O consórcio germano-indiano, liderado pela ThyssenKrupp e a estatal Mazagon Dock Shipbuilders Ltd (MDL), se consolidou como o único concorrente para um contrato de US$ 5 bilhões com a Marinha Indiana, após seu rival, o construtor naval espanhol Navantia, não ter cumprido os requisitos exigidos nos testes realizados em 2024. O projeto, que visa a construção de seis submarinos convencionais avançados, é um marco na modernização da frota naval da Índia, especialmente em resposta ao crescente fortalecimento militar da China na região do Oceano Índico.
A Índia, no esforço contínuo para atualizar e expandir suas capacidades militares, vê o projeto como crucial para reforçar sua presença no mar e enfrentar as ameaças da região. Atualmente, a Marinha Indiana opera 17 submarinos convencionais, mas a maioria deles está com sua vida útil se aproximando do fim. A nova geração de submarinos será equipada com a tecnologia de Propulsão Independente do Ar (AIP), um avanço significativo que permitirá que os submarinos permaneçam submersos por até duas semanas, um fator decisivo para melhorar a eficiência operacional e a vigilância, especialmente em águas mais distantes e desafiadoras.
A ThyssenKrupp, em parceria com a Mazagon Dock Shipbuilders, foi a única a ter êxito nos testes de tecnologia AIP, com os testes de campo recentemente realizados e aprovados pela Marinha Indiana. O uso dessa tecnologia é essencial, pois ela permitiria aos novos submarinos de ataque diesel-elétricos operar por períodos prolongados sem a necessidade de emergir frequentemente para recarregar suas baterias, um desafio para os submarinos convencionais sem AIP.
Por outro lado, a Navantia, que formou uma aliança com a Larsen & Toubro (L&T), não conseguiu atender aos requisitos exigidos nos testes de 2024. A falta de tecnologia AIP no projeto espanhol representou uma desvantagem crítica, colocando o consórcio germano-indiano em uma posição de vantagem no processo de licitação.
Desafios e prazos
A negociação para a assinatura do contrato do projeto dos seis submarinos foi marcada por atrasos significativos, com a expectativa de que o primeiro submarino seja entregue entre três a cinco anos após a assinatura do contrato. Esse atraso de mais de uma década reflete a complexidade e a importância estratégica do projeto para a modernização da Marinha Indiana.
O novo lote de submarinos substituirá uma parte da frota atual, que tem sido submetida a atualizações e adaptações nos últimos anos, mas está se aproximando do fim de sua vida útil. Além de fortalecer as capacidades navais da Índia, o projeto também tem implicações geopolíticas importantes, pois reflete o esforço da Índia para manter sua posição de destaque no Índico, ao lado de potências regionais como a China e o Paquistão, que já utilizam submarinos equipados com a tecnologia AIP.
Com a aprovação dos testes e o convite para negociações comerciais por parte do Ministério da Defesa da Índia, o consórcio germano-indiano agora se prepara para entrar na fase final do processo de licitação. Caso seja formalizado, o contrato será um dos maiores da história da Marinha Indiana, com um valor estimado de US$ 5 bilhões. A Índia, com sua crescente influência no cenário global, busca reforçar seu poder naval, e este projeto de submarinos avançados é um passo fundamental nesse caminho.
O processo de aquisição e os próximos desenvolvimentos certamente acompanharão de perto o impacto da China no Indo-Pacífico, além de seguir a estratégia da Índia de fortalecer suas capacidades de defesa, assegurando uma presença naval sólida e autossuficiente em águas estratégicas.
GBN Defense - A informação começa aqui
com Reuters
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