A China anunciou um aumento de 7,2% nos seus gastos com defesa para 2025, atingindo um orçamento total de US$ 245,6 bilhões. Essa elevação, que mantém o mesmo percentual de crescimento registrado nos últimos dois anos, ocorre em meio a crescentes tensões regionais no Mar da China Meridional, exercícios militares de grande escala e a contínua disputa com Taiwan.
O anúncio foi feito pelo Ministério das Finanças chinês e será revisado pelo Congresso Nacional do Povo (NPC) nos próximos dias. Pequim já havia antecipado que considera esse investimento "completamente necessário", reafirmando que não pretende reduzir sua capacidade militar, mesmo diante das tentativas dos EUA de conter sua ascensão estratégica.
As forças armadas chinesas vêm expandindo suas capacidades de maneira acelerada. Em 2024, o país revelou oficialmente o caça furtivo J-35A, um concorrente direto do F-35 americano, e avançou com a construção de seu quarto porta-aviões. Além disso, concluiu os primeiros testes no mar do terceiro porta-aviões, o Fujian, considerado o mais moderno da frota. Paralelamente, um teste surpresa de míssil balístico intercontinental no Pacífico reforçou preocupações sobre o programa nuclear chinês, cujas estimativas indicam que o país já possui mais de 600 ogivas nucleares e pode ultrapassar 1.000 até 2030.
Taiwan no Centro das Tensões
As relações entre China e Taiwan seguem se deteriorando, especialmente após a posse do presidente taiwanês William Lai, considerado um defensor da independência da ilha. Em resposta, Pequim realizou duas grandes manobras militares ao redor de Taiwan em 2024 e, na semana passada, surpreendeu com novos exercícios de fogo real, em clara demonstração de força.
O presidente Xi Jinping tem enfatizado a necessidade de que as forças armadas chinesas aumentem sua prontidão de combate, intensificando o discurso e as ações militares no estreito de Taiwan. Especialistas alertam que, à medida que as capacidades militares de Pequim se expandem, os riscos de um confronto na região também aumentam.
Expansão no Pacífico e Rivalidade com os EUA
Além da questão taiwanesa, a China segue ampliando sua presença no Pacífico. Recentemente, exercícios navais foram realizados a 629 quilômetros ao sudeste de Sydney, em águas internacionais, gerando protestos da Austrália. No Mar da China Meridional, a tensão com as Filipinas também se intensificou, com incidentes frequentes envolvendo embarcações militares e civis.
Nos bastidores, as rivalidades entre China e EUA também continuam se aprofundando. A Embaixada Chinesa em Washington emitiu uma declaração contundente afirmando que as ações americanas "não ficarão sem resposta" e que Pequim está "pronta para lutar até o fim" caso ocorra uma escalada econômica ou militar.
Escalada ou Contenção?
Com um orçamento militar crescente, novas armas estratégicas e uma postura cada vez mais assertiva, a China reforça sua posição como um dos principais desafiantes da ordem global liderada pelos EUA. O aumento dos gastos com defesa sinaliza que Pequim pretende seguir expandindo sua influência militar e reforçando sua capacidade de projetar poder, especialmente no Indo-Pacífico.
À medida que o cenário internacional se torna mais volátil, os próximos meses serão cruciais para determinar se a rivalidade entre China e seus adversários seguirá escalando ou se haverá espaço para uma contenção diplomática.
GBN Defense - A informação começa aqui
com agências de notícias
0 comentários:
Postar um comentário