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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Vigilância cibernética é comparada com terrorismo por Brics, diz Rússia

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Uma declaração do porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitri Peskov, não confirmada pelo governo brasileiro, incendiou o ambiente jornalístico, na cúpula do G20, em torno de um assunto que Washington está procurando tratar com panos quentes: a espionagem dos Estados Unidos sobre a presidente Dilma Rousseff.
 
De acordo com Peskov, durante a reunião dos Brics (grupo que reúne Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul), realizada na manhã de quinta, os líderes teriam feito o comentário de que a espionagem cibernética é "similar a terrorismo".
 
Peskov não especificou qual dos cinco líderes fizera a bombástica observação.
Já o porta-voz da presidência brasileira, Thomas Traumann, deu uma versão absolutamente mais moderada sobre o encontro.
 
"Ao final da reunião dos Brics, a presidenta fez um breve relato aos chefes de Estado sobre o episódio da espionagem norte-americana. Logo depois da intervenção, a reunião foi encerrada. Os líderes posaram para a foto oficial e se encaminharam para a abertura do G20".
 
Fonte: Folha
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sábado, 31 de agosto de 2013

Economia do Brasil não está tão ruim como pensam, diz criador do BRIC

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O futuro econômico do Brasil é melhor do que o clima atual indica e o crescimento pode voltar ao patamar de 4% ao ano, opina o economista britânico Jim O'Neill, ex-executivo do banco de investimentos Goldman Sachs e conhecido por ter criado a sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) para englobar as principais economias emergentes.
O tom otimista da palestra de O'Neill, nesta sexta-feira, em um congresso da BM&FBovespa em Campos do Jordão (SP), contrastou com a percepção predominante entre analistas brasileiros de que o crescimento do PIB – de 1,5% no segundo trimestre – não resultará em uma retomada econômica mais robusta.
 
"Suspeito que o futuro (do Brasil) não seja tão sombrio quanto o que tenho ouvido aqui", disse o economista, alegando que a média de crescimento do país é hoje superior à do início da década passada, quando criou o acrônimo BRIC. "O Brasil está melhor, e não pior."
Ele diz que o país tem apresentado indicadores melhores no que chama de "nota de ambiente de crescimento" - como estabilidade política, expectativa de vida, índices de corrupção e até uso de computadores e smartphones.
O economista diz ainda que o comércio sul-sul (realizado sobretudo entre países emergentes) está próximo de alcançar o comércio norte-norte (entre os países desenvolvidos).
"(Mas) para o Brasil melhorar precisa de mais investimentos do setor privado. É preciso aumentar a oferta (econômica), mas não com mais gastos do governo, e sim com o governo saindo do caminho e facilitando a iniciativa privada", declarou.
'E o país precisa ser parte maior da economia global – o país ainda é visto como muito fechado e precisa se relacionar mais com os demais 7 bilhões de pessoas do mundo."
China
A fala de O'Neill ocorre no momento em que países ricos, como os EUA, apresentam sinais de recuperação, enquanto emergentes – até recentemente fortes motores da economia global – vivem uma desaceleração.
A China, em especial, deixou de crescer a taxas de dois dígitos e tem como meta para 2013 crescer 7,5%.
O'Neill, porém, diz acreditar que o governo chinês escolheu crescer a taxas mais baixas para se manter sustentável.
"E esses 7,5% são equivalentes a um crescimento de 3,75% na economia dos EUA, porque seu impacto econômico está cada vez maior."
O'Neill ressalva que não adianta países emergentes como o Brasil tentarem repetir as taxas de crescimento econômico chinesas – algo, segundo ele, só permitido pela situação demográfica da China, país mais populoso do mundo.
BRIC e câmbio
Questionado a respeito do anúncio do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que os BRICS (incluindo a África do Sul) trabalham na criação de um banco de desenvolvimento conjunto, O'Neill disse que até agora o grupo de emergentes "falou muito mas não fez nada juntos politicamente".
"Não é fácil fazer coisas juntos quando se é tão diferente entre si. O fato de terem concordado nisso é muito interessante".
Quanto à desvalorização do real – que ocorre ao mesmo tempo em que outras moedas internacionais perdem força perante o dólar -, O'Neill vê a flutuação como natural e até positiva para o Brasil.
"Mas se querem reduzir sua volatilidade (à moeda americana), têm de aumentar o uso de sua própria moeda no comércio mundial."
 
Fonte: BBC Brasil
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domingo, 31 de março de 2013

BRICS: estratégia de bloco

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As resoluções da V cúpula do BRICS, em conjunto com os acordos alcançados nos encontros precedentes deste agrupamento, constituirão a base da estratégia geral de seu desenvolvimento. A lógica do alargamento da cooperação entre os países do BRICS e a influência de fatores econômicos globais impelem de fato estes países à interação em formato de bloco.
 
É necessário destacar em primeiro lugar a Declaração de Ethekwini e o Plano de Ação homônimo, assinados pelos líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O Plano de Ação inclui muitos vetores de atividade conjunta dos países do BRICS ao nível de chefes de diferentes ministérios e contatos regulares entre diferentes grupos de trabalho. O Plano abraça tais novas formas de interação, como a segurança informativa, a luta contra a narcoameaça, a diplomacia pública, a política juvenil, o ensino e muitas outras.
 
Entre os documentos aprovados na cúpula figuram a Declaração sobre a formação do Conselho Empresarial do BRICS e do Consórcio de Centros de Peritagem dos países do BRICS. Foram assinados ainda o acordo multilateral de financiamento conjunto de programas na esfera da “economia verde” e o acordo de apoio a projetos de infraestruturas em África.
 
Os resultados da cúpula do BRICS inspiram esperanças porque os líderes dos cinco países planejam evidentemente desenvolver as relações e institucionalizá-las no futuro, aponta Alexandre Apokin, perito do Centro de Análise Macroeconômica e de Prognósticos de Curto Prazo. Atualmente, trata-se de um secretariado virtual do BRICS e, neste sentido, a integração está na etapa inicial. Os participantes da cúpula não conseguiram formar um ponto de vista único acerca do Banco do BRICS, mas este não é um motivo para pessimismo, disse Alexander Apokin em entrevista à Voz da Rússia:
 
“É necessário destacar um progresso sensível na criação do Banco de Fomento, porque em sua formação estão interessados em certo grau tanto os potenciais devedores, África do Sul e Índia, como os potenciais emprestadores, em primeiro lugar a China. Mas um Banco de Fomento é uma estrutura muito complexa, que não pode ser formada plenamente num ano. Por isso, o acordo de princípio de criar tal instituição significa que, provavelmente, a decisão sobre sua estrutura será tomada nos próximos um ou dois anos.”
 
As intenções do “quinteto” de formar tal banco foram indicadas na nona cláusula da Declaração de Ethekwini, fez lembrar em entrevista à Voz da Rússia o diretor do Clube Empresarial da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), Denis Tyurin:
 
“A meu ver, não é necessário considerar este embaraço provisório como manifestação da incapacidade de os países se entenderem em relação aos problemas econômicos. Vemos claramente que, por exemplo, o problema da formação de um banco de desenvolvimento comum já se discute há vários anos na Organização para Cooperação de Xangai. Mas o processo avança apesar das dificuldades. Esperamos que os países do BRICS, reunidos num formato internacional mais amplo, consigam ultrapassar estes problemas e divergências.”
 
Entretanto, os grupos de trabalho não enfrentam na área financeira apenas a tarefa de elaborar a estrutura do Banco de Fomento. Os líderes dos países do BRICS encarregaram os dirigentes de seus Ministérios das Finanças e Bancos Centrais de efetuar conversações sobre a instituição de um fundo monetário autônomo de 100 bilhões de dólares. A formação de semelhante “rede de segurança” financeira global completará os mecanismos internacionais existentes de proteção financeira.
 
Partindo da lógica de tendências mundiais, torna-se evidente que os países com as maiores economias emergentes são obrigados simplesmente a formalizar a sua associação numa perspetiva de curto prazo. Para junho próximo está marcado o início das conversações entre a União Europeia e os Estados Unidos com o objetivo de assinar já em 2014 um acordo sobre a formação de uma zona econômica global. O projeto recebeu o nome de TAFTA (Transatlantic Free Trade Area), isto é Zona de Comércio Livre Transatlântica. No ano passado, os Estados Unidos dinamizaram o projeto de Parceria Transpacífica (APEC). Os países do BRICS, apesar de terem em muitos aspetos diferentes interesses econômicos e políticos, terão de elaborar uma estratégia de bloco comum, para não serem sujeitos em separado a uma ditadura econômica por parte de Washington, Bruxelas ou Tóquio.
 
Fonte: Voz da Rússia
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quarta-feira, 27 de março de 2013

Assad pede intervenção do Brics na crise síria

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O presidente sírio, Bashar al Assad, pediu aos países emergentes que forçam o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que intervenham para deter a violência na Síria e acabar com o sofrimento de seu povo causado pelas sanções internacionais.

"Peço aos líderes do Brics para que trabalhem juntos para deter imediatamente a violência na Síria e assim garantir o êxito da solução política. Para isso, é necessária uma clara vontade internacional de cortar as fontes do terrorismo, de seu financiamento e armamento", indicou Assad em uma carta ao presidente sul-africano Jacob Zuma difundida nesta quarta-feira pela agência Sana.

"Vocês que procuram propiciar a paz, a segurança e a justiça no trastornado mundo de hoje, concentrem seus esforços para obter o cessar do sofrimento do povo sírio, causado por sanções econômicas injustas, contrárias ao direito internacional, e que afetam diretamente a vida e as necessidades diárias de nossos cidadãos", acrescentou Assad.

Em meados deste mês, a assessora de Assad, Busaina Shaaban, havia dito à AFP ter transmitido a Zuma uma mensagem do presidente sírio a fim de pedir "a intervenção do Brics para deter a violência em seu país e favorecer a abertura ao diálogo".

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu ao Brics, antes do início de sua cúpula, que "coordene iniciativas para encontrar uma solução pacífica para a crise síria".
 
Fonte: AFP
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Brasil e China fecham acordo que possibilita trocas comerciais em moedas nacionais até R$ 60 bilhões em 3 anos

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O Banco Central do Brasil (BCB) e o People’s Bank of China (Banco Central da China) anunciaram, nesta terça-feira (26), o estabelecimento de um acordo para troca de moedas locais (reais por yuans). Segundo a autoridade monetária brasileira, o chamado acordo bilateral de swap de moeda local no montante de R$ 60 bilhões – soma equivalente a CNY 190 bilhões de yuans – é válido por três anos, com possibilidade de renovação.
“Esta linha tem como objetivo facilitar o comércio bilateral entre os dois países”, informou o Banco Central, por meio de nota. O acordo foi assinado no mesmo dia em que os mandatários das nações integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegaram à cidade sul-africana de Durban, onde se realiza a V Cúpula do bloco.
 
O banco informou ainda que o acordo sinaliza um maior nível de cooperação entre autoridades monetárias, “refletindo a importância estratégica do comércio bilateral entre os dois países”. A linha facilita o comércio em momentos de crise, quando há retração no crédito mundial, como ocorreu em 2008 e em 2011.
 
O Banco Central do Brasil afirmou que adotará as medidas regulamentares e operacionais necessárias para a implementação desta iniciativa, “observando-se os limites e condições estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional”.
 
Já o Ministério das Relações Exteriores lembrou que a iniciativa foi lançada no encontro dos líderes do Brics à margem da Cúpula do G-20, realizada em Los Cabos (México, 18/6/2012), e que também por ocasião do encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, à margem da Rio + 20 (Rio de Janeiro, 21/6/12), “foi anunciada a decisão de iniciar as negociações do acordo bilateral no valor máximo de R$ 60 bilhões/CNY 190 bilhões”.
 
Fonte: Portal Planalto
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Brics anunciam criação de banco de desenvolvimento próprio

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Como uma tentativa de se proteger da crise financeira internacional e para desenvolver os países, o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aprovou a criação de um banco de desenvolvimento próprio.
 
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27/03) pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma, na sessão plenária da quinta cúpula anual das cinco economias emergentes, que termina hoje em Durban, na África do Sul.
 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia sinalizado na terça-feira que um banco central dos países seria constituído em 2014. "Fizemos proposta para que o banco dos Brics seja constituído em 2014", afirmou o ministro.
 
O governo brasileiro vem batendo na tecla da necessidade de investimento em infraestrutura como uma forma de estimular o crescimento. A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta, em discurso para os chefes de Estado no encontro dos Brics, que o Brasil vive um momento de renovar e expandir a infraestrutura.
Dilma afirmou que o plano de investimentos brasileiro soma US$ 250 bilhões e que o objetivo é atrair a participação estrangeira. "Pretendemos atrair parceiros para esse investimento", completou, dizendo que esses recursos serão compostos por aportes públicos, privados nacionais e internacionais
Dilma saudou ainda a criação do conselho de empresas dos países dos Brics, com a participação de empresas brasileiras (Banco do Brasil, Weg, Vale, Gerdau e Marcopolo). "O conselho é um mecanismo inovador e vai contribuir para a comunidade de negócios entre países", disse.
 
Acordo
Os ministros de finanças dos Brics também aprovaram na terça um acordo de contingenciamento de reserva comum (CRA, na sigla em inglês) no valor de US$ 100 bilhões. O acordo prevê a criação de um fundo de reservas destinado a socorrer os países do grupo em caso de liquidez.
"O acordo de reservas nada mais é do que um grande acordo de swap entre os países", afirmou Mantega.
O Brasil também assinou nesta terça-feira um acordo para troca de moedas (swap) com a China no valor de US$ 30 bilhões. Segundo o ministro, o acordo implica um relacionamento mais estreito com o país asiático. "O acordo inclui a área comercial, financeira e até aduaneira", disse.
 
Banco do Brics deverá criar mecanismos de apoio mútuo para emergentes
 
A presidente Dilma Rousseff ressaltou nesta quarta-feira (27/3) que a criação do banco do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul) vai colaborar para o desenvolvimento da região e dos países emergentes. Ela discursou duas vezes nesta quarta-feira, na 5ª Cúpula do Brics , em Durban, na África do Sul. Segundo Dilma, o banco é um esforço para instituir mecanismos mútuos de apoio.

“É um banco talhado para as nossas necessidades. Temos de estreitar laços e criar mecanismos de apoio mútuos”, destacou a presidenta. “É um mecanismo de estabilidade que pode criar linhas recíprocas de crédito, fortalecendo a solidez do mercado internacional.”
A instituição bancária terá os mesmos moldes do Banco Mundial (Bird). Cada país que integra o Brics deverá destinar US$ 10 bilhões para formar o capital inicial do banco, que deverá chegar a US$ 50 bilhões. O banco centrará as ações no financiamento de infraestrutura e atuará em concorrência direta com o Bird.

A ideia é que a nova instituição bancária seja uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Dilma destacou também a importância de manter uma posição de otimismo, mesmo diante das dificuldades causadas pela crise econômica internacional, que atinge principalmente os 17 países da zona do euro.

“Devemos ter o otimismo e o dinamismo, reiterar a confiança e manter uma atitude contra o pessimismo e a inércia que atingem outras regiões. Vamos responder a essa crise com vigor”, disse a presidenta que também elogiou a criação de um fundo para ajudar os países emergentes.

A proposta é criar um fundo, estimado em US$ 100 bilhões, para ajudar países emergentes com problemas financeiros.
 
A criação deste banco estabelece um novo patamar na relação entre os membros do BRICS, aumentando os laços do grupo e sendo um passo extremamente importante na participação do bloco no cenário econômico mundial.
 
Fonte: GBN-GeoPolítica Brasil com agências de notícias
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BRICS: aliança das locomotivas econômicas

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Os países do BRICS deram uma maior contribuição para sustentar crescimento da economia global no período da crise financeira e econômica mundial.
 
Contudo, o espaço dos membros do BRICS nas instituições internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, é substancialmente mais modesto do que aquele que, na realidade, ocupam no mundo.
 
O presidente da Câmara do Comércio e Indústria, Serguei Katyrin falou à Voz da Rússia das perspectivas de integração econômica do grupo, na véspera de sua cúpula na África do Sul.
 
– Como é a situação política atual dos países membros do BRICS na palestra mundial?
 
– Dos cinco países, só a Rússia participa do G8, e apenas a Rússia e a China são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Por enquanto, nenhum destes Estados chegou a ser membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um organismo muito importante. Isso é uma certa desconformidade. Por outro lado, o positivo, todos os Estados do BRICS integram a Organização Mundial do Comércio e são também membros do G20, cujo papel na solução dos problemas econômicos globais tem crescido hoje em dia de uma maneira significativa. O mais importante que auna estes países é uma abordagem comum dos problemas globais, a proximidade das posições frente às questões fundamentais da economia mundial e os modos de as resolver. O fato de o G20 avançar nas principais linhas de conciliação das políticas macroeconômicos, deve-se em grande medida aos países do BRICS, pois nas reuniões do G20 eles assumem posições bastante similares.
 
– Como o Senhor caraterizaria o nível de desenvolvimento das relações econômicas entre os países do BRICS? Quais poderiam ser novos horizontes neste sentido?
 
Os vínculos econômicos desenvolvem-se a diferentes níveis entre diferentes Estados do BRICS. Enquanto à Rússia, seu principal parceiro comercial é a China. Estão sendo desenvolvidos dinamicamente as relações econômicas com a Índia, que dentre os países do BRICS ocupa com toda a razão o segundo posto. No Continente Africano, ao sul do Saara, o principal parceiro da Rússia, em termos de volume do intercâmbio comercial e nível de cooperação econômica, é a África do Sul, e na América Latina é o Brasil.
 
Todos os parceiros da Rússia, membros do BRICS, são, no momento atual, principais locomotivas econômicas de suas respectivas regiões, participam de distintos grupos econômicos regionais e utilizam, bem como a Rússia e seus vizinhos geográficos, formas de interação, como uniões aduaneiras e áreas econômicas comuns.
 
Não pode deixar de infundir otimismo o fato de a cooperação entre a Rússia e os países do BRICS envolver não só os setores tradicionais, mas também o de altas tecnologias. É um setor que permite desenvolver relações inclusive no formato multilateral. Por exemplo, um dos resultados da recente visita do presidente do governo russo, Dmitri Medvedev, ao Brasil consiste em que o Glonass (sistema russo de navegação global por satélite) a partir de agora seja acessível também no continente Latino-Americano.
 
– Em que medida e de que maneira o BRICS é capaz de incentivar a empresa internacional?
 
Via de regra, as relações comerciais se desenvolvem na base bilateral, e muitos empresários nossos tomam parte de fóruns empresariais no contexto de cúpulas do BRICS, para ir ter com parceiros de esse ou aquele país. É que a possibilidade de escutar opiniões de colegas, de trocarem cartões de visita e estabelecerem primeiros contatos de negócio, que possam se transformar depois em contratos ou transações reais, é uma grande ajuda prática ao empresariado. É exatamente por isso que a Câmara de Comércio e Indústria sempre promove, por parte da Rússia, encontros desta índole.
 
O interesse pelo fórum empresarial no âmbito da cúpula do BRICS na Áfica do Sul é muito grande nos círculos empresariais da Rússia. Mais de 70 maiores empresas russas, dos mais diversos setores da atividade econômica, apresentaram solicitudes para participarem desse fórum.
 
– Agora se está falando muito na eventual criação de um banco de fomento do BRICS. Quais as chances para o êxito desta ideia?
 
- A ideia de criar um banco de fomento dos Estados do BRICS, que soou pela primeira vez na cúpula do quinteto de 2012, em Deli, se nos apresenta muito importante. Segundo se calcula, este instituto haverá de se converter em principal centro de apoio financeiro e desenvolvimento de projetos que os empresários dos países do BRICS possam realizar em conjunto, somando seus esforços.
 
No relatório preparado pelos chefes dos bancos de fomento dos cinco países, se constata que a criação de tal banco “é desejável e possível”. Seu objetivo principal consistirá em creditar projetos de desenvolvimento da infraestrutura dentro e fora dos países do BRICS. Já se debateu a questão do capital social inicial, e foi mencionada a quantidade não inferior a 50 bilhões de dólares. Na maioria dos casos, os bancos de fomento são estabelecimentos creditícios públicos e, portanto, o investimento em semelhantes projetos, o mais frequentemente, goza de garantias por parte do Estado. Contudo, por enquanto este projeto segue sendo um tema de discussão, e os líderes do BRICS, certamente, irão abordá-lo mais detalhadamente em Durban.
 
Fonte: Voz da Rússia
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