Desde a invasão russa à Ucrânia, o cenário internacional tem sido marcado por uma intensificação dos conflitos geopolíticos, refletindo diretamente nas bases industriais de defesa e nas economias de diversos países. A reação não apenas aquece o mercado de defesa, mas também tem impactos diretos nas economias locais, gerando empregos e impulsionando setores relacionados.
O presidente Emmanuel Macron, da França, trouxe à tona a noção de "economia de guerra" em 2022, sinalizando a necessidade de acelerar e repensar os processos de produção de equipamentos militares essenciais. Esta abordagem não se limita apenas à França; toda a Europa, os Estados Unidos e a Coreia do Sul têm experimentado os efeitos desse conflito em suas bases industriais de defesa e economias.
A intensificação das tensões geopolíticas tem levado países europeus como Alemanha, Reino Unido e Itália a aumentar suas encomendas de equipamentos militares, impulsionando suas respectivas indústrias de defesa. Nos Estados Unidos, houve uma revisão das políticas de defesa e um aumento nos gastos militares, beneficiando empresas como Lockheed Martin e Boeing. Na Coreia do Sul, o aumento das tensões na península coreana levou a um aumento nos investimentos em sua base industrial de defesa.
Essa reação em cadeia demonstra a importância estratégica de uma base industrial de defesa sólida e investimentos contínuos em tempos de conflito. Não apenas garante a capacidade de suprir as necessidades internas de defesa, mas também fortalece a posição desses países no mercado internacional de armamentos. Estamos diante de uma mudança geopolítica duradoura, onde a indústria de defesa desempenhará um papel central, não só na segurança nacional, mas também no desenvolvimento econômico global.
A Contraposição Brasileira: Cortes Orçamentários e a Ausência de Incentivos na Indústria de Defesa
Enquanto o mundo se vê diante de um cenário de intensificação dos conflitos e tensões geopolíticas, experimentando um aumento nos investimentos em suas bases industriais de defesa, o Brasil tem trilhado um caminho oposto. O país tem sido marcado por sucessivos cortes no orçamento das forças armadas e pela relutância em investir em programas de defesa essenciais para a manutenção de sua soberania nacional.
Enquanto nações como França, Estados Unidos e Coreia do Sul estão fortalecendo suas capacidades de defesa e impulsionando suas economias por meio de investimentos estratégicos, o Brasil tem sido hesitante em seguir o mesmo caminho. A falta de incentivo ao desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID) como um importante ator nos resultados da economia brasileira tem sido evidente.
A ausência de incentivos fiscais e apoio governamental para a inserção das soluções brasileiras no mercado internacional de defesa tem prejudicado não apenas o setor de defesa, mas também a economia como um todo. Enquanto outros países estão capitalizando suas indústrias de defesa como fonte de crescimento econômico e criação de empregos, o Brasil está perdendo oportunidades de desenvolvimento e competitividade.
A falta de investimentos em programas de defesa essenciais compromete não apenas a segurança nacional, mas também a capacidade do Brasil de se posicionar como um player relevante no mercado global de defesa. Enquanto isso, a falta de apoio governamental à BID limita o potencial do país de gerar receita por meio da exportação de tecnologia e equipamentos militares.
Diante desse panorama, torna-se evidente a necessidade de uma revisão nas políticas de defesa e na abordagem do governo brasileiro em relação à indústria de defesa. Incentivos fiscais, investimentos estratégicos e apoio à pesquisa e desenvolvimento são essenciais para fortalecer a capacidade do Brasil de garantir sua soberania nacional e aproveitar as oportunidades econômicas oferecidas pelo mercado internacional de defesa.
A inércia e incompetência dos governantes brasileiros diante da necessidade de investimentos em defesa estão colocando o país em risco. Enquanto o mundo fortalece suas bases industriais de defesa, o Brasil fica para trás, comprometendo sua segurança e sua posição no cenário internacional. É urgente uma ação decisiva para evitar consequências desastrosas.
Por Angelo Nicolaci
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