sexta-feira, 28 de março de 2025

Macron propõe envio de tropas europeias para apoiar segurança da Ucrânia após possível acordo de paz

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou na última quinta-feira (27) que uma missão franco-britânica viajará para a Ucrânia nos próximos dias para discutir o futuro formato do exército ucraniano e um possível envio de tropas europeias após um eventual acordo de paz. A declaração foi feita ao término de uma cúpula em Paris que reuniu 31 países apoiadores da Ucrânia.

Macron ressaltou que a decisão de mobilizar militares não caberá à Rússia e afirmou que os países europeus devem garantir a segurança da Ucrânia em diversas frentes: mar, ar e terra. Segundo o presidente francês, as tropas não atuarão como forças de paz tradicionais, mas sim em áreas estratégicas específicas.

O plano de apoio europeu prevê um reforço contínuo das capacidades militares ucranianas, garantindo suporte operacional de longo prazo. "Acredito que, nas próximas três a quatro semanas, teremos um plano de ação bastante preciso sobre essas duas questões — o formato do exército ucraniano e as forças de segurança — com os requisitos, mas também com os contribuintes", declarou Macron. A França e o Reino Unido liderarão esses esforços, que contarão com a participação da União Europeia, da OTAN e de outros aliados.

O fortalecimento do exército ucraniano é visto pelo presidente francês como a principal garantia de segurança após um acordo de paz. Além disso, os aliados ocidentais reforçaram sua posição contrária à suspensão de sanções contra Moscou, considerando até mesmo o aumento da pressão sobre o Kremlin para que participe de negociações diplomáticas.

Divergências entre os aliados europeus

Apesar do entusiasmo de Macron, o envio de tropas ainda divide os países europeus. Enquanto alguns aliados apoiam a proposta, outros permanecem reticentes. O chanceler alemão Olaf Scholz e o governo espanhol mantêm uma posição reservada, enquanto Bulgária e Eslováquia se opõem abertamente à ideia. Romênia e Polônia, por sua vez, atuarão como centros logísticos, mas não enviarão militares para a Ucrânia. O presidente interino romeno, Ilie Bolojan, enfatizou que seu país servirá apenas como plataforma de transporte e não contribuirá com efetivos militares.

Macron também destacou a necessidade de acelerar o pagamento dos empréstimos já aprovados pelo G7 para a Ucrânia. Além disso, enfatizou o papel da China na busca por uma solução pacífica, expressando sua esperança de que o presidente Xi Jinping atue como mediador nas negociações futuras. "Dada a qualidade do seu diálogo com a Rússia e a iniciativa de paz que ele tomou com o Brasil há alguns meses, espero que o Presidente Xi possa desempenhar um papel muito ativo para nos ajudar a construir essa paz sólida e duradoura", afirmou o líder francês.

A proposta de Macron marca uma nova fase no apoio europeu à Ucrânia, enfatizando um compromisso mais direto na segurança regional e elevando o nível de envolvimento das potências ocidentais na guerra em curso.


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