Uma ampla operação realizada na última semana por autoridades europeias colocou sob os holofotes a fabricante francesa de armamentos Thales, com buscas realizadas em escritórios na França, Holanda e Espanha. O foco das investigações, coordenadas pela Agência de Cooperação Criminal da União Europeia (Eurojust), são alegações de corrupção envolvendo funcionários brasileiros na aquisição de equipamentos da empresa.
Segundo informações da emissora BFMTV, as buscas foram conduzidas como parte de duas investigações preliminares em andamento desde 2016 e 2023. A primeira fase concentrou-se na venda de submarinos e na construção da base naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, envolvendo crimes como corrupção de funcionário público estrangeiro, corrupção privada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O contrato inicial, assinado durante a visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil em 2008, envolveu a venda de quatro submarinos Scorpène, dos quais três já foram entregues, e a construção da base naval de submarinos em Itaguaí, inaugurada em 2018.
A operação mobilizou 65 policiais especializados em crimes financeiros e 12 procuradores do Escritório Central de Luta contra a Corrupção e Infrações Financeiras e Fiscais (OCLCIFF) da França, em colaboração com autoridades judiciárias holandesas e espanholas, sob a coordenação da Eurojust. A Thales afirmou estar cooperando plenamente com as autoridades e reforçou seu compromisso com as regulamentações nacionais e internacionais através de um programa rigoroso de compliance.
As repercussões dessas investigações podem impactar não apenas as relações comerciais internacionais da Thales, mas também levantam questões sobre a transparência e integridade nos contratos de defesa, especialmente em projetos de grande escala.
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com CNN Brasil
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