Durante uma entrevista concedida nesta sexta-feira (11) à rádio de Fortaleza, o Presidente da República destacou a necessidade de um novo avião presidencial, solicitando ao Ministro da Defesa que apresentasse uma proposta para sua aquisição. O pedido se intensificou após um incidente no México, onde a aeronave VC-1, um Airbus A319CJ, enfrentou uma pane em um dos motores, exigindo realizar um vôo em órbita para queima de combustível antes de um pouso de emergência, o que levou cerca de 4 horas.
Conhecida como Santos Dumont pela Força Aérea Brasileira, a aeronave recebeu a alcunha de "Aerolula". O Presidente Lula enfatizou que a aeronave “não é para o Lula, ou para o Bolsonaro, mas sim para a instituição da Presidência da República”, destacando a importância da continuidade institucional. Além disso, ele mencionou que não se limita a um único avião, mas que pretende “comprar outros aviões, pois é preciso que os ministros viagem”, reiterando que a mobilidade dos membros do governo é importante para sua gestão.
No entanto, essa demanda por novos aviões presidenciais levanta questões relevantes sobre as necessidades mais urgentes da defesa nacional. As Forças Armadas enfrentam carências de equipamentos modernos para desempenhar suas atribuições constitucionais de defesa da soberania nacional. Por isso, sugerimos que a proposta de aquisição do novo avião presidencial inclua considerações mais amplas levando em consideração as necessidades da defesa.
Uma solução imediata e eficaz seria a aquisição de uma aeronave MRTT (Multi Role Tanker Transport) já pronta, que poderia ser utilizada para operações de Reabastecimento em Voo (REVO) pelo Esquadrão Corsário. Este tipo de aeronave é fundamental para aumentar a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira, especialmente em missões de longo alcance e repatriações, que se tornam cada vez mais necessárias em tempos de crise, e eliminaria a necessidade de se investir na conversão das duas aeronaves C-30 (A330) para o padrão KC-30, recebendo os sistemas necessários para realizar missões de reabastecimento aéreo (REVO).
Além disso, propomos a transferência de um dos dois C-30 operados pelo Esquadrão Corsário para o Grupo de Transporte Especial (GTE). Essa medida permitiria que a aeronave desempenhasse o papel de transporte presidencial, ao mesmo tempo em que libera recursos para o Esquadrão, que pode utilizar a outra aeronave C-30 para atender a missões de transporte logístico e apoio às operações da FAB, lembrando que a conversão do atual C-30 em KC-30 MRTT é vital em situações como a operação de repatriação em curso.
Diante das deficiências nas Forças Armadas, é imperativo que o Presidente também se empenhe na aquisição do segundo lote de aeronaves Gripen, que são essenciais para a defesa do espaço aéreo nacional, além de definir uma segunda aeronave para complementar as capacidade da FAB, substituindo junto com os Gripens a frota de F-5EM e AMX A-1. Isso sem falar na necessidade de recursos para Marinha consumar um segundo lote de fragatas da Classe Tamandaré e submarinos da Classe Riachuelo, visando proteger a Amazônia Azul, nossa riqueza marítima e fonte de recursos naturais.
Não esquecendo da importância de investimento na modernização de nosso Exército Brasileiro, destravando importantes programas, como a aquisição do Obuseiro Autopropulsado ATMOS, travado por questões ideológicas, e garantir recursos para renovação da força de blindados e o SISFRON, dentre várias urgências.
A defesa nacional não pode ser negligenciada, e um investimento adequado em equipamentos modernos e eficazes é fundamental para garantir a segurança e a soberania do Brasil.
Dessa forma, discutir a aquisição de aeronaves para a presidência, nos lembra das necessidades urgentes de nossa defesa nacional, assegurando que as decisões tomadas reflitam não apenas as demandas de "conforto" do governo, mas também as exigências de segurança do Brasil como um todo.
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