FONTE: Agência Senado
domingo, 15 de setembro de 2013
F-X2: Caças suecos são melhor opção para o Brasil, afirma Agripino
FONTE: Agência Senado
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
FX-2, uma necessidade adiada
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Boeing congela preços em briga para vender caças ao Brasil
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Novo executivo da Saab no Brasil reafirma compromisso da empresa com o país
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Suecos querem parceria
domingo, 23 de outubro de 2011
Rafale e Saab avançam em transferência de tecnologia
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Consórcio Rafale apresenta proposta à industria brasileira em evento na FIRJAN
A Dassault realizou evento junto a FIRJAN, onde o grupo Rafale apresentou as oportunidades que o Brasil poderá contemplar com a escolha do caça Dassault Rafale para equipar a Força Aérea Brasileira dentro do programa FX-2. O GeoPolítica Brasil esteve presente a convite do Consórcio Rafale, representado pelo seu editor, Angelo D. Nicolaci, que acompanhou este interessante seminário e assina esta matéria exclusiva.
Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
Cobertura Especial GeoPolítica Brasil
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Caças: EUA propõem transferência de tecnologia semelhante à oferecida a seus maiores aliados
A transferência de tecnologia prometida pelos Estados Unidos ao Brasil, no caso de opção brasileira pelos aviões Super Hornett para reequipar a sua Força Aérea, será equivalente à já feita a países como Reino Unido, Canadá e Austrália, países muito próximos de Washington. A promessa foi feita nesta quinta-feira (18) pelo presidente da Boeing Military Aircraft, Christopher Chadwick, durante audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
- O governo e o Congresso dos Estados Unidos estão dando um passo inédito para garantir transferência de tecnologia ao Brasil da mesma categoria da que temos com nossos aliados mais próximos - afirmou Chadwick em reposta a uma pergunta do presidente da comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL).
No início da audiência, Collor leu carta endereçada à presidente Dilma Rousseff pelos líderes do governo e da minoria no Senado dos Estados Unidos, Harry Reid e Mitch McConnell, garantindo o seu respaldo à proposta apresentada pelo governo norte-americano na concorrência para a compra de caças destinados a renovar a frota da Força Aérea Brasileira.
Em sua exposição aos senadores, Chadwick classificou o Super Hornett, avião utilizado pela Marinha dos Estados Unidos, como o melhor caça multi-missão do mundo. Ele admitiu que cada empresa interessada em vender seus aviões ao Brasil dirá que tem o melhor produto. Porém, a superioridade do Hornett poderia ser provada, a seu ver, pela sua eficiência em situações reais de conflito. O Hornett, informou, já possui mais de 150 mil horas de voo em combate.
O presidente da empresa prometeu uma "ampla transferência de tecnologia" junto à venda do Hornett, aí incluídos o apoio técnico e a manutenção no Brasil das aeronaves, além da linha de montagem final dos aparelhos também no Brasil. Ele também prometeu uma "profunda e duradoura parceria" com a Força Aérea Brasileira e com a indústria aeronáutica nacional.
Collor considerou muito importante a garantia de apoio à transferência de tecnologia assinada pelos dois líderes do Senado dos Estados Unidos. Elogiou ainda as propostas de manutenção dos caças no Brasil e de cooperação da Boeing, fabricante dos Super Hornett, com a Embraer.
Ajuste
Em resposta ao senador Blairo Maggi (PR-MT), que pediu informações sobre o preço do pacote oferecido pelos Estados Unidos e das condições de financiamento, o vice-presidente executivo da Boeing, Christopher Raymond, disse que não poderia dar detalhes sobre os números, mas informou que o plano de financiamento poder vir a ser "ajustado" para atender às necessidades brasileiras.
O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) defendeu a primazia de aspectos técnicos e de preço na concorrência, mas lembrou que o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, já declarou - quando ainda ministro das Relações Exteriores - ser a operação "eminentemente política".
Os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ana Amélia (PP-RS) também manifestaram preocupação com a garantia de transferência de tecnologia, caso o governo brasileiro opte pelos Super Hornett. Cristovam questionou, inclusive, a necessidade de compra de aviões estrangeiros. Ele defendeu o desenvolvimento dos caças a serem utilizados pela Força Aérea no próprio Brasil.
Fonte: Notimp
Nota do Blog: A proposta similar as transferências aos seus aliados, ou seja, nenhuma, pois até mesmo ao estado de Israel que ao aventar a possibilidade de entrar no JSF foi-lhe negado a transferência de tecnologia, quem dirá á nós brasileiros que somos vistos como aliados de menor importancia por Washington.
Em minha participação na LAAD 2011 questionei, como já citei aqui diversas vezes, o nível de transferência, sendo a mesma muito limitada e em geral apenas sendo os referidos equipamentos montados no Brasil, como é o caso dos motores e grande parte dos sistemas eletrônicos.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Empresa instala simulador de voo na entrada do Congresso
A Câmara e o Senado autorizaram a empresa americana Boeing a instalar um simulador de voo do caça Super Hornet F/A-18 na chapelaria do Congresso Nacional, porta de entrada do Legislativo brasileiro.
O lobby da empresa americana no Congresso pretende sensibilizar os deputados e senadores pela escolha da aeronave, que disputa com a francesa Dassault e com a sueca Saab a venda de 36 aviões-caças ao governo brasileiro.
Em comunicado enviado à imprensa, a Boeing confirma o lobby ao afirmar que está "à disposição" dos senadores brasileiros para esclarecer "quaisquer dúvidas" sobre a proposta de venda das aeronaves.
"Além de ajudar o Brasil a atingir domínio aéreo, a Boeing pode ainda ser parceira estratégica em diversas áreas", afirma o vice-presidente da Boeing para Desenvolvimento de Negócios Internacionais, Joe McAndrew.
A Câmara diz que autorizou a instalação do simulador a pedido do Senado, que neste mês realiza audiências na CRE (Comissão de Relações Exteriores) para ouvir as três empresas. O Senado confirmou a autorização à Boeing ao afirmar que a empresa americana foi a única a solicitar formalmente a simulação de voo.
Segundo a Secretaria de Comunicação do Senado, o simulador foi instalado em um espaço tradicionalmente destinado a exposições na Casa --com o aval da Mesa Diretora.
O simulador vai ficar disponível para o público de terça até sexta-feira (19). Os visitantes e parlamentares poderão entrar na aeronave, simular combates aéreos, ataques contra alvos de superfície, navegação e operação dos sistemas da aeronave.
O impasse sobre a compra dos 36 aviões-caça se arrasta desde o governo Lula, que deixou a decisão para a presidente Dilma Rousseff.
Nas negociações, além do Super Hornet, concorrem os aviões Rafale, da empresa francesa Dassault (uma opção que chegou a ser dada como certa pelo ex-presidente Lula), e os Gripen NG, da companhia sueca Saab.
Fonte: Folha
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Suecos prometem transferência total de tecnologia na venda de caças
Segundo o diretor-geral da Saab no Brasil, Bengt Jáner, o modelo de cooperação proposto pela Suécia inclui uma "parceira igual" entre a Saab e a Embraer, aí incluída propriedade intelectual compartilhada dos projetos do avião e exportações a partir do Brasil para mercados como o da América do Sul. Ele informou ainda que o pacote prevê 100% de financiamento de 15 anos para a compra das 36 aeronaves a serem adquiridas pelo governo brasileiro, com o primeiro pagamento após a entrega da última aeronave.
O diretor-estratégico da Saab, Dan Jangblad, previu que a sua empresa e a Embraer poderão "vender juntas" os aviões a serem produzidos pelas duas nos próximos anos. Os juros para a venda dos Gripen serão de aproximadamente 4,5% ao ano, segundo o diretor, que também ressaltou a parceria com o Brasil no projeto do novo caça.
- Se o Brasil selecionar o Gripen, vamos ter um filho juntos - afirmou.
Durante o debate, o senador Delcidio Amaral (PT-MS) considerou o Gripen como "o melhor projeto do ponto de vista de transferência tecnológica". A senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou o fato de que pela primeira vez a Suécia promoveria transferência total de tecnologia de defesa a outro país. Por sua vez, o senador Blairo Maggi (PR-MT), que presidiu a reunião, afirmou que a transferência de tecnologia proposta "será de extrema importância para o desenvolvimento futuro da nossa aeronáutica".
Subcomissão de Reequipamento
Pouco antes da audiência com os representantes suecos, foi instalada a Subcomissão Permanente para Modernização e Reequipamento das Forças Armadas, vinculada à CRE. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) foi eleito presidente da subcomissão, durante reunião presidida pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ). O vice-presidente da subcomissão será o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).
Fonte: Agência Senado
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Rafale: 'Temos uma capacidade operacional à frente dos concorrentes'
“Se quiser ter uma ideia do custo, tem que colocar custo em relação ao benefício. Senão, não significa nada”. A afirmação é do coronel da aviação do exército francês Jean-Marc Merialdo, diretor do consórcio Rafale no Brasil sobre as críticas de que o caça oferecido pelo grupo é o mais caro na disputa: o pacote é estimado em US$ 6,2 bilhões.
“O nosso pacote de transferência de tecnologia não tem preço. É total, completo, de toda a tecnologia do avião de combate”, afirma Merialdo.
Os franceses afirmam que sua proposta oferece um “pacote amplo e completo de cooperação tecnológica e industrial, incluindo know how, softwares, hardware, processos e a entrega de todas as ferramentas e códigos-fonte necessários sem nenhum tipo de restrição”.
Propõem “transferência de 100% dos recursos de desenvolvimento da aeronave no Brasil” e asseguram que a indústria brasileira estará “diretamente envolvida no programa de desenvolvimento”, tonando-se “fornecedora direta”.
Saiba mais sobre o que diz Jean-Marc Merialdo sobre a proposta do Rafale:
O ex-presidente Lula, quando estava à frente do governo, foi claro sobre sua preferência pelo Rafale. O senhor está otimista com a presidente Dilma em relação à escolha para o F-X2?
Jean-Marc Merialdo: Somos muito otimistas. Primeiro porque o governo mudou, mas as propostas não mudaram. O posicionamento das três empresas não mudou e, portanto, a avaliação que pode ser feita de cada uma delas. Segundo, confiamos na nossa proposta de transferência de tecnologia. Isso não tem preço. É garantida pelo governo francês e se baseia num leque de parcerias com a indústria brasileira e universidades, e se enquadra no âmbito de uma parceria estratégica firmada entre os presidentes Lula e Sarkozy no final de 2008.
Qual diferencial do Rafale em comparação com as duas outras propostas?
Jean-Marc: Somos três competidores e os três não são da mesma classe. Temos dois aviões bimotores, o F-18 e o Rafale, que são aproximadamente da mesma classe, têm capacidade operacional parecida, embora o Rafale leve pequena vantagem e seja mais moderno. O outro avião (Gripen) é de classe diferente. Pelo tamanho e por sua capacidade operacional, se compara mais ao nosso Mirrage 2000, geração anterior ao Rafale. Então, eu diria primeiramente que o Rafale tem uma capacidade operacional à frente dos concorrentes.
A Boeing afirma que o Rafale experimenta situações de combate pela primeira vez agora, na Líbia; a Saab, que a configuração do caça francês foi congelada na década de 1990. O que o senhor diz?
Jean-Marc: Ao contrário de muitos outros caças, o Rafale foi desenvolvido desde o início como polivalente, ou seja, é capaz de conduzir várias missões num mesmo voo. Isso foi comprovado na Líbia. Essa polivalência se deve a um dispositivo que chamamos de fusão de dados: permite reunir todas as informações de sensores internos e externos numa única tela. Ele começou a ser projetado em 86 e entrou em operação em 2004, mas a tecnologia não é congelada, é um a arquitetura aberta. Isso permite integrar novas funções e equipamentos o tempo todo. Mais uma vez: o Gripen é da classe do nosso Mirrage 2000. O Rafale é duas vezes mais potente, eficiente e capacitado.
Estima-se que o Rafale seja mais caro: tanto no valor da venda e quanto na despesa para fazê-lo voar.
Jean-Marc: Numa competição você não divulga seu valor sob o risco de dar vantagem aos concorrentes. Sobre o custo de operação, não posso lhe dar figura por enquanto, porque elas estão sendo refinadas a cada vez mais, sobretudo nesta operação na Líbia. Posso dizer que ficam cada vez mais baixas. Se quiser ter uma ideia do custo tem que coloca-lo em relação ao benefício. Senão, não significa nada. Há dois aviões diferentes, é lógico que o custo de operação é diferente.
E como o governo brasileiro poderá pagar pela compra do Rafale, caso o escolha?
Jean-Marc: Uma vez escolhido vendedor haverá uma negociação que vai entrar em detalhes na parte técnica, da transferência de tecnologia e da forma de pagamento. A proposta inclui um esquema de pagamento que depende estritamente do esquema de entrega dos aviões. Agora não se sabe se o Brasil vai pagar diretamente do Tesouro ou se vai recorrer a um empréstimo a bancos. Isso irá influir na forma de pagamento.
O consórcio francês afirma que se o Rafale for escolhido irá gerar parcerias no Brasil que poderão cobrir 160% do valor do contrato de compra. Porém, já existem acordos fechados, inclusive com universidades. Essa iniciativa pode levar os parceiros a fazerem um coro a favor da Rafale?
Jean-Marc: É possível.
Fonte: Último Segundo
Saab: 'O Brasil vai continuar a depender de tecnologia estrangeira?'
Os suecos contam com a simpatia de militares de Aeronáutica e prometem não só o menor preço – estima-se que o caça Gripen custe US$ 4 bilhões –, mas também a melhor condição de pagamento. “Preço fixo, nenhum desembolso nos primeiros 8 anos, parcelamento em 15 anos e utilização da moeda de preferência (euro ou dólar)”, anuncia a proposta de divulgação.
Os suecos também afirmam que 30% dos investimentos resultantes dessa parceria permanecerão no Brasil. E para entender o que isso significa, eles vão além: garantem que a indústria nacional desenvolverá até 40% de todo o programa Gripen no mundo.
O argumento final tenta convencer o governo brasileiro a favor monomotor: transferência total de tecnologia para o País, o que inclui códigos-fonte e propriedade intelectual. “A tecnologia desenvolvida aqui não será produzida em nenhum outro país, incluindo a Suécia. O Brasil será exportador”, prometem.
A seguir, saiba mais o que diz Janér sobre a proposta do Gripen NG.
Os concorrentes acusam o Gripen NG de nem existir. Afirmam que a opção pelo caça significa realizar uma compra “no escuro”. Em que consiste a proposta de criar um caça em parceria com o Brasil?
Bengt Janér: Hoje existem 232 caças Gripen voando em cinco forças aéreas: Suécia, Hungria, República Tcheca, África do Sul e Tailândia. Estamos propondo, a partir desses caças, uma parceria com o Brasil para desenvolver a nova geração. Continua monomotor, o que faz dele extremamente econômico, só que com aumento de tração. Estamos aumentando o alcance em mais de 40%; trocando o trem de pouso da fuselagem para as asas; instalando novo radar e integrando novos armamentos, sensores, computadores e softwares. O Brasil vai continuar a depender de tecnologia estrangeira ou vai ter a sua própria? O significado maior da parceria é esse.
O ex-presidente Lula declarou a preferência pelo francês Rafale, mas há informações que no relatório da FAB os militares teriam declarado apoio ao Gripen. Como o senhor define a vantagem do caça sueco?
Janér: Pelas nossas estimativas, o Gripen custa hoje aproximadamente US$ 5 mil a hora de voo (incluindo o combustível sobressalente, a manutenção e o óleo lubrificante), enquanto que um Rafale custa US$ 20 mil e o da Boeing US$, 10 mil. Quando você tem dois motores, você carrega um peso muito maior, o que faz dos outros caças mais caros. E eles não carregam mais armamentos ou carga que os monomotores. Têm uma tração boa, mas são mais caros. Nós não somos nem melhores nem piores.
O senhor afirma que não risco em apostar em um projeto que ainda vai ser desenvolvido?
Janér: Temos uma janela de oportunidade que estamos dispostos a compartilhar. Insisto, o problema dos outros é que já estão prontos e, portanto, não tem como fazer isso, até porque o projeto deles foi congelado vários anos atrás. Por exemplo, a Boeing teve a configuração do F-18 Super Hornet congelada na década de 1980, o Rafale, em 90. Vejo uma bifurcação: uma coisa é você viver num mundo onde você faz trocas comerciais para aumentar a margem de algumas empresas, a outra é desenvolver sua própria tecnologia.
Os concorrentes afirmam que a configuração de seus caças é uma arquitetura aberta, que pode ser modernizada por mais 30 anos, que é o tempo de vida dos caças...
Janér: Estamos quebrando um paradigma. Você congela a configuração de uma aeronave muito antes de ela entrar em operação. E não se muda computadores e sensores a toda hora. Uma aeronave dura aproximadamente 30 anos e nesse período é feita uma atualização de meia vida, em que se troca computadores e etc. Criar uma nova geração de Gripens ficará muito mais barato no que diz respeito a integrar armamentos e outras peças. Colocar novos armamentos nos outros é possível, mas muito mais caro.
A principal defesa do projeto Gripen se baseia no apelo de o caça ser mais barato. O senhor considera esse motivo suficiente para justificar uma opção de compra que também é política?
Janér: A questão da tecnologia é uma decisão política. As empresas brasileiras que participarem do processo poderão utilizar tecnologias em outras áreas, por que a gente prometeu compartilhar a propriedade intelectual de tudo que for desenvolvido em conjunto. Mas o orçamento é importante. O gasto com manutenção sai do orçamento da Aeronáutica. Geralmente são 75% com pessoal, 25% custeio e 5% investimentos. Quando há um corte de orçamento, como houve esse ano, todo mundo sente. O comandante terá que decidir que aeronave deixar no chão.
Assim como os franceses, os suecos também investem em parcerias com empresas brasileiras. É um jeito de conquistar adeptos ao projeto?
Janér: Estamos investindo no Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), em São Bernardo do Campo (SP). Temos interesse em profissionais qualificados e acreditamos que haverá demanda de mão de obra. Nossos planos incluem investir na fabricação de aeroestruturas em parceria com indústrias nacionais. Por exemplo, a produção da fuselagem central, traseira e das asas do Gripen NG, independentemente do resultado disputa, será feito por uma empresa brasileira.
Fonte: Último Segundo
‘A Boeing é maior que as duas outras concorrentes juntas’, diz diretor
A preferência declarada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao francês Rafale também não preocupa a empresa, afirma o americano. “Com a chegada da presidenta Dilma, e essa disposição dela de rever todos os processos, achamos que o jogo começou de novo. Está todo mundo competindo em pé de igualdade”, diz enquanto a decisão não sai.
Mas tanta “tranquilidade” não significa inércia. Diante das investidas rivais em busca do contrato para fornecer os caças ao programa F-X2, os executivos da empresa reagiram. Recentemente propôs à Embraer 100 mil horas de trabalho de engenharia em conjunto “para trabalhar a capacidade de desenvolver novas configurações e usos para o avião”.
Saiba mais sobre o que diz Thomas C. DeWald sobre a proposta do F-18 Super Hornet.
Até o fim da gestão do ex-presidente Lula, o governo brasileiro manifestou predileção pelo caça francês Rafale. Porém, há informações de que no relatório da FAB, os militares brasileiros teriam afirmado preferir o sueco Gripen. Como a Boeing se vê nessa disputa?
Thomas C. DeWald: Claramente, no final do governo Lula, havia inclinação para a escolha do Rafale, muito em decorrência da relação do Lula com o Sarcozy. Mas com a chegada da presidenta Dilma, e essa disposição dela de rever todos os processos, achamos que o jogo começou de novo. Está todo mundo competindo em pé de igualdade. Estou certo de que a proposta da Boeing é a mais consistente não só pela capacidade da própria Boeing e do F-18 Super Hornet, mas pela tecnologia e pelo valor econômico. Ampliar a capacidade de desenvolvimento na área aeroespacial é de muito interesse do governo brasileiro.
Qual o diferencial do F-18 Super Hornet em relação aos outros dois concorrentes?
DeWald: O Super Hornet sempre foi a melhor aeronave para o governo brasileiro, se considerar custo-benefício. A principal vantagem é que o Super Hornet é bastante conhecido e tem diversas experiências em situações de combate, além de grande capacidade de produção e manutenção. Além disso, conta com todo apoio e infraestrutura da própria Boeing, que é uma empresa maior que as outras duas concorrentes juntas. É um caça que tem muito mais unidades produzidas que os outros dois. E a capacidade operacional da Boeing é sempre ressaltada, especialmente se comparada aos dois concorrentes.
O senhor afirma que a proposta do F-18 Super Hornet é melhor sobretudo pelo custo-benefício? Qual o valor de venda do caça e o custo de operação por hora de voo?
DeWald: Preço de venda do caça é uma questão estratégica na competição. Tenho certeza de que a nossa proposta é a mais consistente e a melhor. O custo de operação do Super Hornet é de US$ 3.200 incluindo combustível e manutenção. É um custo bastante baixo. E é o único comprovado, não é estimativa. O Gripen sequer foi construído e o Rafale está experimentando situações de combate pela primeira vez agora, na Líbia. O F-18 tem milhares de horas de voo e milhares de unidades produzidas.
Em relação à transferência e ao compartilhamento de tecnologia, a proposta americana é integral?
DeWald: A transferência de tecnologia foi completamente aprovada pelo governo norte-americano, tem apoio do presidente Barack Obama, do Congresso e do Departamento de Defesa. Nós oferecemos à Embraer a possibilidade de fazer a montagem final no Brasil, além de uma série de transferências tecnológicas dentro da área de engenharia e montagem e manutenção. A Boeing também propôs à Embraer 100 mil horas de trabalho de engenharia em conjunto para trabalhar a capacidade de desenvolver novas configurações e usos para o avião. O Brasil é totalmente capaz de desenvolver novas características para esse.
O consórcio Rafale afirma que tem o caça mais moderno nesta competição e os suecos defendem que o Gripen NG, que eles propõem desenvolver conjuntamente com o Brasil, será mais barato e melhor que os adversários. Como o senhor avalia as afirmações dos concorrentes?
DeWald: Quando você olha para todo o pacote que a Boeing tem para oferecer ao governo brasileiro, inclusive na área de defesa, e, economicamente falando, os outros concorrentes não tem como alcançar o mesmo nível de qualidade. Se for analisar a avaliação de risco, o Super Hornet é comprovadamente o que mais foi testado e o que tem mais unidades produzidas. Os EUA vão usar essa aeronave até 2035, são pelo menos mais 20 anos de produção contínua de peças, que vai acompanhar o pacote que envolve o avião. Dependendo da demanda e de novas ameaças que possam vir a surgir, há espaço para inovações tecnológicas.
O presidente Barack Obama visitou há pouco o Brasil. Houve algum indicativo sobre a decisão final da compra sobre o F-X2?
DeWald: O governo tem nos dito que a decisão será tomada até o fim deste ano, mas não haverá pagamento até 2012. Encaramos essa fase atual como uma boa oportunidade para estreitar os laços com parceiros anteriores ao processo e para conhecer melhor o mercado brasileiro sua capacidade produtiva e de manutenção. Podem surgir oportunidades de parcerias. Há diversos contatos com universidades brasileiras, por meio de uma unidade chamada Boeing Research Tecnology (Boeing Pesquisa e Tecnologia). Há conversas bastante adiantadas na área de biocombustível.
Fonte: Último Segundo
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Rafale - A opção certa para o FX-2?
Muitos anos têm decorrido desde o inicio do projeto de aquisição de um novo vetor para a Força Aérea Brasileira, muito tem sido debatido e discutido nos mais variados meios da sociedade brasileira e até mesmo na internacional. Nesses longos anos de processo licitatório, já que se arrasta já pelo terceiro presidente, especificamente passando por quatro mandatos, sendo iniciado no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, cruzando dois mandatos de Lula e agora chegando ao primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff. Muito se especula pela mídia e os especialistas de “super trunfo”. Porém o que temos de concreto hoje é somente a definição dos três finalistas, algo que exaustivamente já foi explorado e abordado pelos mais diversos meios de comunicação, gerando uma infinidade de artigos e matérias sobre as três aeronaves e seus fabricantes.
Nós do GeoPolítica Brasil e nossas mídias parceiras temos apresentado a vocês leitores muitas matérias especiais, abordando facetas muitas vezes ignoradas no âmbito do FX-2, bem como uma analise impar e imparcial sobre os finalistas afim de apontar o potencial vencedor desta importante concorrência. Ao longo de nossa existência, que vale ressaltar é mais recente que o programa FX-2, apresentamos prós e contras de cada aeronave, sempre acompanhado de um embasamento técnico e político a respeito da disposição, com isso nos tornando um “Farol” no meio deste mar de especulações e tendencionismo tão comuns as mídias em geral. Como exemplo, posso citar um site conhecido que constantemente apresenta matérias tendenciosas e muitas vezes sem fundamento, às vezes tidas através de “achismos” pessoal. Mas vamos nos ater aos fatos relevantes de nosso trabalho, afinal credibilidade e seriedade são os maiores diferenciais de nosso espaço.
Neste artigo em especial, quero falar sobre o caça francês ofertado pela Dassault no Consórcio Rafale ao Brasil. Longe de querer inquirir a vocês uma posição pró-Rafale, meu objetivo aqui é analisarmos de maneira técnica e coerente este concorrente, que dentro do que foi proposto é visto como a melhor oferta, sendo ainda em minha opinião a melhor opção para nossa nação, tanto do ponto de vista tecnológico, como do ponto de vista operacional, político e principalmente comercial.
Vamos aqui dissertar os prós e contras deste que é um dos mais modernos caças em serviço na atualidade.
Aproximadamente existem cerca de 100 exemplares do Rafale voando na França, todos entregues dentro do prazo estipulado, e principalmente, dentro do orçamento previsto. De acordo com as previsões da Dassault, a linha de produção do Rafale se perpetuará ainda por mais de 15 anos, isso na França. Com isso temos uma aeronave que estará operacional por um longo período, ressaltando o fato que, uma aeronave em produção tende a possuir o custo do seu ciclo de vida baixo se comparado a outras que estejam fora de produção.
Hoje o Rafale chega a sua versão “definitiva” F3, exibindo-se uma aeronave qualificada como um autêntico caça multifunção, além de incorporar o conceito Omnirole, como é apresentado hoje este caça, o Rafale adentra uma nova categoria. Essa designação se deve á sua capacidade de total sinergia no processamento de dados, oferecendo uma capacidade ímpar no acompanhamento dos distintos teatros operacionais que se desenvolvem ao seu redor, tornando assim o Rafale superior á muitos de seus adversários.
Graças a sua avançada suíte de aviônicos, que congrega avançados sistemas capazes de processar simultaneamente diversas informações colhidas do campo de batalha e acompanha alvos aéreos e terrestres simultaneamente, sendo capaz ainda de prover auto-proteção, sendo as medidas defensivas acionadas muitas vezes sem a intervenção do piloto, com isso permitindo que o mesmo se atenha ao seu objetivo principal durante a missão. No desenvolver de nosso trabalho iremos abordar mais detalhadamente sobre seus sistemas.
Apesar de ter contra ele o fato de até então não ter conquistado nenhum operador além da França, e dentre os três finalistas apresentar o maior valor de aquisição, o Rafale já comprovou seu valor em rigorosas avaliações e principalmente em combate real, onde cumpriu missões de apoio aproximado no Afeganistão e na Líbia recentemente cumpre missões de interdição e superioridade aérea. Ressaltando neste último caso a sua capacidade de desdobramento imediato em direção ao teatro de operações, exigindo uma logística simples, assim permitindo sua entrada em operações em um curto espaço de tempo. Outro ponto de destaque é sua capacidade de operar em conjunto com diversos tipos de aeronaves, como se dá com as operações da OTAN na Líbia.
Vamos explorar mais um pouco de suas características, apesar destas terem sido bem exploradas em centenas de artigos por revistas e sites especializados, porém, é preciso relembrar um pouco mais sobre esta aeronave, sendo uma de nossas ferramentas de estudo o conhecimento pleno do que se trata para sabermos sobre o que estamos falando e ter uma base sólida para conclusões fundamentadas em dados reais, para só então entrar nas questões principais, pois como se pode falar de algo que não conhecemos sem criar dúvidas, preconceitos ou pior, falsas impressões?
Todos já conhecemos a história do Rafale, inclusive há pouco tempo uma matéria primorosa sobre esta aeronave foi escrita pelo nosso grande amigo Wellington Mendes, editor do Defesas Aéreas. Então vamos nos ater à versão “final” e sua variante “T4” (Tranche 4). Como supracitado, o Rafale F3 chega como a versão definitiva deste vetor, sendo uma aeronave multirole, ou melhor, omnirole. Diferente de muitas aeronaves em operação hoje, o Rafale encontra-se em constante aperfeiçoamento, apesar da Dassault anunciar a série F3 como a versão definitiva, a mesma continua refinando a cada dia os sistemas e capacidades do Rafale, bem como ampliando seu leque de opções táticas em diversos cenários operacionais, tornando a cada dia esta aeronave mais capacitada ao emprego em múltiplas missões.
Como o seu concorrente sueco, o Rafale visa ser uma plataforma completa de combate na arena aérea moderna, sendo ambas as aeronaves expoentes do estado da arte em termos técnicos e de emprego tático dentro de suas respectivas categorias, tendo ao favor do Rafale o fato de ser uma aeronave já em operação e comprovada em combate, além é claro de ser um caça médio, algo que coloca ele em uma categoria distinta se formos compará-lo ao mono reator Gripen NG, o qual também exibe magníficas capacidades, sendo excelente dentro do seu conceito de emprego e em uma concepção estratégica de emprego do poder aéreo faria uma excelente dupla com o vetor francês dentro do conceito Hi-Lo.
O Rafale F3
Sendo fruto de um desenvolvimento contínuo, se tornou um extremamente eficaz exemplar da nova geração de caças de combate tático multifunção, ainda passando por uma fase de
desenvolvimento contínuo em ritmo acelerado para explorar mais e mais suas
capacidades e para adicionar novos sistemas e capacidades. Como resultado, o Rafale F3 parece destinado a tornar-se ainda melhor em um futuro próximo.
Em 2008, a DGA francesa qualificou a versão multirole do Rafale, chamada "Padrão F3" no dia 1 de julho. A partir desta data começou a fabricação da nova versão F3 e as aeronaves já entregues do padrão F2 e os Rafale M F1 da marinha francesa serão atualizados para o padrão F3.
Como sabemos o Rafale F2 já exibia algumas capacidades multirole, porém o F3 adiciona novos recursos (Missões de defesa aérea com mísseis MICA IR / RF, missões de ar-solo com o
SCALP, AASM, ataque de precisão com LGB GBU-12 "Paveway II"). Estas novas capacidades somam-se principalmente a capacidade de dissuasão nuclear, com a capacidade de reconhecimento em tempo real com o novo pod RECO-NG e ataque anti-navio com o míssil Exocet.
Em julho de 2010, o Rafale entrou em serviço operacional na Força Aérea Francesa como aeronave de dissuasão nuclear, uma missão que exige muito das capacidades de uma aeronave tática, principalmente no que diz respeito á sua capacidade de sobrevivência em ambiente hostil e penetração em profundidade em território inimigo como requer este tipo de missão.
Em novembro de 2010, conforme divulgamos aqui o pod de reconhecimento Aeros RECO-NG atingiu status operacional, aliando mais uma importante capacidade estratégica ao caça francês. Com a entrada em serviço deste equipamento no leque do Rafale, a França passou a dispor de uma capacidade de reconhecimento em tempo real, o que significa estrategicamente possuir em tempo real informações táticas em qualquer tempo e de longo alcance, uma necessidade real dentro no novo cenário de operações do século XXI.
A suíte de aviônica do Rafale F3 exibe uma característica ímpar, onde todos os sistemas eletrônicos da aeronave estão harmoniosamente integrados á sua estrutura, muito diferente de outros vetores onde é preciso instalar estes sensores externamente em Pods, o que acaba resultando em maior arrasto aerodinâmico, redução da capacidade de armas e maior assinatura radar.
O sistema mais atraente no Rafale, que a meu ver é indispensável quando se fala na compra deste vetor para a FAB, é a sua suíte SPECTRA de guerra eletrônica. Um sistema revolucionário, que dá ao Rafale a capacidade de fazer frente a qualquer ameaça hoje. O SPECTRA possui uma arquitetura interna na aeronave, o que permite o uso de todas as estações externas para o uso de armas ou ainda tanques suplementares, estando totalmente integrado ao sistema de missão, proporcionando geolocalização e identificação de ameaças para o processo de fusão de dados e proporcionando resposta ás ameaças, dispondo para autodefesa de sistemas chaffs e flares, inclui sensores capazes de acusar emissões de laser e de radiação eletromagnética, realiza interferência eletrônica capaz de jamear radares e sistemas inimigos, sistema de designação laser e guiagem de mísseis, e detectores de lançamento de mísseis guiados por infravermelhos, utilizando os mais recentes dados de inteligência eletrônica disponíveis no planejamento de missão adquiridos pelos múltiplos sensores.
Outro sistema que esta sendo incorporado ao Rafale é o radar RBE2 (Radar à Balayage Electronique 2 plans - radar de dois eixos de varredura eletrônica) AESA, único radar realmente AESA a entrar efetivamente em operação na Europa. Sistema capaz de monitorar 40 alvos simultaneamente á uma distância de 100km, voando alto ou baixo, em qualquer tempo e com presença de interferência intensa. Prioriza os alvos para serem atacados com mísseis MICA ou Meteor. O radar continua acompanhando os outros alvos e atualiza a orientação dos mísseis em curso por datalink. O radar RBE2 tem capacidade 'track here while scan there': o radar varre o solo para acompanhamento e evitar o terreno ao mesmo tempo em que procura alvos no ar. Com as antenas AESA, esse fabuloso radar se torna mais furtivo e resistente a interferência, incluindo aqui a resistência até mesmo a interferência do sistema SPECTRA que possa ser usado pelo inimigo.
Em resumo, temos o Rafale como o potencial vencedor do programa FX-2, porém a lógica nem sempre acompanha as decisões do governo, principalmente o nosso, que historicamente consegue conceber escolhas míopes para nossa nação. O Rafale é dentre os três de longe o mais adequado vetor a proteger os céus brasileiros, basta uma analise técnica e política. Salientando aqui que, junto ao GRIPEN NG, esta opção nos oferece a liberdade de desenvolvimento do projeto e a absorção da tecnologia a fim de capacitar nossa indústria de defesa. Politicamente é também a melhor opção, pois estamos presenciando a ascensão de nosso país como um novo player, o que faz a necessidade de possuir meios tecnológicos e alianças com grandes players para podermos sustentar nossa posição frente aos cenários futuros que possam se desenhar.
Em uma matéria posterior nós iremos abordar novos conceitos de emprego deste vetor francês, como por exemplo, a concepção de atuação em rede com o novo projeto NEURON.
Aguardem em breve aqui no GeoPolítica Brasil.
Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
quarta-feira, 18 de maio de 2011
FX-2 - Uma visão crítica a respeito dos bastidores na LAAD-2011
A grande vantagem de se freqüentar uma feira de tecnologias militares como a LAAD-2011, é a possibilidade de conversas descompromissadas com as pessoas certas, responsáveis direta ou indiretamente em alguns assuntos.
Em relação ao FX-2, não foi diferente, pois podemos observar e colher muita informação a respeito do mesmo, desde as coletivas de imprensa, como nas conversas com os envolvidos, estas sempre deixando claro o anonimato das fontes, pois como existe muitos interesses em jogo, e grandes cifras envolvidas é prudente o sigilo.
O que escreverei aqui será meu ponto de vista do que foi mostrado, explanado e ofertado. Portanto é minha opinião, tentando ser imparcial e sem qualquer vínculo com as decisões reais tomadas pelo governo. Porém, sem esquecer que o que se procura é uma capacidade impar de impor a defesa aérea com uma larga transferência de tecnologias, pois só podemos dominar o campo de batalha quando se dominam os meios.
Hoje estão no Short list três concorrentes, vamos analisar individualmente as propostas ofertadas publicamente, principalmente através do que foi falado nas coletivas de imprensa dos fabricantes.
O Boeing F/A 18 E/F Super Hornet não preciso dizer que é um excepcional avião de caça, que o mesmo é um produto originário de um caça com nada menos que alguns milhares de células fabricadas. Como o próprio fabricante afirma o Super não é uma evolução do Hornet anterior e sim um novo caça desenvolvido para preencher e corrigir problemas do anterior, onde o que se usou do mesmo foram os estudos aerodinâmicos, assim como a parte frontal da fuselagem, isto ocasionando em um dos grandes problemas do mesmo, pois falta espaço para crescimento das capacidades dos aviônicos, como exemplo a impossibilidade de um IRST interno, fazendo com que este seja colocado em casulos (no caso do Super Hornet em um tanque alijável no pilone central, impedindo o alijamento do mesmo em caso de necessidade), por isso o mesmo sendo hoje um caça totalmente novo em relação ao Hornet, que segundo dizem o nome só foi usado para que o Congresso não vetasse o desenvolvimento do mesmo, pois não existiam verbas para novos caças e sim para “retrofits”, ou seja, até eles ficam com as mãos atadas pelo congresso, o mesmo que será o autorizador das transferências por nós solicitadas. O Super Hornet hoje só é utilizado por dois únicos países, sendo o próprio EUA através da Navy e dos Marines e a Austrália via RAAF.
Na coletiva de imprensa os representantes da Boeing estavam nitidamente desconfortáveis com as perguntas que estavam sendo feitas, vou citar apenas uma que achei relevante. Foi perguntado como seria a comercialização a terceiros dos Super Hornets que vierem a ser “fabricados” no Brasil, a resposta foi dita de forma abrupta e ríspida, dizendo que não existirá fabricação dos mesmos no Brasil e que a venda será somente para uso da FAB, se posteriormente vier um novo NAe para a MB para ela também. Com isto eles deixaram bem claro que procuram uma venda com alguma transferência de tecnologia, na montagem, usinagem e alguns softwares, mas não a fórmula de como se fazer a dita “receita do bolo”.
Em conversas e até mesmo em entrevistas anteriores foi indagado como ficariam a questão de integração de armamentos nacionais ou de interesse da FAB nos Super Hornet, sempre responderam que não era interessante para a FAB estas integrações pois perderíamos a comunalidade com os outros usuários deste caça, como citamos acima apenas os EUA e a Austrália os opera. Caso a FAB assim o quiser teria que arcar com os custos dos mesmos lá nos EUA. Então somente por estes tópicos eu considero o Super Hornet praticamente carta fora do baralho, somente virando o jogo se o for ofertado algo muito interessante, e o jogo for pesado demais para agüentarmos.
O SAAB Gripen NG (Gripen E-F) partindo do princípio que é apenas um conceito, onde o que se tem voando é um demonstrador do que poderá ser o mesmo, não é o protótipo do Gripen NG/E-F, fica muito difícil dizer a respeito de sua capacidade bélica e suas vantagens. Tomando como base as versões anteriores, podemos supor que ele será um excelente caça leve, perfeito para países com “inimigos” pontuais e países com territórios pequenos, o mesmo apresenta vantagens, sendo um caça leve é consequentemente mais barato de operar, porém, isto faz com que se necessite de mais aeronaves voando para cumprir o mesmo serviço que um número menor de caças médios ou pesados fariam. Então em resumo a economia vai para o ralo.
Existe um detalhe pouco revelado, mas que não pode ficar oculto, tudo que se diz a respeito dos custos do Gripen NG são estimativas calculadas através de equações matemáticas, que no passado recente já se mostrou que não são tão exatas assim (F-35, F-22, Typhoon, Rafale, AMX, F/A-18, Gripen A/B/C/D entre outros inclusive na Rússia), então os parâmetros de comparação são virtuais, não sendo a realidade esperada apesar de toda a publicidade a respeito dos valores, sendo em grande parte pagas pela própria SAAB, afinal quando se adentra nestes grandes empreendimentos os altos valores fazem que medidas deste nível sejam tomadas, nada mais natural no mercado capitalista que vivemos. A Saab montou na LAAD um estande extremamente bem feito, onde pudemos utilizar o seu simulador fixo do Gripen C/D, inclusive com alguns colegas tendo “voado” o mesmo, mas como sempre as propostas oferecidas são baseadas em estudos e cálculos que não podem se manter, como dito os valores investidos no projeto não tem como ser mensurados na totalidade.
Notei também que não só na feira, mas através de várias noticias, conversas e entrevistas, que a proposta Sueca é interessante do ponto de vista para quem procura um desenvolvimento descompromissado com a questão tempo, e não busca o domínio completo da arte de se fazer a “receita do bolo”, explicarei melhor; o que eles oferecem é um desenvolvimento conjunto de uma nova versão do Gripen onde teríamos custos futuros não calculados e não apresentados, pois o projeto será feito em parceria. O mais crítico disto tudo é que eles não dominam a totalidade das tecnologias embarcadas em seu caça, nem neste NG, nem nos anteriores, apesar de sua Pseudo Neutralidade, pois grande parte do mesmo é de domínio de empresas estrangeiras. Vamos citar alguns componentes que não poderão repassar tecnologia e quiçá códigos fontes quando o tiverem: Suíte de aviônicos da nacele (a princípio é fornecido pela Honeywell dos EUA, podendo ser substituída por outro fornecedor), Radar AESA ainda em desenvolvimento (Selex Raven, dizem que antena é feita pela Thales), Fly by Wire (EUA), Motor (GE dos EUA), Armas ar-ar (MBDA Meteor - Europa, AIM-120C - EUA, Iris-T - Europa, entre outros). Claro que isto não desmerece o projeto em si, mas deixa bem claro que no quesito transferência de tecnologia os Suecos não poderão ofertar muito mais do que os EUA. Mesmo assim ainda é interessante essa proposta, pois teríamos a propriedade intelectual de parte do caça (somente a que dominaríamos em desenvolvimento conjunto com eles) proporcionando a venda para países que temos maiores chances de acordos comerciais.
Um detalhe que tem sido tópico de debates, é a quantidade de países que utilizam o Gripen, inclusive sendo este motivo de argumentos em beneficio deste caça. Hoje respondo com toda a certeza que nenhum país o utiliza, pois ele ainda não existe e nem ao menos ainda foi vendido, pois a própria Suécia afirmou e se comprometeu na compra de umas dezenas caso o Brasil assim o fizer também, ou seja, a compra deles está condicionada a nossa escolha somente para corroborar á uma questão do edital, que é que o caça escolhido ESTEJA EM USO NO PAÍS DO FORNECEDOR, ou seja, hoje o Gripen NG não poderia estar no Short List da FAB. Mas como disse, ele ainda é um projeto promissor, não para o imediato que precisamos, mas quando o for o mesmo pode vir a estar obsoleto face a quantidade de novos caças de quinta geração que estão chegando no mercado, como Chineses, Russos, Coreanos, Turcos e até mesmo Japoneses, apesar que este pode ter sido prejudicado por conseqüências das catástrofes. Por estes motivos posso afirmar que o Gripen NG é um sonho apenas, pois no momento não atenderia o que se procura, que é aprender a fazer a receita do bolo, separando a matéria bruta e aprimorando a receita, e não apenas aprender a misturar os elementos prontos. Mas ainda assim vejo um futuro promissor para o mesmo em outra categoria de aeronave, onde em breve explicarei em outra matéria.
O Dassault Rafale C/B Versão F3+ é a aeronave oferecida pelo consórcio Rafale, com todo o respaldo legal do governo Francês assim como o comprometimento de todas empresas envolvidas no mesmo. Vamos analisá-lo com mais atenção, pois apesar do mesmo gerar vários tipos de comentários maldosos e infundados, o caça proposto pelo governo Francês, onde ele o chama de Ominirole, pois o mesmo possui a capacidade de gerir todas as informações referentes a suas missões mesmo em vôo: ataque a superfície (ao solo ou naval), combate aéreo, reconhecimento via OSF (para um melhor desempenho instala-se um pod específico no pilone central), ELINT (através do sistema SPECTRA) sem a necessidade de reconfiguração de seus sensores. Diferente dos concorrentes, ele age com um procedimento de fusão de dados, onde é apresentado ao piloto a arena tática que se desenrola no momento, auxiliando inclusive nas contra medidas de apoio a guerra eletrônica, sem mesmo que o piloto perceba, assim como nas defesas físicas (chaff e flares), sendo um dos grandes trunfos do avião em si para o combate aéreo, inclusive quando em ataque a alvos de superfície a sua suíte de proteção integrada denominada SPECTRA.
Para a FAB será da versão II do SPECTRA, onde a mesma possui uma gigantesca capacidade de analise de emissões que por ventura venham a iluminar o Rafale, proporcionando uma medida defensiva ideal, existindo relatos concretos de que esta tem a capacidade de quando o mesmo estiver sendo iluminado por um radar de busca, analisar a freqüência do emissor, armazenar e emitir a defesa em uma freqüência idêntica, mas com fase invertida praticamente fazendo com que o Rafale iluminado suma do radar por simples anulação do mesmo sem que o inimigo sequer perceba que foi “jameado” (pois na verdade não o é). Talvez tenha sido este artifício que fez com que existam gun photos do HUD do Rafale com o F-22 (o que não comprova que houve acerto virtual/vitória) no piper, pois se ele consegue sumir dos radares através de artifícios eletrônicos, ele consegue trazer os combates aéreos para a arena visual, inclusive onde ai se faz a diferença do OSF, pois proporciona um reconhecimento de um caça do tamanho visual (não RCS) do F-22, F-15 a mais de 75km, podendo inclusive fornecer parâmetros de disparo para os Mica IR e talvez para os Mica R.
O consórcio Rafale está oferecendo ao Brasil todo conhecimento adquirido no desenvolvimento do mesmo, sem restrições, ou seja, estão oferecendo um produto pronto e testado em combate (guerra do Afeganistão e Líbia, esta providencial para o marketing) e principalmente o “como fazer” do mesmo. Foi indagado aos representantes em uma das apresentações que foram feitas durante a LAAD, como ficariam as questões de integração dos armamentos não Franceses nos caças Rafale Brasileiros, caso ele fosse escolhido no FX-2. A resposta dos mesmos, a mais franca e que melhor demonstra o grau de comprometimento dos mesmos, responderam que qualquer armamento que o Brasil venha a integrar no mesmo será feito no Brasil por técnicos brasileiros com total apoio e sem pagamentos extras ao fabricante, assim como já está sendo feito em outro acordo de cooperação e “compra”, pois ninguém transfere tecnologia de graça, os EC-725, principalmente os UH-15 da MB, que terão os AM-39 Exocet II e posteriormente os futuros MAN-1 nacionais.
Outra dúvida recorrente nos meios de defesa é com relação ao custo operacional, sendo esclarecidos que o Rafale tem um custo um pouco superior ao de um Mirage 2000 (todas as variantes), porém muito inferior ao que se tem alardeado na mídia. Lembrando que existe um termo no contrato com o consórcio, onde o mesmo se compromete a bancar o custo que ultrapassar o valor acertado em contrato e com a economia de escala ganha-se com o aumento do número de células, assim o custo da hora de vôo tende a cair.
Outra questão levantada que muitos têm falado é com relação ao custo unitário do mesmo que é maior que os concorrentes. Este custo é proporcional ao grau de transferência de tecnologia ofertado, pois como foi dito anteriormente, hoje nenhum dos produtores de tecnologia transfere anos de conhecimento sem cobrar por isso, sendo este o motivo do custo dele ser maior que os demais concorrentes. O preço que se paga pela omissão no desenvolvimento tecnológico em nosso passado não tão distante, porém hoje com o horizonte de cobiça que se descortina ao nosso redor temos que pagar este preço, que se mostra até “barato”.
Se pararmos para analisar o que tem sido oferecido ao Brasil pelo consórcio Rafale podemos observar que ele realmente é a melhor opção (pode não ser o melhor caça do mundo), pois o pacote é muito abrangente, sendo de forma simples a produção do mesmo, com um índice crescente de nacionalização em tudo conforme as encomendas, possibilidade de venda a outros países de influência Brasileira, desenvolvimento futuro dos mesmos em parceria com a França se for a nossa vontade ou independentemente e a participação em projetos futuros. Quanto a isto foi indagado por uma entrevista o que a França tinha na prancheta para substituir o Rafale em médio prazo. A resposta foi nada, pois é o interesse do Governo Francês que o Rafale seja o cavalo de batalha por um longo tempo, contudo, estão sendo lideres no projeto do UCAV (SANT em linguagem padronizada pelo Ministério da Defesa Brasileiro) NeuRon, uma aeronave Stealth não tripulada que esta sendo projetada para ser a ponta de lança em ataque á ambientes densamente defendidos, com o Rafale sendo o principal centro nervoso do mesmo, funcionando como um líder a distancia das esquadrilhas de NeuRon.
Devido a tudo isso acho o Rafale o caça com a melhor capacidade de se opor a quase todos os agressores com certa facilidade, ou com menor índice de perda, sem contar que o mesmo está plenamente qualificado em sua versão naval para operar sem restrições no atual NAe São Paulo da MB, onde seria um grande ganho em poder de dissuasão no Atlântico Sul.
Como curiosidade, um dos motivos ventilados pelo motivo que fez os Venezuelanos não virem para a Cruzex deste ano foi justamente o medo deles que os Rafale Franceses captassem via SPECTRA OSF todas as suas emissões eletromagnéticas, IR e outras, e depois repassassem para o Brasil e os EUA, deixando os mesmos em franca desvantagem tática.
Em breve falaremos a respeito das possibilidades e necessidades futuras de um LIFT e até mesmo uma opção concreta de um conceito Hi - Low Figther.
Por: Claudio M. Queiroz - Correspondente Especial - GeoPolítica Brasil
Revisão: Angelo D. Nicolaci
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Rússia acena com parceria na produção e na venda dos caças para a FAB
Cautelosas, as autoridades russas evitaram nesta terça-feira pronunciamentos a respeito. Sua principal preocupação era a de confirmar, diretamente, aquela informação. Ainda assim, fontes da Sukhoi, que produz o Su-35, acenaram com pelo menos três fatos que poderiam adoçar a negociação: oferecer ao Brasil a chance de participar da produção do jato, participar também dos projetos de sua modernização e nos serviços pós-venda.
Para o governo russo, trata-se de um assunto de importância estratégica. A América do Sul é vista como um mercado promissor, sendo o Brasil o mais lucrativo deles. A Rússia já havia participado da concorrência sete anos atrás, mas acabou sendo descartada. Na época, a Sukhoi estava desenvolvendo esse jato de quinta geração. Mas prevaleceu no governo brasileiro a ideia de que a Rússia passava por um mal momento econômico e, por isso, não se acreditava em sua capacidade de desenvolver o Su-35. Menos de dois anos depois, no entanto, o modelo já decolava.
Rússia pode ser alternativa para venda de armamentos
Um aspecto anima os russos a buscar negócios na América do Sul: o fato de os Estados Unidos imporem restrições aos países interessados em adquirir armamentos “made in USA”. Diante disso, a Rússia passa a ser uma alternativa. Como no caso dos Super Tucanos, que a Embraer estava prestes a vender à Venezuela. O negócio foi bloqueado pelo governo americano, já que 50% dos componentes daquele avião são fornecidos pelos EUA. O resultado foi que o presidente Hugo Chávez adquiriu 30 Su-30 russos (os caças de quarta geração).
Fonte: O Globo via Plano Brasil
terça-feira, 15 de junho de 2010
Suécia decide seguir em frente com caça Gripen NG, agora designado JAS-39E/F
Se a Saab vencer um ou mais competições que o caça vem participando – com o Brasil e a Suíça entre as mais próximas de serem decididas – isso poderá afetar o prazo de entrega das aeronaves que seriam destinadas para Suécia, agora identificadas pelos militares suecos como JAS 39E/F. Mas a decisão de adquirir os caças já foi tomada, de acordo com o chefe de marketing e campanhas de vendas da Gripen, Hans Rosen.
“A Suécia está comprometida em utilizar o Gripen para além de 2040,” disse Rosen na Base Aérea de Malmen no sábado. “A questão é quando vão adquirir os caças Gripen NG, e em que quantidade.” O programa básico exige que o novo modelo entre em operação em 2017-18, mas a Suécia informou aos clientes de exportação que ela ajustará suas entregas para a a Suécia possa receber seus caças JAS 39E/F antes que os clientes estrangeiros.
Os comentários de Rosen sobre o futuro do Gripen na Suécia ecoa as afirmações feitas pelo ministro da defesa Sten Tolgfors durante oma conferência de poder aéreo realizada em Malmen na sexta-feira. Tolgfors assinalou que a modernização da frota de caças Gripen está sendo efetuada de acordo com os planos, com a conversão do lote final de 31 caças modelos JAS 39A para o padrão 39C, deixando a força aérea com uma menor força de 100 caças. O próximo passo verá todas as aeronaves modernizadas para uma configuração conhecida como Padrão de Material 20, já com contrato assinado.
A configuração MS 21 está sendo definida – mas agora está claro que a MS21 ´de fato o Gripen NG, com o novo motor General Electric F414G, fuselagem modificada, radar com varredura eletronicamente ativa (AESA) e novos aviônicos. Esta subentendido que o desenvolvimento está sendo silenciosamente financiado pelo governo sueco.
O protótipo Demo já completou 152 voos de testes até o sábado, disse Rosen, e completou com sucesso a demonstração na Índia em maio (a fabricante havia executado anteriormente demonstrações com caças JAS-39D na Índia) incluindo um pouso com sucesso e um novo acionamento na pista do aeródromo de Leh, na Kashmira, numa altitude de 10.800 pés acima do nível do mar. Atualmente o caça Gripen NG (JAS-39E/F) está testando o uso de novas armas externas e vai entrar num período de testes com novos aviônicos modernizados.
Fonte: Aviation Week / Bill Sweetman – Tradução: Cavok via Plano Brasil