quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Taiwan Prioriza Reforço de Defesa e Mantém Diálogo Aberto com os EUA, mas Evita Lista Concreta de Armas

Taiwan está preparada para discutir a ampliação de suas capacidades de defesa com o novo governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente eleito Donald Trump. No entanto, as autoridades taiwanesas deixaram claro que não há uma "lista concreta" de novas armas no momento. O objetivo, segundo fontes oficiais, é explorar formas de fortalecer a segurança da ilha sem comprometer-se de imediato com compras específicas.

Fontes próximas ao governo taiwanês indicaram que há uma intenção de dialogar com Washington assim que o novo governo assumir o cargo. A expectativa é que esses encontros resultem em novos acordos de defesa, alinhados com o que Trump recentemente sugeriu: que Taiwan deveria "pagar" por sua proteção. Taipei estuda a possibilidade de adquirir um grande pacote de armamentos para demonstrar seu comprometimento com a própria segurança.

"Atualmente, não temos uma lista definida de compras, mas estamos abertos a todas as sugestões que possam contribuir para o aumento da nossa capacidade de defesa", afirmou uma autoridade sênior de segurança taiwanesa. O país quer, antes de tudo, garantir que qualquer investimento futuro esteja alinhado com suas necessidades estratégicas.

Desde 2016, quando o Partido Democrático Progressista (PDP) chegou ao poder, Taiwan intensificou seus investimentos em defesa. Até o momento, o orçamento de defesa do país cresceu 80%, em resposta à crescente pressão militar da China. Nos últimos meses, Pequim aumentou suas atividades militares próximas à ilha, incluindo uma série de exercícios militares no mês passado que reforçaram as tensões regionais.

O principal fornecedor de armas de Taiwan continua sendo os Estados Unidos, com pedidos ativos que somam aproximadamente US$ 20 bilhões. Apenas no mês passado, Taiwan fechou um acordo de quase US$ 2 bilhões para a compra de sistemas de mísseis e radares avançados. A China, como esperado, condenou essas transações e solicitou que os EUA cessassem imediatamente a venda de armas para a ilha.

"Nosso compromisso com a autodefesa é inabalável", declarou um oficial de segurança taiwanês. "Estamos determinados a fortalecer nossas capacidades defensivas para enfrentar qualquer ameaça."

Taiwan tem mantido diálogos contínuos com autoridades e especialistas militares dos EUA para avaliar a eficácia de seu atual arsenal. Um dos tópicos em discussão é a possível expansão da frota de drones taiwanesa, que poderia atacar alvos estratégicos de alto valor na China em caso de conflito. Esses debates fazem parte de uma revisão constante do cenário de defesa da ilha, uma prática que, segundo as autoridades, ocorre regularmente.

"Essas revisões são uma parte normal do nosso planejamento de defesa", comentou uma fonte taiwanesa envolvida nas discussões. Embora não haja novas negociações formais sobre aquisições de armamentos, Taiwan acolhe recomendações que possam fortalecer suas capacidades militares.

Taiwan encontra-se no centro de uma disputa geopolítica sensível. A China, que considera a ilha parte de seu território, utiliza pressões diplomáticas e exercícios militares para reafirmar suas reivindicações de soberania. Em contrapartida, Taiwan, com apoio dos Estados Unidos, procura demonstrar que está disposta e preparada para se defender.

O cenário para os próximos meses e anos envolve uma diplomacia cuidadosa, onde Taiwan precisa fortalecer suas defesas sem provocar tensões desnecessárias. A relação com os EUA, seu maior aliado e fornecedor de equipamentos militares, continuará a desempenhar um papel crucial. O sucesso dessas negociações pode influenciar o equilíbrio de poder na região e garantir que Taiwan mantenha uma postura de dissuasão eficaz diante de qualquer ameaça externa.

A disposição de Taiwan de discutir sua segurança com parceiros internacionais mostra um compromisso com uma abordagem defensiva estratégica e prudente, reforçando a ideia de que o país pretende garantir sua proteção sem escalar o conflito com a China.


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com Reuters

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