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sábado, 5 de outubro de 2013

Países árabes e da América do Sul querem mais integração em educação

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A II Reunião de Ministros de Educação da América do Sul e Países Árabes (ASPA), que se encerrou nesta sexta-feira em Lima, no Peru, ressaltou a importância da integração a partir da troca de experiências em Tecnologias da Informação e a Comunicação (TIC), cooperação educativa e a aprendizagem de idiomas.
 
Participaram ministros e representantes de 12 países do bloco sul-americano e de 22 nações árabes. Segundo a representante da Secretaria-Geral Adjunta e chefe do Setor Social da Liga de Estados Árabes, Faeqa Alsaleh, os países da região estão interessados na experiência sul-americana de implementação de "conteúdos tecnológicos e dos métodos de ensino aplicados nas instituições educativas".
 
Faeqa ressaltou a importância de os árabes estabelecerem alianças com universidades da América do Sul que impulsionem a pesquisa e a ciência. "É preciso reforçar os métodos educativos e a pesquisa porque são o fundamento para conseguir a paz social", indicou.
 
Na declaração final do encontro internacional, que a Agência Efe teve acesso, foi aprovada a promoção da cooperação entre países das regiões com o objetivo de conseguir desenvolvimento e progresso, promover reuniões ministeriais a cada três anos e adotar e implementar o plano de ação Kuwait, que surgiu na I Reunião de Ministros de Educação Aspa em 2011.
 
Este plano promove a troca de experiências sobre métodos modernos para o ensino, a metodologia e a pedagogia, o uso das tecnologias para a informação e comunicação (TIC), a cooperação em temas de educação superior e o estudo de idiomas como árabe, espanhol e português.
 
Também se reconheceu a importância de promover a universalização de uma educação de qualidade, considerada um direito humano fundamental e inalienável, baseada nos princípios de equidade, igualdade, inclusão, participação, cooperação e respeito.
 
Foi anunciada na reunião a criação de um instituto de estudos científicos e culturais para os países árabes e sul-americanos, que terá sede em Tânger, no Marrocos.
 
Anfitrião do encontro, o Peru exibiu um conjunto de experiências bem-sucedidas sobre a incorporação das TIC ao ensino, assim como uma mostra fotográfica do programa Bolsa de estudos 18, um dos mais emblemáticos do governo de Ollanta Humala.
 
O bloco Aspa é integrado por Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai, Suriname e Venezuela.
 
Também o integram, pelo lado árabe, Marrocos, Tunísia, Líbia, Líbano, Palestina, Jordânia, Síria, Iraque, Kuwait, Bahrein, Catar, Omã, Iêmen, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Somália, Ilhas Comores, Djibuti, Sudão, Egito, Argélia e Mauritânia.
 
Fonte: EFE
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terça-feira, 7 de maio de 2013

Brasileiro vence disputa pela diretoria da OMC

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Roberto Azevêdo foi escolhido pelo comitê de seleção da Organização Mundial do Comércio para ser o próximo diretor-geral da entidade, e o Brasil, pela primeira vez, irá liderar uma das entidades herdadas do sistema de Bretton Woods, um velho sonho da diplomacia nacional. O candidato mexicano, Hermínio Blanco, já ligou para Azevêdo reconhecendo a vitória do brasileiro.
 
Hoje, a OMC concluiu quatro meses de um processo de seleção que envolveu nove candidatos. Azevêdo teria recebido não apenas o maior número de votos, mas também o apoio de países de todas as regiões e diferentes níveis de renda. Essa era a condição para que um candidato fosse escolhido. Na final, Azevêdo superou a votação recebida pelo mexicano, que tinha o apoio de EUA e Europa.
 
Amanhã, o Conselho Geral da entidade ainda precisará chancelar a decisão, oficializando a vitória de Azevêdo. Teoricamente, países poderão vetar o nome do brasileiro. Mas, na prática, a decisão desta terça-feira é considerada como final. EUA e Europa já indicaram que não vetariam o nome do brasileiro, apesar de terem votado pelo México.
 
Pela primeira vez desde o pós-Guerra, um posto de liderança global estará nas mãos do Brasil. A vitória é, para muitos dentro do Itamaraty, uma coroação dos esforços da diplomacia em colocar o País em um posto de protagonismo mundial, ainda que Azevêdo esteja assumindo hoje uma entidade fracassada e com sua credibilidade em seu nível mais baixo.
 
A vitória será também usada como um instrumento para insistir que o Brasil não é apenas o representante dos países emergentes, mas que está pronto e está sendo aceito por todos como uma potência capaz de atender aos interesses de todos, inclusive dos tradicionais polos de poder.
 
Desde o início da crise internacional, em 2008, o Itamaraty e outros países emergentes deixaram claro que havia chegado o momento de que uma das organizações que formam o pilar da economia mundial - FMI, Banco Mundial e OMC - estivesse nas mãos dos países em desenvolvimento.
 
Tradicionalmente, tanto o Fundo quanto o Banco eram territórios de americanos e europeus. Mas, ainda numa das primeiras reuniões do G-20 em 2008, foi estabelecido que a regra havia sido enterrada. A queda de Dominique Strauss Khan do FMI abriu espaço para que, finalmente, um emergente ocupasse o cargo de diretor do Fundo. Mas, uma vez mais, a direção foi para uma francesa, Christine Lagarde.
 
Os emergentes aceitaram, sob a condição de que houvesse um compromisso de que a OMC ficaria longe das mãos dos ricos. Isso, porém, não impediu EUA e Europa de sair em defesa de um nome entre os candidatos dos países emergentes e escolheram justamente o México, país que tradicionalmente tem ligações com EUA e outros países ricos.
 
Azevêdo, porém, conseguiu reunir a grande maioria de votos dos países emergentes, principalmente da África, Oriente Médio e América Latina. O Brasil ainda teve o apoio dos Brics e, acima de tudo, a influência da China sobre seus parceiros.
 
A dúvida ficou em relação ao voto dos países ricos. Americanos, europeus e japoneses apoiaram Blanco. Mas, desta vez, a OMC proibiu que países vetassem nomes. Isso acabou abrindo espaço para o brasileiro, mesmo sem o apoio explícito dos países ricos.
 
Diplomatas americanos e europeus garantiram à imprensa brasileira que não iriam se opor à Azevêdo. Ele assume suas funções em setembro, substituindo o francês Pascal Lamy.
 
Fonte: Estadão
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terça-feira, 2 de abril de 2013

França enfrenta crise e emergentes disputam a operação de sua indústria

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É um fato que demonstra bem a crise que atinge toda a Europa, uma empresa panamenha e uma líbia foram as únicas a oferecer garantas para retomar a operação de uma refinaria de petróleo falida da França. Um sinal de que o velho continente passa por um momento de grandes mudanças econômicas e principalmente no campo indústrial, que enfrenta processos de falência e fechamento de muitas plantas indústriais por todos países do bloco do Euro.

Não se trata apenas da participação ativa dos emergentes na disputa por mercados, ou mesmo efeitos da globalização, mas sim a diluição do poder econômico num mundo que vem enfrentando grandes mudanças no período marcado com o fim da hegemonia da potência norte-americana do pôs-guerra fria, onde o mundo tem experimentado um novo sistema multipolar, deixando para trás a velha bipolaridade e o curto periodo transitório, onde observamos uma breve hegemonia dos EUA, tanto no campo político como economico, mas que não pode se sustentar diante de grandes erros de cunho político-econômico, arrastando o mundo "desenvolvido" para uma poça de incertezas com as especulações e o efeito dominó que incidiu sobre o velho continente. esse novo mundo ainda não tem relações econômicas recíprocas muito bem definidas, e acredita-se que jamais terá. Restando a certeza de um mundo pós-guerra fria um pouco caótico e de muitas incertezas e oportunidades para novos players.

As mudanças seguem em ritmo acelerado, onde quem diria os orgulhosos franceses iriam ter em sua terra pátria  novos patrões vindos de países emergentes.
 
Segue abaixo a reportagem publicada hoje pelo jornal francês "Le Monde":
 
Dois lances considerados admissíveis para a retomada de Petit-Couronne
 
Além da panamenha NetOil   e a líbia Murzuq petróleo, candidatos "surpresa"para retomadas da refinaria ameaçada de fechamento, apenas outras duas empresas apresentaram interesse.

De acordo com informações do sindicato no início da tarde, as ofertas da Líbia Murzuq e da Panamá NetOil para a operação da refinaria de Petit-Couronne (Seine-Maritime) foram consideradas admissíveis nesta  terca-feira (2) pelo tribunal.


Jean-Luc Brouté, secretário-geral da refinaria CGT, disse que os administradores providenciarão uma audiência antes de 16 de Abril no Tribunal de Comércio de Rouen.

Os cerca de 470 funcionários da refinaria Petroplus de Petit-Couronne, perto de Rouen, ameaçada de fechar, dependendo do veredicto do tribunal e do comissário da corte que tinha que decidir até meio-dia desta terça se um ou mais dos candidatos serão capazes de promover a  recuperação.

Além da NetOil panamenha e Murzuq Petróleo da Líbia, que já haviam manifestado-se como candidatos "surpresa", a Oceanmed Seasky System Limited, com sede em Hong Kong e GTSA uma empresa de Luxemburgo, se registraram na sexta-feira para disputar a refinaria que entrou em processo de liquidação em 16 de outubro.

A permanência concedida pelo tribunal para refinaria em janeiro, autorizou a suspensão de suas atividades após o dia 16 de abril, a última data legalmente possível para manter as operações na refinária, o que dá uma curta margem de tempo para que uma nova administração assuma a refinária e a recupere. A refinaria recebeu do tribunal a convocação para uma audiência para nomear um sucessor antes de 16 de abril.

"Carta de intenções, sem conteúdo real"

De acordo com informações, representantes da Oceanmed Seasky System Limited e da companhia petrolífera líbia de petróleo Murzuq estavam preparados financeiramente para as negociações, mas ainda faltavam algumas permissões administrativas. "Exigimos que ao governo para que os tramites sejam acelerados pelos ministérios," para que toda documentação esteja pronta para ser apresentada ao tribunal.

O sindicato também observou que, de acordo as informações, o registro foi finalizado e a NetOil realmente havia se limitado a uma simples "carta de intenções, sem conteúdo real." A reunião do Conselho será realizada na tarde desta terça-feira na refinaria, onde uma reunião da equipe geral será anunciada na quarta-feira (3).
 
Os juízes consulares esperam que os candidatos apresentem garantias não só sobre sua capacidade de fornecer petróleo, mas também modernizar a planta. Sua atualização é estimada entre 400 e 500 milhões de euros. Nenhuma das grandes petrolíferas como ExxonMobil, Total, BP e Shell, estavam interessadas na refinaria de meia idade com a sua capacidade de processamento em torne de 150 mil barris por dia. Eles acreditam que investir na compra de uma refinaria na Europa tem pouco significado, como margens reduzidas e a alta concorrência com os produtos importados.
 
Fonte: GeoPolítica Brasil com agência de notícias
Tradução e adaptação do texto do "Le Monde" - Angelo D. Nicolaci - GBN GeoPolítica Brasil
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domingo, 31 de março de 2013

BRICS: estratégia de bloco

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As resoluções da V cúpula do BRICS, em conjunto com os acordos alcançados nos encontros precedentes deste agrupamento, constituirão a base da estratégia geral de seu desenvolvimento. A lógica do alargamento da cooperação entre os países do BRICS e a influência de fatores econômicos globais impelem de fato estes países à interação em formato de bloco.
 
É necessário destacar em primeiro lugar a Declaração de Ethekwini e o Plano de Ação homônimo, assinados pelos líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O Plano de Ação inclui muitos vetores de atividade conjunta dos países do BRICS ao nível de chefes de diferentes ministérios e contatos regulares entre diferentes grupos de trabalho. O Plano abraça tais novas formas de interação, como a segurança informativa, a luta contra a narcoameaça, a diplomacia pública, a política juvenil, o ensino e muitas outras.
 
Entre os documentos aprovados na cúpula figuram a Declaração sobre a formação do Conselho Empresarial do BRICS e do Consórcio de Centros de Peritagem dos países do BRICS. Foram assinados ainda o acordo multilateral de financiamento conjunto de programas na esfera da “economia verde” e o acordo de apoio a projetos de infraestruturas em África.
 
Os resultados da cúpula do BRICS inspiram esperanças porque os líderes dos cinco países planejam evidentemente desenvolver as relações e institucionalizá-las no futuro, aponta Alexandre Apokin, perito do Centro de Análise Macroeconômica e de Prognósticos de Curto Prazo. Atualmente, trata-se de um secretariado virtual do BRICS e, neste sentido, a integração está na etapa inicial. Os participantes da cúpula não conseguiram formar um ponto de vista único acerca do Banco do BRICS, mas este não é um motivo para pessimismo, disse Alexander Apokin em entrevista à Voz da Rússia:
 
“É necessário destacar um progresso sensível na criação do Banco de Fomento, porque em sua formação estão interessados em certo grau tanto os potenciais devedores, África do Sul e Índia, como os potenciais emprestadores, em primeiro lugar a China. Mas um Banco de Fomento é uma estrutura muito complexa, que não pode ser formada plenamente num ano. Por isso, o acordo de princípio de criar tal instituição significa que, provavelmente, a decisão sobre sua estrutura será tomada nos próximos um ou dois anos.”
 
As intenções do “quinteto” de formar tal banco foram indicadas na nona cláusula da Declaração de Ethekwini, fez lembrar em entrevista à Voz da Rússia o diretor do Clube Empresarial da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), Denis Tyurin:
 
“A meu ver, não é necessário considerar este embaraço provisório como manifestação da incapacidade de os países se entenderem em relação aos problemas econômicos. Vemos claramente que, por exemplo, o problema da formação de um banco de desenvolvimento comum já se discute há vários anos na Organização para Cooperação de Xangai. Mas o processo avança apesar das dificuldades. Esperamos que os países do BRICS, reunidos num formato internacional mais amplo, consigam ultrapassar estes problemas e divergências.”
 
Entretanto, os grupos de trabalho não enfrentam na área financeira apenas a tarefa de elaborar a estrutura do Banco de Fomento. Os líderes dos países do BRICS encarregaram os dirigentes de seus Ministérios das Finanças e Bancos Centrais de efetuar conversações sobre a instituição de um fundo monetário autônomo de 100 bilhões de dólares. A formação de semelhante “rede de segurança” financeira global completará os mecanismos internacionais existentes de proteção financeira.
 
Partindo da lógica de tendências mundiais, torna-se evidente que os países com as maiores economias emergentes são obrigados simplesmente a formalizar a sua associação numa perspetiva de curto prazo. Para junho próximo está marcado o início das conversações entre a União Europeia e os Estados Unidos com o objetivo de assinar já em 2014 um acordo sobre a formação de uma zona econômica global. O projeto recebeu o nome de TAFTA (Transatlantic Free Trade Area), isto é Zona de Comércio Livre Transatlântica. No ano passado, os Estados Unidos dinamizaram o projeto de Parceria Transpacífica (APEC). Os países do BRICS, apesar de terem em muitos aspetos diferentes interesses econômicos e políticos, terão de elaborar uma estratégia de bloco comum, para não serem sujeitos em separado a uma ditadura econômica por parte de Washington, Bruxelas ou Tóquio.
 
Fonte: Voz da Rússia
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quarta-feira, 27 de março de 2013

Assad pede intervenção do Brics na crise síria

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O presidente sírio, Bashar al Assad, pediu aos países emergentes que forçam o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que intervenham para deter a violência na Síria e acabar com o sofrimento de seu povo causado pelas sanções internacionais.

"Peço aos líderes do Brics para que trabalhem juntos para deter imediatamente a violência na Síria e assim garantir o êxito da solução política. Para isso, é necessária uma clara vontade internacional de cortar as fontes do terrorismo, de seu financiamento e armamento", indicou Assad em uma carta ao presidente sul-africano Jacob Zuma difundida nesta quarta-feira pela agência Sana.

"Vocês que procuram propiciar a paz, a segurança e a justiça no trastornado mundo de hoje, concentrem seus esforços para obter o cessar do sofrimento do povo sírio, causado por sanções econômicas injustas, contrárias ao direito internacional, e que afetam diretamente a vida e as necessidades diárias de nossos cidadãos", acrescentou Assad.

Em meados deste mês, a assessora de Assad, Busaina Shaaban, havia dito à AFP ter transmitido a Zuma uma mensagem do presidente sírio a fim de pedir "a intervenção do Brics para deter a violência em seu país e favorecer a abertura ao diálogo".

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu ao Brics, antes do início de sua cúpula, que "coordene iniciativas para encontrar uma solução pacífica para a crise síria".
 
Fonte: AFP
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Brics anunciam criação de banco de desenvolvimento próprio

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Como uma tentativa de se proteger da crise financeira internacional e para desenvolver os países, o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aprovou a criação de um banco de desenvolvimento próprio.
 
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27/03) pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma, na sessão plenária da quinta cúpula anual das cinco economias emergentes, que termina hoje em Durban, na África do Sul.
 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia sinalizado na terça-feira que um banco central dos países seria constituído em 2014. "Fizemos proposta para que o banco dos Brics seja constituído em 2014", afirmou o ministro.
 
O governo brasileiro vem batendo na tecla da necessidade de investimento em infraestrutura como uma forma de estimular o crescimento. A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta, em discurso para os chefes de Estado no encontro dos Brics, que o Brasil vive um momento de renovar e expandir a infraestrutura.
Dilma afirmou que o plano de investimentos brasileiro soma US$ 250 bilhões e que o objetivo é atrair a participação estrangeira. "Pretendemos atrair parceiros para esse investimento", completou, dizendo que esses recursos serão compostos por aportes públicos, privados nacionais e internacionais
Dilma saudou ainda a criação do conselho de empresas dos países dos Brics, com a participação de empresas brasileiras (Banco do Brasil, Weg, Vale, Gerdau e Marcopolo). "O conselho é um mecanismo inovador e vai contribuir para a comunidade de negócios entre países", disse.
 
Acordo
Os ministros de finanças dos Brics também aprovaram na terça um acordo de contingenciamento de reserva comum (CRA, na sigla em inglês) no valor de US$ 100 bilhões. O acordo prevê a criação de um fundo de reservas destinado a socorrer os países do grupo em caso de liquidez.
"O acordo de reservas nada mais é do que um grande acordo de swap entre os países", afirmou Mantega.
O Brasil também assinou nesta terça-feira um acordo para troca de moedas (swap) com a China no valor de US$ 30 bilhões. Segundo o ministro, o acordo implica um relacionamento mais estreito com o país asiático. "O acordo inclui a área comercial, financeira e até aduaneira", disse.
 
Banco do Brics deverá criar mecanismos de apoio mútuo para emergentes
 
A presidente Dilma Rousseff ressaltou nesta quarta-feira (27/3) que a criação do banco do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul) vai colaborar para o desenvolvimento da região e dos países emergentes. Ela discursou duas vezes nesta quarta-feira, na 5ª Cúpula do Brics , em Durban, na África do Sul. Segundo Dilma, o banco é um esforço para instituir mecanismos mútuos de apoio.

“É um banco talhado para as nossas necessidades. Temos de estreitar laços e criar mecanismos de apoio mútuos”, destacou a presidenta. “É um mecanismo de estabilidade que pode criar linhas recíprocas de crédito, fortalecendo a solidez do mercado internacional.”
A instituição bancária terá os mesmos moldes do Banco Mundial (Bird). Cada país que integra o Brics deverá destinar US$ 10 bilhões para formar o capital inicial do banco, que deverá chegar a US$ 50 bilhões. O banco centrará as ações no financiamento de infraestrutura e atuará em concorrência direta com o Bird.

A ideia é que a nova instituição bancária seja uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Dilma destacou também a importância de manter uma posição de otimismo, mesmo diante das dificuldades causadas pela crise econômica internacional, que atinge principalmente os 17 países da zona do euro.

“Devemos ter o otimismo e o dinamismo, reiterar a confiança e manter uma atitude contra o pessimismo e a inércia que atingem outras regiões. Vamos responder a essa crise com vigor”, disse a presidenta que também elogiou a criação de um fundo para ajudar os países emergentes.

A proposta é criar um fundo, estimado em US$ 100 bilhões, para ajudar países emergentes com problemas financeiros.
 
A criação deste banco estabelece um novo patamar na relação entre os membros do BRICS, aumentando os laços do grupo e sendo um passo extremamente importante na participação do bloco no cenário econômico mundial.
 
Fonte: GBN-GeoPolítica Brasil com agências de notícias
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BRICS: aliança das locomotivas econômicas

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Os países do BRICS deram uma maior contribuição para sustentar crescimento da economia global no período da crise financeira e econômica mundial.
 
Contudo, o espaço dos membros do BRICS nas instituições internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, é substancialmente mais modesto do que aquele que, na realidade, ocupam no mundo.
 
O presidente da Câmara do Comércio e Indústria, Serguei Katyrin falou à Voz da Rússia das perspectivas de integração econômica do grupo, na véspera de sua cúpula na África do Sul.
 
– Como é a situação política atual dos países membros do BRICS na palestra mundial?
 
– Dos cinco países, só a Rússia participa do G8, e apenas a Rússia e a China são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Por enquanto, nenhum destes Estados chegou a ser membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um organismo muito importante. Isso é uma certa desconformidade. Por outro lado, o positivo, todos os Estados do BRICS integram a Organização Mundial do Comércio e são também membros do G20, cujo papel na solução dos problemas econômicos globais tem crescido hoje em dia de uma maneira significativa. O mais importante que auna estes países é uma abordagem comum dos problemas globais, a proximidade das posições frente às questões fundamentais da economia mundial e os modos de as resolver. O fato de o G20 avançar nas principais linhas de conciliação das políticas macroeconômicos, deve-se em grande medida aos países do BRICS, pois nas reuniões do G20 eles assumem posições bastante similares.
 
– Como o Senhor caraterizaria o nível de desenvolvimento das relações econômicas entre os países do BRICS? Quais poderiam ser novos horizontes neste sentido?
 
Os vínculos econômicos desenvolvem-se a diferentes níveis entre diferentes Estados do BRICS. Enquanto à Rússia, seu principal parceiro comercial é a China. Estão sendo desenvolvidos dinamicamente as relações econômicas com a Índia, que dentre os países do BRICS ocupa com toda a razão o segundo posto. No Continente Africano, ao sul do Saara, o principal parceiro da Rússia, em termos de volume do intercâmbio comercial e nível de cooperação econômica, é a África do Sul, e na América Latina é o Brasil.
 
Todos os parceiros da Rússia, membros do BRICS, são, no momento atual, principais locomotivas econômicas de suas respectivas regiões, participam de distintos grupos econômicos regionais e utilizam, bem como a Rússia e seus vizinhos geográficos, formas de interação, como uniões aduaneiras e áreas econômicas comuns.
 
Não pode deixar de infundir otimismo o fato de a cooperação entre a Rússia e os países do BRICS envolver não só os setores tradicionais, mas também o de altas tecnologias. É um setor que permite desenvolver relações inclusive no formato multilateral. Por exemplo, um dos resultados da recente visita do presidente do governo russo, Dmitri Medvedev, ao Brasil consiste em que o Glonass (sistema russo de navegação global por satélite) a partir de agora seja acessível também no continente Latino-Americano.
 
– Em que medida e de que maneira o BRICS é capaz de incentivar a empresa internacional?
 
Via de regra, as relações comerciais se desenvolvem na base bilateral, e muitos empresários nossos tomam parte de fóruns empresariais no contexto de cúpulas do BRICS, para ir ter com parceiros de esse ou aquele país. É que a possibilidade de escutar opiniões de colegas, de trocarem cartões de visita e estabelecerem primeiros contatos de negócio, que possam se transformar depois em contratos ou transações reais, é uma grande ajuda prática ao empresariado. É exatamente por isso que a Câmara de Comércio e Indústria sempre promove, por parte da Rússia, encontros desta índole.
 
O interesse pelo fórum empresarial no âmbito da cúpula do BRICS na Áfica do Sul é muito grande nos círculos empresariais da Rússia. Mais de 70 maiores empresas russas, dos mais diversos setores da atividade econômica, apresentaram solicitudes para participarem desse fórum.
 
– Agora se está falando muito na eventual criação de um banco de fomento do BRICS. Quais as chances para o êxito desta ideia?
 
- A ideia de criar um banco de fomento dos Estados do BRICS, que soou pela primeira vez na cúpula do quinteto de 2012, em Deli, se nos apresenta muito importante. Segundo se calcula, este instituto haverá de se converter em principal centro de apoio financeiro e desenvolvimento de projetos que os empresários dos países do BRICS possam realizar em conjunto, somando seus esforços.
 
No relatório preparado pelos chefes dos bancos de fomento dos cinco países, se constata que a criação de tal banco “é desejável e possível”. Seu objetivo principal consistirá em creditar projetos de desenvolvimento da infraestrutura dentro e fora dos países do BRICS. Já se debateu a questão do capital social inicial, e foi mencionada a quantidade não inferior a 50 bilhões de dólares. Na maioria dos casos, os bancos de fomento são estabelecimentos creditícios públicos e, portanto, o investimento em semelhantes projetos, o mais frequentemente, goza de garantias por parte do Estado. Contudo, por enquanto este projeto segue sendo um tema de discussão, e os líderes do BRICS, certamente, irão abordá-lo mais detalhadamente em Durban.
 
Fonte: Voz da Rússia
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sexta-feira, 22 de março de 2013

Vladimir Putin dá entrevista à agência ITAR-TASS

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O presidente Vladimir Putin acaba de dar uma entrevista à agência de notícias russa ITAR-TASS. Os temas principais foram o futuro do BRICS, as relações da Rússia com a China e com a África do Sul.
 
– O relativamente novo fenômeno do BRICS atrai elevada atenção global devido aos cenários otimistas de desenvolvimento de seus países, especialmente no contexto das tendências de crise global na economia mundial. Para a Rússia, qual o significado atual e futuro do BRICS? Será que esse formato das relações entre os cinco países é o apropriado?
 
– O sucesso do BRICS tem a ver com uma série de fatores de longo prazo. As economias do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul têm liderado o crescimento econômico mundial já faz duas décadas. Em 2012, a média dos ritmos de crescimento do produto interno bruto no grupo foi de 4%. Para os países do “G7” financeiro, essa média é de 0,7%. Ao mesmo tempo, o PIB dos países do BRICS, medido pela paridade do poder aquisitivo das moedas nacionais, supera 27% do PIB mundial, e esse índice vem aumentando.
 
O BRICS é um dos principais elementos do mundo multipolar que está se formando. Os participantes do bloco sempre reafirmam o compromisso com os princípios básicos do direito internacional, contribuem para fortalecer o papel central da ONU. Os nossos países não aceitam a política da pressão de força e violação da soberania de outros países. Compartilhamos as abordagens relativamente aos problemas internacionais relevantes, inclusive a crise na Síria, situação em torno do Irã, a solução da situação no Oriente Médio.
 
Um dos indicadores do prestígio e da influência do BRICS na arena mundial é a contribuição crescente do bloco para os esforços com vista a estimular o desenvolvimento global. O fórum dos líderes do BRICS e da África à margem da cúpula em Durban será dedicado a esse assunto importante.
 
Os participantes do BRICS defendem a criação do sistema mais justo e equilibrado das relações económicas mundiais. Os Estados com mercados em desenvolvimento estão interessados em garantir o crescimento sustentável e de longo prazo da economia global, em reformar a arquitetura econômico-financeira, em aumentar a sua eficácia. Pode servir de prova a decisão consolidada, tomada no ano passado, de participar do aumento, em 75 bilhões de dólares, dos recursos do FMI, o que levou à ampliação da quota das economias emergentes no capital regulamentar do Fundo.
 
A Rússia, como promotor da criação do BRICS e presidente da sua primeira cúpula (em Ekaterinburgo em 2009) considera a participação no bloco uma das prioridades da política externa. Este ano aprovei a concepção de participação da Rússia do BRICS, que determina as tarefas estratégicas que pretendemos cumprir desenvolvendo a interação com os nossos parceiros do Brasil, da Índia, da China e da África do Sul.
 
Tal interação nos negócios internacionais, no comércio, no intercâmbio de capitais, na esfera humanitária ajuda criar as condições externas mais favoráveis para garantir o futuro crescimento da economia russa, melhorar o clima de investimentos e aumentar o padrão de vida e bem-estar dos cidadãos do nosso país. A participação do bloco contribui para fortalecer as relações bilaterais privilegiadas com os países do BRICS, baseadas nos princípios de boa vizinhança e cooperação mutualmente vantajosa. Atribuimos um papel importante ao aumento da presença russa no que se refere à língua, cultura e informação nos Estados-parceiros do BRICS, bem como à ampliação de intercâmbios na áreas de educação e decontatos pessoais.
 
– Quais são os objetivos do BRICS para o futuro próximo? Existem pactos de referência estratégicos para o desenvolvimento econômico do grupo?
 
– O BRICS determina os seus trabalhos com base nos Planos de Ação adotados nas cúpulas anuais. O Plano de Ação da cúpula do ano passado – o de Nova Deli – definiu 17 rumos da interação. Entre eles – os encontros dos ministros das Relações Exteriores à margem da Assembleia-Geral da ONU, as reuniões conjuntas dos ministros das Finanças e dirigentes dos bancos centrais no quadro das reuniões do G20, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, contatos entre outras entidades.
 
Agora está sendo coordenado um novo plano, que será debatido durante o encontro em Durban. Tenho certeza de que ele contribuirá para o aprofundamento da nossa parceria. Esperamos conseguir coordenar de maneira ainda mais estreita as abordagens sobre as questões-chave da agenda da próxima cúpula do G20 em São Petersburgo, elevar o nível da cooperação no combate ao tráfico e produção de drogas, bem como às ameaças de caráter terrorista, criminal e militar no ciber-espaço.
 
A Rússia atribui grande importância ao desenvolvimento da interação comercial e de investimento com os parceiros do BRICS, ao lançamento de novos projetos de negócios multilaterais com a participação dos círculos empresariais dos nossos países. O Conselho Empresarial do BRICS, que pretendemos lançar oficialmente em Durban, deverá contribuir para essa causa. Também nas vésperas da cúpula será realizado o Fórum de Negócios do BRICS, que contará com a participação de mais de 900 representantes da comunidade empresarial dos nossos países.
 
– O potencial dos países do BRICS coloca na agenda não só a coordenação da política econômica, mas também a interação estreita na área geopolítica. Qual o papel geopolítico, a missão dos países do BRICS no mundo contemporâneo? Limita-se só à agenda econômica, ou os cinco países podem e devem assumir cada vez mais responsabilidade pelos processos geopolíticos? Como eles constroem a sua política em relação ao mundo, inclusive relativamente a tais atores principais como os EUA, a UE, o Japão... Qual é o seu conceito de futuro?
 
– Os países BRICS aspiram, antes de tudo, a fazer com que a economia mundial cresça de maneira estável e autosustentável, bem como a reformar a arquitetura econômico-financeira internacional. O mais importante para nós é encontrar soluções capazes de acelerar o desenvolvimento global, incentivar o fluxo de capitais para o setor real da economia, elevar a taxa de emprego.
 
Isso é especialmente importante levando em conta a lenta dinâmica de desenvolvimento da economia mundial e a taxa inaceitávelmente alta de desemprego. Embora tais tendências sejam hoje típicas em primeiro lugar dos países do Ocidente, as consequências negativas afetam também os países do BRICS – os mercados de exportação vêm-se reduzindo, mantem-se a instabilidade nas finanças mundiais, caem os ritmos de crescimento das nossas próprias economias.
 
Ao mesmo tempo, propomos aos nossos parceiros transformar gradualmente o BRICS de um fórum de diálogo que coordena as posições sobre a lista limitada dos assuntos, num mecanismo pleno de interação estratégica. Um mecanismo que permita procurar em conjunto as soluções para os problemas-chaves da política mundial.
 
Os países de BRICS manifestam tradicionalmente posições semelhantes no que se refere à solução de todos os conflitos internacionais por meios político-diplomáticos. Estamos preparando para a cúpula em Durban uma declaração conjunta que estabelece em detalhe as nossas principais visões sobre tais questões relevantes da agenda internacional como a crise na Síria, os problemas do Afeganistão, Irã e Oriente Médio.
 
Não consideramos o BRICS como um concorrente geopolítico dos países ocidentais ou suas organizações – pelo contrário, estamos abertos ao diálogo com todos os interessados no âmbito do sistema multipolar.
 
– A Rússia e a China são importantes parceiros estratégicos e históricos. Qual é, na sua opinião, a importância de tal parceria, não só para os dois países, mas para todo o sistema atual de relações internacionais e economia mundial?
 
– A Rússia e a China são dois membros influentes da comunidade internacional, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, estão entre as maiores economias do mundo. Por isso as relações de parceria estratégica existentes entre os nossos países têm grande importância na dimensão tanto bilateral, como global.
 
Hoje em dia as relações russo-chinesas estão no auge e vivem o melhor período em toda a sua história de vários séculos. Destacam-se pelo alto grau de confiança mútua, respeito pelos interesses das partes, apoio nas questões de importância vital, caráter genuinamente universal de parceria.
 
Nesses dias está sendo realizada a visita de estado do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, à Rússia. O fato de a primeira visita estrangeira do novo dirigente chinês ser ao nosso país confirma o caráter especial da parceria estratégica entre a Rússia e a China.
 
Apenas nos últimos 5 anos, o volume do comércio bilateral mais que duplicou. A China ocupa solidamente o primeiro lugar na lista de nossos parceiros comerciais. Em 2012, o intercâmbio russo-chinês aumentou 5,2%, ascendendo a 87,5 bilhões de dólares (em 2007 foi de 40 bilhões de dólares).
 
Um fator estabilizador da política mundial é a convergência das nossas abordagens quanto às questões fundamentais da ordem mundial e aos problemas-chave internacionais. No âmbito da ONU, G20, BRICS, OCX (Organização para Cooperação de Xangai), APEC e outros formatos multilaterais, trabalhamos juntos, contribuindo para formação de uma nova ordem mundial mais justa, manutenção da paz e segurança, defesa dos princípios básicos do Direito Internacional. É a nossa contribuição conjunta para o fortalecimento do desenvolvimento global sustentável.
 
A Rússia e a China dão exemplo de uma abordagem ponderada e pragmática na solução das questões mais urgentes, tais como a situação no Oriente Médio e na África do Norte, problemática nuclear da Península Coreana, situação em torno do programa nuclear iraniano.
 
– Antes da próxima cúpula do BRICS, o senhor deverá efetuar uma visita de trabalho à África do Sul. Quais são as suas expetativas quanto às próximas negociações com a parte sul-africana? Será que essa visita poderá impulsionar o desenvolvimento das relações bilaterais?
 
– A Rússia e a África do Sul estão, já há muito tempo, ligadas por laços de amizade e respeito mútuo. Vem se desenvolvendo um cooperação multifacetada entre os nossos países, está se realizando um diálogo político construtivo ao mais alto nível, bem como entre os Governos, ministérios e entidades. Vão aumentando sucessivamente os contatos interparlamentares, interregionais, humanitários e de negócios.
 
Durante a visita à África do Sul, sem dúvida, esperamos atribuir um novo impulso aos laços bilaterais. Está sendo preparada para ser assinada a Declaração da Parceria Estratégica entre a Rússia e a África do Sul, que consolidará o novo patamar das nossas relações, determinará os rumos-chave do futuro trabalho conjunto. Planejamos assinar em Durban uma série de documentos importantes, intergovernamentais e interministeriais, – a declaração de parceria estratégica, acordos sobre cooperação nas áreas de energia, agricultura, etc.
 
Uma atenção prioritária durante as negociações será prestada à cooperação econômica e comercial. No ano passado, o comércio russo-sul-africano aumentou 66% e atingiu o valor de 964 milhões de US dólares (em 2011 este índice foi de 580 milhões de dólares). Grandes empresas russas – inclusive tais companhias como a Renova, Norilskiy Nickel, Evraz Group, Bazoviy Element, Severstal, Renessans Capital, Vnesheconombank – trabalham ativamente no mercado da África do Sul, têm interesse em continuar ampliando a sua presença no país.
 
A Rússia e a África do Sul são capazes de aumentar consideravelmente o volume do comércio e investimentos bilaterais, o número de projetos mutuamente vantajosos na indústria mineira, energia, inclusive atômica, exploração do Espaço, esfera técnico-militar.
 
Consideramos importante desenvolver a cooperação nas áreas de educação e cultura – mediante o fortalecimento de laços diretos entre universidades, expansão de ensino da língua russa nos estabelecimentos de ensino da África do Sul, organização de festivais de cinema e tournées dos principais grupos artísticos, intercâmbio de exposições.
 
É sobre os passos práticos com fins a alcançar esses objetivos que nós vamos falar com o presidente Jacob Zuma.
 
Fonte: Voz da Rússia
 
Nota do GBN: A importancia hoje do BRICS na economia mundial é um fato inegável, onde o grupo exibe um conjunto economico forte e que consolida a cada dia como um dos principais blocos economicos do mercado mundial.
 
Seria muito interessante ver o avanço do grupo além do cenário econômico, onde uma atuação mais forte no campo geopolítico internacional seria de grande importancia para equilibrar o tabuleiro geopolitico mundial, servindo como um contra-peso ás organizações européias e mesmo aos EUA. Algo que daria ao Brasil maior peso em suas relações externas e força para conquistar uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Alemanha promete pôr seu peso em favor de acordo UE-Mercosul

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O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, afirmou nesta segunda-feira que o país irá "contribuir com todo seu peso" para o sucesso do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.

"Não será fácil, mas é possível", afirmou em declaração a jornalistas no fim de uma reunião com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, em Brasília.

Mais cedo, em palestra na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro alemão disse que a zona do euro trabalha para fechar as bases de um acordo de livre comércio até 2013 com o Mercosul, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Desde 1999, os dois blocos discutem os moldes para um acordo de livre comércio. As negociações chegaram a ser suspensas em 2004 e foram retomadas em 2010.

Nesta segunda-feira, Westerwelle reconheceu que as dificuldades econômicas mundiais, em especial na Europa, estimulam práticas como o protecionismo, que dificulta o avanço das conversas. Ele atribuiu o sucesso econômico atual da Alemanha à opção, em décadas passadas, por acordos de livre comércio.

"Um motivo pelo enorme êxito econômico da Alemanha reside na nossa abertura, na nossa interconexão global e, por isso, nós, alemães, vamos promover, não só apoiar, essas negociações entre a UE e o Mercosul", afirmou ele.

O Brasil assume a Presidência do Mercosul no segundo semestre deste ano e, segundo Patriota, irá focar na conclusão de um acordo comum. Por isso, o chanceler brasileiro tem conversado sobre um acordo com outras lideranças europeias.

Na semana passada, Patriota se reuniu em Brasília com a alta representante para Relações Exteriores e Política de Segurança da União Europeia, Catherine Ashton. Ambos se mostraram otimistas em fechar um acordo ainda em 2012.

Grécia

Guido Westerwelle elogiou os ajustes econômicos na Grécia e disse que a Alemanha continuará a ser "solidária", mas que os países que recebem ajuda precisam fazer "o dever de casa".

Perguntado sobre a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro, Westerwelle disse que a Alemanha e a Europa têm uma "grande determinação" para manter a região unida. "Apostamos que todos que estão na União Europeia continuarão a bordo", disse.

O Parlamento da Grécia aprovou um impopular projeto de austeridade para garantir um segundo resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional e evitar um calote catastrófico.

O ministro alemão também se mostrou positivo sobre o futuro da Alemanha e mandou um recado para os que apostam na piora da situação econômica do bloco europeu:

"Todos que pensam que a Europa não vai dar conta do recado estão enganados. A Europa é um continente exitoso, de confiança, e será um parceiro justo para a América Latina", disse.

Fonte: Reuters
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

As três esferas dos BRICS

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“Os BRICS se tornará realmente um instrumento de influência sobre a política mundial nas mãos dos países em desenvolvimento”, afirma Serguei Vassiliev, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia.

Tudo indica que Jim O’Neill, do grupo Goldman Sachs, repetirá o caminho dos grandes visionários do passado, cujas ideias acabavam virando realidade. Os BRIC (BRICS após a adesão da África do Sul), uma sigla artificial criada por ele para facilitar a leitura de seus textos analíticos, vem se tornando um mecanismo genuíno e funcional de influência do mundo em desenvolvimento no sistema econômico mundial.

“A crise de 2008 e 2009 se tornou um divisor de águas tanto dentro do grupo como nas suas relações com o mundo exterior”, afirma o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia Serguei Vassiliev, um dos participantes da reunião de cúpula dos BRICS realizada no ano passado na China. “Durante a crise, verificou-se que esses países se mantiveram muito estáveis ao longo da crise. Os países do G7 deixaram de ser o motor da economia mundial. Os membros dos BRICS, em particular, e o mundo em desenvolvimento, no âmbito geral, tomaram para si essa função”, completa.

A recente adesão da África do Sul tornou o grupo realmente global: agora, nele estão representados todos os continentes do planeta. “Por se tratar de uma união mundial, a diferença de interesses não é fundamental. Pelo contrário, pois talvez a vantagem seja exatamente o fato de que cada um dos países enxerga o mundo por seu próprio ponto de vista. E essa troca de opiniões pode ser bastante útil”, avalia Vassiliev.

No período da crise, o membro dos BRICS mais prejudicado foi a Rússia, que sofreu uma das quedas mais sensíveis da última década em seu PIB. O especialista, porém, considera que, desde o início do século, o país obtém um ritmo bastante estável de crescimento econômico. Além disso, está à frente das demais nações nesse quesito. “A Rússia representa 3% do PIB mundial. Mesmo em seus melhores dias, a União Soviética possuía 8%, sendo que a maior parte dos países em desenvolvimento era simplesmente miserável na época”, declarou o entrevistado.

Vassiliev considera que os BRICS se tornou autossuficiente e, de suas políticas, dependerá a situação mundial em pelo menos três esferas: finanças mundiais, consumo de energia e mercado de alimentos. “Ele surgiu em um cenário de tendências extremamente negativas no sistema financeiro mundial e de enfraquecimento das posições de todos os centros monetários mundiais: EUA, a Europa e o Japão. Na realidade, o grupo está diante de um dilema: insistir na reforma do sistema financeiro mundial – e na tentativa de aumentar a participação de suas moedas na balança do FMI – ou criar seu próprio mecanismo, alternativo ao do Fundo Monetário Internacional”, garante.

Na opinião dele, Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul possuem os recursos financeiros necessários para escolher a segunda alternativa. “A dúvida não tem a ver com dinheiro, mas sim com praticidade: um fundo próprio significaria a criação de um órgão supranacional de controle, o que seria um enorme desafio”, ressalta.

Vassiliev afirma ainda que, independentemente da escolha dos BRICS, o sistema financeiro internacional deverá passar por uma transformação, com o aumento da importância do ouro. “O dólar não será substituído num futuro próximo, embora as perspectivas da moeda americana sejam incertas. Assim, é muito provável que o ouro novamente terá o seu espaço. A China ainda não é um país forte o suficiente para que o yuan se torne a moeda internacional e dificilmente isso acontecerá nos próximos dez anos. Isso não significa que o mundo voltará ao antigo padrão ouro, que existia até 1973. Mas é inevitável que seu papel se torne mais importante”, explica.

Quanto à influência dos BRICS sobre o consumo de energia, o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia admite que a disposição da China e da Índia de utilizar mais ativamente tecnologias e fontes alternativas vai depender da balança energética do planeta.

Segundo ele, o perigo reside atualmente no fato de que os dois países se encontram em uma etapa primária de industrialização, na qual não apenas a economia cresce, mas também o uso de eletricidade. E a balança energética planetária anda bastante tensa. O crescimento econômico da China, de 10% ao ano na última década, resultará em um inevitável aumento nos preços desses recursos. É ainda necessário lembrar que a Índia, a Rússia, a China e o Brasil são as maiores potências continentais, de cujos recursos ambientais todo o mundo depende.

No que se refere à agricultura, Vassiliev destaca que 42% da população mundial vive nos países dos BRICS, que ocupam 26% da superfície do planeta. A forma pela qual se dará a dinâmica de produção e utilização de produtos agrícolas nos países do grupo dependerá fundamentalmente do mercado internacional de alimentos. Para o analista, os principais fatores de tensão são a rápida urbanização de China e Índia e o aumento abrupto dos padrões de consumo, que deverá provocar um crescimento acelerado da demanda por artigos do gênero nos próximos cinco a dez anos.

Fonte: Gazeta Russa

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Liga Árabe decide enviar missão emergencial à Síria

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O Conselho da Liga Árabe decidiu enviar uma missão urgente à Síria liderada por seu secretário geral, Nabil al Arabi, para transmitir às autoridades sírias uma iniciativa para solucionar o conflito vivida pelo país.

Mediante um comunicado divulgado neste domingo, a organização pan-árabe expressou sua "preocupação" e "indignação" pelos fatos na Síria, onde o regime de Bashar al Assad está reprimindo com violência os protestos iniciados em março passado, o que deixou milhares de mortos.

Apesar de não dar detalhes em que vai consistir a proposta árabe para solucionar o conflito, a organização destaca a necessidade de "pôr fim ao derramamento de sangue e recorrer à razão antes que seja tarde demais".

Além disso, defende o respeito as aspirações do povo sírio em relação às reformas políticas, econômicas e sociais que reivindica.

"A estabilidade da Síria é um pilar fundamental da estabilidade no mundo árabe", assinala o texto, acrescentando a decisão do Conselho de manter suas sessões abertas ao desenvolvimento dos próximos eventos no país.

Fontes da Liga Árabe disseram que o Conselho acertou tomar formar uma comissão ministerial presidida por Omã e integrada por representantes de Jordânia, Tunísia e Qatar, além do secretário-geral da organização, que deverão ir a Damasco em caráter de urgência.

Fonte: EFE

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Unasul cria conselho específico para monitorar eleições na região

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A Unasul (União de Nações Sul-Americanas) vai criar um Conselho Eleitoral, encarregado de organizar missões de observação nas eleições nos 12 países-membros, decidiram os chanceleres do bloco em reunião nesta terça-feira em Buenos Aires. Hoje, missões semelhantes costumam ser enviadas pela OEA (Organização dos Estados Americanos) e pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Foram criados dois grupos de trabalho para redigir um projeto de estatuto para o novo conselho e definir os critérios que guiarão as missões de observação e acompanhamento dos processos eleitorais.

Antes mesmo da formação do órgão, a Unasul já teve pedidos para monitorar o referendo constitucional de 9 de outubro no Paraguai, as eleições de juízes na Bolívia, em 16 de outubro, e as eleições gerais na Guiana, no próximo ano.

Criada em 2008 como instituição de coordenação política da América do Sul, a Unasul já criou sete conselhos, incluindo os de defesa, saúde, drogas e infraestrutura. Ontem (23), a Colômbia tornou-se o último dos 12 países a ratificar sua adesão à entidade, depois de aprovada pela Corte Constitucional do país. No Brasil, a adesão foi aprovada pelo Congresso no início deste ano.

Fonte: Folha

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Unasul cria conselho econômico para combater crise

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A Unasul (União de Nações Sul-americanas) criará o Conselho de Economia e Finanças do bloco para buscar um "compromisso político muito firme" para enfrentar a crise internacional, anunciou a secretária-geral do órgão, María Emma Mejía, nesta terça-feira.

O organismo pretende "responder à crise como grupo sub-regional, um grupo responsável fiscalmente, um grupo que tem muito o que mostrar ao mundo, que aprendeu seus lições nas crises passadas", afirmou Mejía à imprensa estrangeira.

A diplomata colombiana, no entanto, não falou sobre as medidas que serão tomadas pelo novo conselho, mas assegurou que será feito "todo o possível" para que tensão financeira mundial não afete os índices de emprego e de produtividade da região.

O Conselho Sul-americano de Economia e Finanças vai começar a funcionar na sexta-feira, com sede em Buenos Aires, onde substituirá o grupo de trabalho de Integração Financeira, que é coordenado pela Argentina.

Com a criação deste novo conselho, Mejía disse acreditar que possam ser tomadas decisões de curto prazo para enfrentar a atual crise e de longo prazo para as reformas estruturais.

Fonte: ANSA

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sábado, 30 de julho de 2011

Unasul preocupada com a crise econômica mundial

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Após a posse de Ollanta Humala na presidência do Peru, os presidentes da Unasul conversaram a portas fechadas sobre os possíveis efeitos da crise econômica mundial e sobre a possibilidade de seu agravamento. O Brasil, assim como a Argentina, é relativamente vulnerável a uma turbulência financeira, mas já não depende das compras de produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos. Já a Colômbia está no extremo oposto. Exporta para o mercado norteamericano cerca de 40% dos bens que vende ao exterior.

A presidenta Cristina Fernández de Kirchner deixou a reunião de cúpula da União Sulamericana de Nações a toda velocidade e sem declarações, nem sobre a Unasul, nem sobre os mortos em Jujuy. Ela deixou Lima rumo a Brasília, onde inaugura hoje (29) a nova sede da embaixada argentina no Brasil. No entanto, o Página/12 soube que os presidentes da Unasul decidiram realizar um encontro a portas fechadas para falar abertamente sobre a crise financeira internacional. A cúpula da Unasul prosseguiu após um almoço em que Tania Libertad e duas ministras do gabinete [argentino] cantaram “Del puente a la Alameda”. Libertad também cantou “Yo vengo a oferecer mi corazón”, de Fito Páez.

A declaração dos presidentes sulamericanos chama-se “Declaração da Unasul contra a desigualdade”. Um trecho diz que “em todo esse tempo, nossos países avançaram em valorizar nossos recursos e riquezas naturais e mostraram-se capazes de enfrentar com êxito os efeitos adversos da crise financeira internacional, registrando, por sua vez, significativas taxas de crescimento econômico e de redução da pobreza”.

O documento acrescenta que os presidentes reconhecem “a importância do processo de integração como instrumento de redução da pobreza e como elemento de inclusão social”, mas, ao mesmo tempo, constatam “que nos países da região persistem índices de desigualdade muito elevados que afetam a dinâmica da redução da pobreza e mantem excluídos dos benefícios da expansão econômica segmentos da sociedade de menor renda, particularmente os mais vulneráveis”.

Segundo apurou o Página/12, a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, e seu colega colombiano, Juan Manuel Santos, foram aqueles que mais se estenderam na análise da crise financeira internacional, que poderia se aprofundar em função de uma eventual moratória parcial de pagamentos por parte dos Estados Unidos. O Brasil vem lutando para que a situação – denominada por seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, como “guerra cambial” – deixe de pressionar, como está ocorrendo, na direção de sobrevalorizar o real e prejudicar, assim, as exportações brasileiras.

A posição que os funcionários brasileiros manifestaram ontem é que, felizmente, o maior país da região, conta com amplas reservas financeiras e com um mercado interno desenvolvido pela incorporação de 36 milhões de pessoas que estavam fora do mapa.

Os brasileiros projetam aumentar a bateria de medidas contra o dumping de produtos estrangeiros, por exemplo, dos Estados Unidos.

A agenda da presidenta argentina hoje em Brasília não se limitará, por isso, à inauguração da embaixada no terreno que o Brasil cedeu quando transferiu a capital do Rio de Janeiro para uma planície deserta.

Se, por um lado, a valorização do real ceder e o Brasil conseguir manter a leve desvalorização da última semana, a Argentina melhorará seu nível competitivo. Mas o risco seria uma diminuição do ritmo de crescimento do Brasil, um sócio comercial chave para os produtos argentinos. Os funcionários argentinos dos ministérios de Economia e de Desenvolvimento Industrial encontrarão do outro lado a colegas cada vez mais sensíveis à permeabilidade frente às importações e mais atentos a sua balança comercial. Neste cenário, é um cenário provável que Cristina Fernández de Kirchner e Dilma Rousseff tratem de estudar alguma política que diminua ruídos no comércio bilateral.

O Brasil, assim como a Argentina, é relativamente vulnerável a uma turbulência financeira, mas já não depende das compras de produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos. A Colômbia está no extremo oposto. Exporta para o mercado norteamericano cerca de 40% dos bens que vende ao exterior. A guinada política sulamericana promovida por Santos, que assumiu em 7 de agosto de 2010, atenuou a estratégia de alinhamento automático com Washington, de Alvaro Uribe. A crise norteamericana seria um estímulo a mais para melhorar as relações com os vizinhos da região, Venezuela incluída.

O presidente Hugo Chávez foi o grande ausente da posse de Humala e da cúpula da Unasul. A declaração dedicou um parágrafo a ele: “Reafirmamos nossa solidariedade com o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez Frías, e confiamos em seu pronto restabelecimento e recuperação”. Chávez postou no twitter: “Que conversa adorável tive com a presidenta Cristina, essa irmã minha e nossa! Obrigado Cristina! Te prometo viver!”. O presidente venezuelano, que tem câncer e enfrenta eleições gerais em 2012, completou ontem 57 anos.

Seu estado de saúde agrega um motivo de preocupação aos vizinhos do bairro. Com uma Europa em queda e os Estados Unidos abalados pela crise financeira – situação que costumam prejudicar as nações menos desenvolvidas – qualquer mudança no tabuleiro sulamericano aparece agigantada por uma enorme lupa.

Os presidentes da Unasul felicitaram o novo presidente peruano Ollanta Humala e resolveram convocar uma cúpula de funcionários e especialistas em temas sociais este ano, em Cuzco. A necessidade de inclusão social e coesão do Peru multicultural foram alguns dos temas abordados por Humala em seu discurso de posse no Congresso. “Renovamos nossa plena confiança na capacidade criadora da Unasul para enfrentar com êxito aos desafios do presidente na certeza de que, juntos, conseguiremos forjar um futuro de justiça social, igualdade e bem-estar para nossos povos”, diz o documento final da cúpula.

Fonte: Carta Maior
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terça-feira, 12 de julho de 2011

O horizonte escurece para a Zona do Euro 12 anos após sua criação

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A crise da dívida chegou a tal nível que falar da desintegração da Zona do Euro deixou de ser um tabu, a não ser que se consiga evitar o contágio à Itália ou Espanha, dois países sem comparação em termos econômicos com Portugal, Irlanda e Grécia.

Estes são os desenlaces possíveis para esta crise sem precedentes desde a criação da união monetária, em 1999, do pior ao melhor cenário.

Primeiro cenário: Itália e Espanha arrastadas pelo turbilhão

- As medidas tomadas a conta-gotas pelas autoridades europeias não bastam para acalmar os mercados superexcitados. As taxas de juros exigidas de Itália ou Espanha para pedir emprestado a longo prazo seguem muito altas para que possam aguentar. Roma e Madri se veem obrigadas a pedir ajuda aos seus sócios europeus e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para conseguir empréstimos e assim honrar seus pagamentos.

- O desafio é muito maior do que no caso de Grécia, Irlanda ou Portugal, que não representam mais do que uma pequena parte da economia da zona do euro (3% do Produto Interno Bruto europeu, no caso de Atenas). Isto obrigaria os outros países a acrescentar dinheiro de forma considerável para aumentar seu fundo de resgate financeiro, dotado atualmente de 440 bilhões de euros, em um momento em que a margem de manobra orçamentária é limitada. É uma tarefa difícil no âmbito político, já que países como Alemanha, Holanda e Finlândia têm opiniões públicas reticentes em relação a pegar o talão de cheques para que seus vizinhos cheguem ao fim do mês. Em particular, há autoridades europeias que reconhecem que um resgate de Espanha e Itália, além dos outros, estaria além das possibilidades da Zona do Euro.

Segundo cenário: a Zona do Euro desmorona

- Neste caso, a união monetária poderia chegar ao fim, com a saída progressiva de seus países mais frágeis. Um economista alemão de renome, o presidente do instituto Ifo, Hans-Werner Sinn, pediu abertamente a saída temporária da Grécia da Zona do Euro para que não arraste seus sócios com ela.

"O impensável tornou-se possível: a saída de um país da Zona do Euro, o final do euro e, inclusive, a desintegração da União Europeia já não são tabus", afirma o "think tank" de Bruxelas, European Policy Center.

Terceiro cenário: a Zona do Euro apaga o incêndio

- É o mais otimista de todos eles. Após um ano e meio de crises, os líderes europeus tomam decisões radicais. Para começar, solucionam o caso da Grécia aplicando rapidamente o segundo plano de resgate para que o país fique protegido por vários anos. Compram uma parte de sua dívida nos mercados para reduzir o peso dos juros que o país tem que pagar e concedem taxas muito inferiores às atuais. Reforçam o sistema de defesa anticrise da união monetária para evitar o contágio a Espanha e Itália. Adotam planos para reduzir os déficits públicos. Paralelamente, fazem esforços para acelerar a integração econômica da Zona do Euro. Colocam inclusive sobre a mesa a ideia, até agora tabu, de criar Eurobônus que permitam aos países se abastecer nos mercados para compartilhar riscos. O espacialista francês Jacques Attali considera que "é preciso criar bônus do Tesouro europeus e um orçamento federal que federe uma parte da dívida", porque, caso contrário, "em 10 anos o euro terá deixado de existir".

Fonte: AFP
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domingo, 3 de julho de 2011

União Africana pede que países não cumpram mandado contra Gaddafi

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A União Africana pediu que seus membros não executem o mandado de prisão contra o ditador líbio Muammar Gaddafi, emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) na última segunda-feira.

No encerramento da cúpula da União Africana, neste sábado, líderes dos países africanos disseram que o mandado de prisão traz sérias complicações aos esforços da instituição de encontrar uma solução pacífica para o conflito na Líbia.

Segundo o correspondente da BBC em Malabo, na Guiné Equatorial, Thomas Fessy, o chefe da comissão africana, Jean Ping, afirmou que os países não estão contra o tribunal.

No entanto, Ping disse que o tribunal parecia estar visando somente oficiais do continente africano e afirmou que o promotor-chefe do TPI, Luis Moreno-Ocampo, é "uma piada".

Não é a primeira vez que os países da União Africana vão contra uma decisão do TPI.

Os países do continente também optaram por permitir que o presidente do Sudão, Omar Bashir, viaje pelo continente impunemente, apesar de um mandado de prisão contra ele, também emitido pelo Tribunal.

DIÁLOGO

Horas antes, os rebeldes líbios aceitaram uma oferta de diálogo sobre o futuro do país, sem o envolvimento de Gaddafi, feita pelos países da União Africana.

Representantes dos rebeldes, que foram convidados para a cúpula, disseram que é a primeira vez que a instituição reconheceu a demanda do povo líbio por democracia e direitos humanos.

O representante do Conselho Nacional de Transição na França, Mansur Saif al-Nasr, disse à BBC que este a proposta de diálogo é um passo à frente.

"O espírito do documento é que Gaddafi não terá mais um papel a cumprir no teatro da Líbia", afirmou.

A União Africana também pediu um cessar-fogo imediato e a suspensão da zona de exclusão aérea aprovada pela ONU, que abriu o caminho para a intervenção militar da Otan no país.

No comunicado, os países dizem que os dois lados do conflito devem fazer um pedido forma à ONU para uma missão de paz na Líbia para monitorar a implementação da suspensão de hostilidades.

Mas os representantes dos rebeldes dizem que pediriam uma série de garantias da União Africana antes de concordar com um cessar-fogo.

Fonte: BBC Brasil
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sábado, 2 de julho de 2011

União Africana não executará ordem de prisão de Haia contra Gaddafi

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A União Africana (UA) decidiu nesta sexta-feira, durante reunião de cúpula em Malabo, na Guiné Equatorial, que seus membros não vão executar a ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional contra o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi.

Em resolução, a UA "decidiu que os Estados membros não vão cooperar com a ordem", ao mesmo tempo em que pede ao Conselho de Segurança "aplicar os dispositivos para anular a sentença do TPI sobre a Líbia".

A UA também se declara preocupada com a maneira pela qual o promotor do Tribunal Penal Internacional administra a situação no país africano e ressalta que o mandado de prisão "complica seriamente os esforços destinados a encontrar uma solução política negociada para a crise".

Entre os participantes da reunião de cúpula que anunciaram a decisão estão figuras políticas como Robert Mugabe, o ditador que governa o Zimbábue há mais de 30 anos.

MANDADO DE PRISÃO

O ditador teve sua prisão decretada pela corte de Haia nesta segunda-feira (27), quando o procurador-geral do TPI, Luis Moreno Ocampo, calculou que sua captura pode levar menos de três meses, levando em conta a vontade dos rebeldes de detê-lo.

"Não penso que teremos que esperar muito, talvez dois ou três meses", disse Ocampo em entrevista coletiva concedida após anunciar que representantes do governo rebelde da Líbia expressaram sua "vontade de executar a prisão".

O procurador-geral reconheceu que há uma "urgente necessidade" de uma negociação na Líbia para encerrar o conflito civil que o país vive desde as revoltas insurgentes iniciadas em fevereiro, mas advertiu que essas discussões "têm limites" e devem respeitar "as decisões da ONU e dos juízes do TPI".

Os juízes do TPI ordenaram na segunda-feira a prisão de Gaddafi, seu segundo filho, Saif al Islam, e Abdullah al Senussi, que é o chefe da espionagem do regime.

No entanto, por não possuir uma estrutura policial, o TPI depende dos Estados-membros para executar as ordens de detenções contra seus processados.

Fonte: France Presse
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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mercosul quer unir forças para alcançar desenvolvimento com inclusão social

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Além de destacar "a consolidação da região como um dos mercados mais atraentes em nível mundial", os presidentes comprometeram-se a "impulsionar o desenvolvimento econômico com inclusão social, através da redução da pobreza", destaca o texto final.

Os chefes de Estado destacaram a necessidade de que o bloco reflita sobre "a forma com a qual enfrentará as oportunidades e desafios que a transformação do cenário internacional apresenta".

Os presidentes dos países do Mercosul também uniram forças para fortalecer o bloco ante a invasão de produtos provenientes de países como China, que buscam mercados em expansão.

"Novos ventos sopram em nossa região e isso é muito positivo, o crescimento incrível do Paraguai em 2010 (de 15%) foi acompanhado de avanços nos outros países (do bloco). (...) Temos que comemorar, mas resta muito a ser feito", destacou a presidente Dilma Rousseff, em seu discurso na cúpula de presidentes.

"Com o excepcional crescimento da região (durante 2010), países de fora buscam vender" e "devemos estudar mecanismos comunitários para reequilibrar a situação", destacou a presidente, que citou a necessidade de tomar medidas concretas durante a presidência temporária do Uruguai, que assume nesta quarta-feira.

Nesse sentido, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que os países do Mercosul devem preservar seus mercados e evitar que sejam "invadidos por produtos de países que não têm a quem vender", como os Estados Unidos, os países europeus e asiáticos.

Segundo Dilma, o grupo também deve analisar a forma de se relacionar com outros países. "É importante concluir as negociações de acordo de associação com a União Europeia", e também "fortalecer as negociações sul-sul", disse.

Por sua vez, o presidente uruguaio, José Mujica, chamou o bloco a "construir economias complementares" e criar uma "autodefesa" frente à entrada de produtos provenientes do exterior.

"É lógico que aumentar e assegurar nossos mercados é decisivo", destacou, ao afirmar que os governos devem "garantir a institucionalidade do Mercosul, já que é a porta de entrada para o crescimento".

A esse respeito, o chanceler Antonio Patriota afirmou que serão iniciadas negociações com Bolívia e Equador para integrá-los como membros plenos do bloco.

Em representação da presidente argentina, Cristina Kirchner, o ministro de Relações Exteriores do país, Héctor Timerman, destacou que o Mercosul deve continuar analisando mecanismos para aprofundar o processo de integração entre os países e o "desenvolvimento equilibrado de todos os seus membros".

Por sua vez, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, aproveitou o encontro para pedir a eliminação "de barreiras de toda índole" e garantir "a livre circulação de bens e mercadorias".

Nesse sentido, durante o encontro, foi criado um grupo de alto nível para supervisionar a eliminação da dupla cobrança do Tarifa Externa Comum (TEC), que deve entrar em funcionamento em 1º de janeiro de 2012, mas que para sua implementação ainda falta definir elementos práticos e técnicos.

O comércio entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai encerrou o ano passado com um volume de 44,55 bilhões de dólares, e as autoridades prevêem que o grupo cresça 5% em 2011.

Mas para que esse crescimento se concretize, o bloco deve estimular as cadeias produtivas, agregar mais valor aos produtos locais e investir em setores estratégicos, como o energético, estimou a presidente.

A utilização dos recursos energéticos também foi destacada por Lugo como um ponto fundamental para o desenvolvimento.

"A integração energética é a garantia de avanço econômico do Mercosul. (...) Esta integração não nos garantirá apenas benefícios econômicos, (devemos) iniciar um processo que terá como consequência o desenvolvimento de nossos povos", destacou.

Nesta quarta-feira, Lugo recebeu Dilma, em um encontro durante o qual discutiram os meios para aumentar a integração de ambos os países, informou o principal assessor brasileiro de Relações Internacionais.

Fonte: AFP
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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Conhecendo o G-20

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O G-20 foi estabelecido em 1999, em conseqüência das seguidas crises de balança de pagamento das economias emergentes durante a segunda metade da década de 1990. O objetivo era reunir países desenvolvidos e os países em desenvolvimento sistemicamente mais importantes, para cooperação em temas econômicos e financeiros.

Panorama internacional

O grupo adquiriu maior relevo após a crise financeira internacional iniciada em 2008. A crise teve como origem o baixo nível de regulação e supervisão dos mercados financeiros praticado nos países desenvolvidos e, por canais de transmissão como o comércio internacional, as transferências unilaterais ou investimento direto externo, repercutiu em todo o mundo. O esgotamento do modelo de gestão macroeconômica defendido pelas economias desenvolvidas, a composição do grupo, unindo países desenvolvidos e países em desenvolvimento, a maior resiliência das economias emergentes à crise e a eficácia de suas medidas anticrise, contribuíram para que o G-20 fosse designado como o principal foro para a cooperação econômica internacional, conforme estabelecido na Declaração de Pittsburgh.

As Cúpulas de Washington, de Londres e de Pittsburgh representaram um processo em que se transferiram de foros restritos para o G-20 as discussões e as decisões sobre temas pertinentes à estabilidade da economia global. A legitimidade ao G-20 derivou de sua eficiência em coordenar uma resposta eficiente à crise iniciada em 2008, evitando o colapso do sistema econômico internacional.

Agenda do G-20

Ainda que a fase mais aguda da crise financeira tenha sido superada, persistem os seus efeitos sobre a sustentabilidade fiscal de muitos países e a crise do emprego, que tardarão anos para serem equacionadas. Atualmente, o trabalho do G-20 consiste tanto no enfrentamento destes efeitos mais duradouras da crise como também na construção de uma nova arquitetura financeira internacional, que seja mais aberta à participação dos países em desenvolvimento, mais estável e resistente a crises como a recente.

Desajustes globais: os membros do G-20 debatem propostas de novos modelos de crescimento e de estabilidade econômica, com vistas a corrigir os grandes desequilíbrios macroeconômicos internacionais. A intensificação da coordenação e da troca de informações sobre as gestões macroeconômicas nacionais resultará em uma economia internacional mais estável e previsível.

Instituições financeiras internacionais: o G-20 respondeu ao chamado por uma maior participação dos países em desenvolvimento nas instituições financeiras internacionais. Organismos e instituições como o Comitê da Basiléia para a Supervisão Bancária e o Conselho de Estabilidade Econômica, entre outros, admitiram países em desenvolvimento entre seus membros pela primeira vez. O aumento da participação das economias em desenvolvimento nas Instituições de Bretton Woods deverá ser concluído ao longo de 2010.

Regulação e supervisão financeiras: em conjunto com o Banco de Compensações Internacionais (Bank of International Settlements), com o Conselho de Estabilidade Financeira (Financial Stability Board) e com o FMI, o G-20 atua na elaboração e coordenação de políticas regulatórias e de supervisão do sistema financeiro. As medidas em estudo têm como objetivo evitar a repetição das práticas irresponsáveis e arriscadas de instituições financeiras que levaram à crise atual.

Temas não-financeiros no G-20: embora as discussões no G-20 se tenham concentrado na crise financeira, há consenso de que sua agenda poderá ampliar-se e abarcar temas econômicos em sentido amplo no médio prazo. Os temas do desenvolvimento, do trabalho e da energia têm sido colocados na agenda paulatinamente.

O Brasil e o G-20 Financeiro

O Brasil percebeu, durante a crise financeira, o surgimento de uma oportunidade para a mudança na estrutura do sistema financeiro e econômico internacional. O País apoiou vigorosamente os trabalhos do grupo e atuou como um dos principais atores no processo de consolidação do G-20 como o principal foro para lidar com temas econômicos internacionais. O Brasil segue defendendo a maior participação dos países em desenvolvimento nas decisões sobre a economia mundial.

As transformações e as reformas em andamento na arquitetura do sistema financeiro e econômico internacional representam um momento singular, no qual, pela primeira vez, os países em desenvolvimento estão presentes na mesa de negociações desde o princípio. Ao contrário do que ocorria no passado, quando os países desenvolvidos, reunidos no G-7, negociavam apenas entre si e divulgavam modelos prontos para a aplicação uniforme nos demais países, as discussões no âmbito do G-20 contam com a participação de países em desenvolvimento em todas as suas fases. As medidas propostas pelo grupo têm maior legitimidade e representatividade do que no passado recente.

Em 2010, excepcionalmente, o G-20 organizou duas Cúpulas, a primeira em 26 e 27 de junho, em Toronto, e a segunda, nos dias 11 e 12 de novembro, em Seul. O Brasil tem tido participação ativa em todos os exercícios e encontros do G-20, como reuniões dos Ministros do Trabalho, de Ministros de Finanças (Fazenda), de Vice-Ministros de Finanças e de Sherpas. Seminários e exercícios como os de coordenação e de troca de informações para o Marco para o Crescimento Sólido, Sustentado e Equilibrado e para a redução dos subsídios aos combustíveis fósseis também têm sido recebido muita atenção da política externa brasileira. O Brasil reconhece a legitimidade das iniciativas do G-20 e tem buscado, por meio de sua atuação externa, exemplificar a grande importância que confere a este grupamento como o foro primordial para a discussão dos assuntos econômicos mundiais.

Fonte: Itamaraty
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