terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

EUA Avaliam Forças de Paz na Ucrânia e Citam o Brasil Como Possível Participante

A Casa Branca está considerando a possibilidade de enviar forças de paz de países fora da Europa para a Ucrânia, e o Brasil figura entre os nomes cogitados. A informação foi divulgada pelo britânico The Economist e repercutida por fontes russas, apontando que a China também está entre os países mencionados.

De acordo com a publicação, a ideia partiu do vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, que teria argumentado com seus aliados europeus que uma força de paz composta apenas por militares do continente poderia não ser tão eficaz na dissuasão de novos avanços russos.

Até o momento, nem o Brasil, nem a China confirmaram qualquer disposição oficial para enviar tropas para uma missão de paz na Ucrânia. O Kremlin, por sua vez, declarou que não recebeu propostas concretas sobre o envio de um contingente de manutenção da paz para a região.

Brasil no Contexto das Operações de Paz da ONU

O Brasil tem uma sólida experiência em missões de paz, com um histórico notável de participação em operações internacionais sob o mandato das Nações Unidas. Um dos exemplos mais emblemáticos dessa participação foi a atuação do Brasil na MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), que durou de 2004 a 2017. Durante esse período, o Brasil liderou a missão, com as tropas brasileiras desempenhando papel fundamental na estabilização do país, principalmente após o terremoto devastador de 2010. O Brasil foi responsável por diversas operações de segurança e reconstrução, evidenciando seu compromisso com a paz e a estabilidade em cenários de conflito.

Além disso, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil conta com a Quick Reaction Force (QRF), classificada no Nível 3 da ONU, a mais alta certificação para forças de paz. Isso significa que a unidade brasileira está plenamente apta a atuar em cenários de crise e conflito sob mandato das Nações Unidas. A Força de Fuzileiros Navais é a única do Brasil a alcançar esse nível de classificação pela ONU, reforçando a capacidade do Brasil em missões internacionais de manutenção da paz.

Nos últimos anos, o editor do GBN Defense, Angelo Nicolaci, tem acompanhado de perto o processo de qualificação e preparo do QRF da Marinha do Brasil, que se destaca como uma das unidades mais bem treinadas e equipadas para missões de paz no Brasil.

Além de sua contribuição na MINUSTAH, o Brasil tem um histórico relevante em operações de paz na República Democrática do Congo. O General Santos Cruz, quando esteve à frente da Missão da ONU para a Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO), como "Force Commander" obteve resultados expressivos no enfrentamento de grupos armados e na estabilização do país. Atualmente, o "Force Commander" da MONUSCO é outro militar brasileiro, o General de Divisão Ulisses de Mesquita Gomes, reforçando a presença e a influência do Brasil nas operações de paz da ONU.

Cenário Geopolítico e Possíveis Desenvolvimentos

Apesar das especulações sobre a possibilidade de envio de tropas de paz para a Ucrânia, especialistas apontam que a China dificilmente se envolveria nessa missão, dado seu foco estratégico em questões regionais e sua relação delicada com os Estados Unidos. O Brasil, por outro lado, não manifestou intenção de integrar essa iniciativa, e qualquer decisão sobre o tema dependeria de uma avaliação aprofundada por parte do governo brasileiro, o Congresso Nacional e os comandantes das forças brasileiras.

Enquanto isso, o QRF da Marinha do Brasil segue em constante aprimoramento, garantindo que, se for demandado para participar em missões internacionais, esteja preparado para atuar com alto padrão de eficiência e segurança.


por Angelo Nicolaci


GBN Defense - A informação começa aqui

com The Economist

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