O Iraque está renovando seu interesse na aquisição de aeronaves de combate franceses Dassault Rafale, com o objetivo de fortalecer suas capacidades de superioridade aérea. Relatórios recentes indicam que Bagdá está considerando a compra de 12 Rafales, porém, uma limitação pode azedar o negócio: a França não irá fornecer os mísseis ar-ar Meteor, considerados essenciais para maximizar a eficiência dos Rafales em missões de superioridade aérea.
Segundo o francês La Tribune, as negociações para a compra dos Rafales estão em andamento desde 2022, quando o Iraque expressou interesse na aquisição de 14 aeronaves. A operação está estimada em cerca de US$ 3 bilhões, com um pagamento inicial de US$ 240 milhões já realizado, destacando o comprometimento do país em modernizar sua força aérea utilizando suas reservas de petróleo como moeda de pagamento.
Além da busca pelos Rafales, o Iraque tem tomado outras medidas para aprimorar sua capacidades de defesa aérea, como a compra de sistemas de radar Thales Ground Master 403 e GM200, porém, optou por não adquirir o sistema de defesa aérea SAMP/T da França, escolhendo o KM-SAM da Coreia do Sul em seu lugar. Essa decisão foi influenciada pelos longos prazos de entrega e a falta de unidades disponíveis para empréstimo por parte da França.
A exclusão do míssil Meteor do pacote de armamentos para o Iraque representa um desafio para os iraquianos. Este míssil, que possui capacidades além do alcance visual (BVR), é um componente essencial para o combate aéreo moderno, permitindo que os caças enfrentem ameaças antes mesmo de estarem ao alcance do inimigo. Com a ausência dos mísseis Meteor, os Rafales iraquianos, apesar de serem aeronaves avançadas de 4,5 geração, não poderão atingir todo seu potencial em termos de superioridade aérea.
Analistas sugerem que a decisão da França de não incluir o Meteor pode estar relacionada a preocupações relacionadas com as tensões na região, especialmente em relação a Israel, que tem utilizado o espaço aéreo iraquiano em seus ataques de retaliação contra o Irã. Essa dinâmica geopolítica complica ainda mais a capacidade do Iraque de equipar suas forças armadas com tecnologias avançadas.
A situação do Iraque ecoa a experiência do Egito na aquisição dos Rafales no passado, que também enfrentou restrições similares quanto ao acesso a armamentos avançados, levando o país a explorar alternativas em fornecedores como a Rússia e a China para obter tecnologias de mísseis BVR mais modernos que o MICA que foi oferecido ao Egito ao invés do Meteor.
O Rafale do Egito conta com misseis MICA, pois foram vetados os Meteor |
Embora a intenção do Iraque de adquirir os Rafales represente um passo importante em sua modernização e um desejo de maior controle sobre seu espaço aéreo, a falta dos mísseis Meteor pode deixar a força aérea iraquiana em uma posição desvantajosa em relação a seus adversários regionais, que possuem acesso a tecnologia de mísseis mais sofisticada. A aquisição do Rafale, portanto, é um reflexo não apenas de uma estratégia de defesa, mas também dos complexos jogos geopolíticos e de poder que moldam as relações no Oriente Médio.
GBN Defense - A informação começa aqui
com La Tribune
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