Em meio ao aumento das tensões no leste europeu, o presidente polonês Andrzej Duda pediu publicamente que os Estados Unidos implantassem armas nucleares na Polônia como uma medida de dissuasão contra possíveis agressões russas. Em uma entrevista ao Financial Times publicada em 13 de março, Duda afirmou que a realocação de ogivas nucleares para seu país poderia ajudar a proteger a Polônia de futuras ameaças e consolidar a segurança da OTAN na região.
A proposta de Duda reflete a crescente preocupação da Polônia com a escalada das tensões no leste da Europa, especialmente após o recente movimento da Rússia, que transferiu armas nucleares táticas para a Bielorrússia, uma nação vizinha da Polônia. "A Rússia nem hesitou quando transferiu suas armas nucleares para Belarus. Eles não pediram permissão a ninguém", afirmou Duda, destacando a necessidade de uma resposta equivalente da OTAN.
O presidente polonês já havia discutido a proposta com Keith Kellogg, enviado especial do ex-presidente dos EUA Donald Trump para a Ucrânia, e espera reviver uma ideia de compartilhamento nuclear que apresentou ao governo do ex-presidente Joe Biden em 2022. A ideia de trazer armas nucleares para a Polônia, no entanto, pode gerar grande frustração em Moscou, que considera qualquer movimento de fortalecimento militar da OTAN como uma ameaça direta à sua segurança.
Enquanto isso, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, também reforçou a necessidade de um salto quântico no esforço de defesa nacional. Em um discurso no Parlamento polonês em 7 de março, Tusk destacou que a Polônia precisa investir em capacidades militares mais avançadas, incluindo armas nucleares, como parte de uma estratégia para garantir sua segurança. "Esta é uma corrida pela segurança, não pela guerra", afirmou Tusk, alertando para os riscos de uma postura defensiva excessivamente passiva, lembrando o caso da Ucrânia, que, em 1994, renunciou ao seu arsenal nuclear em troca de garantias de integridade territorial que, posteriormente, foram violadas pela Rússia.
A crescente preocupação da Polônia também se reflete em sua estratégia militar de longo prazo. O governo polonês planeja aumentar substancialmente o tamanho de suas forças armadas, com a meta de expandir o número de soldados de 200.000 para 500.000. Essa ampliação, equivalente a um aumento de 250% no efetivo militar, visa preparar o país para enfrentar possíveis ameaças, como as que a Rússia tem imposto à Ucrânia desde a anexação da Crimeia em 2014 e a invasão em grande escala de 2022.
Além disso, Tusk anunciou a retirada da Polônia de tratados internacionais que proíbem o uso de minas antipessoal e bombas de fragmentação, medidas vistas como essenciais para fortalecer a resistência da Polônia no flanco oriental da OTAN. A movimentação de Varsóvia destaca um compromisso com a segurança nacional, à medida que a Polônia se posiciona como um bastião estratégico da aliança atlântica na região.
Com a Rússia expandindo sua presença militar no leste da Europa, a Polônia está claramente se preparando para um futuro incerto, em que a busca por armas nucleares e o fortalecimento de suas forças armadas se tornam prioridades essenciais para sua sobrevivência e a estabilidade da OTAN.
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