Pela primeira vez, militares da Marinha da República Popular da China (PLAN) estão participando lado a lado com os Fuzileiros Navais brasileiros em um exercício de interoperabilidade no Brasil. A Operação Formosa 2024, que ocorre no Planalto Central, é um momento histórico de cooperação entre as forças armadas dos dois países, que são membros do bloco BRICS. Este exercício não apenas promove o intercâmbio de conhecimentos, mas também estabelece uma abertura para futuras colaborações no âmbito do BRICS.
A participação do "Comando Jiaolong" da PLAN é um fato até então inédito, sendo a primeira vez que militares chineses estão envolvidos em um exercício militar no Brasil. "Jiaolong", que significa "Dragões do Mar", são uma unidade de elite da PLAN. Com 32 operadores especiais chineses integrados aos Fuzileiros Navais brasileiros. As atividades incluem manobras e operações básicas no terreno, orientadas pelas práticas habituais previstas nos manuais militares amplamente conhecidos, buscando a adaptação a diferentes terrenos e o desenvolvimento da interoperabilidade.
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, visitou a Operação Formosa 2024 e teve a oportunidade de acompanhar parte do exercício de patrulha realizado entre o Comando Jiaolong da PLAN e os Comandos Anfíbios brasileiros. Sua presença destacou o compromisso da China com a cooperação militar internacional e reforçou a importância desta parceria estratégica no fortalecimento das relações entre os dois países.
Interesse Internacional na Operação Formosa
A Operação Formosa tem atraído o interesse internacional, com vários países enviando observadores para acompanhar os treinamentos. Neste ano, além do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC), que tem participado do exercício enviando tropas nos últimos anos, a China também fez sua estreia no evento, enviando o comando Jiaolong da PLAN para o treinamento conjunto. Esta participação chinesa sublinha o crescente interesse e a importância global do exercício, demonstrando a ampliação da cooperação militar entre nações e a relevância estratégica da Operação Formosa.
Em outras edições, já registramos a participação de forças estrangeiras de países sul-americanos, e ao que vemos, nas próximas edições, essa cooperação com outros países pode se expandir, com alguns parceiros brasileiros tendo manifestado interesse em enviar tropas para compartilhar técnicas e conhecimentos.
Apesar de ser um exercício prático no terreno, o mesmo tem um direcionamento as práticas básicas ao envolver tropas estrangeiras, com ênfase na padronização de técnicas e procedimentos, seguindo os manuais internacionais de amplo conhecimento. Este treinamento visa alinhar procedimentos operacionais e garantir uma comunicação eficaz entre as forças. O treinamento tem como objetivo desenvolver tanto habilidades que reforçam a capacidade de atuação conjunta em futuras missões e promovendo uma melhor compreensão mútua das práticas e procedimentos. Fomos autorizados a acompanhar parte do treinamento.
Nosso editor, Angelo Nicolaci, acompanhou de perto parte da interação entre as forças especiais chinesas e brasileiras. Sua presença durante o exercício proporcionou uma visão aprofundada das dinâmicas de cooperação e das técnicas aplicadas, oferecendo uma perspectiva valiosa sobre o impacto e a eficácia do treinamento conjunto.
Além dos aspectos técnicos, o intercâmbio entre os militares brasileiros e chineses reflete o posicionamento brasileiro no cenário internacional, o qual mantém uma linha de neutralidade e abertura ao diálogo e parcerias com vários países.
A participação inédita do comando Jiaolong da PLAN na Operação Formosa 2024 representa um avanço significativo na cooperação militar brasileira a nível global. Este exercício não só destaca a capacidade das forças armadas brasileiras em operar de forma conjunta, mas também estabelece um novo paradigma de colaboração entre as nações do BRICS. Com a consolidação dessa parceria e o crescente interesse internacional, novas oportunidades de cooperação poderão surgir, promovendo uma maior integração e eficiência nas missões militares futuras.
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