domingo, 2 de fevereiro de 2025

O CF-39 Arrow II: Uma Solução Sueca para o Problema de Substituição do CF-18 Canadense e suas Implicações para o Brasil

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O Canadá enfrenta atualmente um desafio significativo na modernização de suas Forças Armadas: a substituição de sua frota de caças CF-18. Este processo, que se arrasta há mais de duas décadas, envolve quatro diferentes primeiros-ministros e representa um investimento potencial de mais de 40 bilhões de dólares ao longo da vida útil das aeronaves. A complexidade e o alto custo deste programa de aquisição refletem não apenas as necessidades de defesa do Canadá, mas também os desafios enfrentados por muitos países, incluindo o Brasil, na manutenção de forças aéreas modernas e eficazes.


Embora o Canadá tenha escolhido o F-35, a política externa agressiva de Donald Trump, que inclui tarifas maiores sobre produtos do Canadá, levou alguns analistas a propor que a RCAF (Real Força Aérea Canadense) revisassem a escolha e substituíssem alguns dos F-35 pelo Gripen, que ficou em segundo lugar na competição canadense e foi a única aeronave, além do F-35, que atendeu a todos os requisitos.


O estudo de Alexander McColl, intitulado "CF-39 Arrow II: A Swedish Solution to the CF-18 Replacement Problem", apresenta uma análise detalhada do processo de seleção do substituto do CF-18 e propõe uma solução baseada no caça sueco Saab Gripen. Esta proposta tem implicações interessantes não apenas para o Canadá, mas também para outros países que buscam modernizar suas forças aéreas, como o Brasil.


Contexto Histórico e Geopolítico


Para compreender a situação atual, é crucial examinar o contexto histórico da defesa canadense. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a política de defesa do Canadá tem sido caracterizada por quatro conceitos-chave:


1. "Um assento à mesa": A busca por influência em fóruns internacionais.

2. "Quanto é o suficiente?": O eterno questionamento sobre o nível adequado de gastos militares.

3. "Lacuna entre compromisso e capacidade": A discrepância entre as ambições declaradas e o financiamento real.

4. "Defesa contra ajuda": A abordagem cautelosa em relação à segurança norte-americana e aos compromissos com os EUA.


Esses conceitos levaram especialistas a descrever os canadenses como "easy riders" em termos de gastos com defesa e compromissos com a OTAN e o NORAD. Esta caracterização reflete os desafios enfrentados por muitos países, incluindo o Brasil, em equilibrar as necessidades de defesa com outras prioridades nacionais.


O Programa New Fighter Aircraft (NFA) e Suas Lições


O programa NFA, que levou à aquisição dos CF-18 na década de 1980, é considerado um modelo de sucesso em aquisições militares. O estudo de McColl sugere que as lições aprendidas com o NFA deveriam ser aplicadas ao atual processo de substituição. Isso inclui:


1. Um processo de seleção aberto e transparente.

2. Foco em obter o melhor valor para o investimento.

3. Consideração de compensações industriais para a indústria nacional.


Estas lições são particularmente relevantes para o Brasil, que recentemente concluiu seu próprio processo de seleção de caças, optando pelo Saab Gripen.


A Proposta do Gripen e Suas Implicações


McColl argumenta que, dadas as restrições orçamentárias e as necessidades específicas do Canadá, o Saab Gripen seria a escolha mais adequada para substituir o CF-18. Os principais pontos a favor do Gripen incluem:


1. Custo-benefício: O Gripen é significativamente mais barato que alternativas como o F-35.

2. Versatilidade: Capaz de cumprir múltiplas missões, incluindo defesa aérea e apoio terrestre.

3. Interoperabilidade: Compatível com sistemas da OTAN e facilmente integrável às estruturas existentes.

4. Benefícios industriais: Oferece oportunidades significativas de transferência tecnológica e produção local.


Essas características do Gripen são particularmente relevantes para o Brasil, que já adotou a aeronave e está desenvolvendo uma significativa cadeia de produção local.


Implicações para o Brasil


A escolha do Gripen pelo Brasil em 2014 para o programa F-X2 reflete muitas das considerações apresentadas no estudo canadense. Algumas das principais implicações e benefícios para o Brasil incluem:


1. Desenvolvimento da Indústria Aeroespacial: O acordo com a Saab inclui uma extensa transferência de tecnologia, permitindo que a Embraer e outras empresas brasileiras participem ativamente no desenvolvimento e produção do Gripen. Isso fortalece a indústria aeroespacial brasileira e cria oportunidades de exportação.


2. Custo-benefício: Assim como argumentado para o Canadá, o Gripen oferece ao Brasil uma solução de alta tecnologia a um custo significativamente menor que alternativas como o F-35, permitindo uma melhor alocação de recursos de defesa limitados.


3. Adaptabilidade às Necessidades Brasileiras: O Gripen está sendo customizado para atender às necessidades específicas da Força Aérea Brasileira, incluindo adaptações para operações na Amazônia e no Atlântico Sul.


4. Potencial de Cooperação Regional: A adoção do Gripen pelo Brasil pode abrir portas para cooperação em defesa com outros países da América do Sul, potencialmente levando a uma padronização de equipamentos na região.


5. Impulso à Pesquisa e Desenvolvimento: O programa Gripen estimula investimentos em pesquisa e desenvolvimento no setor aeroespacial brasileiro, com potenciais spillovers para outros setores da economia.


Desafios e Considerações Futuras


Apesar dos benefícios, o Brasil enfrenta desafios semelhantes aos do Canadá em termos de restrições orçamentárias e priorização de gastos militares. Alguns pontos a considerar incluem:


1. Sustentabilidade Financeira: Garantir financiamento contínuo para o programa Gripen em face de outras prioridades nacionais.


2. Maximização dos Benefícios de Transferência de Tecnologia: Assegurar que o conhecimento e a tecnologia transferidos sejam efetivamente absorvidos e utilizados para impulsionar a inovação na indústria brasileira.


3. Integração com Sistemas Existentes: Assim como o Canadá, o Brasil precisa garantir que o Gripen seja efetivamente integrado com os sistemas de defesa existentes e futuros.


4. Treinamento e Preparação: Investir na formação de pilotos, técnicos e engenheiros para maximizar o potencial da nova plataforma.


5. Estratégia de Longo Prazo: Desenvolver uma visão de longo prazo para a força aérea que incorpore o Gripen e planeje futuras atualizações e possíveis substituições.


Conclusão


O estudo de McColl sobre a potencial adoção do Gripen pelo Canadá oferece insights valiosos que ressoam com a experiência brasileira. Para ambos os países, o Gripen representa uma solução que equilibra capacidades avançadas com restrições orçamentárias, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento da indústria aeroespacial nacional.


A experiência do Brasil com o Gripen pode servir como um caso de estudo valioso para o Canadá e outros países que enfrentam desafios semelhantes na modernização de suas forças aéreas. Ao mesmo tempo, o Brasil pode se beneficiar das análises e debates ocorridos no Canadá para refinar sua própria estratégia de implementação e maximização dos benefícios do programa Gripen.


Em última análise, tanto o Brasil quanto o Canadá exemplificam como países com recursos limitados podem adotar soluções inovadoras para manter forças aéreas modernas e eficazes, contribuindo para sua segurança nacional e projeção geopolítica, enquanto impulsionam suas indústrias aeroespaciais e de defesa.


O caso do Gripen no Brasil e a potencial adoção pelo Canadá ilustram como países podem buscar soluções inovadoras para modernizar suas forças aéreas mesmo com restrições orçamentárias. Essa abordagem permite não apenas manter capacidades militares avançadas, mas também impulsionar o desenvolvimento tecnológico e industrial nacional.


Para o Brasil, o programa Gripen representa uma oportunidade única de fortalecimento da indústria aeroespacial, com potenciais benefícios econômicos e estratégicos de longo prazo. A transferência de tecnologia e o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores local podem posicionar o país como um importante player no mercado global de aeronaves de combate.


O Canadá, por sua vez, ao considerar o Gripen, demonstra uma abordagem pragmática que busca equilibrar as necessidades de defesa com as realidades econômicas. A proposta de McColl de uma "política de defesa para easy riders" reflete uma tendência global de buscar soluções de defesa mais eficientes e sustentáveis.


Em última análise, tanto o Brasil quanto o Canadá exemplificam como países podem adaptar suas estratégias de defesa às realidades do século XXI, buscando maximizar o valor de seus investimentos militares enquanto promovem o desenvolvimento nacional. O Gripen, nesse contexto, emerge não apenas como uma aeronave de combate avançada, mas como um catalisador para a inovação e o crescimento industrial.


A experiência desses países oferece lições valiosas para outras nações que buscam modernizar suas forças armadas em um cenário de restrições orçamentárias e rápidas mudanças tecnológicas. A chave para o sucesso parece estar na capacidade de alinhar as aquisições de defesa com objetivos mais amplos de desenvolvimento nacional, criando sinergias entre os setores militar e civil.


Conforme o cenário geopolítico continua a evoluir, será crucial para países como Brasil e Canadá manter a flexibilidade em suas abordagens de defesa, adaptando-se às novas ameaças e oportunidades. O caso do Gripen demonstra que, com planejamento cuidadoso e uma visão estratégica clara, é possível alcançar objetivos de defesa ambiciosos mesmo com recursos limitados, ao mesmo tempo em que se promove o desenvolvimento nacional e se fortalece a posição do país no cenário internacional.

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Chile moderniza Leopard 2A4 com sistemas avançados da Aselsan

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O Exército do Chile iniciou um ambicioso programa de modernização de seus Carros de Combate Leopard 2A4 CHL, em parceria com a empresa turca Aselsan. O projeto, desenvolvido em conjunto com a Famae, visa atualizar os blindados com tecnologia de última geração, reforçando a capacidade de combate e aumentando a sobrevida da frota.

A modernização inclui a instalação do avançado sistema de controle de tiro Volkan-M, desenvolvido pela Aselsan, que proporciona maior precisão e velocidade de engajamento. Além disso, serão integrados novos sistemas eletro-ópticos e sensores de imagem térmica para comandante e artilheiro, ampliando a capacidade de operação diurna e noturna em condições adversas.


Uma das inovações mais significativas é a adoção do Sistema de Proteção Ativa (APS) AKKOR, projetado para o Carro de Combate Altay. Esse sistema combina contramedidas hard-kill e soft-kill, interceptando mísseis e foguetes antes de atingirem o blindado, além de utilizar guerra eletrônica para dificultar a detecção do veículo. Essa tecnologia representa um avanço substancial na defesa dos Leopard 2A4 contra ameaças modernas, como armas anticarro guiadas.

Durante a Exponaval 2024, Aras Bali, diretor da Aselsan para a América Latina, enfatizou que a parceria entre Chile e a Türkiye vai além do fornecimento de equipamentos, englobando também a transferência de tecnologia e capacitação da indústria local. A Famae desempenhará um papel crucial na nacionalização da montagem e manutenção dos sistemas, permitindo maior autonomia operacional ao Exército Chileno.

A Aselsan tem expandido sua presença global na modernização de veículos blindados, com projetos de atualização de T-72 no Cazaquistão e fornecimento de tecnologia militar para diversos países, incluindo a Argentina. O programa chileno reforça essa tendência e posiciona os Leopard 2A4 como uma força blindada altamente capaz na região.

Com essa modernização, os blindados chilenos não apenas ampliam sua letalidade e proteção, mas também demonstram a importância do investimento contínuo na defesa. O projeto fortalece a capacidade militar do Chile e reafirma a necessidade de adaptação constante às novas ameaças do campo de batalha moderno.


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França Reforça Defesa Aérea com Aquisição do Sistema Serval DSA 4x4 SHORAD

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A França anunciou a encomenda de novos veículos Serval DSA 4x4 SHORAD (Short-Range Air Defense), fortalecendo suas capacidades de defesa aérea de curto alcance. O programa faz parte de um esforço contínuo para proteger infraestruturas críticas e tropas contra ameaças aéreas, incluindo helicópteros, mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados (VANTs).

O Serval DSA está sendo desenvolvido em duas variantes distintas, cada uma voltada para um campo específico da defesa aérea de curto alcance.

A primeira configuração contará com o sistema de armas remotamente controlado (RCWS) 30x113 mm da Nexter, equipado com munição detonada por proximidade. Essa versão será focada na neutralização de VANTs, que representam uma ameaça crescente no moderno campo de batalhas. Além disso, o sistema incluirá bloqueadores eletrônicos para interferir nas comunicações e nos sinais de navegação desses VANTs.

A segunda configuração utilizará um lançador remoto SIMBAD RC, projetado para disparar mísseis MISTRAL MANPADS. Essa versão terá capacidade para engajar uma ampla gama de alvos, incluindo aeronaves voando a baixa altitude, helicópteros e VANTs, além de mísseis de cruzeiro, graças ao seu sistema de rastreamento automatizado. O governo francês já encomendou 30 unidades desta variante, com entregas previstas para começar assim que o desenvolvimento dos efetores avançar.

A aquisição dos Serval DSA não é um movimento isolado, mas parte de um esforço mais amplo da França para aprimorar sua defesa aérea de curto alcance. Outros projetos incluem o sistema Proteus C-UAS, que moderniza antigos canhões antiaéreos de 20 mm para combater VANTs, e a possível adoção da HATSAN BTS-12 semiautomática, equipada com munição especializada para neutralizar drones em baixa altitude.

Além disso, a França tem investido em soluções baseadas em energia direcionada, incluindo o protótipo portátil HELMA LP, um sistema a laser projetado para neutralizar ameaças aéreas de forma precisa e eficaz.

A crescente adoção de VANTs tem levado diversas nações a reforçar suas capacidades de defesa aérea. A França, ao desenvolver e encomendar o Serval DSA em duas configurações distintas, demonstra uma abordagem abrangente para enfrentar essa ameaça. Ao combinar mísseis, canhões automáticos, bloqueadores eletrônicos e armas de energia direcionada, o país se posiciona para proteger melhor suas forças e infraestruturas estratégicas em um ambiente de segurança cada vez mais desafiador.


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Marrocos Reforça Poder Aéreo com Helicópteros Apache e Deve Anunciar a Compra do C-390 em Breve

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A Força Aérea Real Marroquina (RMAF) segue ampliando suas capacidades de defesa com a recente chegada dos três primeiros helicópteros de ataque AH-64E Apache Guardian. Essa entrega faz parte de um grande programa de modernização, que também inclui negociações avançadas para a aquisição da aeronave de transporte tático brasileira Embraer C-390 Millennium, cuja compra deve ser anunciada em breve.

Os três helicópteros foram vistos no Midland/Odessa Air Terminal, no Texas, antes de seguirem para Marrocos. Essa aquisição faz parte de um contrato de US$ 4,25 bilhões assinado em 2019, que prevê a entrega de 24 aeronaves, com opção para mais 12. O AH-64E é a versão mais avançada do Apache, equipado com sistemas de comunicação digital aprimorados, radar Longbow, sensores de visão noturna de última geração e a capacidade de operar em conjunto com drones.

O pacote inclui um vasto arsenal, com 1.000 mísseis AGM-114 Hellfire, 600 foguetes guiados a laser APKWS, 50 mísseis ar-ar Stinger e mais de 5.000 foguetes Hydra 70 não guiados, proporcionando um salto significativo no poder de fogo das forças marroquinas.

Paralelamente ao reforço de sua aviação de combate, Marrocos está próximo de anunciar a aquisição do Embraer C-390 Millennium. A aeronave brasileira se destaca pela alta capacidade de carga, velocidade superior ao C-130 Hercules e versatilidade para operar em diversas missões, desde transporte tático, lançamento de paraquedistas, até ajuda humanitária. Sua introdução fortalecerá a mobilidade da RMAF e ampliará sua capacidade de resposta em operações militares e emergências.

O fortalecimento militar de Marrocos ocorre em um contexto de crescente competição estratégica no Norte da África e no Mediterrâneo Ocidental. Sua localização próxima ao Estreito de Gibraltar torna a segurança regional um fator crucial, e o investimento em defesa reforça sua posição como ator-chave na estabilidade da região. Além disso, a parceria com os Estados Unidos sinaliza um fortalecimento dos laços entre os dois países e da modernização contínua das Forças Armadas Marroquinas.

A chegada dos Apache e a iminente compra do C-390 Millennium demonstram o compromisso de Marrocos em manter uma força aérea moderna e eficaz, ampliando seu papel estratégico e consolidando sua influência militar na região.


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Oposição Grega à Venda de Mísseis Meteor para a Türkiye e Seus Impactos Geopolíticos na OTAN

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A recente possibilidade de venda de mísseis ar-ar Meteor para a Türkiye, como parte de um pacote de aquisição do Eurofighter Typhoon, gerou forte oposição da Grécia. Atenas considera a movimentação uma ameaça direta ao sua vantagem tecnológica na região, uma vez que recentemente adquiriu os mesmos mísseis para equipar seus caças Dassault Rafale F3R. A questão se desdobra além da rivalidade bilateral, envolvendo a dinâmica de poder dentro da OTAN e as implicações geopolíticas para o equilíbrio militar no Mediterrâneo Oriental.

O Meteor, desenvolvido pela europeia MBDA, é um dos mísseis ar-ar mais avançados do mundo, com alcance de cerca de 200 km e tecnologia de propulsão ramjet, conferindo-lhe superioridade sobre sistemas convencionais. Sua incorporação à Força Aérea Grega garantiu uma vantagem significativa sobre a Türkiye, cujas principais aeronaves de combate são os F-16 equipados com mísseis AIM-120 AMRAAM, de menor alcance.

Caso a Türkiye obtenha os Meteor junto com os Eurofighters, essa vantagem será reduzida, alterando a dinâmica de poder na região. O temor grego é que essa aquisição elimine a superioridade aérea conquistada recentemente, impactando o equilíbrio estratégico no Mediterrâneo Oriental, onde incidentes no espaço aéreo entre os dois países são frequentes.

A MBDA, fabricante do Meteor, é um consórcio europeu com participação da França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Espanha e Suécia. Dentro desse grupo, Reino Unido, Itália e Espanha são favoráveis à venda para a Türkiye, enquanto a França se vê em uma posição delicada. Em 2021, Paris e Atenas assinaram um acordo estratégico de defesa que incluiu a venda dos Rafales e dos Meteor para a Grécia, consolidando uma parceria militar robusta. A possibilidade de fornecer o mesmo armamento para Ancara contradiz esse compromisso, gerando insatisfação em Atenas.

O ministro da Defesa da Grécia, Nikos Dendias, expressou sua preocupação diretamente ao governo francês, exigindo garantias de que a venda não ocorrerá. Para a Grécia, permitir que a Türkiye tenha acesso ao Meteor comprometeria sua segurança e reduziria o efeito dissuasório de sua força aérea.

Impacto na OTAN e as Divergências Internas

A oposição da Grécia à venda dos Meteor para a Türkiye ressalta as fragilidades internas da OTAN. Apesar de ambos serem membros da aliança, sua relação é marcada por disputas territoriais no Mar Egeu e desentendimentos históricos, incluindo a questão de Chipre. A escalada de rivalidade entre os dois países levanta preocupações sobre a estabilidade regional e a capacidade da OTAN de manter a coesão entre seus aliados.

A posição da Alemanha pode ser um fator decisivo. Berlim, que tradicionalmente impunha restrições à venda de armamentos para a Türkiye, recentemente flexibilizou essa política, o que pode facilitar a negociação. Isso contrasta com a postura da França, que mantém uma linha de apoio mais consistente à Grécia.

A OTAN enfrenta um dilema: bloquear o acesso da Türkiye a armamentos sofisticados pode ser interpretado como uma política de isolamento, empurrando Ancara a buscar alternativas fora do bloco ocidental, como Rússia e China. Por outro lado, permitir a venda dos Meteor pode intensificar disputas regionais e comprometer a estabilidade da aliança no Mediterrâneo Oriental.

Se a venda for aprovada, a Grécia poderá responder adquirindo novos armamentos ou reforçando suas capacidades defensivas para manter sua vantagem aérea. Isso pode impulsionar uma nova corrida armamentista na região, aumentando o risco de incidentes militares.

Se a pressão diplomática grega resultar no bloqueio da venda, a Türkiye poderá buscar alternativas no mercado internacional, incluindo o aprofundamento da cooperação militar com fornecedores não ocidentais. O governo turco já demonstrou interesse em obter meios de outros fornecedores, como a Rússia, caso a modernização de suas capacidades com parceiros ocidentais seja emperrada.

A OTAN, por sua vez, precisa equilibrar suas políticas para evitar que divergências entre seus membros se transformem em impasses estratégicos. O Mediterrâneo Oriental continua a ser uma das regiões mais sensíveis da segurança europeia, e qualquer reconfiguração das capacidades militares pode ter repercussões imprevisíveis.

A oposição grega à venda dos mísseis Meteor para a Türkiye não é apenas uma questão de compra de armamentos, mas um tema geopolítico que afeta diretamente a segurança regional e a coesão da OTAN. O desdobramento dessa disputa influenciará o futuro da superioridade aérea no Mediterrâneo e poderá redefinir alianças dentro do bloco ocidental. A decisão final será um teste para a capacidade da OTAN e da União Europeia de gerenciar rivalidades internas sem comprometer sua unidade estratégica.


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Irã Revela Novo Míssil Balístico e Avanços no Sistema Antiaéreo Bavar 373

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Durante a visita do presidente Ebrahim Raisi à exposição da Organização Aeroespacial do Ministério da Defesa em Teerã, o Irã revelou avanços significativos em seu programa de defesa. Foram apresentados o novo míssil balístico Etemad e a última geração do sistema de defesa antiaérea Bavar 373, que Teerã afirma superar o sistema russo S-400.

O novo míssil balístico Etemad ("confiança", em persa) tem um alcance de 1.700 quilômetros, mede 16 metros de comprimento e possui um diâmetro de 1,25 metros. Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, o Etemad é capaz de transportar uma ogiva guiada para atingir alvos com maior precisão.

O presidente Raisi destacou que o avanço das capacidades balísticas iranianas visa garantir a soberania nacional e dissuadir qualquer tentativa de agressão contra o território iraniano.

Pela primeira vez, foram divulgadas imagens da nova versão do sistema de defesa antiaérea Bavar 373. O avanço mais significativo está na integração de um radar de rastreamento independente, diferentemente da versão inicial, que dependia de um radar central para identificar e interceptar alvos.

A nova variante também conta com os mísseis terra-ar de combustível sólido Sayyad 4B, que aumentam o alcance de engajamento para 300 quilômetros. Essa melhoria coloca o Bavar 373 entre os sistemas de defesa de longo alcance mais capazes da atualidade, segundo autoridades iranianas.

Fontes do governo iraniano já haviam declarado anteriormente que o Bavar 373 é superior ao sistema russo S-400. Contudo, especialistas internacionais, consideram essa afirmação questionável, apontando que apenas algumas unidades do S-400 utilizam o míssil 40N6, capaz de engajar alvos a 400 quilômetros.

Nos últimos dias, as Forças Armadas do Irã reforçaram suas demonstrações de poder militar. A Marinha da Guarda Revolucionária inaugurou uma nova base subterrânea para mísseis de cruzeiro, localizada em uma região estratégica no sul do país. Durante o evento, foi testado o míssil de cruzeiro Qadr 380, que possui alcance de mais de 1.000 quilômetros e pode ser operado por uma única pessoa em menos de cinco minutos.

Além disso, em janeiro, a Guarda Revolucionária revelou duas novas bases subterrâneas. Uma delas é dedicada à Marinha e armazena lanchas, navios e mísseis, enquanto a outra pertence à Força Aeroespacial e estoca mísseis de diferentes categorias.

Na segunda-feira (27), também foi apresentado o drone ultrapesado "Gaza", com envergadura de 22 metros, capacidade para transportar 13 bombas e um alcance operacional de 4.000 quilômetros.

A exibição de novas tecnologias de defesa ocorre às vésperas do aniversário da Revolução Islâmica de 1979, celebrado no dia 10 de fevereiro, um período em que o Irã tradicionalmente apresenta avanços militares para reforçar sua posição estratégica no Oriente Médio.


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sábado, 1 de fevereiro de 2025

Marinha Portuguesa: A Mais Antiga do Mundo Celebra 708 Anos de História, Tradição e Glórias.

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No dia 1 de fevereiro de 1317, um marco importante na história naval mundial foi estabelecido: a assinatura do contrato entre o rei D. Dinis e o genovês Manuel Pessanha, que marcou o início da colaboração entre Portugal e a primeira geração de oficiais estrangeiros a integrar a Armada Portuguesa. Essa data é lembrada como a fundação formal da Marinha Portuguesa, a mais antiga do mundo, completando 708 anos de história e contribuições inestimáveis para a defesa e a projeção de Portugal no cenário global.

A História da Marinha Portuguesa

Embora o nascimento da Marinha remonte ao início da formação de Portugal como nação, com registros de batalhas navais desde o século XII, a formalização de sua estrutura se dá no ano de 1317, quando o contrato assinado entre D. Dinis e Manuel Pessanha conferiu à Marinha um caráter permanente e estabeleceu as bases de sua organização. Desde então, a Marinha Portuguesa tem desempenhado um papel fundamental não apenas na defesa das águas e territórios lusos, mas também na expansão da influência de Portugal ao longo dos séculos.

A história da Marinha Portuguesa está repleta de feitos heroicos que marcaram não apenas a história do país, mas também do mundo. Desde a época dos Descobrimentos, com figuras icônicas como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães, até os dias atuais, a Marinha tem sido uma protagonista no cenário naval global. A sua presença em mares distantes e a defesa de novas rotas comerciais contribuíram para a expansão do império português, estabelecendo laços com povos e nações de todos os continentes.

No século XXI, a Marinha Portuguesa continua a ser uma força moderna, equipada com tecnologia de ponta, mantendo a tradição de excelência e inovação. As suas missões atuais incluem operações de combate ao narcotráfico, patrulhamento das zonas econômicas exclusivas e apoio humanitário em várias partes do mundo, como em missões da OTAN e da União Europeia.

Laços Entre Brasil e Portugal

Além de seu papel na defesa nacional e na segurança marítima, a Marinha Portuguesa também é um símbolo de união entre os povos lusófonos, especialmente entre Portugal e Brasil, duas nações cujas histórias estão profundamente entrelaçadas. A presença da Marinha Portuguesa nas águas do Brasil, durante o período colonial, e os laços de cooperação que se estabeleceram ao longo dos séculos continuam a ser motivo de celebração entre os dois países.

Hoje, as forças navais de Portugal e Brasil mantêm uma sólida parceria, com intercâmbio de conhecimentos e ações em missões de paz e segurança. Este vínculo reforça a amizade entre as duas nações, que compartilham valores de liberdade, democracia e respeito ao direito internacional.

Parabéns à Marinha Portuguesa

Neste 1º de fevereiro de 2025, a Marinha Portuguesa celebra não apenas 708 anos de existência, mas também o legado de coragem, dedicação e serviços prestados à sua pátria e ao mundo. Em nome de todos os portugueses e do povo brasileiro, estendemos nossa homenagem àqueles que, ao longo das gerações, serviram com honra e que continuam a escrever as páginas dessa história de glória.

A todos os membros da Marinha Portuguesa, desde os mais graduados até os marinheiros, nosso reconhecimento e gratidão. Que as velas do orgulho nacional continuem a ser erguidas nas águas do Atlântico e além, mantendo vivos os laços de amizade que unem Portugal e Brasil.


Por Angelo Nicolaci 


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Marinha Resgata Pescador com Sintomas de AVC em Alto-Mar, na Costa do Pará

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Na noite desta sexta-feira (31), a Marinha do Brasil realizou uma operação de resgate em alto mar para salvar o pescador Manoel de Jesus Silva Garcia, de 49 anos, que estava a bordo do barco pesqueiro "Prosperando com Deus", a cerca de 278 km da costa do Pará. O pescador começou a apresentar sintomas de acidente vascular cerebral (AVC), incluindo paralisia nos membros superiores, e a tripulação do barco pediu socorro via rádio.

O pedido de ajuda foi feito por volta das 16h, quando a tripulação do barco relatou que um de seus tripulantes estava com paralisia nos braços. Um médico do Hospital Naval de Belém (HNBe) foi contatado para orientar a tripulação e concluiu que o paciente necessitava de um resgate com suporte médico avançado.  

Uma aeronave UH-15 Super Cougar do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Norte, foi imediatamente acionada. A aeronave, configurada para evacuação aeromédica, seguiu com uma equipe de 10 militares, incluindo piloto, copiloto, três mecânicos de voo, uma equipe de mergulhadores, um médico e uma enfermeira. A viagem de aproximadamente uma hora até o local do resgate enfrentou condições adversas, como forte chuva e escuridão, já que o resgate ocorreu no final da tarde e início da noite.

Ao chegar ao local do pesqueiro, o helicóptero da Marinha localizou o barco e coordenou o resgate. O Capitão de Corveta Fuzileiro Naval Daniel Santos, copiloto da aeronave, descreveu o desafio:  

"Fomos acionados para um voo complexo. Havia muita chuva e a escuridão já havia se instalado quando chegamos ao local. Mesmo com essas dificuldades, conseguimos localizar a embarcação e fazer o resgate com segurança."

Dois mergulhadores da equipe de tripulantes aéreos de resgate se lançaram ao mar para realizar o salvamento. Usando um cesto de resgate, eles içaram o pescador, que estava com dificuldades motoras e desorientado, para dentro do helicóptero. O médico da missão, Primeiro-Tenente Davi Nunes, forneceu os cuidados necessários:  

"O paciente estava com diminuição súbita da força no braço esquerdo e estava um pouco desorientado. Fizemos hidratação e controlamos a temperatura, mantendo contato constante com ele para ajudá-lo a se sentir mais seguro."

Esse foi o primeiro resgate noturno utilizando um helicóptero UH-15 na história da Marinha do Brasil, o que representa um marco nas operações da Força Naval.  

O Serviço de Busca e Salvamento da Marinha (Salvamar Norte) tem como missão garantir a segurança das vidas no mar. Em 2024, na área do Comando do 4º Distrito Naval, foram resgatadas 59 pessoas em diversas situações de emergência, como quedas no mar, tripulantes enfermos, embarcações à deriva, colisões e naufrágios.

Esse resgate destaca a eficiência e a prontidão da Marinha do Brasil em agir em situações críticas, garantindo que a vida humana seja preservada mesmo em condições extremas.


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Com Marinha do Brasil 

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Marinha Avança na Pesquisa do Naufrágio do Navio-Auxiliar ‘Vital de Oliveira’, Torpedeado na Segunda Guerra Mundial

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No ano em que se completam 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, a Marinha do Brasil (MB) obteve dados inéditos sobre o naufrágio do Navio-Auxiliar (NA) "Vital de Oliveira", atacado em 1944 pelo submarino alemão U-861. O navio foi localizado a 35 milhas náuticas (cerca de 65 km) do litoral de Macaé (RJ), durante a comissão “Testes de Mar e Comissionamento” do atual Navio de Pesquisa Hidroceanográfico (NPqHo) "Vital de Oliveira".  

O levantamento do naufrágio contou com equipamentos de última geração, como o ecobatímetro multifeixe e o sonar de varredura lateral. O ecobatímetro permitiu mapear o relevo do fundo oceânico em alta precisão, gerando modelos tridimensionais da embarcação. Já o sonar de varredura lateral captou imagens acústicas detalhadas do casco e de suas estruturas remanescentes.  

No total, foram realizadas 32 linhas de sondagem com o ecobatímetro multifeixe e nove varreduras laterais, cobrindo uma ampla área ao redor do local do naufrágio. Segundo o Capitão-Tenente (T) Caio Cezar Pereira Demilio, arqueólogo da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), “esses equipamentos foram fundamentais para analisar a posição, o estado de conservação e as características estruturais da embarcação”.  

A localização inicial do naufrágio foi feita pelos mergulhadores José Luiz e Everaldo Pompermayer Meriguete, que atenderam ao chamado de um pescador cuja rede ficou presa no fundo. Com o auxílio do mergulhador Domingos Afonso Jório, eles identificaram que a rede estava presa a um canhão e informaram a Marinha.  

Importância histórica e próximos passos

O NA "Vital de Oliveira", incorporado à MB em 1931, foi o único navio militar brasileiro afundado por forças inimigas durante a Segunda Guerra Mundial. Torpedeado na noite de 19 de julho de 1944, o ataque resultou na morte de cerca de 100 tripulantes, entre os 270 a bordo. O navio atuava no transporte de militares e suprimentos ao longo da costa brasileira.  

Agora, os dados coletados serão utilizados para gerar modelos tridimensionais detalhados do naufrágio. Também estão previstos mergulhos técnicos e o uso de veículos subaquáticos operados remotamente (ROV) para capturar imagens e analisar materiais e artefatos preservados no local.  

O estudo será integrado ao projeto “Atlas dos Naufrágios de Interesse Histórico da Costa do Brasil”, que busca catalogar e preservar embarcações afundadas ao longo do litoral brasileiro. Segundo o Capitão-Tenente (T) Demilio, “essa pesquisa permitirá correlacionar diferentes sítios arqueológicos submersos e ampliar nosso conhecimento sobre a história marítima do Brasil”.  

Passado e presente unidos pelo mesmo nome

O simbolismo da operação se destaca pelo fato de os levantamentos terem sido conduzidos pelo atual NPqHo "Vital de Oliveira", navio que homenageia o mesmo Patrono da Hidrografia que batizou o antigo NA "Vital de Oliveira". O Capitão de Fragata Manoel Antônio Vital de Oliveira foi morto em combate em 1867, durante a Guerra do Paraguai, quando comandava o Monitor Encouraçado "Silvado".  

Enquanto o antigo "Vital de Oliveira" desempenhou papel estratégico na Segunda Guerra Mundial, seu sucessor tem função essencial na pesquisa científica e nos levantamentos hidroceanográficos da Marinha, como demonstrado na missão que revelou detalhes inéditos sobre um dos naufrágios mais importantes da história naval do Brasil.  

A preservação do patrimônio subaquático brasileiro  

A pesquisa sobre o NA "Vital de Oliveira" reforça o papel da Divisão de Arqueologia Subaquática da DPHDM na preservação do patrimônio histórico submerso. A divisão trabalha na identificação, documentação e análise de sítios arqueológicos submersos, mantendo parcerias com universidades e centros de pesquisa.  

Além do trabalho científico, a DPHDM promove exposições e publicações educativas para ampliar a consciência marítima da população. A participação da sociedade é incentivada na comunicação de descobertas, como a do "Vital de Oliveira", ajudando a enriquecer o “Atlas dos Naufrágios”, disponível para consulta pública.  

“A atuação da Marinha do Brasil na arqueologia subaquática assegura que registros valiosos da nossa história marítima sejam preservados e estudados com rigor científico”, conclui o Capitão-Tenente Demilio.


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Com Marinha do Brasil 

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Startups Israelenses Expandem Atuação Global Após Conflito em Gaza

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As startups de defesa de Israel experimentam uma rápida expansão internacional após seu papel decisivo no conflito de Gaza. Empresas emergentes, altamente inovadoras e ágeis, forneceram tecnologias essenciais para as Forças de Defesa de Israel (IDF), consolidando-se como protagonistas no desenvolvimento de sistemas avançados para operações militares.

A startup Xtend, especializada em drones autônomos, foi uma das empresas que se destacaram. Seus equipamentos, integrando inteligência artificial, desempenharam um papel estratégico ao operar remotamente com intervenção humana mínima. A empresa firmou um contrato de US$ 8,8 milhões com o governo dos EUA e captou US$ 40 milhões em sua segunda rodada de financiamento, demonstrando a crescente demanda global por suas soluções.

O Ministério da Defesa de Israel, diante da necessidade de soluções inovadoras e imediatas, alocou aproximadamente US$ 219 milhões para 101 startups e pequenas empresas. Estima-se que 50% da tecnologia antidrone utilizada no conflito tenha sido desenvolvida por startups, evidenciando a importância desse ecossistema na modernização da guerra contemporânea.

O cenário de inovação israelense no setor de defesa também atraiu investidores internacionais. A Sequoia Capital, um dos maiores fundos de capital de risco do mundo, voltou a investir em startups israelenses após um período de inatividade. Da mesma forma, a Thirdeye Systems, fabricante de sistemas de alerta avançado para drones de ataque, recebeu um investimento de US$ 10 milhões da estatal de defesa dos Emirados Árabes Unidos, EDGE, fortalecendo sua expansão para novos mercados.

O potencial da tecnologia israelense foi exibido na primeira conferência Global DefenseTech, organizada pelo Ministério da Defesa em parceria com a Universidade de Tel Aviv. O evento reuniu startups e grandes corporações do setor, reforçando a posição de Israel como um dos principais centros de inovação em defesa no mundo.

O avanço das ameaças modernas impulsiona a necessidade de novas tecnologias de defesa, e Israel está na vanguarda desse processo. A integração de inteligência artificial, automação e capacidades operacionais avançadas está redefinindo o campo de batalha. Com um ecossistema de startups dinâmico e altamente capacitado, o país se posiciona como um dos principais fornecedores globais de soluções militares de ponta, garantindo uma resposta ágil e eficaz aos desafios estratégicos do século XXI.


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com Reuters

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Türkiye avança no processo de aquisição do Eurofighter Typhoon

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A Türkiye deu mais um passo no processo de aquisição do Eurofighter Typhoon, uma das mais avançadas aeronaves de combate da atualidade. A britânica BAE Systems está prestes a apresentar sua oferta de preço ao governo turco, marcando um avanço importante nas negociações, que podem definir o futuro da aviação militar turca.

De acordo com fontes do Ministério da Defesa turco, a indústria de defesa do país continua priorizando o desenvolvimento de sistemas nacionais, mas considera a aquisição do Eurofighter Typhoon e do F-16 como uma necessidade estratégica para sua Força Aérea. "Nosso trabalho continua na compra do F-16 e do Eurofighter, que são necessários para nossa Força Aérea, até que nossos sistemas de armas, como o KAAN, Hürjet, Kizilelma e ANKA-3 estejam prontos para uso", afirmou um representante do ministério.

Negociações em andamento

O processo de aquisição de 40 exemplares do Eurofighter está em curso, com um Documento de Definição de Requisitos já enviado ao Ministério da Defesa do Reino Unido e à BAE Systems. Segundo autoridades turcas, a expectativa é de que a oferta de preço seja recebida nos próximos dias. Paralelamente, as negociações técnicas sobre a compra do F-16 também continuam avançando de maneira positiva. O envolvimento do governo britânico pode ser um fator decisivo para garantir a venda, já que o Eurofighter é um programa multinacional que envolve também a Alemanha, Itália e Espanha.

Caso concretizada, a aquisição do Eurofighter pela Türkiye poderá representar um avanço significativo na capacidade de defesa aérea do país. A Força Aérea Turca, que atualmente opera uma frota de F-16, busca diversificar sua capacidade operacional enquanto aguarda a implementação do caça de quinta geração KAAN, desenvolvido nacionalmente.

Características do Eurofighter Typhoon

O Eurofighter Typhoon é um caça multifuncional de 4.5ª geração, projetado para superioridade aérea e missões contra alvos terrestres e marítimos. Desenvolvido por um consórcio formado pelo Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha, a aeronave se destaca entre os caças modernos por sua alta capacidade de combate.

Com uma manobrabilidade excepcional em grandes altitudes e baixas velocidades, o Typhoon oferece um desempenho equilibrado em velocidades supersônicas, fator crucial para combates aéreos. Ele pode atingir até 2.450 km/h, consolidando-se como um dos caças mais rápidos de sua geração. Além disso, sua capacidade de carga permite operar uma ampla variedade de mísseis ar-ar e ar-solo, incluindo os avançados Meteor, Storm Shadow e Brimstone, tornando-o uma plataforma altamente versátil para missões ofensivas e defensivas.

O design aerodinâmico e a tecnologia fly-by-wire garantem um controle preciso e ágil da aeronave, enquanto seus sistemas eletrônicos avançados, como o radar AESA Captor-E, proporcionam excelente consciência situacional no campo de batalha.

Implicações estratégicas

A aquisição do Eurofighter pode ter implicações geopolíticas significativas para a Türkiye. A entrada do país no programa pode fortalecer seus laços com o Reino Unido e os demais países envolvidos no desenvolvimento da aeronave. No entanto, a incerteza Alemã com relação ao fornecimento do Eurofighter para a Türkiye continua sendo um desafio a ser superado nas negociações.

O desfecho dessas tratativas será determinante para os planos de defesa da Türkiye, que busca fortalecer suas capacidades aéreas enquanto avança no desenvolvimento de aeronaves de fabricação nacional. Caso o acordo seja finalizado, a inclusão do Eurofighter Typhoon na frota turca poderá representar um salto significativo em suas capacidades operacionais, garantindo um maior equilíbrio de forças na região.


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EXCLUSIVO: Missão de Paz no Congo - Relatos dos Militares Brasileiros na MONUSCO

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Nós, do GBN Defense, conseguimos com exclusividade, através do Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro, obter relatos de militares brasileiros que estão em meio aos desafios impostos à Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Congo (MONUSCO), em um dos cenários mais complexos e caóticos da atualidade. Esses relatos oferecem uma visão única e detalhada sobre a realidade enfrentada por nossos militares atuando na República Democrática do Congo (RDC), permitindo que nossos leitores compreendam os desafios diários e a importância da atuação brasileira na região.

A MONUSCO, uma das maiores operações de paz da ONU, enfrenta uma situação de instabilidade crescente na RDC, agravada pelos avanços do grupo armado M23, que lançou ataques coordenados a cidade de Goma e seus arredores, obtendo o controle da região. Neste contexto, 16 militares do Exército Brasileiro desempenham um papel fundamental, em colaboração com tropas de diversas nacionalidades e apoiar a população local em meio a uma crise humanitária sem precedentes.

A Situação em Goma e Região Circunvizinha

Goma, localizada no leste da República Democrática do Congo, e suas áreas vizinhas, vivem um momento crítico devido à atuação do Grupo Armado M23, que assumiu o controle da cidade. A cidade, com cerca de 1 milhão de habitantes, enfrenta uma situação de extrema pobreza, agravada pela presença de mais de 500 mil refugiados em campos próximos, um reflexo direto da instabilidade na região.

“Em Goma e arredores, a situação é muito delicada. Estamos enfrentando a ocupação do M23 e a população local vive em condições de extrema vulnerabilidade. Os campos de refugiados são um exemplo claro da gravidade da crise, com mais de 500 mil pessoas vivendo em condições precárias. A cidade, com sua população já em dificuldades antes do conflito, se encontra ainda mais debilitada, Tudo isso resulta em uma necessidade permanente de apoio e a ONU e outras entidades estrangeiras tem feito esse papel. Nesse momento de conflito, tudo parou. Só que as pessoas não podem resistir muito sem esse suporte”, relatou um dos militares brasileiros, "os rebeldes do M23, assumiram o controle da cidade, e já estão permitindo o retorno dos trabalhos das entidades que fazem esse apoio. Com relação a segurança, apesar da situação em Goma ter se estabilizado após o M23 consolidar o controle da cidade, ainda há confrontos em áreas remotas".



A Operação Springbok e os Avanços do M23

Em outubro de 2023 a MONUSCO desencadeou, juntamente com as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC), uma operação chamada Springbok, com várias posições defensivas estabelecidas no terreno, por tropas da Índia, Paquistão, Uruguai, Marrocos e Guatemala, destinada a impedir o avanço do M23 em direção as cidades de Sake e Goma. Isso funcionou bem, até fevereiro de 2024, quando o M23 atacou as elevações no entorno de Sake e conquistou algumas posições. Mesmo assim, foi possível conter o avanço do grupo armado e a situação se estabilizou. A situação se acalmou com cessar-fogo realizado em julho de 2024, tornando o segundo semestre daquele ano mais tranquilo. Contudo, em janeiro deste ano houve a quebra do cessar-fogo e o avanço do M23, a mudança foi repentina. Em poucos dias conquistaram Sake (cidade localizada a 25 km de Goma) e avançara para conquistar o controle de Goma.

Cabe salientar que a região de Sake e Goma estava muito bem defendida por tropas das FARDC, da Missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) na República Democrática do Congo (SAMIDRC), composta por tropas da África do Sul, Tanzânia e Malawi e de Grupos de populares chamados Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), conhecidos como Wazalendos. Também contavam com apoio da MONUSCO. Mas o M23 tem um poder de combate ainda maior do que as tropas defensoras e muita experiência de combate na região, pois o conflito na RDC ja dura três décadas e passou por duas guerras, sendo que a segunda Guerra do Congo, também chamada de "Guerra Mundial Africana", é considerado o conflito com maior número de baixa desde a II Guerra Mundial (estima-se que 5 milhões de pessoas perderam a vida em decorrência dessa guerra, vítimas dos combates e de doenças). Além disso, contam com um material bélico de qualidade, sistemas de defesa avançados (armamento, antiaérea, guerra eletrônica, etc). Possuem uma organização e doutrina consolidadas e pessoal extremamente motivado.

Diante deste cenário, questionamos como tem sido a experiência de atuar em um cenário de alta complexidade e tensão como este, com o agravamento dos conflitos envolvendo o avanço dos rebeldes do M23, ao que tivemos como resposta, que "a experiência profissional de atuar neste cenário tem sido relevante, apesar do risco."

A Preparação dos Militares Brasileiros e os Desafios Emocionais

Os militares brasileiros, bem preparados e experientes, enfrentam diariamente os desafios de atuar em um cenário tão complexo e perigoso. Neste contexto, perguntamos como tem sido para os militares brasileiros essa situação e como lidam emocionalmente e profissionalmente com esses desafios e perigos diários?

“Apesar dos desafios diários, a formação e o preparo da tropa brasileira têm nos permitido agir de forma eficiente. Os militares brasileiros são muito bem formados, nas escolas e cursos de formação, e muito bem-preparados para as operações de paz. Somos internacionalmente reconhecidos por nossa capacidade, desempenho e a nossa experiência em cenários de alto risco, As tropas brasileiras foram destaque na missão de paz no Haiti (MINUSTAH)”, afirmou um dos militares, "A convivência constante com a violência e a instabilidade exige também um esforço emocional significativo. A adaptação a um ambiente de tensão constante, onde a segurança nunca é garantida, é um desafio tanto para os militares quanto para a população local."

A Liderança Brasileira na MONUSCO

Recentemente, no dia 29 de janeiro, a ONU anunciou que o general brasileiro Ulisses Mesquita Gomes assumiu o comando da MONUSCO, como novo Force Commander. Sua nomeação, em meio a um cenário complexo e desafiador, reflete a confiança internacional nas capacidades das Forças Armadas brasileiras para lidar com uma missão de tal magnitude.

A nomeação do General Ulisses Mesquita Gomes para o cargo de Force Commander representa não apenas um reconhecimento da qualidade do trabalho brasileiro na missão, mas também a importância da liderança do Brasil em um momento crítico para a estabilidade da RDC. Que mensagem o Exército Brasileiro gostaria de enviar ao povo brasileiro sobre o papel e a importância da participação do Brasil nesta missão de paz?

"Consideramos fundamental e de extrema importância a participação do Brasil nessa missão. A MONUSCO, que é uma missão civil, que atua em várias áreas e que conta com um componente militar de 10.500 integrantes, do qual os militares brasileiros fazem parte, e que tem sido comandado por oficiais-generais do Exército Brasileiro, desde 2013. Estamos há 25 anos contribuído significativamente para o apoio, proteção da população e para reformas das Instituições do país".

"A presença do Brasil e das Forças Armadas brasileiras aqui enaltecem a nossa nação perante a comunidade internacional e perante população local e se revela como uma importante contribuição que podemos dar para a paz e o desenvolvimento no mundo", conclui a declaração que recebemos do Exército Brasileiro.

A presença do Brasil na MONUSCO, com sua contribuição consistente e relevante, reforça a posição do Brasil no cenário internacional como um ator comprometido com a paz e segurança globais. Com uma atuação discreta, mas efetiva, os militares brasileiros se destacam pela preparação e comprometimento, demonstrando que, mesmo em cenários de extrema complexidade, a missão de paz segue sendo um compromisso essencial, trabalhando em conjunto com a comunidade internacional.

A escolha do General Ulisses Mesquita Gomes para assumir o comando da MONUSCO em meio ao atual cenário, reflete a credibilidade que o Brasil conquistou no âmbito das operações de paz, especialmente em momentos de crise. O trabalho dos militares brasileiros na MONUSCO continua sendo um exemplo de dedicação e profissionalismo em nome da paz, num contexto de desafios imensos, mas também de esperança para um futuro mais estável para a população do Congo.

Agradecemos profundamente à equipe do Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro por tornar possível compartilhar com nosso público a visão de nossos militares, que estão em meio aos desafios impostos à Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Congo (MONUSCO), em um dos cenários mais complexos e caóticos da atualidade, e aos militares brasileiros que integram a MONUSCO, transmitindo nosso orgulho pelo trabalho desses homens e mulheres que estão desempenhando um papel heroico em prol da paz e segurança, representando nosso país e seus valores, além de seu firme compromisso com a paz no mundo.


por Angelo Nicolaci


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