Os Estados Unidos lançaram uma nova onda de ataques aéreos contra alvos do grupo Houthi no Iêmen, atingindo locais estratégicos na capital Sanaa e no porto de Hodeidah na noite de terça-feira (18). A informação foi divulgada pela Reuters, com base em fontes da mídia controlada pelos rebeldes Houthis.
A ação faz parte de uma ofensiva mais ampla ordenada pelo presidente Donald Trump, que no último sábado já havia autorizado bombardeios a mais de 30 alvos no Iêmen, incluindo instalações de armazenamento de mísseis e líderes do grupo. Segundo Trump, o objetivo da operação é "esmagar" as forças Houthis e impedir novos ataques contra embarcações no Mar Vermelho.
Retaliação e novos ataques
Em resposta aos ataques norte-americanos, os Houthis lançaram na quarta-feira mísseis e drones contra o porta-aviões USS Harry S. Truman e outros "navios hostis", segundo um porta-voz militar do grupo. Esse foi o quarto ataque de retaliação em 72 horas, de acordo com a AFP.
Os Houthis justificam suas ações como parte de uma campanha de solidariedade à Palestina, atacando navios que consideram ligados a Israel ou seus aliados. O grupo, que recebe apoio do Irã, iniciou essas ofensivas em novembro de 2023, após o início da guerra entre Israel e o Hamas.
O governo dos EUA afirmou que não pretende se envolver em um conflito prolongado no Iêmen, mas o cenário já demonstra desafios logísticos e políticos. Autoridades do Pentágono alertam que a continuidade da campanha pode pressionar os estoques de armamentos de precisão norte-americanos e testar a capacidade de resposta militar dos EUA diante de múltiplas crises globais.
Custos e desafios da ofensiva
Desde o início da campanha de bombardeios em 2024, os EUA já lançaram mais de 800 mísseis contra alvos Houthis, incluindo 135 mísseis Tomahawk, cada um com custo estimado de até US$ 2 milhões, além de 155 mísseis padrão disparados de navios de guerra, cujo valor unitário varia entre US$ 2 milhões e US$ 4 milhões.
Diferentemente da estratégia adotada pelo governo Biden, que coordenou ataques em conjunto com Reino Unido e França, a abordagem de Trump tem sido unilateral, sem envolvimento direto de aliados europeus. Além disso, Trump concedeu maior autonomia aos comandantes militares na região para decidir sobre ataques, enquanto Biden centralizava essas decisões na Casa Branca.
O vice-almirante Karl Thomas, chefe de inteligência da Marinha dos EUA, afirmou que as operações contra os Houthis têm sido "bem-sucedidas", mas ainda é incerto até onde o grupo pretende levar essa escalada. Especialistas alertam que o papel do Irã será determinante para o desenrolar do conflito, e que Teerã pode influenciar a postura dos Houthis nos próximos meses.
Com a escalada dos combates e os altos custos da operação, resta saber se os EUA manterão essa ofensiva prolongada ou buscarão alternativas diplomáticas para conter a ameaça Houthi no Mar Vermelho.
GBN Defense - A informação começa aqui
com Reuters e AFP
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