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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Alemanha promete pôr seu peso em favor de acordo UE-Mercosul

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O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, afirmou nesta segunda-feira que o país irá "contribuir com todo seu peso" para o sucesso do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.

"Não será fácil, mas é possível", afirmou em declaração a jornalistas no fim de uma reunião com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, em Brasília.

Mais cedo, em palestra na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro alemão disse que a zona do euro trabalha para fechar as bases de um acordo de livre comércio até 2013 com o Mercosul, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Desde 1999, os dois blocos discutem os moldes para um acordo de livre comércio. As negociações chegaram a ser suspensas em 2004 e foram retomadas em 2010.

Nesta segunda-feira, Westerwelle reconheceu que as dificuldades econômicas mundiais, em especial na Europa, estimulam práticas como o protecionismo, que dificulta o avanço das conversas. Ele atribuiu o sucesso econômico atual da Alemanha à opção, em décadas passadas, por acordos de livre comércio.

"Um motivo pelo enorme êxito econômico da Alemanha reside na nossa abertura, na nossa interconexão global e, por isso, nós, alemães, vamos promover, não só apoiar, essas negociações entre a UE e o Mercosul", afirmou ele.

O Brasil assume a Presidência do Mercosul no segundo semestre deste ano e, segundo Patriota, irá focar na conclusão de um acordo comum. Por isso, o chanceler brasileiro tem conversado sobre um acordo com outras lideranças europeias.

Na semana passada, Patriota se reuniu em Brasília com a alta representante para Relações Exteriores e Política de Segurança da União Europeia, Catherine Ashton. Ambos se mostraram otimistas em fechar um acordo ainda em 2012.

Grécia

Guido Westerwelle elogiou os ajustes econômicos na Grécia e disse que a Alemanha continuará a ser "solidária", mas que os países que recebem ajuda precisam fazer "o dever de casa".

Perguntado sobre a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro, Westerwelle disse que a Alemanha e a Europa têm uma "grande determinação" para manter a região unida. "Apostamos que todos que estão na União Europeia continuarão a bordo", disse.

O Parlamento da Grécia aprovou um impopular projeto de austeridade para garantir um segundo resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional e evitar um calote catastrófico.

O ministro alemão também se mostrou positivo sobre o futuro da Alemanha e mandou um recado para os que apostam na piora da situação econômica do bloco europeu:

"Todos que pensam que a Europa não vai dar conta do recado estão enganados. A Europa é um continente exitoso, de confiança, e será um parceiro justo para a América Latina", disse.

Fonte: Reuters
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

UE quer participação do Brasil na reconstrução da Líbia

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O recém-criado serviço diplomático da União Europeia quer negociar projetos de cooperação com o Brasil em temas tão distintos quanto políticas de crescimento contra a crise econômica e a reconstrução da Líbia, disse ao Valor o secretário-geral do novo "Ministério de Relações Exteriores" europeu, Pierre Vimont.

Ex-embaixador francês em Bruxelas e nos Estados Unidos, Vimont esteve com autoridades brasileiras esta semana, com quem defendeu ações com vistas a "novos modos de garantir o crescimento econômico". A vinda do diplomata faz parte de uma série de visitas programadas de autoridades europeias, que inclui a vinda, em fevereiro, da representante da União Europeia para política externa, Catherine Ashton.

Segundo Vimont, que recebeu a incumbência difícil de consolidar uma política externa comum para os países da União Europeia, os europeus têm interesse na cooperação com o Brasil para a reconstrução institucional da Líbia após a queda do ex-ditador Muamar Gadafi.

Os líbios pediram tempo aos demais países para estruturar o novo governo, mas já informaram que querem apoio internacional para aspectos como legislação, serviços administrativos, Justiça, polícia, controle de fronteiras, segurança. "Vamos ver se trabalhamos juntos, para levar expertise à Líbia", comentou.

Apesar das diferenças de opinião entre Europa e Brasil sobre sanções a países árabes e do Norte da África acusados de desrespeito aos direitos humanos, Vimont afirma que o curso das mudanças no Oriente Médio desejado pela "Europa como tal" não está muito distante do defendido pelo Brasil, de atuar em contato estreito com a Liga Árabe, a Confederação das Organizações Islâmicas e a União Africana.

Na própria União Europeia, há divergências, como o voto da Alemanha contrário à ação armada na Líbia. "Mas, muito rapidamente, todos os países europeus passaram a adotar o mesmo caminho; trabalhamos juntos apesar das diferenças", argumentou. Com o Brasil, os responsáveis pela diplomacia europeia comunitária pretendem explorar projetos conjuntos em terceiros países em temas como promoção de direitos humanos em nações como Guiné e Guiné Bissau, e programas de educação para crianças em situação de conflito, no Haiti.

Educação e inovação científica tendem a assumir um papel de destaque nas relações e projetos de cooperação entre Brasil e União Europeia, com ação conjunta em iniciativas como o programa Ciência sem Fronteiras, uma das predileções da presidente Dilma Rousseff. No campo econômico, as iniciativas não têm sido tão bem-sucedidas, apesar das declarações otimistas de lado a lado. Vimont e o ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota chegaram a conversar sobre a necessidade de apoio no Congresso brasileiro para concretizar o acordo de céus abertos negociado entre a União Europeia e o Brasil em março, mas ainda não oficializado. Decidiram esperar pela discussão do acordo no Legislativo brasileiro.

Vimont minimizou, porém, as dificuldades na negociação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, hoje concentrada em aspectos menos polêmicos e paralisada nas questões de acesso a mercados. As recentes eleições na Argentina e as próximas eleições na França não asseguram clima político para uma discussão desse tipo, admitiu ele. "A ideia é seguir com o trabalho de preparação do acordo, para termos tudo pronto quando houver possibilidade de avançar", argumentou. Com o debate sobre os riscos de aprofundamento da recessão mundial, a liberalização comercial entre os dois blocos pode surgir como opção para ultrapassar a crise, defende.

Fonte: Valor Econômico
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Crise internacional e satélite brasileiro entraram na agenda com a Bélgica

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Em uma reunião em que também debateram propostas de saídas para a crise financeira global, a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro em exercício da Bélgica, Yves Leterme, discutiram ontem parcerias para o desenvolvimento de um satélite geoestacionário para o Brasil e uma cooperação na área de tratamento de dejetos nucleares. Dilma também mostrou interesse na experiência belga na gestão de portos, aeroportos e hidrovias.

Em seu pronunciamento, a presidente recomendou que os países europeus não façam ajustes fiscais drásticos. "Nossa experiência demonstra que, no nosso caso, ajustes fiscais extremamente recessivos só aprofundaram o processo de estagnação, de perda de oportunidades e de desemprego", afirmou Dilma, referindo-se à crise pela qual o Brasil passou entre as décadas de 1980 e 1990. "Dificilmente se sai da crise sem aumentar o consumo, o investimento e o nível de crescimento da economia."

Leterme concordou que medidas econômicas precisam garantir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e não devem prejudicar o poder de compra da população, mas defendeu a redução dos déficits públicos na região. Sem dar maiores detalhes, contou que constou da pauta do encontro a discussão sobre a possibilidade de países em desenvolvimento, como os integrantes do grupo dos Brics, ajudarem financeiramente a Europa a sair da crise. "A economia é global hoje. Quando há problemas de crescimento, é claro que os grandes países de exportação e de investimento potencial são parceiros", comentou em rápida entrevista.

A colaboração no projeto do satélite geoestacionário que o Brasil quer lançar até o fim de 2014 também fez parte da agenda entre os dirigentes. Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o governo pretende investir cerca de R$ 700 milhões, mas exigirá a transferência de tecnologia e a participação da indústria nacional no projeto. Já há negociações com a Embraer nesse sentido, disse. "Não queremos simplesmente comprar um satélite da prateleira."

O satélite será usado para a comunicação das Forças Armadas, a oferta de serviços de telecomunicações e internet em áreas remotas e o controle do espaço aéreo. Atualmente, o Brasil aluga os serviços de satélites geoestacionários de terceiros.

Apesar de ter perdido o suporte do Parlamento em abril de 2010, Leterme permanece no cargo interinamente.

Fonte: Valor Econômico
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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Brasil proporá a Brics ajuda à Europa via FMI

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O Brasil vai propor aos outros países do Brics que disponibilizem bilhões de dólares em recursos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) como forma de aliviar a crise na zona do euro, disse uma fonte à Reuters nesta segunda-feira.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentará a proposta nesta semana durante reunião do Brics em Washington, disse a fonte sob condição de anonimato. O Brics é composto por grandes países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Dar mais recursos ao FMI parece uma das opções mais atraentes que nós temos para ajudar a Europa”, disse a fonte.

O Brasil poderia disponibilizar até 10 bilhões de dólares de seus próprios recursos para ajudar a Europa através de vários canais, incluindo o FMI ou a compra de títulos soberanos da dívida, acrescentou fonte.

A contribuição do Brasil, sozinha, certamente seria muito pequena para fazer diferença. Mas um esforço coordenado que inclua China e Rússia, em particular, poderia ter um impacto maior no momento em que os investidores olham para as reservas internacionais dos países emergentes como esperança de ajuda.

Um consenso a respeito de uma ação coordenada parecia ganhar corpo na segunda-feira. O ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, disse a jornalistas que os países com reservas substanciais poderiam ajudar a socorrer as nações da zona do euro sob "certas condições."

Os países do Brics já compram títulos europeus emitidos pelo Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, reportou o jornal Valor Econômico nesta segunda-feira.

Mantega havia proposto anteriormente que os Brics fizessem compras coordenadas de bônus europeus, mas a ideia encontrou resistência em outros integrantes do grupo, que temem a compra de ativos de risco ou duvidam ter capacidade para poder ajudar. O FMI seria um veículo mais "seguro" para uma ação coordenada, disse a fonte.

Ideia satisfaz ambições brasileiras
A proposta atenderia a dois desejos do Brasil. A ajuda poderia aliviar o impacto da crise sobre economias da zona do euro em dificuldades --especialmente Portugal e Espanha, que têm grandes investimentos no país.

Uma participação maior no FMI também poderia aumentar o poder do Brasil dentro da instituição. Integrantes do governo da presidente Dilma Rousseff têm dito que veem a crise na Europa e nos Estados Unidos como uma oportunidade para que o Brasil e os países do Brics ganhem uma importância maior nos assuntos globais.

Uma forma de os países do Brics disponibilizarem mais recursos para o FMI poderia ser por meio de "Novos Acordos de Empréstimo" --tipo de fundo de crise que atualmente tem cerca de 591 bilhões de dólares disponíveis, segundo o FMI.

O Brasil recebeu consultas diretas de países europeus a respeito da compra de títulos soberanos, disse a fonte, mas as reservas internacionais somente podem ser usadas para a compra de papéis com grau de investimento.

Um porta-voz do Ministério da Fazenda do Brasil não estava imediatamente disponível para comentários.

Fonte: Reuters
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domingo, 3 de julho de 2011

Os oligopólios controlam o petróleo do Brasil

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A rainha Elizabeth II condecorou no último mês de junho o presidente da British Petroleum, Sir Frank Chapman, por seus relevantes serviços à indústria do petróleo e gás do Reino Unido. Esta honraria, naturalmente, não foi concedida em função do aumento da produção petrolífera doméstica tendo em vista o declínio observado nos campos do Mar do Norte desde os anos 90. Então qual seria o motivo de atribuir um título medieval ao chefe de uma empresa “moderna”? Vejamos:

O Reino Unido possui as maiores reservas de petróleo da União Européia, todavia, a exploração destes recursos torna-se, ano após ano, mais onerosa em função da maturidade de seus campos. A solução para superar este déficit encontra-se na tradição, e sabemos todos do zelo das elites inglesas por suas tradições, de ocupação e controle de áreas produtivas localizadas em diferentes pontos do planeta. Para o deleite da Coroa a British Petroleum, desde o inicio do século XX, cumpre esta função.

Naturalmente os ingleses não consomem todo o petróleo de propriedade da British Petroleum, mas o capital exportado dos países produtores para os cofres de sua majestade contribui para lucro do sistema financeiro principalmente neste momento de crise.

Vejam a importância de Sir Chapman para a economia inglesa. Sua honraria medieval foi concedida poucos dias antes do anuncio oficial de fantásticas “descobertas” petrolíferas na bacia de Santos no Brasil. Fato que elevou as expectativas das reservas da British Petroleum para 8 bilhões de barris somente nesta área do pré-sal brasileiro. Apenas para comparar; no Mar do Norte o Reino Unido controla pouco mais de 4 bilhões em reservas provadas. Quem sabe a rainha não entrega o mesmo título aos governantes de plantão no Brasil?

Motivos não faltam afinal o Brasil do discurso “nacionalista” oficial, pode ser entendido como ponta de lança do modelo imperialista ou “pós-neoliberal” cuja base encontra-se na abertura do mercado interno associada à entrega dos recursos energéticos aos oligopólios. No setor petrolífero este aspecto torna-se evidente quando observamos o avanço das empresas internacionais (inglesas e estadunidenses) financiadas por capital brasileiro através da Petrobras.

Como sabemos a legislação atual para o pré-sal entrega à Petrobras a responsabilidade de operar os campos do pré-sal, todavia, a empresa somente controla 30% da empreitada ficando o restante para os oligopólios. O Brasil entra com os gastos enquanto os oligopólios ficam com os lucros.

Este modelo fica acrescido da formação de um fundo, formado a partir dos recursos provenientes da exploração petrolífera destinados ao Estado brasileiro, para a compra de ações no mercado internacional. Lucram as forças imperialistas duas vezes.

Enquanto crescem os lucros da British Petroleum e cria-se um fundo para manter em funcionamento a orgia financeira internacional registram-se no Brasil greves de professores cujos salários não superam, em média, 400 dólares. No Rio de Janeiro os bombeiros reclamam e rebelam-se contra os ridículos salários abaixo dos 500 dólares. Aprofundando o sacrifício da população verifica-se o corte no orçamento da educação, cultura, pesquisa e outros setores igualmente importantes.

A necessidade de revisão da política e legislação para a exploração do petróleo torna-se, deste modo, uma urgente necessidade ou simplesmente manterá o Brasil a sua tradicional – e as preguiçosas elites nacionais zelam com paixão por esta tradição – colonial agora chamada por muitos de “pós-neoliberalismo”.

Por: Wladmir Coelho - Editor do Blog Política Econômica do Petróleo
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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vice-premiê britânico defende vaga fixa ao Brasil no Conselho de Segurança

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O vice-premiê britânico, Nick Clegg, defendeu nesta terça-feira em Brasília que o Conselho de Segurança da ONU seja reformado e que o Brasil ganhe um assento permanente no órgão.

“Grandes passos foram dados para estabelecer a cooperação multilateral nos últimos 60 anos, mas a realidade é que, a menos que novos atores sejam trazidos inteiramente para o sistema multilateral, eles crescentemente procurarão por outras formas de operar”, declarou Clegg, em discurso para diplomatas brasileiros no Instituto Rio Branco.

“É por isso que ativamente apoiamos uma cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU.”

A vaga permanente, atualmente de posse apenas de Grã-Bretanha, Rússia, China, EUA e França, é uma antiga aspiração do Brasil, e a declaração de Clegg tem cunho majoritariamente simbólico, já que mudanças no Conselho de Segurança dependeriam de uma reforma da ONU.

O vice-premiê, número dois na hierarquia do governo britânico, esteve acompanhado em sua visita por representantes de universidades e de ministros das áreas de Esporte, Cultura, Comércio e Educação, além de 40 empresários de setores como infraestrutura, petróleo, gás, serviços, biotecnologia, construção e energia.

Clegg, que em Brasília encontrou o chanceler Antonio Patriota e o vice-presidente Michel Temer, disse que o principal objetivo de sua viagem ao Brasil era fazer negócios: “Para a Grã-Bretanha, esta visita é, sobretudo, uma missão comercial. Se isso parece pragmático, é porque é. Comércio significa empregos, e isso é o que o povo da Grã-Bretanha quer”.

Horas antes, em São Paulo, onde o vice-premiê se reuniu com o governador Geraldo Alckmin e visitou uma indústria de etanol, o ministro-adjunto britânico de Comércio e Investimento, Lorde Green, anunciou a meta de dobrar as exportações para o Brasil até 2015.

Em 2010, o intercâmbio comercial entre os dois países chegou a US$ 7,7 bilhões, com superavit brasileiro de US$ 1,4 bilhões, ainda que as exportações britânicas tenham crescido 29% naquele ano.

A visita de Clegg é vista como uma “ofensiva” do governo britânico em países que considera as estrelas das próximas décadas, como delineou o ministro do Exterior britânico, William Hague, em um discurso feito no centro de estudos Canning House, no ano passado.

Olimpíadas

Em seu discurso, Clegg disse ainda oferecer ao Brasil, em troca de abertura aos empresários britânicos, ajuda nos setores de educação e na organização das Olimpíadas de 2016 no Rio e da Copa do Mundo de 2014, já que Londres sediará os Jogos Olímpicos de 2012.

Segundo ele, “o grande desafio para todas as economias avançadas do século 21 é permanecer espertas: para sair na frente em tecnologia, educação, eficiência energética, regulação efetiva e serviços públicos”.

Antes do discurso, ambos os países assinaram acordo entre o Grupo BG e o Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq, por meio do qual o Grupo BG financiará até 450 novas bolsas de estudos para estudantes brasileiros na Grã-Bretanha ao longo dos próximos 5 a 8 anos.

Também foram assinados memorandos de entendimento sobre intercâmbio e cooperação cultural e sobre segurança e crime – os dois países se comprometeram a cooperar para combater o crime organizado, o tráfico ilegal de drogas e as ameaças à segurança cibernética internacional.

Malvinas

Após encontrar-se com Patriota, Clegg disse a jornalistas ter conversado com o chanceler sobre as ilhas Malvinas (Falklands) – território britânico no Atlântico reivindicado pela Argentina.

“Enfatizei que o governo britânico aprecia que se mantenha a temperatura retórica o mais baixo possível.” Ele afirmou que a Grã-Bretanha tem a “determinação contínua e duradoura de proteger o status soberano” das ilhas.

Clegg embarcou na noite de terça para o Rio de Janeiro, onde participará, na quarta-feira, de uma conferência dedicada a discutir o legado e a sustentabilidade em Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.

Ele encerra sua visita ao Brasil no Copacabana Palace, onde comparecerá a uma festa de comemoração do aniversário da rainha Elizabeth 2ª.

Fonte: BBC Brasil
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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Europeus querem Brasil como parceiro do programa Galileo

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A UE (União Europeia) estuda convidar o Brasil para participar do desenvolvimento do programa Galileo.

Trata-se do sistema europeu de posicionamento por satélites, que ainda está em fase de implantação e concorrerá com o GPS americano. De 2007 a 2020, estima-se um investimento de mais de 5 bilhões de euros no projeto.

A ideia de convidar o Brasil partiu da Comissão da UE (o órgão executivo do bloco), mas ainda está em processo de aprovação pelo Conselho da União Europeia (formado por ministros e chefes de Estado dos países do bloco).

Depois de aprovada, só então a proposta deve ser apresentada ao Itamaraty.

A condição para a entrada do Brasil no programa é que uma base de monitoramento europeia seja instalada em território nacional.

Ela deve fazer parte de uma rede de ao menos 20 bases instaladas em diversos países, que serão usadas no controle dos satélites e na troca de dados e informações.

Tais bases terão conexão direta com centrais de controle no continente europeu.

CIVIL, NÃO MILITAR

Uma vez estabelecida a parceria, o Brasil deve ter o direito de usar o sistema em aplicações civis, tais como o controle do tráfego aéreo, gestão de linhas ferroviárias e transporte marítimo, agricultura e proteção ambiental.

Também devem ser possíveis usos domésticos, como o sistema de navegação em carros particulares.

Apesar de o Brasil ceder uma base em seu território, não terá o direito de usar aplicações militares do sistema. Isso significa que, em ações bélicas, o país continuará dependente de sistemas internacionais, que podem ser bloqueados em conflitos.

Além do GPS dos EUA, a Rússia tem uma rede de satélites com fins militares (Glonass), e a China e o Japão trabalham no desenvolvimento de um sistema regional.

O Galileo promete ser mais preciso que o atual GPS. Enquanto o sistema americano admite uma margem de erro de metros, os europeus dizem que errarão por centímetros.

Mas o sistema da UE precisará fazer uso de satélites americanos para complementar a sua rede.

O Galileo utilizará 30 satélites em órbita média da Terra, em uma inclinação que, em tese, trará informações mais precisas de áreas localizadas em latitudes mais altas, sendo mais útil para países no norte da Europa.

Até agora só dois satélites experimentais foram lançados. Os dois primeiros satélites funcionais devem ser colocados em órbita no segundo semestre deste ano.

Fonte: Folha
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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alemães pedem mais tempo para participar de licitação do trem-bala

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Ministro alemão dos Transportes, Peter Ramsauer, promete coordenar consórcio alemão se Brasil estender prazo para recebimento de proposta do trem de alta velocidade. Governo brasileiro sinaliza que licitação será adiada.

Um grupo formado pela elite industrial alemã se articula para participar da concorrência do trem de alta velocidade brasileiro. O anúncio parece ter chegado muito em cima da hora – o prazo estipulado pelo governo para o recebimento das propostas venceria em 11 de abril, mas o governo brasileiro já admite o adiamento do leilão.

O próprio ministro dos Transportes, Peter Ramsauer, demonstrou pessoalmente ao ministro brasileiro, Alfredo Nascimento, o interesse dos alemães em participar da construção do chamado trem-bala. Numa reunião nesta quinta-feira (31/03), em Brasília, Ramsauer pediu oficialmente que o governo brasileiro estenda por pelo menos seis meses a data limite para que os consórcios apresentem as propostas.

Nascimento disse que o assunto será discutido numa reunião técnica na próxima semana, mas que há grandes chances de o governo optar pela ampliação do prazo. Ramsauer, que se reúne com a presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira, foi encorajado por Nascimento a reforçar o pedido junto à presidente.

"O Brasil sempre alimentou uma expectativa muito positiva em relação ao interesse da Alemanha. Recebemos com alegria e satisfação essa demonstração de interesse alemão em relação ao trem de alta velocidade brasileiro", disse à Deutsche Welle Paulo Sérgio Oliveira Passos, vice-ministro de Transportes do Brasil.

Do lado alemão, Ramsauer prometeu empenho. "Como ministro responsável, eu farei tudo para que o esforço seja coordenado de tal maneira pelo lado do governo a fim de que uma boa oferta seja feita pelo consórcio alemão", disse com exclusividade à Deutsche Welle.

Com algumas condições

Caso o governo brasileiro prolongue a data de apresentação das propostas, a pasta de Ramsauer coordenará a articulação das empresas alemãs para a formação do consórcio. Devem fazer parte do grupo companhias como a Siemens, ThyssenKrupp, Max Bögl e IABG – empresas representadas na reunião entre os ministros. Apesar do interesse declarado, o provável consórcio pede algumas mudanças nas condições impostas pela ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres, para participar da licitação.

O diretor do órgão, Bernardo Figueiredo, pediu que os alemães enviassem essas solicitações de forma objetiva, mas adiantou que está aberto para discutir alteração do trajeto e cronograma da obra. Segundo Figueiredo, a linha entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro poderia ser construída em etapas diferentes.

O banco estatal alemão KfW quer discutir formas de financiamento e parceria com o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento. Segundo Christiane Laibach, que integra o conselho de administração do KfW, há exemplos em outros países de financiamento com participação de bancos nacional e internacional.

Projeto brasileiro

"Sabemos que, no mundo, são poucas as nações que detêm a tecnologia do trem de alta velocidade. A Alemanha reconhecidamente é um país que tem um padrão de excelência no que diz respeito à exploração, construção de vias dedicadas a alta velocidade", ponderou Paulo Sérgio Oliveira Passos.

Se confirmado, esse será o segundo adiamento do prazo para recebimento de propostas. Estima-se que a linha entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro terá 510 km, com obras de construção orçadas inicialmente em R$ 33 bilhões.

Além do grupo alemão, segundo o Ministério brasileiro dos Transportes, manifestaram interesse em participar da concorrência pública para o trem de alta velocidade um grupo coreano, os espanhóis da Talgo, empresários do setor de construção pesada e industrial do Brasil e a Alston. "E também nas conversas que tivemos com japoneses, recebemos o indicativo de que seria interessante uma dilatação desse prazo", acrescentou Passos.

Fonte: Deutsche Welle
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Portugal, colônia do Brasil? Uma proposta

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O jornal inglês "Financial Times" saiu com uma proposta inusitada nesta semana: o Brasil deveria anexar Portugal, que se tornaria uma província brasileira, abandonando a União Europeia. O jornal não poupou críticas ao estado atual da nação portuguesa, mergulhada em dívidas, desemprego recorde e com um primeiro-ministro demissionário porque não conseguiu apoio para seu plano de austeridade.

Já o Brasil, antiga colônia portuguesa, cresceu humilhantes 7,5% ano passado e é mercado cobiçado e garantidor de resultados das multinacionais portuguesas como a Portugal Telecom. Enquanto Portugal o Brasil saiu da lista de devedores do Fundo em 2005, e hoje em dia é credor líquido internacional. Daí a ideia de inverter os papéis entre antigos metrópole-colônia.

A proposta do "FT", obviamente, é uma piada.

Mas é fato que a presidente Dilma Rousseff foi recebida em Portugal nesta semana com ecos de sebastianismo. "Dilma veio com um discurso de parceria estratégica com Portugal, mas tudo o que os portugueses queriam era garantia de que o Brasil vai financiar a dívida portuguesa", contou-me uma influente jornalista portuguesa. "Queríamos o Brasil salvando Portugal, a Dilma chegando com o cheque e investimentos."

Portugal está tentando vender seus títulos até para o Timor. Mas, com o rebaixamento pelas agências de classificação de risco --estão a apenas dois degraus da nota 'junk'-- está difícil achar cliente. O país precisa de financiamento de € 21 bilhões entre abril e dezembro. A China, com US$ 3 trilhões de reservas internacionais, comprou apenas US$ 300 milhões de dívida pública portuguesa.

"Os discursos de Dilma e de Lula tiveram de incorporar a disponibilidade para ajudar Portugal na crise da dívida, embora, como se temia, além de palavras de circunstância e de vagas promessas, pouco de substancial tenha sobrado", dizia o editorial de quinta-feira do jornal Público.

Quiçá os portugueses esperavam do Brasil a mesma generosidade que o caudilho Hugo Chávez demonstrou com a Argentina. Quando os portenhos eram párias absolutos no mercado internacional e o regime bolivariano estava no auge da riqueza dos petrodólares, Chávez foi o único a financiar a dívida argentina, embora a taxas não muito camaradas.

Mas Dilma foi pragmática e não se comprometeu com nada. "No caso dos títulos, nós temos de cumprir os requisitos que dizem respeito ao uso das reservas do Brasil. Quais são os requisitos do banco central? Que sejam títulos triplo A", disse. A Standard & Poor's baixou a nota de risco de Portugal para BBB-. "A única alternativa é a possibilidade de comprar títulos que não são triplo A com garantia. Ou garantia real ou de algum ativo que supra essa deficiência", completou Dilma.

Integrante da comitiva de Dilma em Portugal, o assessor internacional da presidência, Marco Aurélio Garcia, sublinhou que o Brasil precisa ser generoso com seus vizinhos, em entrevista a Assis Moreira, do Valor Econômico. Ele se referia à negociação das tarifas pagas aos paraguaios pela energia de Itaipu.

A ver se essa generosidade se estende aos países não vizinhos, mas historicamente irmãos.

Fonte: Folha
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quinta-feira, 31 de março de 2011

Especial: Dilma e Lula em Portugal

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A presidente Dilma Rousseff encerrou antecipadamente a sua visita a Portugal devido a notícia confirmada da morte do ex vice presidente e amigo, José Alencar. Dilma estava em visitava oficial ao país e se preparava-se para dirigir-se a Coimbra, para participar da cerimônia que Laurearia o Ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o título de Doutor Honoris causa em direito pela Universidade de Coimbra, quando soube da notícia do falecimento do ex vice presidente José Alencar.

Dilma e Lula ficaram abalados publicamente e expressaram profunda tristeza pela perca do amigo que lutava a anos contra o câncer, Lula que dedicou o título ao Ex-presidente e amigo ficou emocionado com a homenagem prestada por muitos estudantes e jovens, em sua maioria estudantes brasileiros residentes em Portugal que seguiam o cortejo prestando tanto homenagem ao Laureado, quanto a presidente Dilma Roussef.

Dilma acenou e até parou para receber um grupo de alunos que eufóricos faziam festa pela visita da Presidente ao país e a Universidade que abriga mais de 1500 estudantes brasileiros ( incluso o autor).

Apesar da segurança reforçada, não houveram incidentes, os agentes Brasileiros e seus colegas portugueses garantiram a tranqüilidade do evento. Assim, Dilma e Lula mostraram bastante descontração e circularam livremente cumprimentando os presentes e até cedendo autógrafos a multidão. A vontade Dilma, Lula, o presidente Português Cavaco Silva e o Primeiro Ministro demissionário Português, José Sócrates, agradeceram aos estudantes e seguiram para seus destinos após a conclusão das atividades.

A Universidade de Coimbra é uma das 3 mais antigas universidades da Europa e a faculdade de direito é considerada uma das quatro mais importantes do Mundo.

O título dado a Lula soma-se a mitos outros concedidos aos ex líderes brasileiros em reconhecimento aos seus trabalhos e são frutos dos reconhecimentos dos quais nossos líderes tem galgado no cenário internacional.

Em Portugal, Lula dedica título “honoris causa” a Alencar

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou o prêmio recebido na Universidade de Coimbra ao amigo José Alencar. Depois da cerimônia, Lula voltou ao Brasil acompanhado da presidente Dilma Rousseff.

Os brasileiros que estudam na Universidade de Coimbra recepcionaram o ex-presidente. Seguindo a tradição, eles colocaram as capas pretas no chão para que servissem de tapete durante a passagem de Lula.

Assim começou o dia em que o ex-presidente Lula receberia o titulo de Doutor Honoris Causa. Um dia especial para Lula com sentimentos diferentes misturados. Alegria pela homenagem, tristeza pela morte de José Alencar.

Dilma Rousseff chegou logo depois. Foi recebida pelo presidente de Portugal Cavaco Silva e pelo primeiro ministro José Sócrates. Além da festa dos estudantes brasileiros, encontrou manifestantes contrários à construção da usina de Belo Monte.

A cerimonia começou com o cortejo colorido. Lula e Dilma deixaram a biblioteca ao lado dos doutores de Coimbra. O ex-presidente foi o primeiro a discursar. Lembrou das conquistas sociais e econômicas do governo dele e fez questão de prestar homenagem ao ex-vice-presidente José Alencar.

Em latim, lula ouviu a titulação. Recebeu o anel de doutor e colocou a borla – chapéu que representa sabedoria. Logo após a cerimônia, Lula e Dilma tomaram um avião para Lisboa, de onde partiram de volta ao Brasil para acompanhar o velório do ex-vice-presidente José Alencar.

Críticas ao mundo desenvolvido e apoio a Portugal dominaram viagem de Dilma

Os três dias de viagem a Portugal da presidente Dilma e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que acabou encurtada pela morte de José Alencar, teve duas constantes: críticas aos países desenvolvidos e às instituições multilaterais e a possibilidade de o Brasil ajudar os portugueses a saírem da crise financeira. Nenhuma decisão concreta, porém, foi anunciada publicamente.

Lula deu o tom do que falaria logo na segunda-feira à noite, após um jantar com o premiê José Sócrates e o ex-presidente Mario Soares, ambos do Partido Socialista. Com Portugal muito próximo de tornar-se o terceiro país da zona euro a sofrer intervenção pelo FMI, Lula fez críticas ao fundo.

“O FMI não resolve o problema de Portugal, como não resolveu o problema do Brasil, como não resolveu outros problemas. Toda a vez que o FMI tentou cuidar das dívidas dos países, o FMI criou mais problemas do que soluções”, disse.

Na terça, após receber o prêmio Norte Sul do Conselho Europeu, o ex-presidente voltou ao tema da crise portuguesa. Dessa vez, o alvo foi a forma como o núcleo duro da Europa deixou, em sua opinião, que a especulação financeira se espalhasse pelos países mais fracos da União.

“Acho que o chamado bloco economicamente mais forte da Europa demorou para ajudar a Grécia. Demorou muito tempo, permitiu que a especulação migrasse para outros países e eu não acho isso correto”, afirmou. Lula defendeu também que os bancos europeus deveriam colocar dinheiro o mais rápido possível sem cobrar “as taxas de juros exorbitantes que estão querendo cobrar.”

A especulação financeira já tinha sido seu alvo um pouco antes, durante o discurso no Parlamento na entrega do prêmio. Para Lula, ela é causa, juntamente com uma ordem econômica internacional injusta, de rancores e mesmo de xenofobia. Lula ainda considerou “frouxos” os parâmetros de regulação do sistema, e atacou a especulação sobre commodities.

As barreiras comerciais foram outro tema comum. Dilma, em entrevista a uma TV portuguesa que foi ao ar no dia de sua chegada, falou sobre a triangulação que o Brasil está fazendo para driblar o protecionismo norte-americano. “Uma das formas de você chegar nos Estados Unidos pode se dar de maneira mais longa. Pode exportar para a China e ela exportar para os EUA.” A China é hoje o principal parceiro comercial brasileiro.

Já Lula foi mais direto. Defendeu o avanço da Rodada de Doha, com redução e mesmo a extinção das barreiras comerciais.

Conselho de Segurança
Portugal, que hoje também ocupa uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança da ONU, é defensor de uma vaga permanente para o Brasil. Com o assunto na pauta de Dilma, Lula partiu para o ataque sobre a falta de representatividade da instituição.

Em seus dois discursos em solo português – durante o prêmio Norte Sul e no doutoramento na Universidade de Coimbra – o ex-presidente defendeu a reforma do Conselho para refletir a nova geopolítica mundial.

Dilma também tratou do assunto. Na entrevista à TV afirmou que “o Brasil hoje é uma nação que, pela sua própria situação no mundo e pelo que atingiu, tem todas as condições de pleitear” o órgão.

Lula ainda criticou diretamente o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Perguntado se queria fazer parte da reforma da organização, o ex-mandatário negou. Mas disse que é preciso que o cargo seja ocupado por alguém mais “atuante que o atual”.

Dívida portuguesa

Na terça-feira, em meio à visita, a Standard & Poor’s baixou o rating dos títulos da dívida portuguesa pela segunda vez em uma semana, para “BBB-”. A notação é apenas um degrau acima do da chamada “lixo”, na qual se encontram os papéis da Grécia.

O fato veio aumentar a pressão, refletida pela imprensa portuguesa, para que o governo brasileiro comprasse os papéis portugueses. Lula pregou solidariedade a Portugal desde sua chegada, mas também que a questão deveria ser tratada diretamente com Dilma.

A presidente falou sobre o assunto na terça-feira à noite, mas sem dar uma definição. Disse que o Banco Central do Brasil, por regra, só compra títulos com notação triplo A – muito acima, portanto, da condição dos portugueses. Porém, abriu a possibilidade, afirmando que papéis pior avaliados podem ser comprados em outras condições, por exemplo, com uma garantia real.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Fazenda para perguntar sobre montantes de títulos da dívida portuguesa detidos pelo Brasil, mas não obteve resposta. Em dezembro, o Ministro das Finanças de Portugal reuniu-se com seu colega brasileiro, Guido Mantega, para falar sobre o tema.

O premiê Sócrates e o presidente de Portugal, Cavaco Silva, evitaram a todo o custo tocar no assunto em Coimbra nesta quarta-feira (30/03). Sócrates afirmou que não gostaria de tratar de outra coisa que não o doutoramento de lula.

Abreviação

A morte do ex-vice-presidente José Alencar também veio abreviar a visita de Dilma a Portugal. Logo após a cerimônia de doutoramento de Lula, ela tomou um avião para Lisboa e, em seguida, partiu para o Brasil.

Pelo cronograma inicial, Dilma seria recebida hoje em um jantar pelo presidente da República. Nesse encontro, segundo o embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, ela teria oportunidade para conversar com outras lideranças políticas. Entre elas, deveria estar o líder do Partido Social-Democrata, Pedro Passos Coelho, pré-candidato a premiê, e que pode substituir Sócrates nas eleições antecipadas, que deverão ser marcadas para junho.




Fonte: Plano Brasil com Agências de notícias - Parceiro GeoPolítica Brasil
Texto e foto: E.M. Pinto
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quarta-feira, 30 de março de 2011

Dilma afirma que Brasil pode ajudar Portugal, mas exige garantias

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, em Coimbra, que o Brasil poderá ajudar economicamente Portugal, mas condicionou a possível compra de títulos da dívida portuguesa à apresentação de garantias de pagamento.

A afirmação foi feita antes do cancelamento dos encontros que ela teria na tarde desta quarta-feira, em Lisboa, com o primeiro-ministro português, José Sócrates, e com o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, nos quais a questão de uma possível ajuda poderia ser discutido. Os encontros foram cancelados após a presidente decidir antecipar seu retorno a Brasília por causa da morte do ex-vice-presidente José Alencar.

Portugal enfrenta grandes dificuldades financeiras desde o início da crise das dívidas soberanas na Europa.

Segundo Dilma, a legislação brasileira sobre o uso das reservas do governo limitam a possibilidade da compra dos títulos da dívida portuguesa ao exigir que eles tenham classificação AAA pelas agências de risco, considerada a mais segura.

Na terça-feira, os títulos da dívida portuguesa tiveram sua avaliação rebaixada pela agência de classificação de risco Standard & Poors, perdendo o nivel AAA. Na semana passada, as agências Fitch e Moodys já haviam rebaixado os títulos portugueses.

"A única alternativa que vimos para esse caso é a possibilidade de comprar títulos que não são AAA com garantias”, afirmou Dilma. “Ou garantia real, ou de algum ativo que supra essa deficiência. Isso é uma questão de negociação", disse.

Segundo a presidente, o governo brasileiro "fará tudo o que for possível para ajudar Portugal, mas dentro da nossa legislação".

"Queremos sempre ajudar, porque Portugal não é um parceiro qualquer do Brasil", disse ela, citando os laços históricos e culturais entre os dois países.

Dilma disse ainda não ter recebido nenhum pedido formal de ajuda de Portugal, mas admitiu que já houve consultas sobre a possibilidade. "Já houve várias discussões a respeito, mas nada conclusivo", disse.

Mal-estar

O principal motivo da visita de Dilma a Portugal é prestigiar a cerimônia de entrega do título de honoris causa da Universidade de Coimbra a Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta quarta-feira.

Mesmo após receberem a notícia da morte de José Alencar, Dilma e Lula decidiram ficar para a cerimônia e retornar a Brasília somente no final da manhã.

Durante a curta entrevista que concedeu pouco após uma visita à universidade, na tarde desta terça-feira, Dilma negou que haja um mal-estar entre ela e o ex-presidente.

As mudanças de rumo adotadas pelo governo de Dilma na política externa brasileira são vistas por muitos analistas como um possível motivo de discórdia entre os dois.

"O mal-estar é de vocês", disse ela ao ser questionada sobre o assunto. "Eu e o presidente Lula não temos nenhum mal-estar", afirmou.

"Vocês podem tentar tudo, mas é impossível separar a minha trajetória da trajetória do presidente Lula", afirmou, advertindo: "Isso não significa que eu e ele sejamos as mesmas pessoas".

Segundo ela, os dois vêm se encontrando regularmente, a cada 15 dias. "Sempre temos muito o que conversar", disse Dilma.

"Tenho com o presidente Lula um acúmulo de experiência comum que para mim é muito importante. Ele para mim é um grande interlocutor", afirmou. "O presidente Lula é um estadista, praticamente reconhecido no mundo inteiro", disse.

"Estou hoje aqui principalmente porque acredito que é uma homenagem merecida (a Lula)", disse.

Fonte: BBC Brasil
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quinta-feira, 3 de março de 2011

Ministra de Exteriores da Espanha visitará Brasil em 24 de março

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chanceler da Espanha, Trinidad Jiménez, fará uma visita ao Brasil no dia 24 de março, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

Trinidad chegará a Brasília no dia 23 e no dia seguinte será recebida pelo ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota, na que significará a primeira reunião de alto nível entre representantes de ambos os países desde a posse da presidente Dilma Rousseff, na qual a Espanha esteve representada pelo príncipe Felipe de Astúrias.

Fontes consultadas pela Agência Efe disseram que a agenda a ser tratada por Trinidad e Patriota "ainda não foi fechada", mas anteciparam que serão abordadas, principalmente, as relações comerciais e econômicas, já que ambos os países conferem um interesse especial ao assunto.

A Espanha é um dos principais investidores estrangeiros no Brasil, com capitais acumulados em torno de US$ 40 bilhões.

Fonte: EFE
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Brasil proíbe a parada de um navio da Marinha britânica que se deslocava para as Malvinas

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Como ocorreu com o Uruguai em setembro passado, o governo do Brasil proibiu a entrada no porto do Rio de Janeiro do patrulheiro da Royal Navy com destino as ilhas Malvinas.

Fontes diplomáticas confirmaram o incidente. Em Buenos Aires, as autoridades dizem que estão perfeitamente “satisfeitos”, mas evitaram fazer declarações públicas que possam embaraçar o Brasil, ao preparar uma visita da nova presidente do país, Dilma Rousseff em 31 de janeiro próximo.

Segundo o jornal Clarín, o navio em questão é o HMS Clyde, que realiza missões de vigilância marítima na zona da ilha controlada pelos britânicos. O Chile or sua vez autorizou a permanencia do navio em seus portos.

A Embaixada do Reino Unido em Buenos Aires informou que: “O Governo do Reino Unido respeita o direito do governo brasileiro em tomar essa decisão. O governo britânico mantém relações estreitas com o Brasil e o tratado de cooperação e de defesa assinado em setembro é um bom exemplo da força destas ligações.

Esta é a primeira vez o Brasil proibiu uma paragem de um navio britânico com destinoa o arquipélago desde o fim doconflitono atlântico sul. O Uruguai já rejeitou duas vezes uma parada de navios de guerra britânicos no porto de Montevidéu, em apoio dos pedidos da Argentina.

Fonte: Le portail des Sus-marins via Plano Brasil
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ministro da Defesa ataca estratégia militar de EUA e Otan para o Atlântico Sul

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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez um forte ataque às estratégias militares globais dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental), afirmando que nem o Brasil nem a América do Sul podem aceitar que "se arvorem" o direito de intervir em "qualquer teatro de operação" sob "os mais variados pretextos".

Ele criticou em especial a proposta ventilada nos EUA de "cortar a linha" que separa o Atlântico Sul do Norte para criar o conceito de "bacia do Atlântico".

Lembrou que os EUA não firmaram a Convenção sobre o Direito do Mar da ONU e portanto "não reconhecem o status jurídico de países como o Brasil, que tem 350 milhas de sua plataforma continental sob sua soberania".

"Como poderemos conversar sobre o Atlântico Sul com um país que não reconhece os títulos referidos pela ONU? O Atlântico que se fala lá é o que vai à costa brasileira ou é o que vai até 350 milhas da costa brasileira?"

Também referiu-se a uma "alta autoridade" americana que defendeu "soberanias compartilhadas" no Atlântico. "Ao que nós perguntamos: qual é a soberania que os EUA querem compartilhar, a deles ou a nossa?"

Jobim falou na abertura da 10ª Conferência do Forte de Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à Democracia Cristã alemã, para criar um "diálogo" entre América do Sul e Europa em segurança.

Em resposta ao alemão Klaus Naumann, ex-diretor do Comitê Militar da Otan, que disse que a Europa é o "parceiro preferencial" de que os EUA necessitam para manter seu papel dominante no mundo, o ministro disse: "Não seremos parceiros dos EUA para que eles mantenham seu papel no mundo".

Também criticou o embargo a Cuba e defendeu o direito da Venezuela de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. "A política internacional não pode ser definida a partir da perspectiva do que convém aos EUA."

Ele afirmou que a Europa "não se libertará" de sua dependência dos EUA e por isso tende a sofrer baixa em seu perfil geopolítico. O da América do Sul tenderia a crescer, pelo crescimento econômico e os recursos naturais, água inclusive, de que dispõe em abundância, enquanto escasseiam no mundo.

O Brasil e o subcontinente devem "construir um aparato dissuasório voltado para ameaças extrarregionais" que lhes permitam "dizer não quando tiverem que dizer não", completou.

O ministro lembrou que alguns países europeus são "parceiros" do reaparelhamento militar brasileiro, caso da França. Mas advertiu: "As chances de cooperação nesse campo serão tanto maiores quanto menor for o apoio da Europa a esquemas diplomático-militares que venham a entender como tentativa de reduzir a margem de autonomia do Brasil".

Fonte: Folha
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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Noruega reforçará presença diplomática no Brasil

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A Noruega decidiu fechar em 2011 suas embaixadas em Nicarágua, Colômbia e outros três países com o objetivo de liberar recursos para reforçar sua presença diplomática no Brasil e em nações asiáticas, informou nesta terça-feira a delegação nórdica em Manágua

"Estamos vendo uma mudança no poder econômico e político para o sul e o leste, e sobretudo para a Ásia, que está adquirindo um papel mais destacado. (...) Portanto, (Oslo) decidiu aumentar a presença diplomática da Noruega nessas regiões", afirmou a embaixada em um comunicado.

"Cinco missões serão fechadas: Abidjan (Costa do Marim), Bogotá (Colômbia), Dili (Timor Oriental), Liubliana (Eslovênia) e Manágua (Nicarágua). Os interesses noruegueses nesses países estarão a cargo de outras missões nas regiões", completou, indicando que o fechamento ocorrerá durante 2011.

Por sua vez, a chanceleraia nicaraguense informou que o embaixador norueguês em Manágua, Tom Tyrihjell, informou na segunda-feira esta decisão ao ministro de Relações Exteriores, Samuel Santos.

"O embaixador informou que a decisão obedece a necessidade de corte de seu serviço no exterior, devido a razões orçamentárias", indicou a chancelaria em uma nota de imprensa.

Completou que o embaixador informou que "os compromissos adquiridos no âmbito da cooperação bilateral serão cumpridos nos termos estabelecidos" com Manágua.

A Noruega foi uma importante cooperante da Nicarágua em projetos de energia sustentável, preservação do meio ambiente, direitos humanos e planos sociais, entre outros.

Fonte: AFP
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Brasil e o protecionismo Europeu

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A seguir irei postar um comentário muito interessante de um de nossos leitores, comentário sobre a matéria França ataca acordo com o Mercosul:

O Brasil deve reajir a sistemática política de Estado do governo francês ao subsidiar os seus agricultores em detrimento do princípio da livre concorrência frente ao Mercosul. Devido as suas peculiaridades, é fato que o setor agrícola mereça em todas as economias do mundo, incluindo a brasileira, um certo “guarda-chuvas” protetor estatal através da aplicação de salvaguardas e incentivos governamentais. Entretando, o que se constata nos EUA e na Europa é uma verdadeira reserva de mercado.

É evidente que Christian Estrosi e Bruno de La Mira, enquanto Ministros da Indústria e da Agricultura, estão afinados em torno de um discurso que reflita mais que uma política de governo. Logicamente, reflete a política do Estado francês com certeza avalizada por Nicolas Sarkozy. Portanto, o Brasil também precisa impor ações de Estado pragmáticas alinhadas com suas estratégias geopolíticas, incluindo aí a nova Estratégia Nacional de Defesa. Longe de vislumbar qualquer tipo de retaliação ou estimular sentimentos xenofóbicos, torna-se estrategicamente icompatível a aquisição de caças franceses através do Programa FX-2 em coexistência com a manutenção de pesadas tarifas agrícolas alfandegárias da UE liderada pela França.

Devemos lembrar que nos anos 80 – durante a nossa chamada “década perdida” – o Brasil também sofria com a falta de competitividade, seja agrícola ou industrial e, diante disso, europeus e americanos expandiram os seus tentáculos na economia brasileira angariando lucros extraordinários. Agora o momento histórico-econômico é inverso e o que vemos? Vemos um ferrenho protecionismo europeu e americano! Mas, felizmente, o “gigante adormecido” começa a acordar!

Autor: BRAÇO FORTE leitor do GeoPolítica Brasil em comentário
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domingo, 6 de junho de 2010

Crise europeia ajuda a reduzir excesso de crédito na economia do Brasil, diz Mantega

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Nesta entrevista exclusiva à Folha na cidade portuária de Busan no sábado à tarde (12 horas mais que o horário de Brasília), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um balanço do encontro de ministro de finanças e presidente de Bancos Centrais do G20, disse que a crise europeia não ameaça o Brasil e negou que o governo tenha cortado gastos sociais para conter o superaquecimento da economia.

G20

Esse G20 enfrenta duas questões básicas: uma, a crise da União Europeia, que nada mais é do que uma segunda onda de crise depois da crise de 2008, e a preparação da reunião dos líderes, que se dará em Toronto neste mês.

A ocorrência da crise europeia, que é uma crise da dívida soberana dos países, é um desdobramento da crise financeira. Até certo ponto era esperada, porque os Estados absorveram os problemas do setor privado, se endividaram para fazer políticas anticíclicas e agora se defrontam com problemas de dívida soberana. Essa questão se agravou um pouco nos últimos meses porque os países não foram tão rápidos no equacionamento dela, e o G20 tem uma responsabilidade de ajudar o encaminhamento dessa crise, já que os europeus têm dificuldade em fazê-lo, que cada um fica olhando mais os seus interesses individuais, deixaram a crise se alastrar.

As ações do G20 são importantes porque ajudam a atenuar essa crise europeia e impedir que ela se alastre. É uma crise sob controle, porque foi equacionada, os países europeus resolveram fazer um esforço para combatê-la, resolveram colocar dinheiro e desenvolver os instrumentos, que, a meu ver, são eficazes. Eles estão trabalhando com rapidez. Eu falei com o presidente do Banco Central europeu [Jean-Claude Trichet], que me disse que a pressão por liquidez já diminuiu.

O BC foi fundamental porque é o que tem mais agilidade para atuar nesse tipo de crise. Até você arrumar um pacote de 100, 150 bilhões de euros, demora muito tempo. Então quem tem de fato poder na mão para dar liquidez ao mercado é o BC europeu, e felizmente ele o fez, com a presteza necessária. Ele resgatou títulos da dívida soberana e mesmo títulos privados. Com isso, manteve a liquidez e não deixou nenhum inadimplemento. E ele relatou que, no início a pressão era maior por liquidez e que na última semana essa pressão diminuiu, mostrando que a crise estava sob controle.

De qualquer forma, a crise da dívida tem como contrapartida os bancos europeus. São os bancos europeus que detêm essa dívida. Se você deixar a coisa se aprofundar, você entra de novo numa crise de confiança no sistema financeiro, e é isso que deve ser evitado.

Então, além das medidas que os europeus tomaram, eles estão dizendo que estão cumprindo os prazos que eles estabeleceram, ou seja, liberaram 60 bilhões de euros imediatamente, deram dinheiro que a Grécia precisava para enfrentar os vencimentos, e agora estão finalizando um fundo de 450 bilhões de euros. Agora, estão sendo rápidos, depois de terem titubeado, os alemães principalmente, eles cederam e agora estão equacionando.

Isso coloca duas questões: primeiro a necessidade de apressar as providências que foram determinadas nos G20s anteriores e que ainda não foram concretizadas, e aí a constituição do fundo chamado NAB ["novos acordos para empréstimo", na sigla em inglês]. Fiz uma colocação para os colegas do G20 de que havia necessidade de que todas as medidas que nós tínhamos aprovado no G20 tinham de ser concretizadas. A primeira delas era suprir fundos ao FMI para que ele pudesse a enfrentar a crise anterior e esta. A crise anterior está sob controle, mas mesmo assim você vê que pipocou a Hungria.

O FMI tem US$ 250 bilhões, que seriam insuficientes para enfrentar a crise de 2008. Entre as decisões que tomamos de fazer aporte ao Fundo Monetário combinamos de estabelecer uma conta de US$ 540 bilhões no NAB. Só que, de 38 países que haviam se comprometido a participar dessa conta, apenas seis países já o fizeram. Está certo que são países importantes, os Estados Unidos, o Japão, a China e agora o Brasil. Mas então pedimos para acelerar a colocação de dinheiro no NAB.

A outra providência importante, para que seja mantida a confiança nos mercados e nos bancos, é que se aprove a regulamentação financeira. Houve várias falas nesse sentido, inclusive a minha, de que nós pudéssemos preparar uma regulamentação financeira mínima de consenso para que fosse levada e aprovada em Toronto. Seria aproveitar a experiência do FSB (Comitê de Estabilidade Financeira, na sigla em inglês], que vem trabalhando nisso, mais dos Bancos Centrais, e estabelecer quatro ou cinco regras ou condicionantes que todos os países aceitariam, se comprometeriam, independente de fazerem cada um a sua regulamentação financeira de acordo com as suas necessidades.

Quais são essas condicionantes? Aumentar a exigência de capital para as instituições financeiras proporcional aos riscos que elas tomam. Por exemplo, um hedge fund, que toma um risco maior, tem de ter mais aporte de capital. O FSB fez um estudo que revela que, se você colocar 2% a mais de capital do original, podemos tomar como exemplo Basileia 2, 11%, se você colocar 2% a mais, você diminui o risco de insolvência, de quebra em 15%. Então vale a pena. Tem um custo para os bancos, evidentemente, os bancos têm de imobilizar mais capital, eles estão chiando por causa disso, eles não querem, mas você aumenta a segurança do sistema e evita outro tipo de gasto, que você teria se você tiver de socorrer bancos ou administrar alguma massa falida.

A segunda condição: controlar os derivativos. Dar mais transparência e controlar as operações derivativas. Evitar os derivativos de balcão, que não são registrados. Portanto, torná-los conhecidos, como já temos no Brasil.

O princípio é diminuir os riscos das operações financeiras, aumentar a transparência e a supervisão. O outro ponto é aumentar a supervisão bancária, a supervisão sobre todos as operações financeiras.

Um outro ponto importante é fazer testes de stress. E agora fazê-lo nos bancos europeus, como foi feito nos EUA. Você pega uma instituição financeira, avalia os ativos que ela possui e avalia os ativos de risco e de não-risco. Por exemplo, você fez empréstimos em qualidade A, B ou C. Se você tem empréstimos de qualidade C, ou seja, de risco maior, você verifica se ela tem um capital correspondente, senão tem de provisionar mais capital. E aí você pega os ativos de melhor qualidade e dão um default, se a instituição aguenta, tem capital para aguentar. Está sendo preparado um teste de stress para as principais instituições europeias, o que é muito bom porque funcionou nos EUA. Quando você faz um teste de stress, você chega à conclusão: o banco A tem capital suficiente, portanto, é mais seguro. O banco B não tem, então ele tem de se capitalizar para se manter atuando.

Foram discutidas também as agências de classificação de risco. Foi discutido também um código de conduta para as agências de classificação de risco. Elas foram, em parte responsáveis pela crise, porque elas avaliaram mal os riscos que estavam envolvidos nas operações. Então, nós discutimos isso nos BRICs e também no G20 foi feita essa recomendação, que as agências de risco sejam submetidas a uma espécie de regulamentação para que elas sejam a base mais confiável, e não que elas façam algum tipo de manipulação de dados.

Com esses princípios básicos, poderíamos garantir a confiança maior do sistema financeiro, diminuir a possibilidade de risco. ou seja, você dificulta operações de risco, torna as operações mais transparentes. E com isso é possível evitar novas crises.
O resultado de tudo isso é um aumento da confiança, de modo que o crédito seja restabelecido. Porque até agora o crédito, em nível internacional, não foi totalmente restabelecido.

Eu fiz a proposta: cada país possui determinadas preocupações com relação aos bancos. Por exemplo, os EUA têm uma preocupação quanto ao tamanho dos bancos. A reforma que eles estão tentando aprovar no Congresso é para diminuir o tamanho dos bancos. Eles querem separar atividade de investimento e atividade de crédito, banco de investimento e banco de crédito. Essa é uma questão específica deles.

Uma questão que não foi consensual é de estabelecer uma tarifa sobre as operações financeiras. Há um racha forte entre países emergentes, que não tiveram problemas na crise do subprime, porque os seus ativos financeiros eram sólidos e, portanto, não foram penalizados. Os Orçamentos públicos não sofreram por causa disso, os governos não tiveram de colocar dinheiro, então esses mercados são as economias que em geral já têm mais regulamentação financeira. É o caso do Brasil, da China, da Índia, mas também Canadá, Austrália, países que não entraram nesse risco, não tiveram esse prejuízo e que têm já tarifas diferenciadas, taxas diferenciadas. A maioria desses países tem mais taxa sobre o setor financeiro. É o caso do Brasil, que tem taxas que os outros não têm sobre o setor financeiro. Nós cobramos um imposto de renda diferenciado no Brasil sobre o setor financeiro. Então se chegou a um consenso que não dá para ter uma regra única, cada país deverá trilhar o seu caminho. Os europeus continuam tentando, nada impede que eles o façam com os seus ativos.

AGENDA MÍNIMA PARA A REFORMA FINANCEIRA

O FSB já vem trabalhando há vários meses na agenda financeira. Então já tem quase pronta uma proposta de regulamentação financeira. Só que a proposta deles é mais completa e mais complexa. A nossa posição é que, se você buscar uma agenda muito complexa, é muito difícil ser aceita pelo conjunto de países. É mais fácil você procurar um mínimo denominador comum, que são princípios básicos, como aumentar a necessidade de capital, diminuir o nível de risco, controlar derivativos, isso a maioria concorda.

Não se chegou a uma conclusão em relação a isso, embora houvesse várias falas a favor da regulamentação. Praticamente todos falaram em favor da regulamentação. O timing ainda não está muito claro, se vai ou não ser aprovado na próxima reunião. Enfim, ficaram de reunir, discutir mais. O FSB é uma comissão permanente, nós temos representantes nela, que trabalham lá para definir esses mecanismos de regulamentação etc.

AJUSTE FISCAL NA EUROPA

Um outro ponto importante é discussão do ajuste das economias europeias. E aí há uma polêmica. Há aqueles que querem fazer um forte ajuste fiscal, privilegiando a redução do deficit público e da dívida e deixando o crescimento para o segundo momento. Em geral, são os países europeus, a Alemanha, países mais conservadores, que têm um forte problema, e outros países que acham que é importante garantir o crescimento nesse processo de ajuste. Você tem de fazer um ajuste fiscal, porém não perder de vista que o crescimento é uma maneira de fazer ajuste fiscal. Isso eu coloquei explicitamente. Eu fui um dos principais defensores desse ponto de vista. [O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy] Geithner tem posição semelhante. Ele falou que não devemos entrar numa "histeria fiscal". E é um pouco a posição que compartilhamos.

PAÍSES EMERGENTES E AVANÇADOS

Uma outra questão que foi discutida é que tem um tema no G20, no Fundo Monetário, é o chamado "framework", que é a perspectiva de reequilibrar as economias, eliminar os desequilíbrios entre os países. Constatou-se que houve uma avanço desse sentido desde a crise de 2008. Os equilíbrios diminuíram entre países. Por exemplo, os países que tinham um superavit comercial muito elevado diminuíram o superavit, e os países que tinham um deficit muito elevado diminuíram o deficit. Acontece que os países que tinham uma situação comercial melhor eram justamente os emergentes. China, Brasil, Coreia etc. O que foi constatado é que os países emergentes reduziram os seus superávites e abriram espaço para a melhoria da situação cambial, da situação comercial dos países avançados. Houve um avanço. A China, por exemplo, diminuiu o seu superavit comercial, chegou a ter um pequeno deficit dois meses atrás. O Brasil diminuiu.

Todos os países que mantiveram um crescimento mais elevado acabaram alimentando as atividades dos países de crescimento mais baixo, que são justamente os países avançados. Então houve quase uma inversão, porque teoricamente deveria ser os países avançados ajudando os países emergentes. Desta vez, os emergentes ajudaram a reequilibrar os países avançados. Porém o que foi dito é que nós não podemos deixar uma inversão de situação, não podemos levar isso ao paroxismo. Senão o que vai acontecer é que amanhã os países emergentes terão desequilíbrios de contas externas, e os países avançados vão fazer um ajuste à custa dos países emergentes. Essa crise da União Europeia agrava essa situação à medida que reduz o ritmo de crescimento da Europa. Quem tem crescimento mais alto acaba importando mais e exportando menos.

YUAN DESVALORIZADO

O Geithner, na fala dele, mencionou que esperava que a China mantivesse uma flexibilidade cambial de modo a equacionar essa situação. Então, veja, se colocaram duas posições. Uma posição dos que somos favoráveis a diminuir os desequilíbrios, mas não a ponto de inverter os termos da equação e fazer com que os países emergentes fiquem desequilibrados para beneficiar os países avançados que se desequilibraram.

DIMENSÃO DA CRISE EUROPEIA

A crise é séria, mas ainda está circunscrita à União Europeia, ainda não chegou a influenciar outros mercados. Ela não se tornou uma crise mundial. Ela traz algumas consequências mais periféricas para os outros países porque sempre diminui o fluxo de crédito. Mas, segundo o presidente do BC europeu, eles controlaram a situação e estão alimentando a demanda de crédito. Então não haverá default, não haverá maiores problemas. Porém é possível que eles dêem continuidade às medidas que eles acertaram.
A criação desse fundo é complicado porque é condicional. Um país pode descontar um título soberano se ele entrar num processo de ajustamento, ou seja, condicional. O que eles fizeram é muito rigoroso do que o Fundo Monetário fez naquela linha de crédito que ajudamos a criar, que não é condicional. Mas é claro, não é condicional, mas empresta para países que estavam sadios. Como, no caso europeu, os países estavam desequilibrados, eles exigem que, para um país poder acessar esse fundo de 440 bilhões de euros, ele aceite uma carta de condições, ele assine um compromisso de condições com as quais vai ele fazer ajustes. Ele só vai receber o dinheiro, só vai poder trocar os títulos fazendo ajustes nas economias.

A impressão que se tem é os organismos financeiros sabem o que fazer, o Banco Central europeu tem clareza do que tem de fazer e está agindo. Já os governos europeus não têm essa mesma clareza. E se defrontam com problemas políticos na implementação dos ajustes. Então os ajustes que têm para fazer tem influências políticas fortes. Por exemplo, a demora da Alemanha em resolver o problema da Grécia se deveu à resistência da população alemã em ajudar um país que, teoricamente, tinha praticado desequilíbrios fiscais. Há algumas complicações políticas para que todo esse conjunto de medidas seja concretizado. Não é dos organismos, os organismos sabem o que fazer, é mais dos governos, que têm menos clareza e se defrontam com dificuldades políticas.

IMPACTO DA CRISE EUROPEIA NO BRASIL
Em primeiro lugar, o impacto provocou uma saída de capitais da bolsa, ativos de renda variável saíram com maior velocidade do país. Segundo, a dificuldade de empresas que tinham planejado fazer abertura de capital, chamada de capital, terão dificuldades. Essas empresas terão de adiar os seus planos, portanto, terão menos crédito à disposição. Há uma diminuição de crédito na economia brasileira em razão dessa crise.

Eu acredito que isso também reduza os investimentos que se pretendiam fazer. Algumas economias que iam fazer investimentos no Brasil não terão recursos disponíveis.

E o quarto é o retardamento da recuperação do comércio internacional e do comércio para o Brasil. Se as economias europeias vão crescer menos, significa que importarão menos produtos brasileiros.

Isso caminha no sentido de diminuir o volume de crédito e do investimento da economia brasileira e do comércio. Tem uma influência pequena, não é fundamental, mas essa situação encontra a economia brasileira num momento muito favorável, está sobrando crédito no país, portanto, uma pequena redução de crédito nesse cenário não é necessariamente maléfica, até atenua um pouco o excesso de crédito que temos hoje na economia brasileira.

GASTOS SOCIAIS

Não há corte de gasto social. Nenhum programa social foi afetado, nem investimento nem programa social. O que foi afetado é gasto de custeio. E gasto de custeio tem em todos os Ministérios. Houve uma interpretação errônea porque disseram: "Estão cortando dinheiro da educação". Mas não é nenhum programa de educação, todos estão intactos. Apenas se cortou custeio. Mas é assim que se faz, não tem contingencionamento sem dor. Mas ou se faz ou não se faz.

Achei estranho até que o candidato [tucano, José] Serra tenha criticado o contigenciamento. Primeiro, ele tinha falado que a gente ia cortar espuma, agora ele criticou porque estamos fazendo de fato, pra valer, e aí ele reclama porque foi feito, aparentemente, um corte no gasto social. Não foi feito no gasto social.

REFORMA DOS ORGANISMOS MULTILATERAIS

A crise europeia não atrapalhou, pelo contrário. A crise europeia coloca a necessidade de você de fato continuar as reformas e as medidas que foram estabelecidas. O risco que havia no G20 é que, como a situação econômica mundial estava se recompondo, há uma tendência a você relaxar, não levar adiante certas medidas, mas a crise europeia mostrou que a crise financeira não está debelada, o que nós temos agora é um subproduto. Então eu diria que a crise europeia reforça a necessidade da existência do G20 e das medidas que têm sido tomadas. Ela exige a necessidade de fazer uma reforma no sistema financeiro, temos logo uma nova arquitetura financeira internacional, e reforça também a necessidade de fazer a reforma do FMI. O que nós estamos vendo é que a Europa perde expressão. O que é a reforma? É diminuir a participação dos países avançados, que têm menos dinamismo, e passar para os países emergentes, com mais dinamismo. Ou seja, justamente os países que estão em crise hoje seriam aqueles mais afetados por essa reforma. A crise só vem confirmar a necessidade de uma reforma e de transferir responsabilidade e importância par os países emergentes.

Os países emergentes estão contribuindo mais do que os outros para o enfrentamento da crise e para superar a deficiência da economia internacional. Nós somos os principais responsáveis pelo crescimento mundial e pela manutenção de um certo nível de comércio. Então, cabe a nós ter uma parcela maior nas cotas do FMI. Então a ideia é antecipar a reforma para novembro. Nós vamos voltar para a Coreia. Em outubro, que tem a primeira reunião preparatória com os ministros, depois a com os presidentes. O objetivo é que se conclua a reforma das cotas em novembro. No FMI, será de 5%, a ser distribuída.

Fonte: Folha
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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lula critica Europa pela demora no socorro à Grécia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira a "toda-poderosa" Europa pela demora de três meses para solucionar a crise da Grécia e por construir um sistema no qual as decisões são tomadas pelos países ricos. Ele também pediu a criação de um sistema de governança econômica mundial.

"Alguém pode me responder por que a Alemanha demorou tanto tempo para ajudar a Grécia? Como pode a toda-poderosa Europa demorar três meses para ajudar a Grécia", questionou Lula durante uma conferência sobre a economia de seu país em Madri.

"Em um momento de crise econômica, temos que ter uma instância multilateral que chame à discussão, porque o G-20 funcionou em um primeiro momento, mas sua influência é muito pequena; não sabemos como o mundo pode continuar sem uma governança global", lamentou.

Lula evidenciou ainda que as decisões no seio da União Europeia "não são coletivas porque afinal de contas os que têm mais dinheiro é que tomam as decisões".

"Por que os países perderam o poder de fazer política monetária e dependem de uma decisão coletiva, que não é uma decisão coletiva e sim individual, por que quem tem dinheiro é quem acaba tomando a decisão?", completou o presidente brasileiro no último ato de sua visita à Espanha.

Lula apoiou o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, ao assegurar que a Espanha "está pagando por uma crise que não é sua e atribuiu isso à falta de controle do sistema financeiro".

A situação da Grécia provocou na zona euro "um pânico que pode se estender para outros países", segundo ele.

Espanha e seu vizinho Portugal "sofrem mais porque são menores, em uma Europa com outros poderosos, mas debilitada pela falta de controle do sistema financeiro", disse ainda, advertindo que "a crise não acabou e não conhecemos seus efeitos".

Fonte: France Presse
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lula chega a Madri para discutir acordo comercial entre UE e Mercosul

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A União Europeia e o Mercosul retomaram oficialmente nesta segunda-feira as negociações de liberalização comercial entre os países de ambos os blocos, que estavam suspensas desde 2004. Após protagonizar em Teerã as negociações sobre energia nuclear, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje à capital espanhola para participar do encontro.

O interesse em reabrir as negociações sobre a criação de uma zona de comércio livre para os dois blocos, que juntos representam 750 milhões de pessoas, tem aumentado desde o começo da crise financeira global, mas qualquer acordo enfrentaria forte resistência do setor agrícola europeu.

"Reabrimos as negociações porque estamos convencidos de que podemos fazer com que levem a um acordo de parceria ambicioso e equilibrado", disse o presidente do braço executivo da União Europeia, José Manuel Barroso, em coletiva após reunião em Madri. Ele afirmou que ambos os lados teriam que fazer concessões para que um acordo seja fechado.

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, afirmou, em entrevista coletiva, que a primeira rodada de negociações será realizada até o início de julho. Este acordo "tem um grande potencial econômico e fomentará também nossas relações políticas", assegurou Van Rompuy.

Embora ele tenha ressaltado que os líderes das duas regiões "estão cientes de que é preciso realizar um grande esforço", ressaltou que ambas as partes dão destaque a "esse compromisso para chegar a uma conclusão dessas negociações".

Este seria "o principal acordo comercial da União Europeia", afirmou o chefe do governo espanhol e presidente rotativo da UE neste semestre, José Luis Rodríguez Zapatero. Segundo ele, o pacto teria potencial estimado em 5 bilhões de euros, entre exportações do Mercosul à UE e vice-versa.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, também participou da entrevista.


Negociações

Quando as negociações foram suspensas, em 2004, os países do Mercosul não estavam satisfeitos com o acesso restrito oferecido aos mercados agrícolas europeus.

Na época, a UE buscava propostas do Mercosul para a abertura de seu mercado de telecomunicações e a proteção de indústrias europeias.

Qualquer acordo hoje deverá envolver um corte nas tarifas de importações agrícolas pela UE, em troca de um maior acesso aos mercados de serviços e telecomunicações do Mercosul.

O ministro da agricultura francês, Bruno Le Maire, reiterou nesta segunda-feira que seu país se opõe a um acordo. Autoridades da UE também afirmaram que, caso haja um acordo, ele não deve enfraquecer os avanços das também suspensas negociações comerciais da Rodada Doha.

Fonte: Folha
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