As forças russas estabeleceram recentemente uma nova base militar em Quneitra, perto da fronteira com o Golã sírio ocupado, numa medida que parece ter como objetivo impedir que o Irã ou milícias afiliadas utilizem o território sírio para lançar ataques contra Israel. A base foi instalada dentro da 90ª Brigada das forças do regime sírio, na aldeia de Kudna, localizada a sudoeste da cidade de Quneitra.
De acordo com relatos de fontes no local, esta nova instalação militar permitirá às forças russas uma maior capacidade de monitoramento da faixa fronteiriça com o Golã ocupado. Segundo o capitão Rashid Hourani, analista de assuntos militares do Centro de Estudos Jusoor, a 90ª Brigada está estrategicamente posicionada no setor norte da frente síria com Israel. A principal missão dessa brigada é responder a qualquer ataque surpresa de Israel, proporcionando tempo para que outras forças se preparem para enfrentar a agressão.
Hourani destacou que a presença russa nesta brigada tem várias implicações importantes, sendo a principal delas a intenção da Rússia de fortalecer sua posição no sul da Síria, especialmente após a recente escalada de violência em Gaza. Ao aumentar sua presença militar na região, a Rússia busca garantir que o regime sírio não se envolva diretamente nos conflitos, enquanto também impede ações agressivas por parte do Irã e suas milícias contra Israel. Essa estratégia também visa assegurar a sobrevivência e reabilitação do regime sírio, ao mesmo tempo que a Rússia tenta controlar a decisão militar síria, mesmo com a presença contínua do Irã e suas forças no país.
Atualmente, o número de postos avançados russos na área que separa o Golã da Síria ultrapassa os 15 pontos, com a Rússia estabelecendo mais um ponto em abril deste ano e intensificando as patrulhas terrestres ao longo da linha de separação. Essa expansão não só reflete a intenção da Rússia de manter a segurança de Israel, como também responde a exigências ocidentais, especialmente dos Estados Unidos, que, segundo o Brigadeiro General Abdullah Al-Asaad, fizeram da segurança de Israel uma condição fundamental para permitir a intervenção militar russa na Síria em 2015.
Al-Asaad apontou que a Rússia está focada em estabelecer bases militares tanto no sul quanto no norte da Síria, sob o pretexto de garantir a segurança das fronteiras, não apenas com Israel, mas também com a Turquia. Em julho, os militares israelenses anunciaram ataques a infraestruturas militares sírias na zona tampão nas Colinas de Golã, em resposta a supostas violações na área.
O analista político Fawaz Al-Mufleh acredita que a Rússia está determinada a evitar que o regime sírio seja arrastado para o conflito com Israel. Segundo ele, a presença russa próxima à fronteira é uma tentativa de neutralizar a Síria e garantir que o país não se envolva em hostilidades, especialmente após os recentes lançamentos de bombas a partir do território sírio em direção a Israel, no contexto da escalada em Gaza.
Com essas ações, a Rússia busca consolidar seu controle sobre o dossiê sírio, numa tentativa de gerir as complexas dinâmicas regionais e manter sua influência no Oriente Médio, ao mesmo tempo que reforça a segurança nas fronteiras de países vizinhos que temem as ameaças provenientes da Síria.
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com agências de notícias
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