segunda-feira, 13 de maio de 2024

Desafios da Navegação no Brasil: Dependência do modal rodoviário e mudanças climáticas leva a debates sobre estratégias de desenvolvimento

O Brasil, com sua vasta extensão territorial e riquezas naturais, tem na navegação uma peça fundamental para sua economia. Os números expressivos de toneladas movimentadas no setor aquaviário, divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), com movimento de 1,3 bilhão de toneladas entre janeiro e dezembro de 2023, representando um crescimento de 6,9% em relação ao ano anterior, liderado pelo escoamento de granéis sólidos vegetais, evidencia a importância estratégica do transporte marítimo para a economia nacional, refletem não apenas o dinamismo da economia nacional, mas também a necessidade de se explorar de forma eficiente os recursos hídricos do país. No entanto, por trás desses números positivos, escondem-se desafios significativos que ameaçam o futuro sustentável da navegação brasileira.

A reunião realizada no último dia 7 de maio, na cidade do Rio de Janeiro, entre a Marinha do Brasil, a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (ABAC) e representantes dos setores de logística e transporte marítimo, foi um marco importante na busca por soluções para esses desafios. O encontro evidenciou a urgência em se debater estratégias que não só promovam o crescimento do setor, mas também garantam sua resiliência diante de adversidades climáticas e estruturais.

Um dos principais temas abordados foi o impacto das mudanças climáticas sobre a navegação. O longo período de estiagem na região hidrográfica amazônica, que resultou em níveis historicamente baixos nos rios da região, destacou a vulnerabilidade das rotas fluviais diante de eventos climáticos extremos. A escassez de água não apenas limitou o transporte de cargas, mas também expôs a fragilidade da infraestrutura portuária e das embarcações frente a condições climáticas adversas. Esse cenário reforça a necessidade premente de se investir em tecnologias e infraestrutura resilientes, capazes de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e garantir a continuidade das operações marítimas.

Além disso, a dependência excessiva do modal rodoviário também foi objeto de discussão. Apesar dos avanços no setor aquaviário, o transporte de cargas por via terrestre ainda responde por uma parcela significativa do transporte de mercadorias no país. Essa concentração no modal rodoviário resulta em congestionamentos, aumento das emissões de gases de efeito estufa e altos custos logísticos, impactando negativamente tanto a economia quanto o meio ambiente. Diante desse contexto, o fortalecimento da cabotagem emerge como uma alternativa viável e sustentável para reduzir a dependência do transporte rodoviário, desafogar as estradas e promover uma logística mais eficiente e ambientalmente responsável.

Ao final do encontro, o Diretor-Geral de Navegação da Marinha reiterou o compromisso conjunto entre a iniciativa privada e as instituições governamentais em impulsionar o desenvolvimento do setor aquaviário. "As discussões ressaltaram a importância de continuar investindo em inovação, formação profissional e infraestrutura, para garantir que a nossa economia azul enfrente os desafios atuais e futuros, gerando benefícios para toda a sociedade", destacou o Almirante de Esquadra Sílvio Luís dos Santos.

O diálogo e a colaboração entre a Marinha do Brasil, a iniciativa privada e demais stakeholders do setor são essenciais para enfrentar os desafios complexos que permeiam a navegação brasileira. A busca por soluções integradas e sustentáveis não apenas fortalecerá o setor aquaviário, mas também contribuirá para o desenvolvimento econômico e social do país, garantindo sua resiliência diante dos desafios do presente e do futuro.


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com Marinha do Brasil

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