A Índia, com um investimento militar de US$ 83,6 bilhões em 2023, se estabeleceu como a quarta maior potência de defesa do mundo, superando muitas nações tradicionais da OTAN. Com um aumento significativo de 44% desde 2014, o país asiático tem se destacado não apenas pela expansão de suas capacidades militares, mas também por seu compromisso com a autossuficiência na produção de defesa.
Este crescimento impressionante da Índia não pode ser ignorado pelo Brasil, que, assim como a Índia, é membro do BRICS. A relação entre essas duas nações tem o potencial de se tornar uma das mais estratégicas e benéficas no atual cenário global. Ambas compartilham desafios comuns e oportunidades significativas para expandir suas influências sem depender exclusivamente dos tradicionais eixos de poder como EUA-Europa ou China-Rússia.
A modernização militar indiana, exemplificada pela aquisição de 220 mísseis supersônicos BrahMos e pela atualização da frota de caças Su-30MKI, reflete uma postura de inovação e autossuficiência que pode servir de inspiração para o Brasil. A Índia, ao focar em produzir 75% de seus equipamentos militarmente internamente, mostra que a independência tecnológica é uma meta atingível e desejável.
O Brasil, por sua vez, precisa reavaliar sua estratégia geopolítica e buscar parcerias com players emergentes como Índia, Türkiye, Emirados Árabes Unidos e Coreia do Sul. Essas nações, que também estão fora dos eixos de poder tradicionais, podem oferecer ao Brasil novas oportunidades de cooperação, investimentos e desenvolvimento de tecnologias, além de proporcionar novos mercados e gerar oportunidades para o desenvolvimento de nossa economia.
No atual contexto global, é imperativo que o Brasil não se limite a alianças com os EUA e Europa, mas também evite uma aproximação excessiva do eixo China-Rússia. Ao estreitar laços com a Índia e outros países emergentes, o Brasil pode diversificar suas parcerias estratégicas, fortalecendo sua posição global e avançando em direção a uma maior autonomia tecnológica e econômica.
Essa mudança estratégica não apenas ampliaria as opções do Brasil em termos de defesa e segurança, mas também contribuiria para uma ascensão do Brasil no cenário mundial, onde nações como o Brasil, Índia, Türkiye e EAU possam exercer maior influência e protagonismo. Em um mundo cada vez mais complexo e de incertezas, alianças bem pensadas e diversificadas são essenciais para garantir a soberania e o desenvolvimento de longo prazo.
Por Angelo Nicolaci
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