Na madrugada deste sábado (30), a cidade de Aleppo, no norte da Síria, foi alvo de intensos bombardeios realizados por aeronaves russas e algumas remanescentes do regime de Bashar al-Assad. A ofensiva aérea ocorreu após facções armadas da oposição, apoiadas pela Türkiye, terem assumido o controle de grande parte da cidade durante uma série de combates que duraram quatro dias, conforme relatado pela organização não governamental Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDO).
Esses bombardeios marcam a primeira vez desde 2016 que Aleppo sofre ataques aéreos em grande escala. Naquele ano, forças leais ao governo sírio, com apoio militar da Rússia e de milícias iranianas, tomaram o controle da segunda maior cidade do país, após meses de cerco e intensos combates. Segundo a OSDO, os alvos dos ataques deste sábado foram principalmente o distrito de Al Furqan, no oeste da cidade, área estratégica onde se concentram as forças rebeldes da aliança islâmica Organização de Libertação do Levante, bem como outras facções armadas que recebem apoio de Ancara.
A ofensiva rebelde, que começou na madrugada de 27 de novembro, resultou na captura de grande parte da cidade, incluindo instituições governamentais e até prisões. A OSDO indicou que houve um colapso nas linhas do exército sírio, com as tropas leais ao regime de Assad retirando-se de várias posições estratégicas, tanto na província de Aleppo quanto na vizinha Idlib, considerada o principal bastião da oposição. Segundo a OSDO, pelo menos 311 pessoas morreram desde o início dos combates, sendo 183 combatentes islâmicos e facções pró-turcas, 100 soldados sírios e milicianos pró-iranianos, além de 28 civis, a maioria vítimas dos bombardeios russos.
O cenário de confrontos e ataques aéreos em Aleppo ocorre em meio a um contexto político delicado, onde a Türkiye tenta restabelecer relações com o regime sírio. No entanto, o presidente Bashar al-Assad afirmou que para que as relações sejam normalizadas, Ancara precisa retirar suas tropas do norte da Síria e interromper seu apoio aos grupos rebeldes de oposição. Além disso, a ofensiva rebelde teve início no mesmo dia em que entrou em vigor um cessar-fogo no Líbano e após ataques israelenses ao Hezbollah, grupo xiita pró-iraniano presente na Síria e no Líbano, e um dos maiores aliados do regime sírio.
Esses últimos eventos em Aleppo revelam a continuidade e a complexidade da guerra civil síria, com múltiplos atores externos e internos, e uma dinâmica que continua a afetar a estabilidade regional e deixa incertezas sobre o futuro do país.
GBN Defense - A informação começa aqui
com EFE, AGEPRESS e OSDO
0 comentários:
Postar um comentário