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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Conflito no Atlântico Sul - Afundamento do "HMS Coventry" pelos A-4 argentinos

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A história da disputa pelo domínio das "Ilhas Falklands" no sul do Oceano Atlântico, ou "Ilhas Malvinas", como são mais conhecidas na América do Sul e pelos Argentinos, traz consigo um enorme campo para análises e aprendizados sobre o conflito ocorrido no final do século XX, para ser exato, no ano de 1982, quando a Argentina desafiou o poderio britânico, ao tentar assumir o domínio sobre o arquipélago que vem sendo alvo de disputa entre as duas nações desde o século XIX.

Para entendermos um pouco sobre a disputa, convido à observarem o mapa da região, onde o território pertence à Grã-Bretanha, e com grande maioria da população de origem britânica, apesar de tamanha distância. As Malvinas estão situadas à 500 quilômetros da costa argentina, onde duas ilhas se destacam pelo tamanho. A capital do arquipélago, Porto Stanley (localizada na ilha ao leste, a mais desenvolvida), foi o principal alvo da ação militar argentina que tentou tomar a posse das ilhas à força, iniciando a invasão que deu origem ao conflito no dia 4 de abril de 1982.

Durante o conflito houveram diversos embates entre as forças aeronavais e navais dos dois lados, onde mesmo em desvantagem, os aviadores argentinos conseguiram lograr importantes êxitos sobre a poderosa Marinha Real Britânica (Royal Navy). Dentre os ataques bem sucedidos, resolvemos falar sobre o afundamento do "HMS Coventry", um dos mais modernos navios em operação naquele conflito, e que afundou após um ataque bem sucedido realizado por caças A-4 Skyhawk argentinos há 37 anos.

Classe Sheffield - Type-42
O "Coventry" fazia parte da então moderna "Classe Sheffield" de destróiers britânicos Type-42, a qual curiosamente os argentinos também possuíam duas unidades, das quais uma ainda se encontra na ativa e a outra operou até 2013, quando sofreu um sinistro e afundou atracado em Puerto Belgrano, vitima da crise que se abate sobre as forças armadas daquele país, as quais não conseguiram se recuperar do duro golpe sofrido com a derrota em 1982. Voltando a Type-42, esta classe de navios foi desenvolvida como solução ao cancelamento da Type-82, a qual manteve a capacidade de defesa aérea como sua missão principal, contando com sistemas de defesa aérea "Sea Dart", considerados na época avançados misseis antiaéreos de médio alcance, porém, sua pífia atuação no conflito levantou inúmeros questionamentos sobre sua capacidade real de emprego. O "Coventry" possuía ainda um canhão principal de 4,5"Pol. e dois canhões Oerlinkon de 20mm e dois tubos de torpedos, no combate contra meios de superfície e submarinos, a Type-42 contava com um helicóptero Westland Linx.

Durante o conflito das Malvinas/Falklands, a Royal Navy enviou cinco exemplares da Type-42 como parte de sua Força Tarefa, "Sheffield" , "Coventry" , "Glasgow" e "Cardiff" oriundos do primeiro lote, e o "Exeter" oriundo do segundo lote, onde amargou a perda do "HMS Sheffield" após ser atacado por um míssil "Exocet" e teve o "HMS Glasgow" severamente avariado por uma ataque. Após a perda de Sheffield , uma nova tática de defesa aérea foi implantada na tentativa de maximizar as capacidades remanescentes da Força Tarefa. A solução encontrada frente as deficiências do sistema de defesa aérea de curto alcance nos navios Type-42, foi operar os Type-42 restantes em conjunto com as duas fragatas Type-22 (denominado não-oficial de Type-64), posicionando-os muito mais à frente da força principal, um esforço para afastar as aeronaves atacantes, o que em teoria cobriria a lacuna nas capacidades de defesa aérea. Porém, o dia 25 de maio de 1982, mostrou mais uma vez que o sucesso no combate esta muito mais ligado a capacidade de resposta dos envolvidos diretamente que a modernidade dos meios propriamente ditos.

No dia 25 de maio daquele ano, o "HMS Coventry" e a fragata Type-22 "HMS Broadsword"foram designadas para tomar posição a noroesteLá, atuariam como chamariz para aeronaves argentinas, afastando de outros navios operando no desembarque na Baía de San Carlos . Nesta posição, perto da terra, com mar aberto insuficiente entre ela e a costa, seus mísseis Sea Dart seriam menos eficazes. A "Broadsword" estava armada com o míssil Sea Wolf para emprego antiaéreo e antimíssil de curto alcance.


Pouco após as 12 horas, os britânicos se viram sob ataque dos Skyhawks argentinos. O ataque coordenado vinha por duas direções, o que dificultou o trabalho das defesas britânicas. O "Coventry" possuía uma grande limitação ao operar próximo a terra, uma vez que seu sistema de radares apresentava problemas para acompanhar e travar alvos voando em velocidade e baixa altitude próximo as ilhas. Essa limitação técnica que já havia sido identificada há algum tempo, antes mesmo do conflito no Atlântico Sul, se mostrou um mortal ponto fraco nas capacidades de defesa aérea da classe, e isso custaria muito caro aos tripulantes do "Coventry".

No COC (Centro de Operações de Combate) do "Coventry" os operadores de radares e sistemas de armas tentavam confirmar a localização das aeronaves atacantes, as quais haviam sido rastreadas por um breve período antes que as mesmas estivessem ao alcance dos "Sea Dart". Um dos oficiais teve a ideia de acionar o apoio aéreo dos Harriers, porém, essa decisão se mostrou um erro, levando a perda de preciosos minutos até que decidissem por disparar novamente os Sea Dart, Tal demora expôs ainda mais o "Coventry".

As aeronaves do primeiro ataque carregavam uma bomba de queda livre de 1.000 lb cada, enquanto as aeronaves da segunda carregavam três bombas de 250 kg. Os quatro Skyhawks atacavam a luz do dia, o que levou o grupo de ataque a voar tão baixo que o radar do "Coventry" não podia distinguir entre eles e a terra e não conseguiu solução de tiro. A "Broadsword" tentou obter uma solução de tiro com seus misseis Sea Wolf contra o primeiro par de Skyhawks pilotados pelo Capitán Pablo Carballo e o Teniente Carlos Rinke, mas o sistema de rastreamento travou durante o ataque.

Os britânicos tentavam a todo custo uma solução de tiro contra as aeronaves argentinas, mas à medida que se aproximavam, eles se perdiam em "ecos" de radar confusos pela proximidade com as ilhas a alguns quilômetros de distância. De repente os Skyhawks reapareceram no radar, a poucos metros acima das ondas. Os dois primeiros lançaram um ataque contra o "Broadsword", para sorte dos britânicos uma das bombas acertou apenas o nariz de um helicóptero Linx no convoo e caiu no mar.

No "Coventry" a tripulação continuava tentando obter uma solução de tiro contra o segundo par de Skyhawks pilotados pelo Primer Teniente Mariano A. Velasco e Alférez Leonardo Barrionuevo, que seguiam contra o "Coventry", voando um ângulo de 20 graus em relação à sua proa. Ainda incapaz de travar seus mísseis nas aeronaves argentinas, o "Coventry" disparou um míssil Sea Dart e manobrou bruscamente para estibordo tentando reduzir seu perfil. Esse foi um grande erro, pois a "Broadsword" havia conseguido reativar seu sistema de misseis Sea Wolf e travado com sucesso as aeronaves atacantes, mas devido a manobra inesperada do "Coventry" que o colocou na linha de tiro, não conseguiu disparar. No convés a tripulação disparava com fuzis e metralhadoras na tentativa de abater os argentinos, os canhões de 20mm haviam travado.


Em poucos minutos a segunda onda de ataque cruzou pela proa do "Coventry" liberando sua carga de bombas, onde três impactaram o navio, duas atravessaram o casco até atingir a sala de maquinas, em poucos segundos detonaram, transformando o cenário a bordo um verdadeiro inferno em chamas. O "Coventry" estava perdido, em 20 minutos o navio afundou, deixando um saldo de 20 mortos e 29 feridos, os 170 sobreviventes foram resgatados pela "Broadsword" que na década de 90 seria vendida à Marinha do Brasil em 30 de junho de 1995, onde foi nomeada "Greenhalgh"


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança.


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sábado, 28 de setembro de 2019

Apoio aéreo aproximado no século XXI e o Pucará

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Poucos dias após o FMA IA-58 "Pucará" deixar de operar como aeronave de ataque, permanecendo apenas em missões de vigilância, parece válido analisar o presente das aeronaves de apoio aéreo aproximado e onde "Pucará" pode ser inserido hoje.

O "Pucará" foi um avião concebido nos anos 60, quando grupos insurgentes floresceram em todo o mundo, principalmente na Ásia, África, América Latina e Oceania. Naquela época, a maioria dos países se dedicava à adaptação de aeronaves originalmente projetadas para outras missões, a fim de combater grupos guerrilheiros. Assim, em diferentes conflitos, aeronaves como o A-1 "Skyraider", T-6 "Texan", T-28 "Trojan" e A-26 "Invader", entre muitos outros foram empregados nessa função. Mas, ao mesmo tempo, países como Estados Unidos, França e Argentina, concentraram-se na produção de aeronaves especificamente dedicadas a missões de contra-insurgência (COIN). A França, após alcançar um certo grau de progresso, acabou cancelando os projetos antes do final dos conflitos na Argélia e na Indochina. Os Estados Unidos acabaram produzindo o Rockwell OV-10 "Bronco" e a Argentina o "Pucará". Portanto, essas foram as duas únicas aeronaves projetadas especificamente para missões COIN que conseguiram ser produzidas em série e usadas em combate.

No entanto, ambos pararam de ser produzidas há muito tempo, seus fabricantes pararam de produzir seus componentes e peças de reposição, os dois foram retirados de serviço nas forças que os operavam. Principalmente porque, durante os anos 80 e 90, parecia que a guerra de contra-insurgência era praticamente algo do passado e que logo desapareceria nos poucos países onde ainda existia. Na América Latina, isso ficou evidente, deixando apenas o conflito na Colômbia no final dos anos 90, enquanto na América Central, Peru, México e outros países que tiveram guerra de guerrilha foram derrotados ou assinaram acordos de paz.

Logo após o início do novo milênio, dois problemas diferentes, embora até certo ponto relacionados, começaram a aparecer fortemente e levaram ao ressurgimento da guerra de contra-insurgência: o narco-terrorismo tomou força em toda a América Latina, agora relacionada a grupos guerrilheiros, que ali encontraram seu modo de financiar suas operações, e o terrorismo islâmico que floresceu na África, Ásia e parte da Oceania, ampliando sua posição no Oriente Médio, além dos ataques já conhecidos na Europa e nos Estados Unidos.

Mais uma vez, as guerras assimétricas, entre forças convencionais regulares e grupos terroristas ou criminosos, levaram a repensar o equipamento a ser empregado.

Quando o governo dos EUA começou a avaliar a possibilidade de incorporar uma aeronave de contra-insurgência para sua aviação de combate e fornecer as forças aéreas de países aliados, avaliaram os modelos que estavam no mercado, mas entre os requisitos levantados estava a preferência por uma aeronave bimotor, a qual não havia opção disponível no mercado. Quando a USAF deu inicio em 2011 ao programa LAS (Light Air Support), perguntou informalmente à FAdeA se era possível produzir novamente o "Pucará", recebendo então uma resposta negativa. Ao mesmo tempo, a Boeing, que hoje detém os direitos do OV-10 "Bronco", ofereceu-se para produzir uma nova versão da aeronave, mas o tempo de desenvolvimento proposto excedeu o que a USAF aceitava e rejeitou a proposta. Depois de escolher o Embraer Super Tucano para fornecer várias forças amigas, a USAF finalmente decidiu adiar a seleção de suas próprias aeronaves, porque consideraram que nenhuma opção no mercado atendia às suas expectativas.

Apesar disso, em geral, quando se fala de "Pucará", propõe-se que o Embraer A-29 "Super Tucano" ou o Beech AT-6 "Wolverine" sejam seus substitutos, argumentando a tecnologia que essas aeronaves possuem, contando com uma moderna aviônica e a capacidade de lançar armas inteligentes, o que realmente é algo relativo, já que o mais importante em um avião é que, como plataforma, atenda às expectativas de sua missão, pois o equipamento e o armamento são algo que podem ser integrados ou alterados conforme necessário e possível, contanto que a aeronave permita.

Quando visitei a Base Aérea de Apiay, na Colômbia, em 2015, tive a oportunidade de conversar com o comandante do Combat Squad 211, a principal unidade da Força Aérea Colombiana que opera o "Super Tucano", que me disse que o avião tem quatro grandes falhas no que diz respeito a comparação com o "Pucará" e o "Bronco", os dois modelos usados ​​anteriormente pela referida unidade e é por isso que a FAC desistiu de comprar um segundo lote de "Super Tucano" para substituir o "Bronco" e os vetustos Cessna A-37B "Dragonfly".

Por um lado, em missões de apoio aéreo aproximado, o piloto sempre prefere uma aeronave bimotora, pois são operações em que ele é frequentemente exposto ao fogo inimigo, porque o armamento é lançado a uma curta distância do inimigo.

Como segundo ponto, eles descobriram que o "Super Tucano" tinha pouca proteção interna. Nos Estados Unidos, isso foi resolvido com a adição de painéis de proteção do lado de fora, mas com a penalidade de aumento do peso e resistência aerodinâmica, o que reduz sensivelmente seu desempenho.

O terceiro aspecto foi o seu pequeno armamento orgânico, com apenas duas metralhadoras de 12,7 mm, contra as quatro metralhadoras de 7,62 mm do "Bronco" e as quatro metralhadoras de 7,62 mm e duas metralhadoras de 20 mm do "Pucará".

O último ponto foi a autonomia, essencial em missões de apoio aéreo aproximado, especialmente em grandes países com poucas pistas, como é o caso da Colômbia, onde muitas vezes, quando opera no leste do país, você deve voar de bases localizadas a uma grande distância.

Necessidades reais

Em geral, quando se trata desse tipo de aeronave, destacam-se sua capacidade de lançar armas inteligentes, mas essa é uma vantagem relativa. As bombas guiadas são lançadas em um objetivo pré-estabelecido quando a missão é planejada e de alto valor estratégico (especialmente em países de baixo orçamento, pois são bombas caras que não podem ser facilmente substituídas). No entanto, muitas missões de contra-insurgência envolvem apoio a forças terrestres que se apegam ao combate com o inimigo, em um cenário em que o alvo é muito pequeno, se move rapidamente em pequenos grupos e está muito próximo das próprias tropas. Em muitos casos, áreas específicas e não-alvos são atacados; portanto, uma única bomba guiada não faz sentido e as armas preferidas são foguetes, canhões ou metralhadoras.

Além disso, é necessária persistência sobre o alvo, pois muitas vezes o avião age como um impedimento ou força o inimigo a permanecer agarrado ao chão e coberto, para evitar revelar sua posição e ser imediatamente atacado. Isso permite que as forças terrestres se mobilizem e adotem um melhor posicionamento para tomar a iniciativa em combate.

A Colômbia é hoje o país com a maior experiência em combate assimétrico do mundo, e seus pilotos hoje são os que mais têm a contribuir para esse tipo de guerra. Embora a guerra tenha mudado, pois os guerrilheiros reduziram sua capacidade de combate em relação há 20 anos atrás, as diferentes fases da guerra deixaram muita informação sobre as operações de apoio aéreo aproximado com aeronaves. Entre elas, o uso mais extenso do "Pucará" em combate.

Recentemente, tive a oportunidade de entrevistar vários pilotos colombianos que pilotaram o "Pucará" em combate, em alguns casos, também do "Bronco", o que também me permitiu saber como os dois modelos se comparam com base em sua experiência, coincidindo na superioridade do "Pucará" em todos os aspectos, exceto dois. O avião argentino foi considerado apenas inferior em termos de visibilidade da cabine e da capacidade do "Bronco" de transportar uma unidade de forças especiais na parte traseira da fuselagem para infiltração. Mas Pucará foi considerado superior em sua manobrabilidade, na capacidade de operar com um único motor, sua maior autonomia, maior armamento interno e em uma maior rusticidade.

Hoje, todos consideram que existe uma necessidade de tal aeronave, que não é satisfeita por nenhuma aeronave no mercado.

Um novo Pucará?

Em geral, quando surge a possibilidade de um novo "Pucará", propõe-se que seja uma aeronave de construção antiga, que seus equipamentos sejam antigos ou que suas ferramentas tenham sido destruídas. Essa abordagem é a mesma que dizer que o Boeing 737 não funciona se afirmarmos que o 737-200 é antigo, mas, no entanto, hoje a Boeing evoluiu o conceito para o Max.


Um novo "Pucará" deve passar por uma reengenharia de todos seus componentes, para adaptá-los aos métodos modernos de construção, em alguns casos, mesmo o uso de novos materiais.

Falando com um engenheiro com muito conhecimento da aeronave, cuja identidade eu prefiro proteger, ele me disse que há alguns anos uma empresa americana se ofereceu para digitalizar toda aeronave e realizar a reengenharia de todas as partes e componentes por um valor de cerca de 5 milhões de dólares. Isso já seria o ponto de partida para fazer as modificações necessárias, que não são muitas em termos de estrutura e design.

Além disso, deve contar com novos sistemas de comunicações, navegação e novos aviônicos, com uma configuração Glass-Cockpit. Como já foi dito, isso pode ser facilmente resolvido através da adaptação dos sistemas do Pampa III, já conhecidos pela FAdeA e pela FAA. Adicione também a possibilidade de instalar sistemas de autoproteção (sistemas RWR, além de lançadores de chaff e flare) e uma torre com vários sensores para reconhecimento e designação de alvos.

Por outro lado, novos motores da ordem de 1100 shp, com turboélices diretos da turbina e capacidade de vôo invertido, podendo analisar se é conveniente ou não instalar motores mais potentes. Também deve ser analisado se o armamento interno deve ser mantido ou se feitas alterações na configuração.

O mesmo engenheiro mencionado acima me disse que o tempo de desenvolvimento até um protótipo em voo não deve exceder dois ou três anos, com um custo de fabricação de cerca de 15 milhões de dólares, e estimamos que em não mais de cinco anos o modelo pode estar pronto para produção em série, calculando a produção de uma segunda aeronave já com a configuração serial, o que permite apoiar o protótipo para obter a certificação, com um investimento total da ordem de 50 a 70 milhões de dólares ( embora o custo final também dependa da sofisticação do equipamento que você deseja instalar e possa chegar aos 100 milhões).

Deve-se levar em conta que a remotorização com turboélices PT6 levou a um investimento de cerca de 45 milhões de dólares, para ter um único protótipo com benefícios abaixo dos exigidos pela FAA.

Pessoalmente, acredito que, para enfrentar um projeto como esse, a associação da FAdeA com uma indústria de grande prestígio internacional, que possua clientes em potencial, fornecendo soluções tecnológicas e apoio em marketing, é essencial.

Também acredito que hoje "Pucará", dentre os produtos que a FAdeA poderia oferecer, possui um mercado potencial muito maior que o "Pampa III", uma aeronave que hoje praticamente não tem mercado. No caso do "Pampa", se você analisar o que as forças aéreas do mundo estão incorporando, observe que elas vão de um turboélice como o Super Tucano ou o Texan II, a jatos de melhor desempenho, como o Leonardo M346, KAI T-50, Boeing T-7, Yak 130 ou Hawk, entre outros. Assim, duvido que exista um mercado potencial para o "Pampa III" que exceda 30 ou 40 aeronaves, enquanto que para um novo "Pucará" poderia haver um mercado de pelo menos 300 ou 400 aeronaves se uma boa comercialização fosse feita.

Por: Santiago Rivas - Jornalista e Fotógrafo renomado no campo de Defesa, articulista de inúmeras publicações especializadas, Argentino e observador do cenário geopolítico Latino Americano. Jornalista responsável na Pucará Comunicações. Autorizou ao GBN Defense News a traduzir e publicar esta análise sobre o IA-58 "Pucará" e uma hipotética inserção deste no atual mercado de aeronaves COIN. Conheça o trabalho do nosso parceiro clicando aqui


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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Após cirurgia exitosa, Cristina Kirchner passa bem

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A cirurgia para a retirada de um coágulo na cabeça de Cristina Kirchner, ontem pela manhã, durou quase duas horas e transcorreu sem complicações.
 
No início da tarde, o porta-voz da Presidência argentina, Alfredo Scoccimarro, apareceu na porta da Fundação Favaloro, em Buenos Aires, para anunciar que a cirurgia havia sido "satisfatória" e que a presidente já estava no quarto --o boletim médico dizia que Cristina se encontrava na Unidade de Terapia Intensiva.
 
"Ela está animada e mandou saudações a todos. Agradeceu à equipe médica e a todos que rezaram. Ela está de muito bom humor", disse.
 
O boletim médico divulgado não informou como foi o procedimento cirúrgico.
 
Segundo médicos ouvidos pela Folha, a operação mais comum em casos de hematoma subdural é feita com alguns orifícios no crânio para drenar o sangue acumulado. Após esse tipo de intervenção, os pacientes costumam ficar de quatro a cinco dias hospitalizados. Depois disso, é recomendado repouso de entre 30 dias a 45 dias.
 
O coágulo na cabeça de Cristina surgiu por causa de um trauma que ela teria sofrido no dia 12 de agosto, mas que não se sabe como.
 
REZA E MÚSICA
 
Cerca de 200 militantes e apoiadores de Cristina se concentraram na entrada do hospital ontem. Muitos cantavam hinos políticos e seguravam cartazes com mensagens como "Força, Cristina".
 
Uma outra parte rezava pela recuperação da mandatária. Era o caso de Bárbara Fernández, 62, sentada em um banquinho com um terço na mão. Ela montou na calçada um altar com a imagem de Nossa Senhora de Luján.
 
"Vou rezar muitos rosários por Cristina. Ela vai ficar boa logo", disse à Folha.
 
A seu lado, o casal Raúl García, 66, e Maria Savere, 60, da província de Chubut, levavam a mão no peito enquanto rezavam. "Deus cuida de quem olha para os pobres. E ela está fazendo com que os menos favorecidos tenham dignidade, trabalho. Cristina tem a pátria no coração", disse a dona de casa Maria. "Antes, o FMI [Fundo Monetário Nacional] mandava nesse país. Ela mudou isso."
 
A militante Ruth Vilta, 34, da organização Che Néstor, viajou de La Plata para a capital argentina com outras 30 pessoas. Ela estava "triste" com os comentários de que Cristina estaria usando a doença para ganhar votos na eleição legislativa do dia 27, na qual, de acordo com os prognósticos, o governo pode sofrer derrota.
 
"Não acredito que qualquer pessoa possa lucrar com uma doença", afirmou Vilta.
 
Ontem o presidente do Uruguai, José Mujica, desejou uma pronta recuperação para a colega argentina. E disse que a América Latina "precisa de sua presença guerreira e militante".
O Uruguai e a Argentina entraram em conflito mais uma vez, na semana passada, por causa da fábrica de celulose UPM, instalada às margens do rio Uruguai, fronteira entre os países.
 
INIMIGO NO HOSPITAL
 
À tarde, o apresentador Jorge Lanata, do programa "Periodismo para Todos", do canal 13, foi internado no mesmo hospital de Cristina, por causa de uma crise de insuficiência renal.
Lanata é autor de uma série de reportagens denunciando casos de corrupção no governo Kirchner. No final do dia, o jornalista foi transferido para outra instituição.
 
DIAGNÓSTICO
 
Cristina foi diagnosticada no sábado com um hematoma subdural crônico (quando há acúmulo de sangue próximo à meninge dura-máter, que fica entre o crânio e o cérebro), consequência de uma queda que teria sofrido em 12 de agosto. A Presidência não informa como foi o acidente.
 
No domingo à noite, de repouso na residência oficial de Olivos, ela começou a sentir um formigamento no braço esquerdo. Os médicos verificaram que ela estava perdendo força nesse membro, um dos sintomas da compressão cerebral. Ontem, ela deu entrada no hospital Fundação Favaloro, em Buenos Aires.
 
O boletim médico informou que a proposta inicial de repouso de 30 dias foi alterada para a cirurgia, mas não deu detalhes.
 
"Essa é uma operação comum e de baixo risco, já que é em uma parte externa do cérebro. Normalmente dura cerca de uma hora e são feitos três ou quatro orifícios na calota craniana para drenar o sangue", explica à Folha o neurocirurgião Santiago Gonzalez Abbati, da Universidade de Buenos Aires.
 
O pós-operatório tampouco é complicado, de acordo com o neurologista Ignacio Previgliano. "Como a cirurgia não mexe com o cérebro, a recuperação costuma ser rápida", diz.

Fonte: Folha
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domingo, 6 de outubro de 2013

América do Sul investe mais de US$ 10 bi em equipamentos militares: Argentina compra Mirage F-1

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O governo da Argentina comprou 16 caças Mirage F1, usados da aviação militar da Espanha, para reequipar o Grupo 6 da VI Brigada Aérea, em Tandil. O valor do contrato, é de US$ 217 milhões. A presidente Cristina Kirchner lançou, em setembro, um programa de modernização das Forças Armadas que vai exigir investimentos de US$ 2 bilhões até 2018.
Os supersônicos foram fabricados na França, há 38 anos. Em junho, o Ejército del Aire - o EdA espanhol - desativou toda a frota que operava na base aérea de Albacete, na província de La Mancha. A missão dos F1 será o controle da fronteira norte do país, rota de voos clandestinos. A Força Aérea argentina emprega 14 muito velhos Mirage III, todos produzidos há 40 anos. São os remanescentes da frota usada em 1982 na guerra pelo arquipélago das Falkland/Malvinas, contra a Inglaterra.
Não é o único projeto em desenvolvimento na região. O Peru anunciou há dez dias a aquisição de 110 tanques e blindados de apoio russos, da família T90. O carro de combate é considerado um dos três mais modernos e avançados do mundo.
A Operação Raiz do Fogo vai custar cerca de US$ 850 milhões e também integra um plano maior, de aumento da capacidade da Defesa do país ao longo de cinco anos.
O governo do presidente Ollanta Humala enfrenta problemas com a guerrilha Sendero Luminoso. O ministro da Defesa, Pedro Cateriano, decretou o estado de emergência em cinco províncias - Abade, Tocache, Leoncio Prado, Marañon e Huamalies. Nas áreas estão suspensos os direitos de livre trânsito, de inviolabilidade domiciliar e de reunião. Segundo Cateriano, "a luta armada nessas comunidades é uma realidade sustentada pelos plantadores de coca e distribuidores de drogas".

Os tanques pesam 45 toneladas e são armados com canhões de 125 milímetros com capacidade para disparar mísseis da classe Svir, de múltiplo emprego. O T90C emprega sistemas de mecatrônica que permitem a aplicação em terreno adverso, úmido, de selva, ou arenoso.
Em outra iniciativa as autoridades da Defesa peruana estão negociando, com a Rússia, a incorporação de ao menos 24 novos helicópteros de ataque, a série Mi-35 conhecida como Couraçados Voadores. França e Estados Unidos disputam a encomenda. Em dezembro de 2012, a tropa especial de intervenção rápida recebeu cinco helicópteros recuperados, porém, pouco atualizados, ao custo de US$ 10 milhões.
Mirage argentino. A Venezuela, a Colômbia, a Bolívia, e o pequeno Suriname, estão consolidando planos locais destinados a suprir demandas militares. Todos envolvem compras de blindados sobre rodas, aviões e helicópteros. O Centro de Estudos Estratégicos do Chile estima os gastos em andamento em US$ 10 bilhões. O maior pacote é do Brasil - os projetos estratégicos da Marinha, do Exército e Aeronáutica soma R$ 124 bilhões, algo próximo de US$ 62,5 bilhões.
Os Mirage F1 da Argentina devem começam a chegar ainda este an0. De acordo com o ministro da Defesa, Agustín Rossi, serão revisados na Fábrica Argentina de Aviones, em Córdoba. A situação dos esquadrões de caça locais é dramática. São considerados operaci0nais apenas sete Skyhawks, subsônicos, sobreviventes dos 36 comprados pelo ex-presidente Carlos Menem em 1997. Por causa da limitação orçamentária as horas de voo estão limitadas a 13,6 por ano. As patrulhas sobre o mar, não passam de sete na agenda de rotina anual de treinamento.
Os supersônicos espanhóis já somam 1.700 horas de voo cada um. São boas máquinas de guerra. Operados por 14 nações, podem levar de 4 a 6 toneladas de cargas de ataque - mísseis, foguetes, bombas - mais dois canhões de 30mm. Em Albacete, o a 14ª Ala do EdA acumulou 200 mil horas de voo com as aeronaves desde 1975. Perdeu 35 delas. E 12 pilotos morreram em ação.
 
Fonte: Estadão
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sábado, 31 de agosto de 2013

Argentina continua interessada no FC-17

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As autoridades argentinas continuam o processo de negociação com a China convista à aquisição por parte do país sul americano de novas aeronaves para a sua força aérea.

Outrora possuidora da mais poderosa força aérea do hemisfério sul, a Argentina viu a sua capacidade ser muito diminuida depois do conflito sobre as ilhas Malvinas em 1982.

Naquela altura, a Argentina possuia uma frota de caças Mirage-III apoiada por uma frota de caças Mirage de ataque, muitos deles comprados em Israel, mas que estavam em boas condições.

Durante o conflito de 1982 a Argentina perdeu dezenas de caças e desde essa altura praticamente não foram adquiridas novas aeronaves de combate, além de 36 Skyhawk fornecidos pelos Estados Unidos em 1992. A força aérea continuou a receber helicópteros europeus e russos e foram recebidas aeronaves de transporte, mas o nucleo principal de aeronaves de combate da força aérea da Argentina, continuam sendo os Mirage resistentes do tempo da guerra das Malvinas.

As dificuldades economicas da Argentina justificam em parte a situação, mas a relutância por parte do poder político em gastar dinheiro com as forças armadas também é um fator a considerar.

As dificuldades financeiras e o problema que continua a existir com as ilhas Malvinas, onde a Grã Bretanha mantém uma força de reação imediata que conta com caças modernos, leva a que a Argentina possa ter dificuldades em adquirir sistemas mais modernos a países europeus ou aos Estados Unidos.

A Argentina já adquiriu helicópteros russos, mas a Rússia não está interessada no desenvolvimento de industrias aeronáuticas na América do Sul. Por isso a Argentina aparenta estar a tentar resolver o problema com os chineses.

Os contatos entre os argentinos e os chineses já começaram há algum tempo e foram novamente confirmados durante a última feira aeronautica de Paris.

A Fabrica Argentina de Aviones «FadeA» estuda as possibilidades de cooperação com a China, no sentido de considerar a co-produção do caça JF-17, que poderá vir a integrar a força aérea daquele país.

A Argentina tem preferência por uma versão especificamente adaptada para as necessidades do teatro de operações sul americano, pelo que os JF-17 argentinos não seriam idênticos aos que a China vendeu para o Paquistão.

O caça JF-17 foi desenvolvido em cooperação com o Paquistão, mas não se pode dizer que seja um avião novo. Na sua origem está um projeto da americana Northrop Grumman chamado de «Super Seven» para uma modernização radical do monomotor J-7, a versão chinesa do MiG-21 russo.

A possibilidade de a Argentina vir a operar o tipo, não deixa de ser curiosa. Durante a década de 1960, o caça soviético MiG-21 era visto como o supra-sumo da aviação, por causa da sua elevada velocidade. O fim do «reinado» do MiG-21 veio no final da década, quando nas guerras entre Israel e os árabes, o MiG-21 foi completamente ultrapassado pelo Mirage-III de Israel.

São esses os aviões que hoje a Argentina ainda tem, e agora coloca-se a possibilidade de um MiG-21 modernizado substituir os Mirage ainda ao serviço.

Se houver acordo entre as industrias dos dois países e interesse do governo argentino em investir em novas aquisições, haverá sistemas do novo avião que serão desenvolvidos na Argentina, mas os argentinos não deixarão de tentar rentabilizar a sua própria industria, convencendo os chineses a incluir componentes fabricados na Argentina, se a China vender o caça para outros países.
 
Fonte: Área Militar via Hangar do Vinna
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Argentina acusa Reino Unido de levar armas nucleares às Malvinas

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A Argentina acusou nesta segunda-feira o Reino Unido de transportar, em submarinos, armamento nuclear às Ilhas Malvinas e violar, assim, os tratados internacionais que estabelecem que esta zona deveria estar desnuclearizada.
 
"Nos encontramos em uma etapa precária de implementação do tratado de Tlatelolco, que proíbe completamente o armamento nuclear na América Latina e no Caribe. Esta precária implementação é desafiada pelo Reino Unido", manifestou o secretário de Relações Exteriores da Argentina perante a Conferência de Desarmamento da ONU, Eduardo Zuain.
 
Além disso, Zuain responsabilizou o Reino Unido de uma injustificada e desproporcional presença militar no Atlântico Sul, "que inclui deslocamentos de submarinos com capacidade de levar armamento nucleares na zona desnuclearizada".
 
O Tratado para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe - conhecido como Tratado de Tlatelolco - é um acordo internacional que estabelece a desnuclearização do território da América Latina e do Caribe e que entrou em vigência em 25 de abril de 1969.
 
"A República Argentina está especialmente preocupada pela possibilidade, confirmada pela primeira vez pelo Governo britânico em 2003, que este estado estivesse introduzindo armamento nuclear no Atlântico Sul", assinalou Zuain, que acrescentou que o Governo argentino lamenta profundamente que o Reino Unido tenha ignorado as denúncias formuladas sobre esta situação.
 
Além disso, Zuain criticou o fato de que as Malvinas esteja entre os territórios mais militarizados do mundo, com mais de 1,5 mil soldados britânicos e uma população civil de 3 mil. "Tal desdobramento inclui a presença de um poderoso grupo naval, aviões de combate de última geração, um importante centro de comando e controle, e uma base de inteligência eletrônica que permite 'monitorar' o tráfego aéreo e naval da região", acrescentou.
 
Zuain disse que a grande presença britânica em áreas disputadas do Atlântico Sul preocupa não somente a Argentina, "mas também os países da região e fora dela, como demonstram pronunciamentos da Cúpula Ibero-Americana, a União de Nações Americanas (Unasul), o Mercosul, o Grupo Rio e a Cúpula de Países da América do Sul e Países Árabes (ASPA)".
 
Argentina pediu à Conferência de Desarmamento, que começou nesta segunda em Genebra uma nova sessão e que se prolongará até o próximo dia 1 de março, que supere a estagnação à qual está submetida há 15 anos para que possam avançar em diferentes temas, entre eles, o reivindicado por Buenos Aires.
 
Fonte: EFE
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segunda-feira, 12 de março de 2012

As Ilhas Falkland. Trinta anos depois do conflito de 1982

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A Argentina continua a não se mostrar conformada com o desfecho da tentativa de tomada de posse das ilhas Falkland [1] por invasão em 1982, que culminou com a rendição do seu contingente perante a força-tarefa enviada por Londres para repor a administração da coroa britânica. Buenos Aires considera que a questão da soberania das ilhas é um assunto em aberto que é preciso trazer periodicamente à atenção internacional.

O último pretexto foi a decisão do Governo britânico de enviar um destroyer (HMS Dauntless) para a área, o que a Presidente da Argentina, Maria Cristina Kirchner, considerou como pondo um risco de segurança internacional. A chegada do príncipe Henry para uma comissão de seis semanas como piloto de um helicóptero de busca e salvamento originou idênticos comentários do MNE argentino.

É natural que perante a proximidade do trigésimo aniversário da invasão, no próximo dia 2 de abril, a Argentina traga o assunto para a agenda da ONU. Por essa mesma razão também é que o Governo britânico não quer deixar qualquer dúvida que não se encontra disponível para discutir a soberania desse território. Daí o envio do navio de guerra. Se idêntica clareza de propósito tivesse sido assegurada em 1982, talvez o conflito não tivesse ocorrido. Este acabou por se desencadear, na análise de James Cable, precisamente por falta de sinais claros do lado de Londres de que qualquer solução imposta militarmente pela Argentina resultaria em confronto com as Forças Armadas britânicas. É uma lição a ter presente.

De facto, na altura, Londres tinha reduzido a presença militar nas ilhas a um contingente de fuzileiros meramente simbólico e um navio de patrulha sem valor combatente (HMS Endurance); tinha entrado em conversações diplomáticas com o governo argentino sobre a situação das ilhas, que dois meses antes da invasão ainda estavam em curso; e, finalmente, tinha decidido retirar de serviço, para venda, os seus dois porta-helicópteros, unidades que seriam essenciais para retomar a soberania das ilhas, caso a perdesse.

Este conjunto de medidas levou o Presidente argentino a concluir que poderia criar com relativa facilidade um “facto consumado”, a que o Governo britânico não reagiria em termos militares, por falta de motivações estratégicas (não estando em causa um interesse vital) e por insuficiência de recursos para intervir a tão grande distância (8000 milhas, 13000 quilómetros). Muito pressionado por uma grave crise interna, o então Presidente da Junta Militar que governava a Argentina, o general Gualtieri, viu uma possibilidade de satisfazer a antiga aspiração nacional de soberania das ilhas e dessa forma inverter a situação interna.

Gualtieri quis sobretudo aproveitar a oportunidade para criar um acontecimento a que as circunstâncias pareciam facilitar um desfecho favorável para a Argentina, não obstante a relação de forças militares não pender para o seu lado, nem ter as suas Forças Armadas seriamente treinadas para a ação empreendida. A Força Aérea argentina não tinha qualquer preparação operacional para operar em ambiente marítimo; não incluía aviões de patrulhamento marítimo nem de reconhecimento e apenas dois aviões de reabastecimento em voo, insuficientes para dar à aviação de ataque autonomia de permanência na área. Parte importante das forças terrestres tinha sido recrutada apressadamente e, regra geral, encontrava-se mal preparada.

Perante a convicção de que não haveria reação do Reino Unido, estas limitações não tiveram a atenção que deveriam ter tido. Mas Gualtieri, afinal, enganou-se redondamente ao subavaliar a firmeza do governo britânico, então chefiado pela Senhora Tachter. A reação de Londres, malgrado as dificuldades do empreendimento para repor a situação, não se fez esperar com a mobilização de todos os meios militares e civis para retomar a soberania sobre as ilhas.

Três dias depois da invasão, os primeiros navios da força naval então constituída, incluindo os dois porta-aviões (HMS Hermes e HMS Invencible) largavam de Portsmouth a caminho do Atlântico Sul. Onze dias depois, a 16 de abril, chegavam à Ilha de Ascensão para preparar a segunda etapa da viagem e concluir os preparativos para a intervenção, que se iniciou no dia 2 de maio. Quando, a 14 de junho, o comandante das forças argentinas, Alfredo Ortiz, perante a vitória clara das forças britânicas, assinou a rendição a bordo do HMS Plymouth, o “preço” pago pelas duas partes incluía: 904 mortos (649 argentinos e 255 ingleses), 1800 feridos, 57 aviões argentinos abatidos e quatro navios de guerra britânicos afundados [2].

Para o Brasil que tentou manter uma posição de “neutralidade não equidistante”, sobretudo para evitar um desfecho que impusesse sacrifícios excessivos à Argentina, este desfecho, na opinião de Hélio Jaguaribe,[3] permitiu tirar duas lições importantes que, julgo eu, ajudam a explicar a sua atual postura internacional.

A primeira, ao deixar a descoberto a quase impotência militar a que o País tinha chegado por falta de meios modernos de defesa e excessiva ocupação das Forças Armadas em funções policiais contra insurreição, em prejuízo da preparação para as missões essencialmente combatentes. Tratava-se de uma situação resultante da decisão de confiar nos EUA as responsabilidades pela segurança externa, situação que Brasília tenta alterar. A segunda, ao revelar a debilidade das organizações internacionais então existentes na América do Sul, nomeadamente o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca de 1947, que embora incluindo disposições expressas à segurança dos estados membros foi então ignorado. Esta situação teve alguma evolução positiva, embora não substancial.

Há uma outra lição importante a retirar e que não é específica do Atlântico Sul. É a que se refere, conforme já fiz notar acima, à negligência do Reino Unido em não tomar todas as medidas necessárias para deixar claro que nunca se conformaria com a qualquer tentativa argentina de alterar pela força o estatuto das ilhas, criando um “facto consumado”. Quem cometeu uma agressão foi, de facto, a Argentina mas ao Reino Unido cabia a responsabilidade de fazer mais para a desencorajar; falhou ao não fazer.

A eventual repetição do conflito não é uma hipótese que de momento se imagine mas, enquanto a disputa se mantiver, essa possibilidade continua em aberto e, de certo modo agravada, pela descoberta de jazidas de petróleo nas águas do arquipélago, em especial na bacia norte, o que pode dar ao conflito a natureza de uma disputa pela posse de recursos vitais.


[1]Nas mesmas condições que as ilhas Falkland há mais 15 territórios em todo o mundo que as Nações Unidas colocam numa lista de “non-self-governing territories”. Do total de 16, 10, incluindo Gibraltar, estão sob a administração do Reino Unido. Os restantes seis estão sob administração americana (três), espanhola, francesa e da Nova Zelândia.
[2] As Forças Armadas argentinas, em particular a Força Aérea, ainda não se recompuseram do desaire sofrido e não é provável que nos tempos mais próximos consigam empreender um programa de rearmamento que altere substancialmente a situação.
[3] Académico brasileiro que leccionou nas universidades de Harvard, Stanford e no MIT.




Fonte: Jornal Defesa e Relações Internacionais
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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Argentina: Londres enviou armas nucleares às Malvinas

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O governo da Argentina acusou o Reino Unido de enviar armas nucleares para as Ilhas Malvinas e de manter no arquipélago um sistema militar de controle do Atlântico Sul, desde a Amazônia até a Antártida e desde a costa oriental sul-americana à costa ocidental africana, assim como os acessos entre os oceanos Atlântico e Pacífico e Atlântico e Índico. A denúncia foi feita nesta sexta-feira pelo ministro de Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, na sede da ONU, em Nova York.

Timerman apresentou um documento detalhado da ação militar britânica nas Malvinas, que aponta o aumento da presença das Forças Armadas na região. "O orçamento militar inglês foi reduzido em todo o mundo, menos nas Malvinas", acusou o chanceler durante entrevista coletiva que foi transmitida ao vivo pelas emissoras de TV da Argentina. Segundo ele, "os exemplos mais notáveis da militarização por parte do Reino Unido são a recente incorporação ao sistema bélico das Malvinas de um destroier HMS Dauntless tipo 45 e de aviões Typhoon II com mísseis Taurus e o envio de um submarino nuclear".

O submarino com propulsão nuclear, segundo detalhou o ministro, tem capacidade para transportar armamento nuclear. "Informações recebidas pela Argentina através de fontes indicam que se trataria do submarino Vanguard", disse ele, queixando-se da falta de confirmação do governo britânico sobre o assunto. Timerman também disse que os aviões Typhoon Eurofighter, que realizam exercícios na base aérea das Malvinas, são do mesmo modelo usado na Líbia, no Afeganistão e no Iraque.

"Por que esse tipo de avião se encontra na nossa região? Nenhum país da América do Sul dispõe dessa capacidade bélica", reclamou o ministro argentino. Ele disse que os pilotos britânicos são treinados nesses aviões para depois ser enviados a zonas de conflito. Timerman disse ainda que os britânicos estão realizando no arquipélago provas com o míssil Taurus, com um alcance de até 500 km. "Combinado com o avião Typhoon II, o míssil se transforma na arma mais ofensiva e letal em operação no Atlântico Sul, que pode alcançar grande parte da Argentina e do Chile, o Uruguai e o Brasil", afirmou.

A base aérea britânica, segundo o documento argentino, possui 16 hangares e duas pistas de pouso. Por último, o chanceler citou que o sistema de comunicações e de radar é o mais moderno da indústria, conectado com o Reino Unido, os EUA, a França, o Canadá e o Japão. "O sistema está sendo usado para executar tarefas de vigilância, reconhecimento e controle marítimo e aéreo do Atlântico Sul e da América do Sul", afirmou. Na quarta-feira, a presidente Cristina Kirchner havia dito que a região possui a maior reserva de recursos naturais do planeta e que as guerras futuras serão por esses recursos.

"O Reino Unido usa a infundada defesa da autodeterminação de 2.500 habitantes das ilhas como desculpa para o estabelecimento de uma poderosa base militar, que serve aos seus interesses estratégicos no Atlântico Sul", disse o ministro. Nesse sentido, Timerman reiterou o apelo de seu governo para que o Reino Unido cumpra determinação da ONU de sentar-se para negociar uma solução pacífica e definitiva para a disputa em torno da soberania sobre as Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falkland.

R.Unido nega militarização e diz que acusações argentinas são "lixo"

O embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, negou nesta sexta-feira que seu país tenha militarizado o Atlântico Sul, disse que as acusações argentinas "são lixo" e criticou o país sul-americano por iniciar uma "guerra de declarações" quando se completam 30 anos da "invasão ilegal" das Malvinas.

"Nada mudou em relação a nosso posto de defesa nas ilhas Falkland (Malvinas)", afirmou o embaixador britânico na sede da ONU, depois que a Argentina formalizou sua queixa perante o organismo por causa da "militarização" da região, respondendo que as supostas provas apresentadas são "lixo".

O embaixador, que se negou a comentar se seu país deslocou submarinos nucleares para a região, reiterou sua determinação de continuar defendendo os habitantes das ilhas "para que não se repita" a invasão de 1982, e criticou o Governo de Cristina Fernández de Kirchner por propiciar uma "escalada da retórica" verbal entre ambas as nações.

Desta forma, o representante britânico respondeu ao ministro de Exteriores argentino, Héctor Timerman, que disse previamente na sede da ONU que seu país conta com informação de que o Reino Unido "introduziu armas nucleares no Atlântico Sul e não foi a primeira vez".

O embaixador explicou novamente que o recente envio para a região do destróier MS Dauntless, o mais moderno de sua frota naval, faz parte das "manobras de rotina" que a Marinha Real britânica faz a cada seis meses, e se perguntou para que seu Governo ia querer "gastar mais para defender as ilhas neste momento de crise".

Assim, após ressaltar que o Reino Unido não procura "aumentar a retórica" verbal com a Argentina, à qual criticou por "ir à ONU" para dizer que seu país militarizou o Atlântico Sul, deixou claro que ele vai continuar aproveitando qualquer oportunidade para defender sua posição em relação às Malvinas.

O embaixador disse não ter falado ainda com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre as queixas da Argentina, por isso que não quis comentar sua oferta de "intermediar" e exercer seus bons ofícios para conseguir uma "solução pacífica" para o conflito sobre as ilhas Malvinas.

Reconheceu que a Argentina é hoje um Governo democrático que diz querer abordar o conflito de forma pacífica, mas disse que se quer retomar as conversas com o Reino Unido de verdade deve começar por modificar sua Constituição, na qual traz desde 1995 que o país sul-americano ratifica sua "legítima soberania" sobre as Malvinas.

Neste sentido, o diplomata se perguntou se a posição da Argentina mudou porque nas águas das Malvinas poderiam haver reservas de gás e petróleo, e disse que os kelpers (habitantes das Malvinas) têm direito a explorá-lo, embora tenha reiterado que os lucros "seriam para as ilhas, não para o Reino Unido".

O representante britânico reiterou novamente a posição de seu país de não negociar a soberania das Malvinas enquanto os habitantes das ilhas não pedirem e insistiu em que o Reino Unido vai continuar defendendo "o futuro político, social e econômico das Falkland".

Por último, o embaixador britânico sustentou que "depende deles" (Argentina) retomar o diálogo bilateral sobre as ilhas Malvinas, e lembrou que foi a Argentina que o rompeu de forma unilateral em 1995, "quando modificaram de forma tão agressiva sua Constituição".

Fonte: Estadão / EFE
 
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Controle de recursos naturais movimenta disputa pelas Malvinas

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O aumento da tensão entre a Argentina e o Reino Unido pela soberania das ilhas Malvinas tem entre suas arestas a exploração dos recursos naturais no Atlântico Sul, um tema estratégico também com relação ao domínio antártico e que afeta outros países sul-americanos. "Sem dúvida, as Malvinas são um lugar estratégico do ponto de vista dos recursos naturais", disse à EFE Gabriel de Paula, especialista em energia e recursos naturais do Centro Argentino de Estudos Internacionais (CAEI).

O arquipélago, situado a 13 mil quilômetros de Londres e a 800 do litoral argentino, é rico em recursos pesqueiros, reservas prováveis de hidrocarbonetos - a prospecção ainda é marginal - e potencial para a extração de minerais do fundo do mar. Nesta terça-feira, após anunciar que denunciará o Reino Unido nas Nações Unidas pela militarização das ilhas, a presidente argentina, Cristina Kirchner, acusou os britânicos de "depredar" os recursos naturais nas Malvinas.

"A relação entre os recursos naturais e o domínio sobre as ilhas é constante, de ida e volta. De fato, os recursos naturais foram a causa do fim das distintas negociações antes da guerra de 1982", disse à EFE Bruno Tondini, professor da Universidade Nacional de La Plata e também membro do CAEI. Tondini disse que uma dessas negociações foram rompidas em 1974, quando os britânicos constataram o potencial petroleiro nas Malvinas.

As ilhas, ocupadas pelos britânicos em 1833, são além disso "fundamentais" para o abastecimento que Londres realiza em suas bases na Antártida, "onde as exigências de soberania do Reino Unido se sobrepõem com as da Argentina e do Chile", disse De Paula. A Antártida é rica também em recursos pesqueiros, minerais e hidrocarbonetos; estes dois últimos não podem ser explorados pelo Tratado Antártico - assinado em 1959 -, mas o especialista acredita que ele pode eventualmente ser revisado para permitir sua extração. "Em algumas regiões da península antártica, por exemplo, há escapes de gás natural que podem ser capturados para abastecer as bases. Isso constituiria uma mudança muito pequena, mas sensível, no tratado", disse De Paula.

Também tem importância a questão de água doce da Antártida: "No longo prazo, se houver uma crise mundial pela água, vão buscar este recurso onde esteja e ao custo que seja", afirmou. Neste contexto, os países da América do Sul se somaram à exigência argentina pelas Malvinas, uma adesão que, segundo Cristina Kirchner, parte de uma região que "entende a potencialidade do que pode acontecer".

A América do Sul é uma região com biodiversidade, terra fértil, água potável, hidrocarbonetos e baixa densidade populacional, o que faz com que os recursos não sejam explorados ao máximo. Segundo De Paula, "a região - uma área que nos últimos anos mostrou uma convergência política inédita -, percebe que do ponto de vista de seus recursos está em uma posição de privilégio e que, como tal, é preciso defendê-la. (...) O Brasil, em sua estratégia de defesa nacional, de 2008, já fala especificamente em uma hipótese de conflito de uma força muito maior sobre dois campos estratégicos para o país: o Amazonas, pela água, e o mar territorial, pela pesca e os hidrocarbonetos", disse o especialista.

Tondini, por sua parte, não vê chance de Reino Unido ofender a posição brasileira sobre recursos em sua plataforma marinha. "Mas acho que o Brasil seguiu a exigência da Argentina para se posicionar como líder de um grupo de países, a fim de, talvez no futuro, reivindicar uma porção da Antártida, marginalizando um dos atores extra-continentais do jogo, que é a Grã-Bretanha", afirmou.

Fonte: EFE
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Reino Unido garantirá segurança das Malvinas

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O ministro da Defesa britânico, Liam Fox, afirmou nesta quarta-feira que o Reino Unido "garantirá a segurança" das Ilhas Malvinas e protegerá a população do território, que é reivindicado pela Argentina, enquanto ela quiser permanecer sob o domínio britânico.

A posição de Fox, reiterada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, e pela diplomacia do país em diversas ocasiões, é de que o Reino Unido se compromete com a defesa do direito dos malvinenses de escolher seu futuro.

Fox ainda declarou sua admiração pela ex-primeira ministra britânica Margaret Tatcher (1979-1990) durante um discurso proferido no Congresso Anual do Partido Conservador, em Manchester.

O ministro disse que "uma vitória foi possível [nas Malvinas] graças à resolução de outro premiê conservador", referindo-se a Thatcher. Ele explicou que "foi durante seu governo, em 1982, que o Reino Unido travou uma guerra com a Argentina pelo domínio da região".

Fox, no entanto, relembrou que, diferentemente do ocorrido nos anos 1980, agora "estamos buscando relações mais próximas" com Buenos Aires.

A declaração foi feita poucas semanas após a companhia petroleira britânica Rockhopper Exploration Plc. ter anunciado um investimento de US$ 2 bilhões (R$ 3,7 bilhões) nas águas das Ilhas Malvinas para transformar a área em um polo de extração de petróleo.

As Ilhas Malvinas (conhecidas no Reino Unido como Ilhas Falkland), são um território inglês pelo qual a Argentina reclama posse desde o século 19. Em 1982, os dois países travaram uma guerra por seu domínio e, mesmo com o Reino Unido tendo sido vencedor, o governo argentino ainda reclama seus direitos sobre as ilha.

Fonte: ANSA
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Na Argentina, Cristina Kirchner inaugura 3ª usina nuclear do país

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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, inaugurou nesta quarta-feira a usina atômica de Atucha 3, que demandou um investimento de US$ 2,4 bilhões e que esteve paralisada durante 15 anos, na localidade de Zárate (100 km ao norte de Buenos Aires).

A usina, que está na margem do rio Paraná na província de Buenos Aires, é a terceira do país e dará um aporte de 700 megawatts ao sistema elétrico, que permitirá abastecer 4 milhões de habitantes.

"A usina poderá começar a funcionar depois do teste e da verificação de cada um dos 566 subsistemas, o que pode demandar de seis a oito meses", explicou o ministro do Planejamento, Julio de Vido.

A obra se soma às usinas atômicas de Atucha 1 (335 megawatts) e de Embalse (600 megawatts), que fornecem atualmente 7% da energia elétrica do país, mas uma vez que a nova usina entrar em produção comercial, a energia atômica fornecerá 10% da energia total do país.

O reator de Atucha 2, um dos de maior tamanho no mundo, tem projeto alemão, e pesa 3.300 toneladas.

A central começou a ser construída em 1980, mas depois ficou paralisada até que em 2006 o então presidente Néstor Kirchner (2003-2007), marido da atual presidente e falecido no ano passado, lançou o Plano Nuclear Argentino e decidiu completar o projeto.

Fonte: France Presse
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