modelo, aplicado no mundo todo, que visa à proteção de tecnologias. Tratados nesses termos foram assinados pelos Estados Unidos com China, Rússia e a própria Ucrânia sem que ninguém se incomodasse com as cláusulas de salvaguardas.
 
Seja como for, o acordo com a Ucrânia não decolou. As obras da Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa binacional criada para tocar a parceria, estão paradas, os funcionários foram demitidos e as máquinas foram devolvidas. O Brasil decidiu suspender seu investimento depois que a Ucrânia deixou de pagar sua parte.
 
Diante do prejuízo, o governo petista resolveu esquecer o passado e retomar as negociações com os Estados Unidos, mas sem perder a pose.
 
O Planalto diz que desta vez as cláusulas serão diferentes, isto é, nao haverá exclusividade de uso da base de lançamento para os americanos nem veto à entrada de brasileiros. Se os americanos irão aceitar essas exigências, são outros quinhentos.
 
Enquanto isso, a Agência Espacial Brasileira luta para retomar o projeto do Veículo Lançador de Satélites e, a despeito das dificuldades, diz ter a tecnologia necessária para fazê-lo funcionar, No entanto, o histórico do programa espacial - um misto de penúria econômica e arroubos nacionalistas - não autoriza nenhum otimismo.
 
Fonte: Estadão
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domingo, 15 de setembro de 2013

Comunicação das Forças Armadas vai passar por satélite próprio

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As denúncias de espionagem contra a presidente Dilma Rousseff já provocaram efeito.
 
O Ministério das Comunicações conseguiu autorização para o funcionamento de um satélite geoestacionário que concentrará toda a comunicação das Forças Armadas.
 
O equipamento será usado para garantir uma rede segura de tráfego de dados e para as chamadas de voz feitas por Exército, Marinha e Aeronáutica. A outorga que garante a posição do satélite no espaço -e o posterior lançamento- foi dada nesta semana pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
 
Trata-se de mais uma tentativa de blindar setores estratégicos do governo contra acessos ilegais de órgãos de segurança dos EUA, denunciados pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden.
 
O envio do satélite ao espaço já estava previsto no PNBL (Programa Nacional de Banda Larga). É por meio desse equipamento que o governo irá oferecer internet de alta velocidade às regiões do país de difícil acesso. Agora, o mesmo satélite dividirá espaço com a comunicação exclusiva do governo.
"Não há nenhum problema nesse compartilhamento. São serviços independentes, não há troca de informações. Todos os dados da Defesa serão criptografados", explicou à Folha o ministro Paulo Bernardo (Comunicações).
 
A aprovação do compartilhamento foi acelerada diante da crise envolvendo a espionagem tanto dos dados de Dilma quanto da Petrobras.
 
"O que essas denúncias mostram é que a preocupação do governo de prosseguir com o projeto [de envio do satélite] é importante", disse o relator do tema na Anatel, Rodrigo Zerbone.
 
"O projeto é anterior à questão espionagem, mas no fundo a preocupação já era a mesma: ter sob controle do Exército e do governo brasileiro a infraestrutura da comunicação", acrescentou.
 
Segundo a Folha apurou, a Telebrás deve pagar R$ 3 milhões pelo serviço, e o Ministério da Defesa, R$ 300 mil.
 
Antes de concluir o processo de outorga, a agência exige que as partes envolvidas encaminhem uma série de documentos. Só então a outorga será anunciada, de fato.
 
O satélite escolhido pelo governo foi o da marca francesa Thales Alenia. O consórcio europeu Arianespace será o responsável por colocá-lo em órbita.
 
Fonte: Folha
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terça-feira, 30 de julho de 2013

Brasil volta a negociar uso da base de Alcântara com os EUA

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O governo brasileiro retomou as negociações com os Estados Unidos para permitir o uso da base de Alcântara (MA) pelo serviço espacial americano. As conversas, sepultadas no inicio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram reiniciadas em termos diferentes e o Itamaraty espera ter um acordo pronto para ser assinado na visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, em outubro.
 
A intenção é abrir a base para que os americanos usem o local para lançamentos, mas sem limitar o acesso dos próprios brasileiros nem impedir que acordos com outros países sejam feitos. O governo vê a localização privilegiada de Alcântara - que, segundo especialistas, reduz em até 30% o custo de um lançamento - como um ativo que deve ser explorado, inclusive para financiar o próprio programa espacial brasileiro.
 
Depois de negociar com os americanos, o projeto é abrir as mesmas conversas com europeus e japoneses, entre outros. Calcula-se que um lançamento pode custar entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões.
 
A retomada das negociações com os americanos prevê uma espécie de aluguel do local para que os Estados Unidos possam lançar dali seus satélites. As discussões giram em tomo das condições para esse uso, as chamadas salvaguardas tecnológicas esperadas pelo governo de Barack Obama. Reticentes a dar a outros países conhecimento de tecnologias consideradas sensíveis, os americanos querem usar a base, mas fazem exigências para impedir o acesso a informações, especialmente a dados militares.
As discussões vão estabelecer alguns limites, mas o assunto ainda é classificado como “secreto” pelo governo. No entanto, a hipótese de reservar áreas da base para uso exclusivo americano, como chegou a ser estabelecido no Tratado de Salvaguardas (TSA) assinado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em abril de 2000, nem sequer será considerada.
 
O excesso de restrições daquele tratado levou o documento a jamais ser ratificado pelo Congresso, e o acordo naufragou. Entre as exigências estava a de que determinadas áreas da base de Alcântara seriam de acesso exclusivo dos americanos, não sendo permitida a entrada de brasileiros sem autorização dos EUA.
 
Inspeções americanas à base também seriam permitidas sem aviso prévio ao Brasil , e a entrada de componentes americanos em contêineres selados poderia ser liberada apenas com uma descrição do conteúdo. Além disso, o governo brasileiro não poderia usar o dinheiro recebido para desenvolver tecnologia de lançamento de satélites, mas apenas para obras de infraestrutura.
 
A reação foi tão ruim que o Congresso enterrou o acordo em 2002. Ao assumir o governo, em 2003, o então presidente Lula foi procurado pelos americanos, mas não quis retomar o assunto.
 
Com localização ideal para lançamentos, a base é considerada estratégica para o programa espacial brasíleiro, mas até hoje é subutilizada. Nenhum satélite ou foguete jamais foi lançado de Alcântara, seja porque o Brasil ainda não conseguiu desenvolver a tecnologia para usá-la, seja porque os acordos internacionais para utilização da base até agora não deram frutos. Um teste feito há dez anos terminou em tragédia, com a explosão do foguete e 21 pessoas mortas.
 
Ainda em 2003, Lula fechou um acordo coma Ucrânia para desenvolvimento de foguete, o Cyclone-4. Uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS), foi fundada, mas até hoje não teve grandes resultados. O Brasil investiu 43% dos recursos previstos, mas até este ano a Ucrânia pôs apenas 19%. Na visita do presidente ucraniano Viktor Yanu-kovych ao Brasil, em 2011, houve a promessa de que o processo seria acelerado, o que não ocorreu. Este ano, o chanceler Antonio Patriota foi ao país e, mais uma vez, voltou com a promessa de que o foguete estaria pronto em 2014. Seria a estreia da base, se os americanos não a usarem antes.
Fonte: Estadão
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Nova estação do Glonass será instalada no Brasil até o final do ano

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Brasil já possui uma estação de ajuste de dados, a primeira no hemisfério sul. De acordo com Serguêi Saveliev, vice-presidente da Roscosmos (Agência Espacial Russa), um contrato para instalar outra estação no país foi assinado em fevereiro passado.  
 
Uma nova estação de ajuste de dados do sistema de localização por satélite russo Glonass, a Sajem-TM, será instalada no Brasil até o final deste ano, disse à imprensa o vice-presidente da Roscosmos (Agência Espacial Russa), Serguêi Saveliev, durante a nona edição da LAAD-2013 (Feira Internacional de Defesa e Segurança), que se encerra nesta sexta-feira (12) no Rio de Janeiro.
 
O Brasil já possui uma estação de ajuste de dados, a primeira no hemisfério sul. De acordo com Saveliev, um contrato para instalar outra estação no país foi assinado em fevereiro passado.
 
"Essa é uma estação terrestre quantum-ótica destinada a fazer ajustes na posição de satélites e no campo de navegação em tempo real", disse o responsável.
 
"O contrato já está assinado. Até o final deste ano, a estação será colocada em operação", completou.
Saveliev também disse que a Roscosmos tem acordos com uma série de países sobre a instalação de estações em seus territórios nacionais.
 
"Temos acordos com África do Sul, Nicarágua e Cuba. A seqüência de colocação de estações vai depender das datas de assinatura das respectivas documentações", disse Saveliev.
 
O segmento civil do sistema Glonass foi concebido para definir com precisão as coordenadas e velocidade de locomoção de objetos equipados com receptores dos sinais emitidos pelo sistema.

Fonte: RIA Nóvosti via Gazeta Russa
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terça-feira, 9 de abril de 2013

Imagens espaciais da Astrium de seis estádios brasileiros

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  • Os satélites Pléiades, operados pela Astrium Services, tiraram fotos em altíssima resolução de seis estádios no Brasil
  • As imagens em alta resolução podem ser baixadas aqui: ftp://ftp.astrium-geo.com/BrazilStadiums/
8 de abril de 2013 – Usando os satélites Pléiades, a Astrium, líder da indústria espacial na Europa, acabou de produzir imagens de altíssima resolução de seis estádios no Brasil. Estas imagens estão disponíveis para a imprensa de forma gratuita e em alta resolução no endereço: ftp://ftp.astrium-geo.com/BrazilStadiums/.
As imagens captadas pelos satélites Pléiades mostram seis estádios: o Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, o Estádio Nacional, em Brasília, o Estádio Castelão, em Fortaleza, o Arena Pernambuco, em Recife, o Arena Fonte Nova, em Salvador, e o famoso Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Horizonte_stadium_Pleiades_20130305_w
Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
Brasilia_stadium_Pleiades_20130221_w
Estádio Nacional, em Brasília (DF).
Fortaleza_stadium_Pleiades_2011020_w
Estádio Castelão, em Fortaleza (CE).
Recife_stadium_Pleiades_20121029_w
Arena Pernambuco, em Recife (PE).
Salvador_Bahia_stadium_Pleiades_20130214_w
Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).
Rio_Maracana_Pleiades_20130218_wEstádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).
Estes seis estádios estão atualmente sendo reformados ou reconstruídos. O Brasil também está construindo seis estádios totalmente novos, que serão fotografados pelos satélites Pléiades. As imagens vão fornecer um acompanhamento mês a mês, via GO Monitor, incluindo o local de construção do futuro Estádio Arena São Paulo.
GO Monitor é um serviço de monitoramento civil via satélite oferecido pela Astrium Services e projetado para monitorar mudanças em locais (por exemplo, um local de construção com uma superestrutura). A capacidade de revisita dos satélites Pléiades e SPOT 6 permite aos especialistas de interpretação do Go Monitor da Astrium Services (geólogos, intérpretes de movimento de superfície, especialistas offshore, etc) enviar imagens analisadas de forma rápida e regular, por meio de alertas de e-mails automáticos e um site seguro acessível 24 horas por dia todos os dias
Os Pléiades 1A e 1B são os primeiros satélites de observação da Terra de altíssima resolução da Europa, e estão posicionados 180° separadamente em uma mesma órbita heliosíncrona quase polar, a uma altitude de 695 km. Eles oferecem um desempenho excepcional no mercado civil: uma resolução de 50 cm, uma largura de cobertura de 20 km e uma excelente flexibilidade (rápida pontaria), permitindo múltiplos modos de aquisição de imagens (estéreo, mosaico, corredor, alvo). Graças à sua capacidade incomparável de produzir 900 imagens por dia, eles também oferecem grandes vantagens operacionais aos usuários.
A constelação SPOT 6 e SPOT 7 vai operar juntamente com os Pléiades e vai oferecer dados de 1,5 metros de resolução com uma largura de imagem maior (60 km) para o mapeamento de áreas muito extensas. As constelações Pléiades (1A e 1B) e SPOT 6 e 7 ficarão estacionadas em pontos eqüidistantes na mesma órbita em torno da Terra, tornando a Astrium Services a primeira operadora no mundo capaz de oferecer uma gama completa de dados de observação da Terra em diferentes resoluções (de média a altíssima resolução). Isso significa que um determinado ponto em qualquer lugar do mundo agora estará visível em alta e altíssima resolução diariamente.
 
Fonte: Astrium
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domingo, 31 de março de 2013

Do 14-bis ao 14-X

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Em um laboratório em São José dos Campos, interior de São Paulo, a aeronave mais avançada do Brasil ganha forma. Batizado de 14-X, o aparelho tem nome inspirado na mais famosa máquina voadora Brasileira, o 14-bis. Em comum com o avião de Santos Dumont, o 14-X tem o poder de garantir para o País um lugar no pódio da tecnologia aeroespacial. Não tripulado, o modelo é hipersônico, capaz de atingir dez vezes a velocidade do som (mais de 11.000 km/h). As propriedades do 14-X colocam o Brasil no seleto grupo de nações – ao lado de Estados Unidos, França, Rússia e Austrália – que pesquisam os motores scramjet, que não têm partes móveis e utilizam ar em altíssimas velocidades para queimar combustível (no caso, hidrogênio). Outra característica do veículo desenvolvido pelo Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea Brasileira (IEAv) é que ele é um "waverider", aeronave que usa ondas de choque criadas pelo voo hipersônico para ampliar a sustentação. É como se, ao nadar, um surfista gerasse a onda na qual irá deslizar.
 
O projeto nasceu em 2007, quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou mestrado no ITA e foi aprovado com uma tese sobre a configuração "waverider". Cinco anos depois, a teoria está prestes a virar prática. O primeiro teste do 14-X em voo, ainda sem a separação do foguete utilizado para a aceleração inicial, ocorrerá neste ano. Em seguida, a Força Aérea planeja outros dois experimentos: um com acionamento dos motores scramjet, mas com a aeronave ainda acoplada, e outro com funcionamento total, quando a velocidade máxima deve ser atingida. "Se formos bem-sucedidos nesses ensaios, estaremos no topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos americanos", diz o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv durante quatro anos e é um dos pais do 14-X.
 
O grande desafio no desenvolvimento da tecnologia de altíssimas velocidades é a construção dos motores scramjet. Um engenheiro ligado ao projeto compara a dificuldade de ligar tais propulsores a "acender uma vela no meio de um furacão". Por isso, o IEAv realiza os testes do primeiro protótipo no maior túnel de choque hipersônico da América Latina, no próprio laboratório do instituto. Diferentemente do que ocorre em turbinas de aviões, esse motor não usa rotores para comprimir o ar: é o movimento inicial, gerado pelo foguete, que fornece o fôlego necessário. No 14-X, os propulsores scramjet são acionados a mais de 7.000 km/h.
 
"Esse será o caminho eficiente de acesso ao espaço em um futuro próximo", diz Paulo Toro, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do 14-X. As aplicações práticas vão além do lançamento de satélites ou dos voos suborbitais. Os EUA, que testam sua aeronave batizada de X-51, pretendem usar a tecnologia em mísseis intercontinentais. Entre os civis, a esperança é de que o voo hipersônico possa se tornar uma realidade em viagens turísticas. Ir de São Paulo a Londres em apenas uma hora não seria nada mau.
 
Fonte: Isto É
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quinta-feira, 21 de março de 2013

Setor espacial terá R$ 9 bi para formar mão de obra

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Para evitar um apagão de mão de obra no desenvolvimento de suas atividades espaciais, o governo pretende acelerar a formação de profissionais altamente qualificados no setor, com investimentos de R$ 9,1 bilhões no período 2012-2021.
 
Caso todas as promessas de investimentos realmente saiam do papel, estimativas extraoficiais apontam a necessidade de contratação de mais 3 mil profissionais nos próximos dois anos. O número engloba não só cientistas e engenheiros aeroespaciais, mas também especialistas envolvidos em outras áreas da cadeia produtiva, como físicos, químicos e técnicos de laboratório.
 
Segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, pelo menos quatro ações sendo preparadas para atacar o déficit de engenheiros aeroespaciais: a abertura de cursos de graduação especializados em universidades federais, o envio ao exterior de 300 estudantes de mestrado e doutorado, a importação de profissionais estrangeiros e novos concursos públicos.
 
Hoje existem apenas seis faculdades no país com graduação em engenharia aeroespacial. "Isso não é suficiente. A demanda por especialistas vai ser muito grande", diz Coelho. Ele afirma que está negociando a criação de novos cursos com três universidades federais: a UFF (Federal Fluminense), a UFCE (Ceará) e a UFRN (Rio Grande do Norte). "Quando a agência foi instalada, há 19 anos, não havia nenhum apelo para esses cursos. Hoje é bem diferente."
 
Nos níveis de mestrado e doutorado, o plano é enviar cerca de 300 estudantes ao exterior, dentro do programa Ciência Sem Fronteiras. Até agora, a concessão de bolsas na área se resume a dez alunos de mestrado da Universidade de Brasília, que foram completar sua formação em engenharia aeroespacial na Ucrânia.
 
"Estamos estudando a iniciativa de contratá-los. Parte pela própria AEB, parte pela Alcântara Cyclone Space (empresa binacional constituída entre o Brasil e a Ucrânia) e parte pela indústria nacional", diz Coelho. A fim de ampliar o número de brasileiros estudando em centros de referência mundial, uma proposta de mandar mais 300 mestrandos e doutorandos, a partir de 2014, foi levada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no mês passado. Os países-alvo são principalmente Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, Japão, França e Itália.
 
Até a importação de especialistas, aproveitando a disponibilidade de mão de obra por causa da crise internacional, entrou no radar do governo. "Queremos atrair gente de fora. Sabemos até de americanos que perderam emprego na Nasa. A Espanha também tem um programa especial muito ativo e possui mão de obra disponível", observa Coelho. Segundo ele, os estrangeiros poderão ser alocados em universidades ou em órgãos oficiais envolvidos com o programa espacial, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
 
A estratégia de atacar o risco de déficit de profissionais se complementa com a abertura de concursos. Na AEB, que funciona com pessoal cedido de outras instituições, a meta é fazer o primeiro concurso em quase duas décadas de história. Um projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados, criando um quadro próprio da agência, e ainda tramita no Senado. O primeiro concurso, tão logo seja autorizado, abrirá vagas para 120 a 150 pessoas. "Daremos prioridade às áreas mais técnicas", afirma Coelho, garantindo que pelo menos 80% dos cargos serão para as atividades-fins.
 
Para ele, não é mais possível trabalhar apenas com cargos comissionados, que têm salários relativamente baixos e são muito instáveis. "É um desastre. No princípio, a AEB se restringia a conversar com os órgãos executores do programa espacial. Hoje, assumimos diretamente uma parte do programa. Não concebemos mais uma agência sem um quadro de pessoal próprio."
 
Para a Associação Aeroespacial Brasileira, uma entidade civil que congrega representantes do setor, o governo precisa agir urgentemente para resolver esses problemas. "Já temos um déficit de quadros", diz o presidente da entidade, Paulo Moraes Júnior.
 
De acordo com ele, um tema que aflige o setor é a aposentadoria de "dezenas" de profissionais no Inpe e no DCTA, agravando a escassez de mão de obra. "É um processo que tem ocorrido a conta-gotas. Se não houver uma reposição gradual, o problema vai se tornar crítico até 2015", ressalta Moraes, ele mesmo um engenheiro do DCTA que vai se aposentar no fim do ano que vem.
 
A associação vê demanda por mais 3 mil profissionais, nos próximos dois anos, mas destaca que não basta apenas formar gente. A preocupação é assegurar também que o programa espacial não será descontinuado e que não vão faltar oportunidades. "Isso geraria uma desmotivação muito grande", pondera.
 
O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), lançado em janeiro, define prioridades para o período 2012-2021 e busca justamente dar mais previsibilidade aos principais projetos do setor. Ele prevê investimentos anuais perto de R$ 900 milhões, não só com base no orçamento da própria AEB, mas incluindo parcerias internacionais ou com empresas. É o caso do veículo lançador de satélites Cyclone-4, desenvolvido com a Ucrânia, e o satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas, que tem recursos da estatal Telebras.
 
A projeção de investimentos é uma gota no oceano de US$ 276 bilhões que a indústria espacial de todo o mundo movimentou em 2010 (último dado disponível). Países como Brasil, Argentina, México, Coreia do Sul, África do Sul, Cazaquistão e Ucrânia têm investido uma média de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões por ano. Novos atores, como Austrália, Taiwan, Indonésia, Tailândia, Malásia, Bolívia, Chile e Venezuela têm investido entre US$ 20 milhões e US$ 50 milhões.
 
Fonte: Valor Econômico
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sexta-feira, 8 de março de 2013

Área espacial pode unir França e Brasil

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Atraída por um nicho mundial para satélites de observação da Terra, na faixa de 300 a 400 quilos, a Astrium tem conversado com interlocutores da Agência Espacial Brasileira em busca de parceria para o desenvolvimento de engenharia e tecnologia brasileiras na área de foguetes. Especializada em tecnologias espaciais, a empresa tem sede principal na França e está presente em cinco países europeus. É controlada pelo grupo EADS, dono da Airbus.
 
A França e o Brasil poderiam explorar conjuntamente o uso comercial desses satélites, disse ao Valor o vice-presidente da divisão de lançadores da Astrium, Silvio Sandrone, que também está à frente do programa de foguetes Ariane. Segundo o executivo, o novo foguete substituiria os atuais equipamentos de grande porte que encarecem a operação de lançamento.
 
O Brasil já possui quase todas as tecnologias necessárias para produzir seu próprio foguete, mas ainda depende de uma cadeia industrial bem-estabelecida e de uma decisão política de Estado para levar adiante os projetos, disse Sandrone. O orçamento previsto pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para os projetos de acesso ao espaço em 2013, como o foguete VLS e o lançador de microssatélites VLM, é de R$ 112,4 milhões.
 
A expectativa para 2015 é de uma demanda mundial para lançamento de 20 a 25 satélites na faixa de 300 a 400 quilos, segundo estudo da consultoria francesa Euroconsult.
 
O programa brasileiro de lançadores prevê um veículo com massa entre 200 kg e 500 kg, batizado de VLS-Alfa. Os mercados-alvo são os fabricantes de satélites de até 500 kg destinados à órbita terrestre baixa (abaixo de 2 mil km). Na última edição do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), revisada em janeiro, o orçamento previsto para o VLS-Alfa era de R$ 442 milhões.
 
A cadeia industrial do foguete Ariane, segundo o executivo da Astrium, tem 64 fornecedores que se comunicam diretamente com a Astrium, produzindo equipamentos e sistemas, desde motor-foguete a propulsão líquida, computadores de bordo, sistemas pirotécnicos, estruturas, tanques, entre outros. "Essas empresas empregam diretamente cerca de 10 mil pessoas na Europa", disse Sandrone.
 
No Brasil, existem apenas 14 empresas fornecedoras do programa espacial, que empregam 440 colaboradores. Na parte de infraestrutura, segundo a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, o país conta com 18 salas limpas e 40 laboratórios, dos quais 18 são dedicados ao desenvolvimento de software.
 
Em 2011, do faturamento de US$ 6,8 bilhões das empresas do setor aeroespacial e de defesa no Brasil, as indústrias que atuam no segmento espacial responderam por 0,63% do total, segundo o último balanço disponível da associação do setor.
 
Para comparação, a Astrium sozinha faturou € 5,8 bilhões em 2012. O foguete Ariane, isoladamente, movimenta mais de € 1 bilhão por ano no mercado mundial de lançamentos comerciais, capturando a cada ano metade do total de lançamentos, disse Sandrone.
 
A Astrium já se uniu à Agência Espacial Europeia e à Agência Espacial Alemã para colaborar com o Brasil no programa de foguetes de sondagem (veículos suborbitais que podem transportar experimentos científicos para altitudes superiores à atmosfera terrestre, por períodos de até 20 minutos). O foguete brasileiro VSB-30, por exemplo, já realizou 14 missões bem-sucedidas na Europa.
 
Os foguetes de sondagem têm sido usados pelos europeus desde 1976 em missões de pesquisa atmosférica, lançamento de cargas científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade. Até o momento, segundo Andreas Schütte, diretor dos programas Texus Maxus da Astrium Space Transportation, já foram realizados 51 lançamentos do programa Texus e nove do Maxus.
 
O foguete usado nas missões do Texus é o VSB-30, e para o programa Maxus, o Castor. Mas, de acordo com Schütte, o veiculo será substituído pelo foguete brasileiro VLM-1, previsto para voar em 2015. O próximo voo do Texus com o foguete VSB-30 está programado para abril.
 
O foguete VLM-1 também está sendo desenvolvido em parceria com a agência alemã, que lançará em 2015 o experimento científico Shefex 3. Os alemães arcam com 25% dos custos de desenvolvimento do VLM, estimados em R$ 100 milhões.
 
"O Brasil está um pouco na situação da Europa. Possui um mercado institucional demasiado pequeno para sustentar a produção de lançadores. O acesso ao mercado comercial é indispensável para o país ser independente nessa área", afirmou Sandrone.
 
O Valor apurou que Sandrone esteve no Brasil em dezembro para tratar desses temas. A Astrium também participa do processo de seleção do fornecedor do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que o Brasil pretende adquirir a um custo estimado de R$ 720 milhões.
 
Fonte: Valor Econômico
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Amorim diz que Brasil retomará projeto de lançar satélites 'em breve'

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O ministro da Defesa, Celso Amorim, participou na manhã desta segunda-feira (25) da aula magna do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), evento de início de curso dos 124 aprovados no último vestibular realizado pela instituição, e disse que o Brasil retomará seu projeto de lançamentos de satélites e microssatélites em “muito breve”, segundo informa nota divulgada pela sua pasta.
 
“Projetamos a retomada dos voos do VLS (Veículo lançador de Satélite), já que neste ano terá seu primeiro ensaio elétrico”, disse Amorim. “Na sequência teremos o lançamento do VLM (Veículo Lançador de Microssatélite). Nesses e em outros programas que envolvem a cooperação junto a parceiros do mundo desenvolvido, o princípio do fortalecimento tecnológico da base industrial brasileira constitui uma referência permanente”, discursou, ainda segundo a nota do ministério.
 
Em agosto de 2003, aconteceu um incêndio na plataforma de lançamento da base de Alcântara, no Maranhão, e, em menos de dez segundos, a temperatura chegou a quase 3.500 ºC. O acidente matou 21 engenheiros e técnicos do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). Isso atrasou em vários anos o programa, voltado a desenvolver tecnologia de construção de veículos espaciais complexos, como o VLS-1.
 
A previsão inicial era de que o programa do VLS-1 seria retomado em 2009, mas falta de recursos fizeram com que o programa de desenvolvimento do foguete de lançamento de satélites fosse adiado por vários anos. Antes do acidente, duas outras tentativas de lançar o VLS-1 de Alcântara fracassaram.
 
Fonte: G1
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