Nas últimas horas, a península coreana tem experimentado uma escalada de tensão que analistas apontam como potencialmente mais alarmante do que o habitual. Incidentes como o envio de balões com lixo da Coreia do Norte para a Coreia do Sul, que resultou em tiros de advertência por parte de soldados sul-coreanos, aumentam o temor de conflitos iminentes. A influência da Rússia sobre o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, pode ser um fator chave nessa nova fase de hostilidade.
Recentemente, a Coreia do Sul reativou seus alto-falantes de propaganda na fronteira, silenciados desde 2018. Essas ações são uma resposta direta ao comportamento provocador do Norte, incluindo a instalação de sistemas de alto-falantes e o envio de balões transportando dejetos humanos. Segundo Hyun Seung-soo, especialista em relações entre a Coreia do Norte e a Rússia, essa agressividade pode ser resultado do fortalecimento dos laços entre Moscou e Pyongyang.
De acordo com analistas, a Rússia forneceu apoio significativo à Coreia do Norte, incluindo combustível, alimentos e assistência militar, em troca de projéteis de artilharia e mísseis, que têm sido usados na guerra contra a Ucrânia. Essa aliança fortalece Kim Jong Un, que se sente mais confiante em ultrapassar as linhas vermelhas que mantiveram a paz na fronteira desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.
O recente lançamento fracassado de um foguete norte-coreano com um satélite em órbita, condenado internacionalmente, foi seguido por uma série de provocações, como o lançamento de mísseis balísticos e balões de hélio com lixo. A resposta da Coreia do Sul foi reinstalar seus alto-falantes de propaganda, intensificando o ciclo de provocações.
Kim Yo Jong, irmã de Kim Jong Un, alertou que o Sul será alvo de uma "nova contra-ação" caso continue a transmitir propaganda. No passado, o Norte ameaçou usar artilharia de longo alcance para destruir os alto-falantes, e analistas sugerem que ataques com drones também são uma possibilidade.
Os Estados Unidos, principal aliado da Coreia do Sul, têm reafirmado seu compromisso com a defesa do país. Recentemente, um submarino da Marinha americana atracou em um porto sul-coreano, um bombardeiro B-1 com capacidade nuclear realizou missões perto da fronteira, e os EUA intensificaram a vigilância dos movimentos norte-coreanos.
Com a aproximação de datas significativas, como o aniversário da Segunda Batalha de Yeonpyeong em 29 de junho e a eclosão da Guerra da Coreia em 25 de junho, as tensões podem continuar a aumentar. Esses eventos históricos são frequentemente marcados por reivindicações e contra-reivindicações transfronteiriças, elevando o risco de confrontos.
A situação na península coreana permanece volátil, com as ações de Pyongyang sendo vistas como cada vez mais perigosas e imprevisíveis. A comunidade internacional observa atentamente, temendo que um pequeno confronto possa desencadear uma crise de maiores proporções.
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com Deutsche Welle
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