O Brigadeiro General Hamed Wahidi, Comandante Supremo da Força Aérea Iraniana, desembarcou em Islamabad na Base Aérea de Noor Khan em 23 de outubro, liderando uma delegação militar de alto escalão. A visita, realizada a convite do Marechal Zaheer Ahmed Babar, chefe da Força Aérea Paquistanesa (PAF), marca o avanço nas discussões entre Irã e Paquistão, que exploram uma colaboração militar centrada na aquisição das aeronaves JF-17 Thunder Block III.
Durante sua estada, o General Wahidi participou dos exercícios "Indus Shield" na Base Aérea de Moshav e discutiu potenciais aquisições com o alto comando paquistanês. Entre os tópicos principais estava o interesse iraniano no JF-17, uma aeronave multifuncional de fabricação conjunta entre o Paquistão e a China, um dos destaques da Força Aérea Paquistanesa. Esta possível compra ocorre em meio a tentativas fracassadas do Irã de adquirir 36 aeronaves J-10C da China, cuja negociação foi interrompida por questões de hesitação chinesa.
O JF-17 Thunder é um caça leve com características que o tornam atraente para o Irã, incluindo seu motor turbofan russo RD-93 e um radar avançado chinês KLJ-7, que permite a detecção e o rastreamento simultâneo de múltiplos alvos. Equipado para missões ar-ar e ataques contra alvos terrestres, a aeronave conta com nove hardpoints para acomodar mísseis e munições guiadas, como o míssil de cruzeiro Ra’ad e o PL-12, aumentando sua versatilidade em combates aéreos e apoio a operações terrestres.
O interesse do Irã pelo JF-17 ocorre em um momento de crescente tensão regional. Teerã busca alternativas para modernizar sua frota aérea como uma resposta à crescente ameaça israelense e à necessidade de atualizar suas capacidades de defesa. A proposta de compra de 60 a 70 exemplares do JF-17 Thunder oferece uma solução mais acessível e efetiva, com a tecnologia de combate necessária para a defesa iraniana.
No entanto, a potencial venda dos JF-17 ao Irã coloca o Paquistão em uma posição delicada no cenário geopolítico. A aliança estratégica do Paquistão com a China e suas relações com os Estados Unidos exigem cautela para evitar sanções e possíveis represálias. Além disso, enquanto o Paquistão busca fortalecer seu papel no mercado global de defesa e expandir o alcance de suas indústrias militares, a transação com o Irã demanda uma avaliação criteriosa sobre as consequências de longo prazo para a estabilidade regional.
Para o Irã, a compra dos JF-17 representa um avanço crítico na suas capacidades militares, em grande parte limitada pelas sanções econômicas internacionais que dificultam as aquisições de equipamentos de defesa. Embora o Paquistão e o Irã tenham mantido uma relação cautelosa, esse novo esforço de cooperação em defesa sinaliza uma possível nova etapa nas relações entre as duas nações. A avaliação cuidadosa dos interesses envolvidos será fundamental para determinar o futuro das negociações e o impacto dessa potencial aliança militar na segurança e na paz regionais.
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