quinta-feira, 30 de maio de 2024

China Condena Implantação de Mísseis dos EUA nas Filipinas Durante Exercícios Militares Conjuntos

O Ministério da Defesa da China emitiu uma forte condenação nesta quinta-feira (30) à implantação de um sistema de mísseis de alcance intermediário dos Estados Unidos no norte das Filipinas, durante os exercícios militares conjuntos realizados em abril. Em uma coletiva de imprensa em Pequim, o porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian, expressou preocupações significativas, alegando que essa ação aumentou consideravelmente os riscos de conflito na região do Indo-Pacífico.

"A prática dos Estados Unidos e das Filipinas colocou toda a região sob a mira dos Estados Unidos, trazendo enormes riscos de guerra para a região", afirmou Wu, acrescentando que tal ação "prejudicou seriamente" a estabilidade regional. Ele também destacou o caráter estratégico e ofensivo dos mísseis de alcance intermediário, equiparando-os a resquícios da Guerra Fria.

Esta é a primeira vez que um sistema de mísseis de alcance intermediário dos EUA é implantado na região do Indo-Pacífico, segundo Wu. Ele alertou que a China permanece vigilante e se opõe veementemente a essa ação, reiterando o compromisso do país com a paz e a estabilidade na região.

Os Estados Unidos afirmaram no mês passado que o sistema de mísseis Typhon foi implantado nas Filipinas como parte dos exercícios militares conjuntos conhecidos como "Balikatan" ou "ombro a ombro". No entanto, autoridades não confirmaram se o sistema permanece nas Filipinas ou foi realocado para outro local após os exercícios.

Os exercícios militares anuais envolveram aproximadamente 16 mil soldados filipinos e norte-americanos, com algumas atividades realizadas em ilhas do norte das Filipinas, próximas a Taiwan, e em áreas marítimas voltadas para o Mar da China Meridional, onde tensões territoriais persistem entre a China e as Filipinas, bem como outros países da região.

Autoridades filipinas e norte-americanas insistiram que os exercícios têm como objetivo principal melhorar a interoperabilidade entre suas forças armadas e não são direcionados a nenhum país específico. No entanto, a China considera tais movimentos como provocativos e potencialmente desestabilizadores para a região.

Diante desse cenário, a tensão permanece alta, e a região do Indo-Pacífico continua a ser palco de disputas geopolíticas complexas, enquanto as potências regionais e globais buscam afirmar sua influência e interesses estratégicos.


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com Reuters

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