A Polônia está revisando seu programa de aquisição de 48 aeronaves de ataque leve FA-50, fabricadas pela Korea Aerospace Industries (KAI), devido a problemas técnicos e aumentos inesperados de custos. A situação, marcada por desentendimentos entre os dois países, especialmente em relação à integração de armas, trouxe à tona a possibilidade de cancelamento do contrato.
O contrato original foi assinado em setembro de 2022, com a Polônia recebendo as primeiras 12 aeronaves em dezembro de 2023. O plano inicial previa a entrega das restantes 36 unidades até 2028. No entanto, a divergência em relação às munições que deveriam ser integradas ao FA-50 tem comprometido seriamente o andamento do programa.
De acordo com fontes sul-coreanas, o governo polonês exigiu que a KAI equipasse os FA-50 com mísseis ar-ar fabricados nos Estados Unidos, uma solicitação que, segundo a KAI, não está formalmente respaldada pelo contrato. A empresa sul-coreana argumenta que a integração desses mísseis foi mencionada apenas como uma possibilidade, e não como uma obrigação. A KAI considera as exigências polacas irracionais, complicando ainda mais as negociações.
A situação se intensificou em 2 de outubro, durante uma reunião entre o vice-ministro da Defesa da Polônia e o ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-Hyun. Na ocasião, a Polônia apresentou uma queixa formal com base nas cláusulas do contrato, evidenciando as tensões crescentes entre os dois países.
O FA-50 é uma aeronave leve de ataque e treinamento projetada para a Força Aérea da Coreia do Sul, desenvolvida para substituir as antigas aeronaves F-5E/F e A-37. Com um peso máximo de decolagem de 12,3 toneladas, a aeronave é capaz de atingir altitudes de até 48 mil pés e possui um alcance operacional de 1.800 quilômetros. Equipado com mísseis guiados de precisão, o FA-50 se destaca como uma solução versátil para missões de combate e treinamento.
Além da Polônia, o FA-50 já está em operação em países como Coreia do Sul, Indonésia, Iraque, Filipinas e Tailândia, e deverá ser fornecido também pela Eslováquia. A evolução deste programa de aquisição é crucial não apenas para a modernização da Força Aérea polonesa, mas também para o fortalecimento das relações de defesa entre a Polônia e a Coreia do Sul.
A incerteza em relação ao futuro do programa FA-50 destaca a complexidade das relações internacionais no campo da defesa, onde questões técnicas e compromissos contratuais podem impactar significativamente as decisões de aquisição de equipamentos militares. A situação exigirá uma negociação cuidadosa para encontrar uma solução que atenda às necessidades de ambas as partes e mantenha o programa em andamento.
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