O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, pediu oficialmente que a Rússia assumisse a culpa pelo trágico acidente aéreo que matou 38 pessoas no dia de Natal, 25 de dezembro. O voo J2-8243 da Azerbaijan Airlines, que se dirigia de Baku para Grozny, na Chechênia, foi forçado a desviar após ser atingido por sistemas de defesa aérea russos, antes de cair no Cazaquistão, perto de Aktau.
Aliyev acusou Moscou de um “acobertamento” inicial sobre o incidente e afirmou que a versão inicial apresentada pelas autoridades russas, sugerindo a explosão de um cilindro de gás ou até a hipótese de um impacto com pássaros, era “tola e desonesta”. Segundo o presidente azerbaijano, tais explicações foram tentativas de encobrir a responsabilidade russa no incidente. “Nos primeiros dias, ouvimos apenas versões absurdas”, disse Aliyev, que ainda expressou que, após as desculpas de Vladimir Putin, a Rússia deveria agora admitir sua culpa formalmente e pagar uma indenização aos familiares das vítimas.
O voo J2-8243, que transportava 67 pessoas, incluindo cidadãos do Azerbaijão, Rússia, Cazaquistão e Quirguistão, foi atingido enquanto tentava pousar no aeroporto de Grozny, onde estava sendo alvejado pelos sistemas de defesa aérea russos, que estavam em alerta devido a ataques de drones ucranianos na região. De acordo com o Kremlin, o incidente aconteceu durante uma operação de defesa contra veículos aéreos não tripulados ucranianos, mas Putin não assumiu a responsabilidade direta pelo abate do avião.
O presidente russo expressou suas “profundas e sinceras condolências” pelas mortes e reconheceu que o avião havia tentado pousar repetidamente em Grozny. No entanto, Putin não confirmou oficialmente que o avião foi atingido por mísseis de defesa aérea russos, como sugerido por especialistas em aviação, que apontaram danos típicos de um ataque com mísseis de defesa aérea.
Em resposta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu à Rússia que "parasse de espalhar desinformação" e enfatizou que os danos à fuselagem do avião indicavam um ataque com mísseis.
Aliyev, por sua vez, destacou que as relações entre o Azerbaijão e Rússia são históricas, sendo os dois países aliados, e expressou sua surpresa e indignação de que um avião do Azerbaijão tivesse sido atingido por forças de um parceiro tão próximo. “Ninguém imaginaria que, em um país que é nosso amigo, nosso avião seria alvejado”, lamentou o presidente azerbaijano.
Enquanto isso, o Azerbaijão presta homenagens aos pilotos e passageiros do voo J2-8243. Três membros da tripulação, o capitão Igor Kshnyakin, o copiloto Alexander Kalayaninov e a comissária de bordo Hokuma Aliyeva, foram postumamente homenageados por suas ações heroicas que permitiram que 29 pessoas sobrevivessem ao acidente, apesar de suas próprias mortes.
O Azerbaijão segue com suas exigências para que a Rússia não apenas admita sua responsabilidade, mas também punir os responsáveis e compensar as vítimas do acidente. O caso continua a provocar tensões nas relações bilaterais, enquanto as investigações sobre as causas do incidente prosseguem.
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com BBC
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