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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

BNDES financia 3 Bi para clientes de exportação da Embraer

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No último dia 17 de dezembro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de duas operações financeiras para financiar a exportações de aeronaves da bem sucedida família de E-Jets da Embraer, os negócios chegam à 3 bilhões de reais, e mostram que mesmo diante da crise desencadeada pelo COVID-19, a gigante brasileira continua firme no mercado.

As encomendas envolvem a encomenda de aeronaves E175 pela norte americana United Airlines e a venda de aeronaves E195-E2 pela holandesa AerCap Holdings, uma das maiores empresas de arrendamento de aeronaves do mercado global.

As aeronaves E175 encomendados pela United, fazem parte da família de maior sucesso do mercado, sendo líder de vendas no seu segmento, somando mais de 600 aeronaves em operação ao redor do mundo, parte da família E-jets da Embraer, com capacidade para transportar até 88 passageiros.

A encomenda da holandesa AerCap envolve os modernos E195-E2, maior e mais novo modelo da família E-Jets, sendo a nova geração denominada "E2" pela Embraer, a qual se destaca pelos avanços na redução de emissão de poluente, sendo mais silenciosa e eficiente que a geração anterior. Um dos trunfos da nova geração é o consumo de combustível que reduziu em cerca de 25%. Esta será a primeira exportação do modelo com financiamento pelo BNDES.

O apoio do BNDES as exportações é fundamental, e potencializa a capacidade de penetração dos produtos brasileiros no concorrido mercado internacional, sendo a oferta de financiamento um dos trunfos dos grandes fabricantes globais, que costumam oferecer suas aeronaves para companhias aéreas ou clientes militares já com uma linha de financiamento incluída no pacote, geralmente com crédito pré-aprovado, o que agiliza todo processo, aumentando o interesse do mercado.

“Nesse tipo de operação, os recursos do BNDES são desembolsados no Brasil, em reais, para a empresa exportadora brasileira, a Embraer. O financiamento será pago ao Banco em dólares pelas empresas estrangeiras compradoras dos bens. Isso significa a entrada de divisas no País, a partir do apoio ao desenvolvimento industrial e à exportação de produtos nacionais de alto valor agregado”, disse a nota do BNDES.


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com agências de notícias
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terça-feira, 9 de junho de 2020

Marinha do Brasil lança RFP para aquisição do novo Navio de Apoio Antártico (NApAnt)

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Dando sequência em seu programa de renovação da Esquadra, a Marinha do Brasil inicia uma nova fase no processo para obtenção através de construção de um novo Navio de Apoio Antártico (NApAnt), o qual deverá assumir as atribuições Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) H-44 “Ary Rongel” no que se refere ao apoio ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Assim, a Diretoria de Gestão de Programas da Marinha (DGePM) realizou a divulgação do documento Request for Proposal (RFP) n° 40005/2020-001, no Diário Oficial da União (D.O.U.), de 20 de maio de 2020, com objetivo de comunicar ao mercado a abertura do programa às empresas que desejam participar da concorrência, propondo seus projetos e soluções em acordo com os requisitos e condições estabelecidos no RFP , afim de selecionar a proposta que melhor atenda aos requisitos esperados para aquisição por construção do Navio de Apoio Antártico (NApAnt), o qual deverá ser construído no Brasil. 

A aquisição desse novo navio visa atender aos compromissos de cooperação internacional assumidos pelo Brasil no Tratado da Antártica, que culminou com a instalação da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), em 1983, a qual foi completamente reconstruída após um incêndio e reinaugurada em janeiro deste ano. 

O futuro NApAnt substituirá o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel” (H-44) na manutenção e abastecimento da EACF e proverá o apoio logístico e operacional aos projetos de pesquisa do PROANTAR. 

As empresas/grupos que estiverem qualificados, poderão solicitar o agendamento para a retirada da RFP, o que poderá ser realizado no período de 1 a 30 de junho 2020, na DGePM através do email: [email protected]. Os demais procedimentos para a habilitação dos representantes legais e retirada da RFP constam do referido Chamamento Público.


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com Marinha do Brasil (DGePM/CCSM)
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sexta-feira, 27 de março de 2020

"FOXTROT" - SAAB dá importante passo na produção do Gripen-F

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A Saab estabeleceu um importante marco no programa Gripen NG, realizando o primeiro corte de metal que será empregado na construção da versão biposto do seu caça de nova geração, o Gripen F, um importante passo no desenvolvimento do programa que envolve a participação da indústria brasileira.

O "Foxtrot" está sendo desenvolvido especialmente para atender aos requisitos da Força Aérea Brasileira (FAB) e compartilha do mesmo design e avançada suíte aviônica da variante monoposto, o Gripen-E. O Gripen "F" pode ser empregado tanto para realização de instrução e qualificação de pilotos, no modo de treinamento, como podem ser empregados em combate, neste modo os dois tripulante da aeronave dividem a carga de trabalho, contando com duas diferentes configurações do display.

A primeira peça destinada ao "Foxtrot" foi fabricada recentemente nas instalações da Saab, em Linköping, na Suécia, e será destinada a seção de dutos de ar, localizada logo atrás do cockpit da aeronave.

Primeira corte de metal do "Foxtrot", peça será destinada à seção de dutos de ar logo atrás do Cockpit do Gripen-F

“Esse é um marco importante para o projeto Gripen, pois demonstra que a fase de desenvolvimento está acontecendo adequadamente. Isso sinaliza o início da produção da aeronave de dois lugares, o Gripen F, muito aguardado pela Força Aérea Brasileira”, diz o Coronel Renato Leite, integrante da Força Aérea Brasileira e chefe do Grupo de Acompanhamento e Controle da Saab (GAC-Saab).

O Programa Gripen F (Foxtrot) acontece em conjunto entre a Saab e as empresas brasileiras que atuam em parceria no desenvolvimento da nova aeronave, entre ela estão a Embraer, AEL Sistemas, Akaer e Atech. Atualmente, cerca de 400 engenheiros estão trabalhando no desenvolvimento do Gripen-F, principalmente no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN, do inglês Gripen Design and Development Network), localizado na planta fabril da Embraer em Gavião Peixoto, interior de São Paulo. A fabricação ocorrerá na Suécia e no Brasil.



“Este foi um trabalho de equipe onde tivemos muitas pessoas dedicadas, tanto na Suécia como no Brasil, construindo o caminho para este importante marco da nova versão do Gripen. Estes marcos são momentos especiais devido a sua raridade e faz com que estejamos realizados”, diz Jonas Hjelm, head da Saab Aeronautics.

O Brasil encomendou 28 caças monoposto Gripen-E, que serão entregues no Brasil a partir de 2021, e 8 caças biposto Gripen-F, com entregas acontecendo a partir de 2023.

O Gripen-F também participa de importantes concorrências, onde está sendo oferecido pela Saab ao governo da Finlândia no âmbito do Programa HX que visa a substituição de seus caças.


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com informações da SAAB
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sábado, 14 de março de 2020

Gripen colombiano poderá ser montado no Brasil

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Segundo Micael Johasson, CEO Global da Saab, o Brasil poderá servir como plataforma para montagem final e testes dos caças Gripen E/F, caso a Saab saia vencedora na concorrência para fornecer novas aeronaves de caça a Colômbia.
Quando questionado pelo repórter do Valor Econômico sobre o envolvimento da indústria brasileira, o executivo foi bem enfático, “Absolutamente, a relação Brasil-Colômbia é muito boa e existe grande interação entre as forças aéreas dos dois países. Ainda temos que definir o modelo de fornecimento, mas nós criamos a possibilidade de fazer a montagem final e os testes por aqui”, disse Micael Johasson.
foto: Valor Econômico
Segundo Johansson, existe um potencial mercado em que se estima a necessidade de 250 a 300 novas aeronaves, onde vê a perspectiva de definição em concorrências como a que esta em andamento na Finlândia e no Canadá. Havendo ainda o interesse indiano de adquirir cerca de 126 aeronaves de caça para reequipar a Força Aérea Indiana, embora ainda não tenha enviado o RFP do novo programa aos potenciais fornecedores, onde estarão definidos os requisitos da IAF.
Em todos esses processos, segundo o presidente da Saab, a indústria brasileira já tem participação garantida. A brasileira AEL Sistemas integra a cadeia global de fornecedores do Gripen. A AEL Sistemas desenvolveu o WAD, parte do cockpit de última geração do Gripen, o display panorâmico otimiza a apresentação de simbologias/imagens de alta resolução e permite a operação pelo manche/manete (HOTAS) e/ou diretamente na tela (touchscreen), sensível ao toque. O WAD foi incorporado à linha dos caças suecos, não apenas aos que estão sendo produzidos para o Brasil.
A Força Aérea Colombiana deve entregar um relatório sobre as propostas em junho, e o processo decisório segue para o Ministério da Defesa e para o gabinete presidencial. A estimativa é que o contrato contemple a aquisição de 15 aeronaves, e a Saab esta bastante otimista quanto à sua proposta.
Johansson vê a base da Embraer Defesa e Segurança em Gavião Peixoto, como local de montagem e testes dos caças Gripen F, versão biplace do Gripen que tem capacidade de cumprir além das missões previstas para variante monoplace, o treinamento de pilotos.
Da esq. para dir.: Presidente da Saab América Latina, Fredrik Gustafson; Presidente e CEO da Saab, Micael Johansson, Brig. Bermudez, o Vice-Presidente de Marketing e Vendas do Gripen, Mikael Franzén e o Diretor Gripen Brasil, Bengt Janér.

Johansson esteve em Bogotá no início desta semana e veio em seguida para Brasília, onde esteve reunido com a cúpula do Ministério da Defesa, Ministério da Ciência e Tecnologia e o Comando da Aeronáutica. Esta é sua primeira visita como CEO da Saab, cargo que assumiu em setembro de 2019.

Conforme já anunciado, os quatro primeiros Gripen E deverão ser entregues à FAB entre setembro e outubro de 2021 e o último esta previsto para 2026, somando as 36 unidades prevista neste primeiro contrato. Não há qualquer indício que aponte para mudança no cronograma, mesmo diante das dificuldades orçamentárias que acometem o orçamento da Defesa.
Johansson também não detectou problemas decorrentes da joint venture Boeing-Embraer, que foi inicialmente objeto de preocupações da Saab, principalmente pelo risco de parte do conhecimento tecnológico cair nas mãos de sua concorrente. “Até agora, tudo certo. Não encontramos nenhum espião”, comentou executivo.

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com informações Valor Econômico 
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

BID - Entenda o acordo assinado entre o Ministério da Defesa e o BNDES visando apoiar a industria nacional de defesa

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Buscando incentivar o crescimento da Base Industrial de Defesa (BID), o governo brasileiro esta buscando facilitar a exportação de produtos e de tecnologias de defesa. Na semana passada foi firmada uma parceria entre o Ministério da Defesa e o BNDES, que assinaram um protocolo de intenções, com o objetivo de promover estudos para apoiar o desenvolvimento da BID, com foco em suas empresas, não se limitando apenas as políticas de financiamento, incluindo o sistema brasileiro de apoio público às exportações e ao desenvolvimento de programas de nacionalização progressiva de produtos e tecnologia de defesa.
A cerimônia que ocorreu na quinta-feira (21) contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, além do Ministro da Economia, Paulo Guedes, o que demonstra a amplitude dessa parceria.O investimento no desenvolvimento do setor de defesa rende um grande retorno não apenas no campo tecnológico e a especialização de mão de obra, mas no campo econômico, onde para cada R$1,00 investido, retornam R$9,80 em nossa economia, o que derruba a falácia dos críticos aos investimentos nos programas de defesa nacionais e fomento a industrial nacional de defesa.
Foto: Marcos Correa
Infelizmente há no Brasil um movimento contrário ao desenvolvimento de nossa indústria de defesa, os quais possuem uma visão obtusa e míope, que se prendem as falácias sustentadas por grupos de oposição ao setor, os quais ignoram que a pesquisa e desenvolvimento no campo de defesa foi o maior locomotor das grandes economias mundiais, resultante no ganho de capacidade tecnológica e industrial que tornam a industria dos países que nela investem competitivas e inovadoras, refletindo nos resultados de sua economia. Outro ponto importante  a se destacar, é que boa parte das tecnologias que desenvolvidas acabam beneficiando outras industrias e setores da sociedade brasileira, com avanços significativos na produção de bens de consumo que empregam tecnologia dual, sendo originadas em pesquisas voltadas ao campo de defesa, mas que acabam beneficiando a sociedade como um todo, e ao longo da história temos inúmeros casos, como é o que esta utilizando agora ao acessar nosso site através de seu notebook, celular ou computador, utilizando uma conexão com a Internet, todos desenvolvidos a partir de programas voltados para defesa, mas que ganharam aplicações civis e facilitam nossas vidas.
Abaixo reproduzimos a entrevista concedida pelo secretário de Produtos de Defesa, do Ministério da Defesa, Marcos Degaut, Ex-oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), além dos cargos de assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República e de Secretário Especial Adjunto de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, foi membro da Força-Tarefa que revisou e atualizou a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional, bem como a Estratégia Nacional de Inteligência. Em 2019, foi indicado pela Presidência da República para ser seu representante no Grupo Executivo da Câmara de Comércio Exterior (GECEX), e concedeu uma entrevista ao repórter da Agência BrasilPedro Peduzzi.
O que já dá para se antever, de concreto, deste protocolo de intenções assinado entre BNDES e Ministério da Defesa?
Marcus Degaut: É preciso a gente fazer uma pequena introdução a respeito disso. Pesa sobre o setor da Indústria da Defesa um grande desconhecimento. Muita gente desconhece a importância da economia de defesa como fonte de geração de empregos altamente qualificados; como fonte de geração de renda; como fonte de acréscimo de tecnologia; veículo de exportação; de geração de divisas, royalties; e de atração de investimentos.

Ano passado nós já batemos um recorde histórico no que diz respeito à exportação de produtos de defesa. Conseguimos um acréscimo de 33% em relação a 2018. Para esse ano esperamos um crescimento de mais de 30%. Desconhece-se que o efeito multiplicador desse segmento é de 9,8. Ou seja, para cada R$ 1 investido nós temos de retorno à economia R$ 9,8. Nenhum outro setor, industrial ou não, sequer se aproxima da metade disso. A renda média do setor é cerca de três vezes maior do que qualquer outro setor industrial. Agora, internamente, não se é gerada uma demanda suficiente para que as empresas que operam no setor de indústria de defesa possam produzir para se manter abertas, para gerar essa capacidade, para gerar esses empregos, essa renda e essas tecnologias. Então a saída que existe é exportar.
A ideia é criar condições para reduzir e superar gargalos, porque um dos grandes gargalos que temos é a virtual escassez de mecanismos de financiamento à exportação, que incluam seguros e garantias. O que acontece é que os bancos privados, em seus países de origem financiam a indústria de defesa. Aqui no Brasil, para não gerar um concorrente à altura, eles não financiam. Então restaria esse papel aos bancos de fomento; aos bancos públicos. Não estamos falando aqui de subsídios. Ninguém trata de subsídios, mas simplesmente de regras claras de atuação, porque o setor privado não pode ficar esperando dois anos para ter uma resposta sobre se vai ter ou não um financiamento. Estamos falando de gerar emprego e renda aqui; de financiar empresas nacionais sediadas aqui.
O que esse acordo pretende é justamente eliminar esse gargalo, ao estabelecer regras muito claras de atuação. O industrial, quando for procurar o BNDES para manter sua empresa em pé, saberá que existe um mecanismo de financiamento, e que dentro de determinadas condições ele poderá ter, dentro de determinado tempo, o que é aceitável.
Mas esse protocolo vai além de financiamento. O que mais ele prevê?

Marcus Degaut: Na verdade são estudos para melhorar a governança do sistema brasileiro de exportação. Uma coisa é a existência de linhas de crédito para financiamento à exportação, que inclui seguro e garantias. Outra coisa são estudos promovidos pelo Ministério da Defesa e pela equipe do BNDES para melhorar o próprio sistema de apoio à exportação, em conjunto com o setor privado, para que a gente possa atender o interesse do Estado e o interesse do sistema privado, que se traduz no interesse de toda a sociedade. O objetivo desse acordo é o de eliminar um grande gargalo.

Quer eliminar gargalos por meio da adoção de regras claras, visando dar maior segurança jurídica?

Marcus Degaut : É tudo isso, regras de conformidade, boas práticas. Mas o ponto fulcral é exatamente a questão do timing, porque os concorrentes estrangeiros, quando entram em uma licitação internacional para fornecer um produto para um país, já têm dos seus órgãos; dos Exim Banks [bancos de exportação e importação] um pacote completo. Então ele já sabe o que vai oferecer na venda de um determinado produto. Aqui no Brasil, o setor privado vive uma verdadeira romaria, de porta em porta, de banco em banco, para tentar conseguir esse financiamento. Nós perdemos exportações substanciais por falta desse mecanismos.

No exterior eles têm mais facilidades para obter financiamentos via bancos públicos e privados?

Marcus Degaut: Nos outros países, como na França, por exemplo, o acesso é a recursos de bancos privados e públicos. Mas o fato é que quem se instala no Brasil é um banco privado, e esse banco privado - seja da França, da Espanha ou da Suécia - só financia a indústria de defesa de seu país de origem. Aqui no Brasil, não financiam a nossa indústria de defesa. Esse é o grande problema. E os bancos privados nacionais acabam não oferecendo linhas de crédito por desconhecimento do potencial bilionário desse mercado, por desconhecerem as características que falei, de renda e de efeito multiplicador.

Esse setor envolve muita estratégia, com tecnologias sensíveis que estrategicamente não podem cair em mãos que possam fazer mau uso delas. Como está sendo feito o trabalho junto ao setor privado, no sentido de evitar que esses conteúdos sensíveis sejam acessados?

Marcus Degaut: São várias vertentes que precisam ser analisadas. Uma delas é em relação à segurança orgânica das empresas. Temos aqui, dentro da Secretaria de Produtos de Defesa, o Departamento de Produtos de Defesa, que é responsável por verificar essas condições de segurança orgânica e as próprias credenciais de funcionamento. Enfim, tudo aquilo que faz com que uma empresa possa se caracterizar como de Defesa ou como Estratégica de Defesa. Nós verificamos permanentemente suas condições.

Para além disso, como estamos falando de exportações, existe um duplo filtro. Um primeiro, realizado pelo Ministério de Relações Exteriores, que faz uma avaliação sob o ponto de vista da conveniência diplomática de se exportar determinado produto, porque é um setor em que considerações de natureza geopolítica estão presentes, como você bem mencionou. O segundo filtro é realizado pelo Ministério da Defesa. Aí nós avaliamos não apenas a questão técnica, mas também a questão da conveniência militar. Então existe todo esse tipo de filtragem em relação à exportação de qualquer produto e de qualquer tecnologia.
Existe uma lista de empresas credenciadas e supervisionadas?

Marcus Degaut: Existe um cadastro de empresas, que é o Sistema de Cadastramento de Produtos e Empresas de Defesa. Para se qualificarem como de Defesa ou Estratégica de Defesa, as empresas devem atender requisitos que são impostos por lei. Temos cerca de 1.100 empresas cadastradas. Destas, apenas 1,7% são de armas e munição. É importante desmistificarmos essa história de que a Indústria da Defesa é voltada apenas a armas e munições.

Nos Estados Unidos o setor da indústria de defesa tem muita participação de militares. Nessas empresas brasileiras acontece o mesmo, no sentido de absorver militares da reserva?

Marcus Degaut: Vejo isso como um caminho natural, porque essas pessoas têm familiaridades com produtos de defesa devido a uma formação ao longo de toda a sua vida. Agora, são empresas civis. Como empresas privadas têm toda liberdade de contratar quem eles achem que se encaixe em determinado perfil. Mas é fato que temos militares ocupando, pelo conhecimento e pela expertise que têm, posições nessas empresas, depois que deixam a vida militar, como ocorre no mundo todo.


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com Agência Brasil


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Ministério da Defesa e BNDES assinam acordo para fomentar a Base Industrial de Defesa

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O Ministério da Defesa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinam, nesta quinta-feira (20), um protocolo de intenções, com o objetivo de promover estudos para apoiar o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID), com foco em suas empresas, incluindo, mas não se limitando a políticas adequadas de financiamento, ao sistema brasileiro de apoio público às exportações e ao desenvolvimento de programas de nacionalização progressiva de produtos e tecnologia de defesa.

Após a celebração do acordo, as partes terão 30 dias para concluir um plano de trabalho, com detalhes sobre o escopo e prazos das ações. Também está definido que o protocolo terá vigência de dois anos, com a possibilidade de prorrogação até 60 meses.

O Secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa (SEPROD/MD), Marcos Degaut, explica que o protocolo faz parte do planejamento estratégico da Secretaria e tem potencial para viabilizar um ecossistema ajustado ao desenvolvimento e sustentabilidade da BID, especialmente no que se refere ao aumento de sua competitividade regional e global, da sua capacidade de geração de empregos, renda, royalties, receitas diversas, exportações e divisas.

Ele também destaca que “este protocolo permitirá desenhar, de maneira inédita, uma política de fomento às exportações da BID, a qual colocará todos os atores relevantes intervenientes no processo de produção, exportação e financiamento de Produtos de Defesa dentro de uma mesma moldura estratégica, o que tornará as empresas mais competitivas nos mercados externos”.

Esse acordo é de suma importância para retomada do crescimento de nossa BID, bem como fundamental para absorção de novas tecnologias previstas nos acordos de aquisição de meios em andamento pelo Brasil, como é o caso do programa de obtenção das corvetas da Classe Tamandaré, que alcançará um índice superior aos 40% de nacionalização. 

Há muito tempo é notável a necessidade de apoio público para que a BID possa despontar no mercado internacional e se tornar competitiva, sem o devido suporte nossas indústrias se veem em desvantagem no cenário internacional, muitas vezes até mesmo no cenário interno, onde tem crescido a participação estrangeira nas concorrências do setor de segurança pública.


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complementando texto do Ministério da Defesa
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Leonardo anuncia novo e moderno centro de suporte à helicópteros em Itapevi

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A Leonardo anunciou nesta sexta-feira (14) a criação de um moderno Centro de Suporte para o mercado de asas rotativas, ampliando suas capacidades regionais de atendimento aos clientes no Brasil com a construção de uma nova instalação em Itapevi, a 30 km de São Paulo. O anúncio do novo centro vem na sequência de outro grande empreendimento da Leonardo no Brasil, com a criação da Joint Venture com a Codemar no município de Maricá no Rio de Janeiro, firmado na última quarta-feira (12), evento no qual o GBN Defense esteve presente, e que irá promover a criação de um novo polo tecnológico e de comunicações no Brasil (Grupo Leonardo investe na criação de polo tecnológico em Maricá). O anúncio do novo centro de suporte, oficialmente realizado hoje (14), contou com a presença de autoridades locais e italianas e representantes da indústria. A construção das novas instalações, realizada pela Leonardo do Brasil em uma área de 79.000 m2, está prevista para ser concluída no quarto trimestre de 2020. Até então, a Leonardo manterá o suporte aos seus clientes regionais por meio do centro existente em São Paulo.


O novo Centro de Suporte irá incluir: hangares de manutenção, armazém aduaneiro, workshop e outros serviços de apoio, incluindo um heliporto dedicado. Existe a possibilidade de maior expansão no futuro. Os serviços prestados incluem: peças de reposição, manutenção, suporte ao produto, serviços de engenharia para as aeronaves da linha AW: AW119 single engine, AW109 light twin series, incluindo os tipos AW139, AW169 e AW189.


Até o momento, estão em operação no Brasil mais de 190 helicópteros produzidos pela Leonardo, os quais tem cumprido variadas missões, incluindo: transporte corporativo/privado, Segurança Pública, serviços públicos, transporte offshore e aplicações navais. O continuo crescimento mostrado na América do Sul nos últimos anos, junto com a introdução dos novos modelos, faz em modo que este último progresso seja de grande importância para apoiar a Empresa no desafio de atender as novas exigências da região. A América do Sul mostra um potencial significativo de médio a longo prazo para uma série de funções, incluindo EMS/SAR, aplicações de segurança e ajudas em caso de desastres.

Este novo centro de serviços e suporte ao cliente, marca o compromisso da empresa com a qualidade e suporte aos seus clientes, que passam a contar com uma ampla e especializada gama de serviços avançados que contribuirão para maximizar a eficácia da operação da frota de helicópteros e a sua segurança, um importante benefício para os operadores, equipes e comunidades atendidas. Os aprimoramentos excepcionais do serviço ao cliente também foram reconhecidos pela Professional Pilot’s (Magazine) Helicopter Product Support Survey, com a Leonardo em primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo e em todas as categorias, incluindo tempo de resposta, manuais técnicos, rapidez em Aircraft On Ground, representantes técnicos, satisfação do serviço, disponibilidade de insumos e custo das peças. A Leonardo amplia sua presença no Brasil e investe pesado em tecnologia e desenvolvimento, sendo uma das gigantes mundiais em tecnologia aeroespacial e de comunicações.



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com informações da Leonardo
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Grupo Leonardo investe na criação de polo tecnológico em Maricá

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Na tarde desta quarta-feira (12), o GBN Defense foi até o Aeroporto Laélio Baptista em Maricá, acompanhar um momento histórico à convite da gigante italiana do setor aeroespacial e de defesa, Leonardo, que junto com a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), formam um ousado empreendimento com o estabelecimento da Joint Venture Leonardo & Codemar S.A, a qual terá a participação de 51% do grupo italiano e 49% pela Codemar, dando o ponta pé inicial para o município de Maricá se tornar um dos mais importantes Polos de tecnologia do Brasil, com destaque nos setores manutenção e serviços aeroespaciais, de comunicações e segurança, voltados ao mercado offshore. 

O evento ocorrido no Aeroporto Laélio Baptista em Maricá, contou com a presença do CEO da Leonardo, Lorenzo Mariani, o Presidente da Codemar, José Orlando Dias, o Prefeito de Maricá, Fabiano Horta, o Cônsul Geral Italiano no Rio de Janeiro, Paolo Miraglia Del Giudice, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues e o CEO da Telespazio, Marzio Laurenti, dentre outras autoridades e convidados.

Durante o evento foi realizada a assinatura do documento que prevê um investimento inicial na faixa dos 2 milhões de reais, com a criação de um centro de manutenção de aeronaves, bem como o centro de formação e qualificação de pilotos, empregando modernos sistemas de simulação. Toda essa infraestrutura será erguida nas futuras instalações da Leonardo no Aeroporto Municipal de Maricá (Aeroporto Laélio Baptista). Outra importante parceria que trará grande ganho na capacitação profissional e geração de empregos na região, diz respeito a implantação de uma unidade da FAETEC, rede de ensino técnico-profissionalizante, que segundo secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues, terá como objetivo a qualificação de técnicos para o setor de manutenção de aeronaves, atendendo a necessidade emergente por mão de obra qualificada, o que resultará na geração de milhares de postos de trabalho, contribuindo para o crescimento econômico do município.

Durante a cerimônia foi anunciado um acordo firmado entre a Telespazio e o Município de Maricá, que através da Codemar iniciam um revolucionário projeto no campo das comunicações, conforme anunciado pelo Prefeito Fabiano Horta e o CEO da Telespazio, Marzio Laurenti, que divulgaram a criação de um moderno Teleporto pela subsidiária do grupo Leonardo, o qual trará uma capacidade de transmissão de dados inédita na América Latina, contando com conjunto de 30 antenas interligadas à uma rede com mais de 800 satélites de órbita baixa, o que representa uma grande capacidade de transmissão de dados, atendendo as necessidades do setor de "Óleo e Gás" e demais setores, sendo compatível com a banda larga 5G.  

“Basicamente, a Telespazio irá disponibilizar serviços de banda larga numa dimensão que não existe hoje. Isso é absurdamente inovador, não há nada igual na América Latina. O sistema estará em operação até o fim do ano, oferecendo transmissões de baixa latência sobretudo para o setor de óleo e gás, que gera uma demanda enorme por esse serviço”, explicou Marzio Laurenti, CEO da Telespazio.

“Aqui se estabelece hoje uma dimensão de notório desenvolvimento e de imenso desafio. É um despertar de possibilidades para além da parceria, de desenvolvimento científico e tecnológico. O teleporto dá à cidade um protagonismo que ainda não há na América Latina”, disse Fabiano Horta.

Ainda de acordo com o CEO da Telespazio, o prazo de implantação está correndo rápido. “O sistema estará em operação até o fim do ano, oferecendo transmissões de baixa latência. Temos pressa para começar a implantação porque 60 desses satélites já foram lançados pela empresa americana que é nossa parceira nesse desenvolvimento”, acrescenta Marzio Laurenti.

O Município de Maricá passa a ganhar grande destaque, tornando-se um importante case para estudo, com a chegada da Leonardo e uma infraestrutura logística com capacidade de suprir as necessidade do setor de aviação offshore, em especial, irá tornar o município atrativo aos investidores, o inserindo na cadeia logística de um mercado que movimenta bilhões de dólares ao ano.  Ao passo que a Leonardo passa a contar com uma importante presença no continente, abrindo as perspectivas para prospecção de novos negócios na América Latina,  qual possui um mercado potencial em vários setores onde o Grupo Leonardo possui expertise e produtos que apresentam custo-benefício atraente, aliado a consagrada qualidade dos produtos do conglomerado italiano.

Nosso jornalista Valter Andrade esta preparando uma matéria especial sobre a Leonardo, onde você vai poder conhecer melhor a Leonardo e um pouco sobre seu histórico e alguns de seus produtos e serviços.


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Fotos e texto: Angelo Nicolaci


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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O Brasil e as FREMM, oportunidade perdida?

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As duas fragatas FREMM (Fregata Europea Multi-Missione) que estão sendo construídas pela Fincantieri originalmente para a Marinha Italiana, tem sido oferecidas no mercado internacional, atualmente estão sendo negociadas com Egito, e ao que tudo indica, este deverá ser seu operador afinal.

No ano passado, as mesmas fragatas foram ofertadas pela Itália ao Brasil, como parte de um pacote que contava ainda com Veiculo Blindado de Combate de Infantaria (VBCI) Centauro B1 da Iveco.

As duas fragatas FREMM ainda em fase de construção seriam uma boa aquisição para nossa Marinha do Brasil, porém, a possibilidade de embarcarmos nessa moderna nau esbarrou na questão orçamentária de nossa defesa, a qual não possuí recursos para arcar com o custo de 1,5 bilhões de euros que envolve a aquisição dos modernos navios de projeto franco-italiano.

A recusa brasileira pode ser por muitos considerada uma oportunidade perdida, mas se analisarmos friamente o negócio e os ganhos reais que representaria a aquisição desses dois navios em comparação com investimento nos novos navios de escolta da Classe Tamandaré, podemos concluir que é muito mais viável investir recursos no desenvolvimento da nova classe e na hipótese de ampliar o número de navios envolvidos no programa, inicialmente projetado para quatro navios, se fosse investido o valor das duas FREMM, poderíamos cobrir a construção de mais quatro navios da Classe Tamandaré, que representaria maior flexibilidade a nossa esquadra, apesar de possuir capacidades ligeiramente inferiores ao projeto franco-italiano, o qual desloca quase o dobro da Classe Tamandaré, sendo 6.570ton contra 3.450ton do projeto MEKO vencedor.

Existe a possibilidade de aquisições por oportunidade de novas escoltas, onde são bem cotadas as fragatas Tipo 23 britânicas, apesar de não haver ainda qualquer posicionamento sobre a aquisição destes meios, há especulações quanto a oferta desses escoltas a nossa Marinha através de um vantajoso acordo entre o governo britânico e o brasileiro.

Voltando as fragatas italianas, seria uma ótima aquisição se o momento econômico fosse favorável e não houvesse tantas necessidades em nossa esquadra, as quais leva a uma importante avaliação de nossas necessidade e a busca por soluções bem equalizadas afim de atender nossas lacunas sem impactar no orçamento de forma a limitar a capacidade de obtenção de outros meios de suma importância para nosso poder naval.

Nós do GBN Defense buscamos apresentar ao nosso público análises bem embasadas e realistas, de maneira a situar o mesmo no cenário que atravessamos em nossa economia e defesa, nos abstendo do sensacionalismo e análises superficiais sem trazer os contextos reais de nosso país, evitando assim as especulações inflamadas de achismos e desconhecimento real dos fatos inerentes a análise de defesa séria e visando não apenas oferecer uma visão clara ao nosso público, mas também servindo de contributo aos debates e discussões acerca de nossas necessidades e políticas de defesa.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

KC-390 Millennium completa testes bem-sucedidos de lançamento de cargas em voo

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A Embraer concluiu com sucesso a campanha de testes com KC390 Millennium no lançamento de cargas por gravidade e de cargas pesadas por extração com emprego dos métodos CDS (do inglês Container Delivery System) e LVAD (Low Velocity Air Drop), respectivamente.

O KC-390 Millennium possui um sistema de manuseio e lançamento de carga em voo no compartimento de carga totalmente automatizado, em que um único mestre de carga (loadmaster) pode executar todas as atividades, reduzindo a carga de trabalho e incrementando a consciência situacional. Para os pilotos, um sistema chamado CCDP (Continuously Computed Drop Point) calcula automaticamente o ponto ideal de lançamento de carga para melhor precisão no cumprimento da missão. Ambos os sistemas foram desenvolvidos pela Embraer.

Os testes, conduzidos pela Embraer em cooperação com a Força Aérea Brasileira e o Exército Brasileiro, foram realizados nas instalações do Exército dos Estados Unidos, em Yuma Proving Ground, no Arizona (EUA). As principais realizações da campanha de testes foram o lançamento em voo de uma plataforma com peso máximo de 19 toneladas (42.000 libras), bem como o lançamento sequencial em voo de duas plataformas com peso total de 24 toneladas. Com base nesses resultados, o KC-390 Millennium torna-se o único avião de transporte de médio porte capaz de realizar tal operação.



Durante a campanha de lançamento de cargas em voo em 2019, o KC-390 Millennium lançou diversos contêineres por gravidade, com até 24 contêineres em uma única passagem, assim como diversas plataformas Tipo V utilizando paraquedas de extração, totalizando 330 toneladas de cargas lançadas.

Destaques adicionais da campanha de testes:

  • Lançamento aéreo sequencial por extração com até quatro plataformas em uma única passagem;

  • Lançamento por extração utilizando dois paraquedas de extração de 28 pés (8,5 metros) de diâmetro com o piloto automático acoplado;

  • Sistema CCDP (Continuously Computed Drop Point) testado com sucesso para lançamentos por gravidade e extração em voo, demonstrando excelente precisão.

O manuseio da aeronave foi excelente em todas as condições de lançamento em voo, com os comandos de voo fly-by-wire extremamente eficazes no controle das mudanças de atitude de inclinação da aeronave durante e após cada liberação de carga. As situações mais exigentes de lançamento foram realizadas sem intervenção do piloto (sidesticks fly-by-wire na posição neutra). Os comentários extremamente positivos dos pilotos da Embraer e da Força Aérea Brasileira confirmam o desempenho superior desta aeronave durante as operações de lançamento de cargas em voo.

A aeronave que já começa a ser entregue á FAB, com dois exemplares de série entregue neste ano de 2019, continua a maratona de testes operacionais afim de homologar todo envelope de voo e capacidades operacionais, a cada fase surpreendendo pelo seu desempenho e qualidades.

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Com informações da Embraer (EDS)

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domingo, 22 de dezembro de 2019

Aviação de Transporte - Conheçam o EMB-500 "Amazonas"

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A recente assinatura do memorando entre a Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB), visando o desenvolvimento de uma nova aeronave de transporte leve, a qual deve se situar na categoria do veterano "Bandeirante", ou um pouco acima, como o projeto desenvolvido por outra empresa brasileira, a DESAER, que esta desenvolvendo uma aeronave de asa alta com características similares ao que se especula ser o novo projeto da Embraer. Este fato gerou vários debates nos fóruns e mídias sociais.

Na esteira disto, o GBN Defense resolveu falar um pouco sobre algumas aeronaves e conceitos que infelizmente não ganharam as linhas de montagem, mas que apresentavam grande potencial quando apresentadas, as quais não vingaram por vários fatores, alguns até inexplicáveis.

A primeira parte desta série irá abordar um projeto há época inovador e que atenderia as necessidades nacionais,estamos falando do Embraer-500 "Amazonas". Porém, a falta de visão estratégica e interesse comercial na proposta da Embraer, tanto na esfera civil como de defesa fez com que o projeto não fosse levado adiante nos idos anos 70, uma verdadeira oportunidade perdida para nossa indústria aeroespacial e de defesa, e que você irá conhecer um pouco melhor a seguir.

No final dos anos 60, a industria brasileira florescia com importantes nichos de inovação e tecnologia, dentre estas, se destacava a nossa recém criada Embraer, que havia sido criada para produzir o "Bandeirante", importante marco do pioneirismo da industria aeroespacial brasileira frente a grande dependência internacional para atender as necessidades nacionais. Neste período, o Brasil experimentava uma onda nacionalista que apoiava o avanço brasileiro em diversos setores.

Foi neste cenário promissor que em outubro de 1970, a Embraer lançava as Especificações Preliminares de Tipo DTE/EDO-04-200-10/70, a qual lançava o alicerce para o desenvolvimento de uma aeronave de transporte médio quadrimotor com asa alta e trem de pouso triciclo, a qual foi designada EMB-500 "Amazonas". 

A aposta da Embraer mirava atender ao nicho do mercado nacional e internacional para uma aeronave com capacidade de pouso e decolagem curtos, capaz de operar em pista rústicas, comuns em diversas regiões do Brasil, o que a colocaria como importante vetor de ligação nacional. Diante dos planos de atender um vasto mercado fora do Brasil, a Embraer concebeu o EMB-500 "Amazonas" em acordo com os rigorosos requisitos da norte americana Federal Aviation Administration (FAA), cumprindo os requisitos técnicos da Categoria de Transporte do FAR, Part 25, do FAA norte-americano, e às normas MIL-A-8860 e 8870 para as versões militares.

A nova aeronave tinha características que a posicionavam entre as principais aeronaves de sua categoria a época, empregando tecnologia e inovações que a tornavam uma aeronave versátil e uma plataforma que originaria versões especializadas que atenderiam o mercado de defesa.

O "Amazonas" previa o emprego de quatro turboélices Pratt & Whitney Canada PT-6A-40 com hélices tripá, utilizando configuração de asa alta e um robusto trem de pouso triciclo, similar ao encontrado no famoso C-115 "Buffalo", com trem de pouso principal recolhendo na parte traseira da nacele dos motores centrais, contando com cabine pressurizada, oferecendo capacidades ímpares de operação em pistas curtas e não pavimentadas, um cenário muito comum na região norte do Brasil.


O "Amazonas" tinha três variantes inicialmente previstas, sendo uma destinada ao mercado da aviação civil e duas variantes militares, neste seguimento o potencial de originar mais variantes era imenso, pois a aeronave exibia grande autonomia e capacidade de carga, o que a tornava uma potencial plataforma para variantes especializadas nas mais diversas missões.

A variante civil era a versão básica do projeto, capaz de realizar transporte de passageiros, cargas ou mix passageiros/cargas. Nesta versão seria capaz ser configurada exclusivamente para transporte de passageiros, com 30 a 41 passageiros, ou exclusivamente carga, capaz de transportar cargas a granel/paletizadas ou ainda combinações de carga e passageiros. Apesar das características vantajosas de operação em localidades remotas e com pouca infraestrutura, capaz de transportar 7.500kg de carga útil exibindo uma relação custo/benefício muito atraente, não houve manifestação de interesse das empresas aéreas nacionais na época, o que levou a Embraer a rever seus planos com relação a variante civil, na qual devido ao alto risco de investimento optou-se por cancelar o desenvolvimento desta variante do "Amazonas".

Já as variantes de emprego militar, exibiam performance e capacidades que dariam as nossas forças armadas um vetor capaz de atender as necessidades na região amazônica, com grande flexibilidade de emprego na variante de transporte/carga, a qual possuía dois distintos arranjos, um voltado ao lançamento de tropas paraquedistas, denominada versão de "Assalto", a qual possuía uma porta lateral maior que poderia ser aberta em voo, facilitando o lançamento de paraquedistas, os quais poderiam saltar pela rampa traseira ou portas laterais, dependendo do tipo de infiltração ou emprego pretendido. Nesta subvariante a cabine não era pressurizada, assim como a versão standard de transporte/carga, contava com assoalho reforçado para receber cargas pesadas e rampa traseira para embarque de pequenos veículos leves, transportando até 57 homens equipados. A Embraer emitiu o documento DTE/ECC-04-200-10/70, o qual foi enviado para o Ministério da Aeronáutica em outubro de 1970, porém, a proposta da Embraer foi recusada. 

A segunda variante de emprego militar, era denominada "Patrulha", especializada para cumprir com a missão de patrulha e esclarecimento marítimo, somando as funções de busca e salvamento, capaz de dar combate a meios de superfície e mesmo submarinos, tendo previsão de empregar torpedos, mísseis anti-navio, cargas de profundidade, foguetes e bombas convencionais.

O "Amazonas" teria substituído os vetustos P-2 "Netune"
A variante de patrulha, teria como plataforma a mesma estrutura básica da variante de transporte/carga, porém, esta teria um peso maior, embarcando uma moderna suíte eletrônica, com um potente radar e uma série de sensores dispostos em vários pontos da fuselagem. Esta aeronave teria maior autonomia, contando com maior capacidade de combustível interno e sob as asas. Para facilitar o trabalho de busca visual, o mesmo receberia janelas tipo bolha para observação e fotografia, sendo equipada com consoles eletrônicos e portas que poderiam ser abertas em voo para o lançamento de sonobóias, fumígenos, botes infláveis e pacotes de sobrevivência. 

A proposta foi realizada através do documento DTE/ED0-04-200-10/70, enviado ao Ministério da Aeronáutica no mesmo mês de outubro de 1970, a Embraer apostava no aumento da conscientização das necessidades de se possuir capacidade de prover a defesa da soberania sobre nossas águas territoriais. Neste cenário o EMB-500 "Amazonas" surgiu como a solução ideal, sendo a versão especializada em patrulha e vigilância de águas costeiras e oceânicas a resposta para substituir os vetustos P-2 "Netune", que se aproximavam ao fim de sua vida útil. O "Amazonas" atendia perfeitamente ao requerimento de aeronaves especializadas para assegurar a capacidade de patrulhamento eficiente e com baixo custo de nossa ZEE. A versão  de Patrulha tinha grande versatilidade e autonomia, mas dependia da produção seriada de outras variantes para justificar o investimento em sua produção, e como as demais variantes foram recusadas tanto pelo Ministério da Aeronáutica, como pelo mercado civil, o custo de produção da mesma ficaria muito elevado devido a baixa demanda por células, o que levou o Ministério da Aeronáutica a optar pelo "Bandeirulha", versão patrulha do EMB-110 “Bandeirante”, com menor custo, apesar de também exibir menos capacidade que a plataforma do EMB-500 "Amazonas".
O "Amazonas" teria sido um grande salto na capacidade operacional brasileira, porém, devido a fatores que desconhecemos em completo, fora relegado ao abandono, colocando fim ao que teria sido a primeira grande aeronave produzida no Brasil.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Aeronave turbo-hélice quadrimotor de Transporte médio de alta versatilidade, com cabine pressurizada*. Configuração de asa alta tipo cantilever, com fuselagem semi-monocoque metálica. Trem de Pouso Triciclo, completamente escamoteável. Duas rodas por unidade com pneus de baixa pressão. Freios anti-derrapantes. Bequilha dirigível montada no cone do nariz. 
MOTORES: 
Quatro turbo-hélices Pratt & Whitney PT6A-40, com 850 shp cada, acionando hélices de 7,56m de diâmetro Hartzell, tripás, baixa rotação. 
DIMENSÕES:
Envergadura: 24,00m
Comprimento total: 20,00m 
Altura total: 7,10m
Superfície alar: 61,50m²
Cabine de passageiros: 
Altura máxima: 1,90m
Largura máxima: 2,80m
Comprimento: 9,60m
Volume de carga admissível: 40 m³
Volume de bagagem admissível: 6 m³
PESO:
Transporte/Carga                                               Patrulha
Peso vazio: 6.050 kg                                   Peso vazio: 6.550 kg         
Peso máximo de decolagem: 12.000 kg;       Peso máximo de decolagem: 14.000 kg
Carga útil: 5.950 kg                                    Carga útil: 7.450 kg
PERFORMANCES:
 Velocidade máxima de cruzeiro: 570 km/h
Velocidade de “stall” com flaps baixos: 115 km/h
Razão de subida: 670 m/min
Autonomia máxima 3.600 km
Teto de serviço 9.145 m
Pista para decolagem 15 m 
Pista para pouso 550 m carregado.

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