A Sérvia avança na modernização de suas capacidades e estratégia de defesa ao assinar um acordo de 2,7 bilhões de Euros com a francesa Dassault Aviation para aquisição de 12 Rafale. O acordo, firmado em uma cerimônia em Belgrado na presença do presidente francês Emmanuel Macron e do presidente sérvio Aleksandar Vučić, representa a maior aquisição de armas da Sérvia desde sua independência em 2006 e sinaliza uma reorientação importante na política de defesa do país.
O contrato foi assinado pelo Ministro da Defesa da Sérvia, Bratislav Gašić, e pelo CEO da Dassault Aviation, Éric Trappier. Além dos caças, o pacote inclui um extenso suporte logístico, motores de reposição e peças de manutenção, que devem melhorar significativamente as capacidades operacionais da Força Aérea Sérvia e sua defesa aérea.
Em sua declaração, o presidente Vučić expressou entusiasmo com o acordo, destacando que a chegada dos novos caças representará um avanço notável para a Sérvia. “A chegada dessas novas aeronaves aumentará substancialmente as capacidades operacionais de nossas forças armadas”, afirmou Vučić. Ele também destacou a importância simbólica de se juntar ao "clube Rafale", uma referência aos países que já operam estas avançadas aeronaves multifuncionais.
O presidente francês Emmanuel Macron enfatizou a relevância estratégica do acordo, descrevendo a aquisição como um sinal claro da aliança de longo prazo entre a França e a Sérvia. Macron destacou que a presença da Sérvia no "clube Rafale" reflete a aspiração de ter uma Sérvia forte e democrática, alinhada com uma União Europeia robusta e soberana.
A aquisição do Rafale faz parte do programa que visa substituir a vetusta frota de aeronaves da Sérvia, que atualmente é baseada principalmente em tecnologia da era soviética. Tradicionalmente, a Sérvia contou com a Rússia como seu principal fornecedor, mas a aquisição das aeronaves francesas marca uma mudança notável em direção a parcerias de defesa com o ocidente. Vučić também assegurou que a tecnologia do Rafale não será compartilhada com Moscou, abordando preocupações sobre a influência russa: “Não somos espiões russos para transferir tecnologia; pagamos por isso com dinheiro dos cidadãos sérvios”, afirmou.
Este movimento é parte de uma estratégia mais ampla da Sérvia para diversificar seus ativos de defesa e reduzir a dependência de equipamentos russos. Além dos Rafale, a Sérvia tem investido em outros equipamentos ocidentais, como helicópteros, aeronaves de transporte e radares da Thales, e mísseis superfície-ar Mistral da França, enquanto continua a operar mísseis e drones chineses.
O acordo financeiro prevê dois pagamentos a serem realizados em 2024 e 2025. Esta estrutura de pagamento reflete o comprometimento da Sérvia em modernizar sua infraestrutura militar, apesar de seu orçamento de defesa relativamente modesto, que representa cerca de 2% do PIB do país.
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