A guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, tomou proporções inesperadas e devastadoras para ambos os lados. O que parecia ser uma operação rápida, planejada pela Rússia para desestabilizar o governo ucraniano e controlar a região, se transformou em um conflito prolongado e sangrento. No dia 9 de outubro de 2024, analistas dos EUA revelaram que as baixas russas já somavam mais de 600 mil soldados mortos ou feridos, um número assustador que reflete a escala do embate e a resistência feroz dos ucranianos.
Desde os primeiros dias, a Ucrânia demonstrou que não estava disposta a ceder facilmente. Com o apoio constante de vários países, com armamentos chegando para alimentar o seu esforço de resistência, as forças ucranianas conseguiram não só deter os avanços russos, como também enfraquecer seriamente as linhas de frente russas. Os soldados russos, que imaginavam uma vitória rápida, se viram presos em uma guerra de atrito, com batalhas travadas em cada rua, cidade e campo.
Os números são alarmantes. Em dezembro de 2023, um relatório da inteligência americana já apontava que as baixas russas haviam passado de 315 mil, praticamente 90% das tropas que Moscou mobilizou inicialmente. Isso era considerado impressionante à época, mas o que veio a seguir foi ainda pior. Nos primeiros meses de 2024, a Rússia continuou a sofrer grandes perdas, e, em setembro, o país experimentou seu mês mais mortal na guerra até então, com milhares de soldados feridos e mortos.
Essas baixas não são apenas humanas. O poderio militar da Rússia também está sendo seriamente comprometido. A Ucrânia, com sua capacidade de operar drones e sistemas avançados de defesa aérea, tem destruído vastos arsenais russos. Estima-se que mais de dois terços dos carros de combate russos foram destruídos ou capturados. Diante disso, o Kremlin foi forçado a recorrer a equipamentos antigos, tirando da reserva carros de combate da era soviética e veículos blindados que, muitas vezes, não resistem ao fogo ucraniano.
O uso de drones se tornou uma peça fundamental na estratégia ucraniana. Em outubro de 2024, os serviços de inteligência ucranianos destruíram um grande depósito de drones Shahed, usados pela Rússia em ataques aéreos, em Oktyabrsk, na região de Krasnodar. Esse ataque específico foi simbólico, pois atingiu um ponto vital das operações aéreas russas, prejudicando gravemente sua capacidade de lançar novos ataques. Outro ataque relevante foi realizado na Base Aérea de Khanskaya, onde bombardeiros russos estavam estacionados. Mesmo que o impacto total ainda não seja conhecido, atingir uma base desse porte, onde estavam concentrados mais de 50 aeronaves e helicópteros, foi um golpe duro para Moscou.
Apesar dessas vitórias, a Ucrânia não está livre de dificuldades. Os ataques diários das forças russas continuam a desgastar as defesas ucranianas, especialmente em regiões estratégicas como Donetsk e Kursk. Nessas áreas, os combates são intensos, com cada metro de território sendo disputado com sangue. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) relatou que, em batalhas travadas em maio e junho de 2024, a Rússia perdeu mais de 1.600 veículos blindados enquanto tentava avançar nas regiões de Avdiivka e Pokrovsk, demonstrando o quanto o conflito se arrastou para uma batalha de resistência.
Do lado ucraniano, a defesa continua forte graças ao suporte de países aliados, especialmente na questão da defesa aérea. Sistemas ocidentais têm desempenhado um papel essencial para proteger cidades e infraestrutura crítica dos ataques de mísseis e drones russos. No entanto, há uma preocupação crescente de que os estoques de armas defensivas da Ucrânia possam estar se esgotando, exigindo esforços contínuos dos aliados para manter o fluxo de equipamentos e munições.
Embora o governo russo continue a insistir que a invasão da Ucrânia é uma operação necessária, a realidade no campo de batalha sugere o contrário. As perdas humanas, materiais e políticas são imensas. O número de 600 mil baixas russas é um reflexo claro do preço que Moscou está pagando por essa guerra. Para a Ucrânia, a resistência tem sido heroica, mas igualmente dolorosa, com o país enfrentando também pesadas perdas e um futuro incerto.
O que fica claro é que, apesar das expectativas iniciais de ambos os lados, este conflito está longe de uma resolução simples. Cada dia traz novas batalhas, mais destruição e uma contagem crescente de baixas. O mundo assiste, tentando compreender como a guerra que começou em fevereiro de 2022 se tornou um dos confrontos mais brutais e prolongados da história militar recente. A questão que resta agora é quanto mais ambos os lados podem suportar antes que o custo humano e econômico se torne insustentável.
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