sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Homenagem ao Almirante Álvaro Alberto: Pioneiro da Energia Nuclear Brasileira

Neste dia 31 de janeiro, o GBN Defense presta uma homenagem com respeito e gratidão ao Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, um dos maiores nomes da história militar e científica do Brasil. Seu legado é um farol que ilumina o caminho das gerações presentes e futuras, destacando-se especialmente em sua luta pela soberania tecnológica do Brasil.

Álvaro Alberto não foi apenas um brilhante oficial da Marinha do Brasil; ele foi um visionário e pioneiro que antecipou a importância estratégica da energia nuclear para o futuro do Brasil. Desde os primeiros anos de sua carreira, o Almirante dedicou-se incansavelmente para garantir que o Brasil tivesse domínio sobre sua própria tecnologia, especialmente em um campo tão sensível e crucial quanto o nuclear.

Ele soube articular a necessidade de uma política científica nacional e teve papel fundamental na fundação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) em 1951. Sua liderança no CNPq ajudou a criar as condições para o avanço da pesquisa científica no país, o que culminou na criação de instituições voltadas para o desenvolvimento do conhecimento em diversas áreas, com ênfase na tecnologia nuclear. Essa política de incentivo à ciência e tecnologia foi um passo vital para que o Brasil começasse a se destacar no cenário internacional.

Uma de suas principais conquistas foi a negociação e compra do primeiro reator nuclear do Brasil, que foi instalado em Angra dos Reis em 1958, através do Instituto de Engenharia Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Essa aquisição não só colocou o Brasil entre os países que dominam o ciclo do combustível nuclear, mas também proporcionou a autonomia energética que o Almirante tanto almejava para o Brasil, de modo que o país pudesse ter um controle mais seguro e independente sobre seus recursos.

Além disso, Álvaro Alberto teve uma atuação de destaque no cenário internacional, especialmente na Comissão de Energia Atômica da ONU, onde representou o Brasil em uma época de intensas tensões globais. Sua defesa pelo uso pacífico da energia nuclear e pelo reconhecimento do Brasil como um agente ativo e soberano nesse campo foi crucial para colocar o país no mapa das nações que dominam a tecnologia nuclear. Embora tenha enfrentado resistência em vários momentos, sua firmeza e fé na autossuficiência científica e tecnológica brasileira nunca vacilaram.

Um dos legados mais concretos de sua visão é o desenvolvimento do Programa de Submarinos Nucleares do Brasil. Em 1979, durante o governo do Presidente João Figueiredo, o Brasil iniciou um ambicioso projeto para desenvolver um submarino nuclear nacional. O Almirante Álvaro Alberto, com sua visão estratégica, foi fundamental na idealização e apoio a este projeto, reconhecendo a necessidade do Brasil possuir uma capacidade de defesa naval autossuficiente e moderna.

O primeiro submarino nuclear da Marinha do Brasil, será batizado SN-10 "Álvaro Alberto", em uma justa homenagem, simbolizando o culminar de anos de trabalho e dedicação à defesa nacional. O desenvolvimento desse submarino é um marco na história do Brasil, sendo parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), uma parceria entre o Brasil e a França, que vem possibilitando ao Brasil desenvolver a tecnologia necessária para a construção de seu primeiro submarino com propulsão nuclear.

O PROSUB também envolveu a construção do estaleiro e uma moderna base de submarinos em Itaguaí, no Rio de Janeiro, estabelecendo as condições para a construção de submarinos de alta tecnologia no Brasil. O SN-10 é um símbolo da luta do Almirante Álvaro Alberto por uma Marinha com real poder dissuasório, e uma Defesa Nacional moderna e autossuficiente, com capacidades de projeção de poder e dissuasão estratégica. A ideia de termos submarinos nucleares brasileiros com tecnologia própria reflete a visão do Almirante de que o Brasil deveria ter total controle sobre as tecnologias que impactam sua soberania, seja em energia ou na defesa nacional.

Além disso, a contribuição do Almirante Álvaro Alberto ao fortalecimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em Angra dos Reis e ao Instituto de Engenharia Nuclear permanece como um marco importante. Ele acreditava firmemente que o conhecimento técnico e científico não deveria ser um privilégio de poucos, mas um bem comum, acessível para todos os brasileiros. Sua visão levou à criação de um ambiente propício para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias fundamentais para o futuro do Brasil.


Ao refletirmos sobre o legado que ele deixou, não podemos deixar de lembrar não apenas da coragem de um grande militar, mas também do patriotismo de um visionário, um patriota que dedicou sua vida a fortalecer as bases para um Brasil mais independente e tecnologicamente avançado. Sua atuação como cientista e líder na defesa de uma política científica nacional fez com que o Brasil se tornasse um país mais soberano, com maior capacidade de inovação e autossuficiência em áreas estratégicas.

Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, sua memória segue como um marco do compromisso com o progresso, a ciência e a soberania nacional. O Brasil lhe deve muito, e seu legado continuará a inspirar gerações de cientistas, militares e cidadãos comprometidos com o futuro da nossa nação.


Por Angelo Nicolaci 


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