Nos dias 7 e 8 de novembro, o Instituto Militar de Engenharia (IME) organizou o Simpósio de Inteligência Artificial (IA) na Expressão Militar do Poder Nacional, com a presença de mais de 800 participantes. O evento, focado no papel estratégico da IA para o Exército Brasileiro, reuniu especialistas e representantes do governo, academia e indústria em um debate abrangente sobre os desafios e potencialidades dessa tecnologia na defesa do país.
O simpósio foi aberto pelo General de Exército Achilles Furlan Neto, Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, que enfatizou o papel do Exército na transformação de tecnologia em poder de combate. Em seu discurso, o General destacou que a sociedade e o Exército devem enxergar a IA como um recurso essencial para a soberania do Brasil, além de apontar a importância de diretrizes claras para a integração da IA no ambiente de defesa, especialmente no que tange ao uso de dados sensíveis em um mundo cada vez mais digital.
Na sequência, o General de Divisão Juraci Ferreira Galdino, Comandante do IME, dirigiu-se aos participantes ressaltando os desafios do Brasil na inovação em IA. Ele abordou a concentração de conhecimento em poucas nações e apontou os indicadores modestos de produção científica e patentes no país. Com isso, lançou temas fundamentais para guiar as discussões sobre autonomia tecnológica e a necessidade de fortalecer a pesquisa e inovação em solo nacional.
Durante a plenária inicial, Guilherme de Paula Corrêa, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, apresentou o "Plano Nacional de Inteligência Artificial", que busca direcionar e regulamentar o uso de IA no país, alinhado às necessidades de segurança e inovação. Em seguida, o General de Exército Richard Fernandez Nunes, Chefe do Estado-Maior do Exército, explicou a Diretriz do Exército Brasileiro para a aplicação de IA, que visa integrar a tecnologia em diversas atividades militares sem comprometer valores éticos e princípios morais. Ele ressaltou que, apesar dos avanços tecnológicos, o ser humano continuará sendo o principal responsável pelo processo decisório na instituição.
O simpósio, que teve mais de 18 horas de duração, ofereceu palestras e mesas de debate sobre temas variados, entre eles a "Hélice Tríplice de Inovação". Este modelo colaborativo, que envolve governo, universidade e indústria, visa a promoção do desenvolvimento econômico e tecnológico. No modelo, o governo atua como regulador e financiador; as universidades são responsáveis por gerar conhecimento e capacitar profissionais; e a indústria se encarrega de transformar esse conhecimento em produtos e serviços. A sinergia entre esses setores é essencial para fortalecer a inovação e a autossuficiência tecnológica do Brasil.
A lista de participantes incluiu figuras importantes, como membros atuais e antigos do Alto Comando do Exército e da Marinha, Oficiais-Generais das três Forças Armadas, antigos comandantes do IME e autoridades civis e militares. A presença dessas lideranças reforçou o compromisso das Forças Armadas e do setor civil com a implementação da IA como um elemento estratégico para o futuro da defesa brasileira.
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com Exército Brasileiro
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