A sueca Saab, busca com o Gripen E/F, expandir sua participação no mercado internacional com novas vendas, mas enfrenta desafios consideráveis. Até o momento, a única venda externa confirmada do Gripen E ocorreu em 2014, quando o Brasil assinou um contrato bilionário para a aquisição de 36 aeronaves Gripen E/F. Esse contrato, resultado de uma concorrência acirrada, superou propostas de outros gigantes da aviação, como a norte americana Boeing com seu F/A-18 Super Hornet e a francesa Dassault com o Rafale.
Desde então, a Saab tem participado de várias concorrências ao redor do globo, mas não conseguiu fechar novos contratos para o Gripen E. Essa situação é particularmente desafiadora diante do sucesso do F-35 Lightning II da Lockheed Martin, que dominou o mercado europeu. Apesar disso, a Saab mantém sua confiança no desempenho e nas capacidades avançadas do Gripen E, que se destaca por sua combinação de custo-benefício, flexibilidade operacional e avanço tecnológico.
Atualmente, a Saab está focada em uma das maiores oportunidades da história do mercado de defesa: a concorrência indiana MRFA (Multi Role Fighter Aircraft). Este processo de aquisição objetiva a obtenção de 114 aeronaves de combate para a Força Aérea Indiana, com um valor estimado em cerca de 15 bilhões de dólares. A concorrência promete ser uma das mais competitivas de todos os tempos, com a participação de diversas empresas de renome internacional, incluindo a Lockheed Martin com o F-21 (uma versão melhorada do F-16 Viper), o grupo Airbus com o Eurofighter Typhoon, a Dassault com o Rafale e os russos com os MiG-35 e Su-35.
A Índia pretende dividir o programa em duas fases, com uma encomenda inicial de 54 aeronaves, das quais 36 seriam montadas localmente pela indústria de defesa indiana. A Saab, por sua vez, promete uma capacidade de produção anual de até 25 aeronaves Gripen E, caso vença a licitação, com parte dessa produção ocorrendo nas instalações de Linköping, na Suécia.
O Brasil é o único cliente de exportação do F-39E Gripen até o momento |
Além dessa grande concorrência na Índia, a Saab também está acompanhando de perto o interesse da Royal Thai Air Force (RTAF) pelo Gripen E. Em 14 de julho de 2024, um porta-voz da RTAF anunciou que o governo tailandês recebeu uma recomendação para adquirir o Gripen E, embora a decisão final dependa de aprovações orçamentárias e avaliações adicionais pelo governo.
O Gripen E é um caça leve, que compete em uma categoria similar ao indiano Tejas e ao sino-paquistanês JF-17, mas com vantagens significativas em termos de tecnologia e operação. A versão anterior o Gripen C/D, já foi exportada para países como República Tcheca, África do Sul e Tailândia, além de ser arrendada pela Hungria. No entanto, a versão E, que é a mais avançada, tem o Brasil como seu único cliente internacional até o momento.
Diante desses desafios, a Saab continua a acreditar que o Gripen E pode se destacar em futuras concorrências, especialmente em mercados que buscam uma combinação de performance, custos acessíveis e parcerias estratégicas de longo prazo, como é o caso da Índia e possivelmente da Tailândia. Se a Saab conseguir expandir suas vendas, isso poderia marcar uma nova fase de sucesso para a fabricante sueca no cenário global de defesa, além de representar redução nos custos de produção/operação do Gripen E.
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